No Matter Where | l.s.

By twoghostsIW

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Uma única decisão pode mudar toda sua vida. O que faria se pudesse dar uma olhada em como as coisas seriam se... More

Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Epílogo

Capítulo 3

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By twoghostsIW


Aquele sobre a volta às aulas

Acordei na manhã seguinte com a luminosidade vinda da janela. Devia ter me lembrado de fechar as persianas.

A madrugada se tornará absurdamente fria com a neve que caiu, e que agora refletia os raios de sol para dentro do quarto. Ainda assim, eu me sentia aquecido e extremamente aconchegado abraçando meu travesseiro. Voltei a fechar os olhos para tentar dormir, ignorando a claridade. Isso só me fez assustar mais quando meu suposto "travesseiro" respirou profundamente.

Ergui minha cabeça apenas para constatar o que já tinha entendido que estava acontecendo. Entre meus braços, Harry dormia como um bebê! Não sei como fomos parar naquela posição durante a noite, mas, apesar do constrangimento, não poderia negar o quão confortável era sentir as costas dele contra meu peito. Tentando ser o mais delicado possível, tirei meus braços da sua cintura e caminhei silenciosamente até o banheiro. Quando já havia terminado minha higiene matinal, encontrei um Harry sonolento, sentado na cama esfregando os olhos.

- Bom dia!

- Bom dia, que horas são? - perguntou ele.

- São... - caminhei até meu celular na mesa de cabeceira - nove e meia. Acho que a gente devia descer para tomar café.

- Claro. - Harry então se levantou com muita dificuldade, ainda mole de sono, e pegou a roupa da noite anterior de cima da escrivaninha indo para o banheiro.

Alguns minutos depois, já estávamos descendo as escadas e encontrando toda minha família reunida em volta da mesa. Minha mãe havia preparado panquecas e um delicioso café. Ainda havia frutas, suco de laranja, pão, manteiga e geleia, compondo a bela mesa de café da manhã. Me sentei em uma das pontas e Harry à minha direita, bem ao lado das gêmeas, que já pareciam melhores amigas dele.

- Todos os meus filhotes aqui comigo! Que felicidade! - disse minha mãe. Tenho a suspeita de que aquele era um comentário pessoal que ela deixou escapar, mas isso não evitou que todos nós ríssemos, revirando os olhos pelo drama materno.

Tomamos um café reforçado e, em poucas horas, já estávamos nos despedindo de todos e voltando para Londres. O caminho foi tão tranquilo e descontraído quanto a ida, mas nessa vez eu era quem controlava o rádio. Mal vi o tempo passar quando Harry estacionou no subsolo do prédio.

- O que você vai fazer? - ele perguntou enquanto subíamos pelo elevador.

- Não faço ideia - eu sabia exatamente sobre o que ele estava falando - Acho que jogar "viagem entre realidades" no Google é um bom começo.

- É sim. - disse embalado em uma risada gostosa e contagiante.

Abrimos a porta do apartamento e encontramos os outros três garotos - acho que posso chamá-los de amigos - sentados na sala de estar. Na televisão, passava um filme de natal, O Grinch, um dos meus preferidos. Zayn olhou por cima dos ombros, nos fitando com um olhar sugestivo que não entendi.

- Quem é vivo sempre aparece! Onde as margaridas estavam, posso saber? - Perguntou Niall.

- Na casa da mãe do Lou - diz Harry

- O noivado da Lottie! Como foi? Me conta tudo? - pede Zayn, na maior empolgação possível. Ele conhecia Lottie há muito tempo e ficou feliz com o pedido de Shawn para minha irmã quase tanto quanto eu.

Eu me sentei no sofá, em meio aos três garotos e comecei a descrever passo a passo do pedido de casamento, narrando desde a ligação de minha irmã na quinta-feira até as famosas e poderosas Piñas Coladas que Lotti preparou e obrigou todos a beberem em comemoração a sua felicidade. Me sentindo mais confortável do que esperava perto de meus dois mais novos - ou nem tanto assim - melhores amigos, me deixei levar pelas piadas e pela risada escandalosa, porém contagiante, do irlândes ao meu lado.

Enquanto detalhava cada segundo daquele sábado, Harry preparou um grande balde de pipoca para nós. Afinal de contas, somos universitários e mesmo que eu não estudasse, propriamente dito, há algum tempo, nunca perdi os péssimos hábitos alimentares de trocar importantes refeições por simples lanches ou fast food.

Entre a conversa, um filme e mais conversa, horas já haviam se passado e pela janela era possível ver o sol se pôr na imensidão de Londres. Logo, Niall se pronunciou, avisando a todos que tinha de ir embora. Mais tarde, Zayn contou a mim que eles - nós nessa dimensão - suspeitavam que o Irlandês estava saindo com alguém, mas como não era nada oficial, preferiu se poupar das piadas e constrangimentos que os demais o fariam passar.

Assim que Niall se retirou, Liam e Zayn foram para cozinha dizendo preparar o jantar e Harry se acomodou no sofá, trocando os canais freneticamente até achar um desenho infantil que o parecia agradar. Eu, por outro lado, achei que essa seria uma boa hora para organizar meu plano de ação. Não que soubesse o que fazer ou por onde começar, mas ficar parado com certeza não era uma opção.

Já no meu quarto, comecei a mexer no guarda-roupa, na escrivaninha, olhei embaixo da cama e até em meu baú. Achei o que procurava - meu computador - no segundo móvel vistoriado, mas ainda assim era justo revirar o quarto um pouquinho mais. Conhecer o terreno, eu diria.

Certo, mas e a senha?

O computador estampava um grande papel de parede automático e pedia que eu digitasse o passe.

Pensa Louis, ainda é você!

Meu aniversário talvez? Não, isso seria muito óbvio. O nome da minha mãe? Não, esse também não. Depois de alguns minutos refletindo, resolvi testar a mesma senha que uso no computador do "meu mundo". Por que não? O pior que poderia acontecer é não funcionar, mas isso não acontece. O computador abre em uma tela com poucos ícones.

No plano de fundo, vejo uma foto minha com meus amigos e quase automaticamente percebo meus olhos sendo puxados para a figura alta e cacheada com o braço em cima de meu ombro. Parece que estávamos sentados em algum tipo de banco, mas não sei onde. O espaço era definitivamente pequeno demais para nós e, por isso, Harry está quase em cima de mim. Ao nosso lado, Zee sentava no colo de Liam e Niall fazia uma careta, por pouco não caindo do banco.

Abro um documento em branco e começo a digitar:

COMO VIVER NESSE MUNDO.

Haja naturalmente ou as pessoas vão te internar (pedir ajuda dos meninos para saber mais sobre "mim")

Continuar a rotina do meu eu dessa dimensão. (Não posso ferrar com a vida do cara!)

Pensar em formas de sair daqui.

Não fazer merda!!!

Eram poucos passos. Todos simples e objetivos. E era tudo que consegui pensar em um primeiro momento. Era o essencial. Parei por alguns minutos observando meus tópicos e analisando sua aplicabilidade. O mais sensato parece ser começar pelo segundo. Abro uma guia no Google Chrome e para a minha sorte reconheço o símbolo do site da universidade salvo como um dos favoritos. Mas era óbvio que não seria fácil assim.

Quando Harry entra no quarto, alguns minutos depois, ele me encontra encarando a tela do computador pensando em como passar da Home do site sem uma senha. Já havia tentado algumas, mas até agora nada. Estava tão distraído que acabei me assustando quando ele derruba alguma coisa no chão atrás de mim. Me giro na cadeira e o encaro.

- Quais as chances de você saber a minha senha do sistema da universidade?

- Nenhuma, mas para quê você quer isso agora?

- Preciso saber meu horário de aulas. Não posso estragar a vida universitária do meu eu nessa dimensão também - percebo o olhar de Harry cair em compaixão por um momento.

- Acho que dá para você pedir uma senha nova na secretaria amanhã. As aulas começam só às nove de qualquer jeito, então dá tempo de passar lá antes.

- Perfeito! Obrigado Harry!

- Venham jantar vocês dois - diz Liam colocando só a cabeça para dentro do quarto e falando no tom mais paternal que conseguia.

Zayn e Liam haviam preparado uma bela macarronada com molho quatro queijos e nuggets - para quem almoçou pipoca, aquilo era um belo avanço. A noite seguiu tranquila, com a louça do jantar ficando sob minha responsabilidade. Não reclamei já que os três permaneceram sentados no balcão que separava a cozinha da sala, discutindo sobre os filmes do Star Wars. Naquela noite, Harry voltou a dormir no nosso quarto. E já era a manhã seguinte quando escutei a voz do cacheado me chamando e chacoalhando meus tornozelos.

- Louis, vamos, levanta.

- Estou indo, só mais cinco minutos!

- Você tem que ir na secretaria hoje. Vai, levanta!

Sabia que ele estava certo e, por isso, levantei da cama já revirando os olhos e bufando. Não para Harry, mas para a vida adulta que me obrigava a acordar em um horário decente cinco dias na semana. Fiz minha higiene matinal, tomei um rápido café da manhã e às oito e meia já estávamos nós quatro no carro de Harry a caminho da faculdade - sim, Liam dormiu em casa e eu ainda não perguntei sobre esse envolvimento dele e Zee para ninguém, mas preciso e logo!

Eles me deixaram em frente ao prédio da secretaria, onde uma gentil senhora me ajudou a refazer minha senha e ainda imprimiu minha grade horária. Descobri que seu nome é Senhora Evans e que ela trabalha na faculdade desde... bem, desde sempre. Então, era isso: aula de história da psicologia agora cedo, pausa para o almoço e mais meio período de análise comportamental à tarde. Percebo que, às quartas e sextas, tenho a tarde toda livre e isso vai ser ótimo para que eu possa começar a pensar em um modo de sair daqui.

Confesso que não estou tão empolgado assim para voltar, e talvez esteja até negligenciando esse assunto numa tentativa de adiá-lo o máximo possível. Mas sei que, hora ou outra, vou ter que voltar. Se não por mim, pelo Louis o qual estou vivendo a vida.

***

A aula da manhã passa rápido, assim como o almoço que compartilho com Niall e Zayn. Volto para o prédio de psicologia e me sento na cadeira mais afastada apenas por precaução - faz muito tempo que não estudo e responder uma pergunta em frente a classe não está nos meus planos. O professor acabara de entrar e estava escrevendo alguns tópicos na lousa quando sinto meu celular vibrar.

Harry: Oi! Já começou a pesquisar sobre mundos paralelos?

Eu: Oi! Ainda não.

Harry: Minha aula acaba às 16h. Se quiser, a gente pode ir à biblioteca procurar alguma coisa.

Eu: Seria ótimo. Te encontro lá! :)

Eu sabia que tinha sido formal demais para um amigo, mas às vezes isso se confundia na minha cabeça. Hora sentia como se conhecesse Harry a décadas, hora me sentia tão tímido ao seu lado que apenas uma mensagem já me fazia corar. Percebo que me perdi demais em minha mente e que a aula já começou. Paro de encarar o celular e abro meu caderno, tentando afastar ao máximo o estranho formigamento em minha barriga.

*****

Oiooi! Tudo bem?

O capítulo de hoje foi curto, mas ele é só para dar contexto para os próximos. Sábado tem mais! 

All the love, L.

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