Ao Acaso do Destino

By KarinaNunes507

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Quando se está escrito não há nada que o universo possa fazer a não ser soprar o vento a favor, duas pessoas... More

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41

Capítulo 27

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By KarinaNunes507

Théo

"Quando temos convicção, logramos coerência entre pensamentos, sentimentos e ações. A convicção é a certeza profunda, uma segurança interior, confiança nas ideias que assumimos como guias de nossa vida, fruto de uma vivência e visão própria. É ir além das correntes de opiniões, envolve ver e assim compreender por si próprio." (Autor Desconhecido)

Aquele dia havia chegado diferente, ter a ciência que Emma havia se entregado inteiramente a mim levava-me a olhar cada detalhe diferenciado, como por exemplo, sentir o calor do sol emanando em minha pele, era como cada gotícula do ar, se isso existisse, enfim, era o amanhecer mais lindo que eu podia ter visto. Tudo leve, minha paz interior reinava em meu corpo, trazendo a tranquilidade que minha alma sempre almejou, após as perdas em minha vida, sem contar que o sorriso em meu rosto denunciava literalmente qualquer coisa sobre mim.

Emma era o meu Sol, iluminando minha vida, transbordando alegria, a certeza, convicção, a segurança já fazia parte de mim no momento em que finalmente nos entregamos nesse sentimento que ultrapassa limites, podia esperar tudo de todos, mas do meu mais belo anjo, nada, porque apesar de Emma me surpreender, ou até mesmo não interferir em suas ações ou atitudes, minha confiança nela era grande o suficiente para fechar os olhos e deixá-la me guiar, além disso, posso dizer que o seu corpo diz por si só, e o incrível é entender que consigo ler sua expressão corporal perfeitamente.

Naquela mesma manhã nos relembramos do intenso amor que nos consome a cada instante, essa mulher me mantinha rendido, mas a melhor de todas as sensações é saber que Emma submete-se a mim sem precisar pedir. Era como compreender as batidas erradas do meu coração e fazê-lo errar para que em uma sintonia o seu próprio coração pudesse sincronizar com meu e assim ser um, único, como nosso caminho, nossa vida, porque a alma se fundia em uma junção perfeita.

Com isso veio uma poesia em minha cabeça que transmitia em palavras o que sentia naquele exato momento por Emma.

"Queria te sentir. Sentir o calor do teu corpo. Emanando sobre o meu. Sentir teu riso nas curvas do meu corpo. Sentir que o brilho dos seus olhos eram causado por mim. Sentir teu amor sobre mim. Nós éramos uma alma e agora somos metade." (Poesia de Débora Vitória Correia)

Não conseguia enxergar o meu futuro sem ela ao meu lado, sem sua presença impactante, meu interior não via Emma fora da minha vida, é por essas e outras razões que a vontade de gritar ao mundo era grande, contudo eu compreendia que nós não tivemos uma conversa realmente, devido a isso eu precisava controlar a minha felicidade, mas estava impossibilitado de não transparecer, porque eu transbordava alegria.

- Quando alugou esse carro? - ela me tirou os devaneios.

- Eu já havia solicitado a Vincent para alugar, vieram ontem mesmo deixar no hotel! - digo.

- Entendi! - disse.

O celular de Emma tocou, ela direcionou a atenção para o mesmo, mas em vez de atendê-lo simplesmente travou o celular silenciando a ligação, até então, eu não via problema, mas o celular voltou a tocar, porém, mais uma vez ela silenciou o mesmo. Peguei em sua mão e levei até meus lábios despejando um beijo, em seguida perguntei:

- Está tudo bem? - ela suspirou.

- Sim, é Matteo, dono de um dos bares que eu frequento! - disse tranquilamente.

- É alguma coisa importante? - perguntei preocupado confesso, afinal o que um dono de um bar queria com ela? Meus músculos de enrijeceram, não era como sentir ciúmes de Francis, mesmo porque dele eu apenas queria proteger Emma.

- Não irei mentir Théo, conheci Matteo recentemente, ele é uma pessoa legal, combinamos de nos conhecer melhor e é exatamente por isso que ele está me ligando. - me encarou.

Eu por outro lado, apertei o volante nervoso, mas suspirei aliviado tendo a certeza de nada seria maior do que nosso sentimento, mesmo sem ouvir de seus lábios que me amava, a sua entrega e tudo que fazia ao meu lado diziam em formas de gestos que sentia o mesmo por mim.

- Sempre gostei de sua sinceridade. Então, esse tal de Matteo é meu concorrente? - eu estava receoso pela resposta, contudo Emma abriu um sorriso, o que me deixou ansioso.

- Não, Matteo de longe é um concorrente seu! Não depois que descobri sobre aquela cobra que você tem em sua casa! - havia um pouco de irritação em seu tom de voz.

- Esse é um assunto que precisamos conversar com calma! - afirmo.

A curiosidade sobre Pilar crescia dentro de mim, pois as palavras de Emma afirmando que a mesma havia dito algo sem cabimento nenhum deixava-me intrigado, além de irritado com essa situação, por mais que eu saiba dos sentimentos da mesma, e que ela algumas das vezes atrapalhou meus esquemas com algumas mulheres, dizer mentiras era literalmente novo para mim, pois ela sempre foi verdadeira ao contar o que queria, não é a toa que tem se atirado para cima de mim com frequência. Contudo nós dois nunca existiriam, por todas as razões que já informei, então preciso freia-la, explicar a verdade a ela, porque no fundo eu sentia que havia deixado isso ir longe demais, todos esses anos morando comigo sem arrumar uma pessoa para ela seguir a vida só me dava a certeza que meu pai encontrava-se certo, e  que no final das contas, talvez, eu estivesse alimento algo do qual nunca quis fazer parte.

Finalmente estacionei o carro observando aquela enorme plantação, Emma parecia admirada e, eu com certeza me encontrava da mesma forma que ela, saímos do veículo ainda olhando as uvas sendo colhidas, enquanto Francis vinha ao nosso encontro.

- Podemos iniciar a excursão? - perguntou com um sorriso no rosto.

- Podemos, inclusive isso tudo aqui é incrível! - disse Emma maravilhada.

- Obrigado, Emma, é bem gentil de sua parte! - disse ele.

- Na verdade, Emma tem toda razão, estou impressionado. - sou sincero, pois sei reconhecer algo merecedor.

Seguimos Francis para um enorme galpão, haviam vários barris com uvas sendo preparadas, algumas em processo de fermentação, outras sendo trituradas, esmagadas e amassadas. E haviam vinhos prontos para degustação, o cheiro daquele local era delicioso, uma mistura de várias peculiaridades gastronômica.

- Prove este Emma! - entregou Francis um cálice para a mesma.

- Hummm, divino! Como conseguem escolher esses sabores? - perguntou ela ao degustar.

- Nosso segredo, é um bem mais precioso! Prove também Sr. Cortez! - me entregou um outro cálice.

O gosto era realmente muito bom, havia com certeza cereja nesse, pois senti o aroma que ela produz.

- Essência de cereja! - afirmo.

- Você é bom! Nem mesmo a mulher de paladar inigualável conseguiu decifrar. - seu sorriso irônico fez meus olhos escurecer mais do que já são.

- Suponho que Emma não é a única de paladar sensível! - digo.

- Não, claro que não. Acredito eu que os americanos são literalmente sensíveis! Eu gosto disso, dessa fragilidade. - seus olhos escureceram, seu tom sério arrepiou meus pelos, havia duplo sentido naquelas palavras, meu instinto protetor captou imediatamente.

- Tem certeza? Não acredito que sejamos sensíveis! Apenas apreciamos uma boa comida. - disse Emma firme.

- Ah, Mandemoiselle, sua beleza nos encanta! Tenha a certeza de que, quando se fala em paladar, sou certeiro, afinal nosso gosto peculiar é com certeza muito forte! - o mesmo concluiu me encarando profundamente.

- Posso concordar com você Sr. Romano, mas tenha a convicção de que apesar do sabor ser sensível em nossa boca, não há nenhum gosto que nos afete negativamente! - digo.

Francis sorriu, mas não falou mais nada, apenas continuamos com a excursão, saindo do galpão e entrando nas plantações. Emma maravilhada com o processo da colheita, inclusive provou uma uva direto do cacho na árvore, confesso que estava desconfiado, cada palavra que saia da boca de Francis era um alerta para o meu interior, eu poderia até estar imaginando coisas, mas qualquer letra que insistia sair de sua voz vinha com um tom irônico, sarcástico, de duplo sentindo, principalmente voltado ao meu anjo, não gostava nenhum um pouco dessa situação, queria que na minha mente estivesse errada, mas todo o meu corpo afirmava que não era apenas imaginação.

Alguns minutos conhecendo a fazenda, o celular de Francis tocou, com isso o mesmo pediu licença para atender, assim se afastando de nós. Olhei um pequeno pé de algum tipo de flor, não sou do tipo que conhece as espécies, o básico como a grande maioria, mas aquela cor me encantou, por isso fui até a mesma enquanto Emma ainda admirava os formatos diferenciados dos cachos das uvas. Aquela linda flor chamou minha atenção por ser diferente, sua cor em um lilás misturado em amarelo e verde, alguns pigmentos brancos, sua forma era com certeza fora do padrão, era incomum, porém, tinha sua beleza, por isso agachei e peguei uma quando ouvi a doce voz de Emma atrás de mim.

- O que está fazendo? - perguntou.

- Nada! - sorri.

Impossível era não notar em meu semblante que eu estava aprontando alguma coisa, Emma arqueou a sobrancelha, como se desconfiasse de algo, ela não havia visto a flor em minha mão, porque eu imediatamente escondi quando ouvi sua bela voz.

- Está com uma cara travessa, Théo! - falou.

Levantei indo em sua direção, ainda escondendo aquela flor, com uma das mãos acariciei seu rosto, Emma fechou os olhos sentindo aquela eletricidade atravessar nosso íntimo, coloquei seus cabelos atrás da orelha, pois o vento bagunçava os seus fios, com isso levei a flor até a sua orelha e o coloquei.

- Uma flor para intensificar sua beleza, meu amor!

Emma sorriu colocando seus braços em volta do meu pescoço, em seguida grudando nossos lábios em um beijo calmo e sereno, achei que a mesma ia aprofundar, mas me enganei, ela se afastou e o azul dos seus olhos brilhou com uma cor ainda mais exuberante.

Achei que ainda ficaria a sós com ela, mas assim como a rapidez que pensei, Francis surgiu com aquele sorriso falso, digo isso porque eu podia ver a fúria invadir seus olhos. Continuamos com a visita, a propriedade de Francis era enorme, seus lindos campos, era de causar inveja, mas eu não possuía nenhum pingo.

O horário do almoço chegou e como um bom anfitrião Francis nos levou a um restaurante de ótima aparência, porém, nada luxuoso, na verdade lembrava lar, o que me surpreende, pois com o tanto poder que ele possuía e pelo o que já pude abstrair de sua personalidade aquele lugar era com certeza inferior ao ar de superioridade que o mesmo tinha.

A comida caseira deliciosa, com o vinho certo conseguimos saborear em uma sintonia magnífica, após a refeição seguimos para o hotel, pois a excursão finalmente havia acabado, teremos a tarde livre e eu pretendo aproveitar cada pedaço do nosso tempo juntos.  Subimos para os nossos respectivos quartos, tomei um banho e combinei com Emma que iríamos dar uma volta, até onde eu sabia a mesma havia conhecido alguns pontos turísticos a sós com Francis, o que não me agrada em nada, por isso irei levá-la novamente, não para mostrar que eu seja melhor, ou marcar território, porque no fundo eu queria mesmo era passar essas horas ao seu lado, se tem uma coisa que dizem sobre a França é, que além de ser a cidade da luz, Paris com certeza era romântica, é por isso que a convidei para passearmos juntos.

- Essa cidade com certeza tem seus mistérios! - falou Emma olhando a cidade da janela do carro.

- Concordo, principalmente quando se trata de amor! - sorri.

- Amor? - ela questionou assustada.

- Sim, Emma, nunca ouviu que Paris é a cidade do amor?

- Ah, isso! - suspirou aliviada quando continuou. - Sim, isso eu já ouvi falar.

Parei o carro no estacionamento da praça central, eu queria olhar de longe o Museu do Louvre e logo após ir na famosa Torre Eiffel.

- Precisamos falar sobre Pilar! - digo.

- Aquela cobra? Só em ouvir o nome dela já me dá nos nervos! - falou saindo do carro juntamente comigo.

- Quero que entenda o motivo de Pilar morar comigo! - falei.

- Tenho certeza que tem haver com aquele anjinho. - disse ela.

Sorri instantaneamente quando Emma tocou no nome de Ethan, ela realmente possuía um coração enorme, parece que estava me encontrando com o meu antigo eu, era ver a transfiguração do Théo sem marcas, aquele que via a vida na mais pura diversão, que obtinha e levava uma vida leve sem nenhuma preocupação, enfrentava os desafios sem medo algum, sim, vejo em Emma o meu passado carregado de momentos bons.

- Sim, Ethan é a minha paixão! - afirmo.

- Eu vi o quanto aquele menino desarma suas armaduras! - falou.

- Foi por isso que não vim no dia marcado! - ela me encarou confusa. - Ethan passou mal, ficou dois dias desacordado com uma infecção estomacal desconhecida, eu me desesperei... achei... achei que o perderia! - falei.

Emma me abraçou e algumas lágrimas saíram, tínhamos uma conexão incrível, com ela eu falava abertamente, sem medo de mostrar a minha fragilidade, meus medos.

- Está tudo bem! - tentava ela me acalmar.

- Me desculpe, Angel, eu sabia do nosso compr...

- Olha, você não teve culpa, suponho que ele está bem agora! - me soltou interrompendo.

- Sim, melhor, ainda continua internado. Sara está me mantendo informado, inclusive hoje ele se alimentou bem. Se lembra de Sara? - ela respondeu concordando com a cabeça. - Ela foi apoiar Pilar nesse momento! - terminei.

- Sara deveria apoiar o Ethan! Pilar não tem cara de precisar apoio moral não! - eu sorri ao ouvir isso. - É verdade, pode perguntar de Bombom, eu fiquei com a minha consciência culpada, me martirizando para descobrir que aquela mulher me enganou! - estava irritada.

- Bombom? - fiquei curioso.

- É meu melhor amigo! - informou mais calma.

- Tinha que ser Bombom o apelido? - questionei. - Aliás eu adorei ver seu ataque de ciúmes!

- O apelido é que nos consideramos doces, então escolhemos os nossos preferidos. Já o ciúmes, eu não estou, principalmente dessa mulher, na verdade tenho vontade de socar a cara dela pela enorme mentira, você não sabe o quanto isso me fez mal! - concluiu.

Abracei Emma e despejei vários beijos nela, a mesma mudou rapidamente a afeição, seu semblante era mais suave e tranquilo, caminhamos até o vasto jardim em torno da Torre Eiffel, conversamos sobre muitas coisas, na verdade eu contei toda a minha situação com Pilar, não escondi nada de Emma, queria ser transparente, ela merece saber da minha vida, principalmente da minha ferida, que por longos anos me tomou na profunda escuridão, transformando no que era antes da mesma entrar na minha vida, foi por isso que contei a ela também sobre Luíza e o filho que perdi, por vezes derramei algumas lágrimas, e quando me dava conta Emma sofria juntamente comigo, percebendo isso descobri que aquele olhos além de me acalmar e trazer paz a minha vida, era também meu porto seguro, meu alicerce, minha âncora.

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