No Matter Where | l.s.

By twoghostsIW

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Uma única decisão pode mudar toda sua vida. O que faria se pudesse dar uma olhada em como as coisas seriam se... More

Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Epílogo

Capítulo 2

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By twoghostsIW


Aquele com o noivado

Estavam os quatro garotos em pé atrás da minha maca. Eles não cabiam direito ali, mas fizeram questão de se espremerem para escutar o que o médico tinha a dizer. Eu estava sentado na cama e o Dr.Shepherd escutava meus batimentos cardíacos.

- Alguma dor ou incômodo Louis? - apenas fiz que não com a cabeça. - Bom, isso é bem atípico! Fizemos todos os exames em você e aparentemente está tudo certo. A perda de memória e a confusão parecem bem características de uma concussão, mas não encontramos nada nem parecido com isso. Eu realmente não sei explicar o que houve com você garoto!

- E o que eu faço agora?

- O melhor é esperar e ficar muito atento. Se sentir qualquer dor ou incômodo, qualquer coisa, por menor que seja, volte imediatamente para cá. Fora isso, só podemos torcer para que sua memória volte naturalmente e rápido, se possível.

- O Senhor não pode receitar nada para ele? Para ajudar na memória - perguntou Zayn, chamando a atenção do homem.

- O cérebro é uma área complicada e ainda tem muitas nuances que não sabemos como funcionam devidamente. A memória é uma delas. É uma parte muito delicada da nossa cabeça e, infelizmente, ainda não temos nada que possa ajudá-la a se recuperar. - Era possível sentir um pouco de pena em seu tom de voz. - Mas não se preocupem, na maioria dos casos ela volta em alguns dias - completou o médico. - Agora, você já pode ir para casa, Louis. Cuide-se e qualquer coisa volte para cá e peça para me chamarem, tudo bem?

- Pode deixar. Obrigado Doutor!

Nos retiramos do quarto levando nossas coisas e voltamos para o apartamento do Zayn - ou melhor, para o nosso apartamento - no carro de Harry. Mantivemos o silêncio durante metade do trajeto, até que uma figura loira, e extremamente animada, praticamente pulou sobre o banco do passageiro em que eu estava sentado.

- Lou, e se a gente se apresentasse? Você não sabe nem meu nome, né?

- E-eu não sei, acho que seria uma boa!

- Bom, eu sou Niall Horan, seu melhor amigo irlandês. A gente se conheceu quando o Harry foi morar com você. Eu e ele já éramos amigos. Eu faço arquitetura e esse aqui...

- Deixa que eu me apresento Loiro, sou o Liam, Liam Payne. Eu estudo com o Zee, e a gente se conheceu há pouco tempo também.

- Muito prazer e me desculpe por não lembrar de vocês!

- Não tem problema. Na verdade, isso vai me dar a chance de pegar um dos seus tênis que eu amo e você não vai nem saber! - disse o loiro com uma risada maquiavélica no melhor estilo de filmes de terror ruins.

- Dos meus tênis eu vou lembrar, pode ter certeza disso! - completei fazendo Niall rir de verdade dessa vez. Enquanto me colocava direito no banco pude ver Harry sorrir de lado.

Aquela covinha, de onde eu conheço isso?

Quando chegamos no apartamento já eram mais de seis da tarde - é, eu realmente fiquei muito tempo desmaiado. Subimos os quatro, já que Zayn precisava ir para o trabalho, e ficou decidido que pediríamos uma pizza. Durante o resto da noite, Liam e Niall ficaram no chão da sala jogando vídeo game e eu me coloquei sentado em uma das pontas do sofá, olhando para o nada e tentando entender como aquilo era possível.

Pude sentir o olhar preocupado de Harry sobre mim vindo do outro sofá, mas ele não disse nada. Isso era bom, ele sabia que eu precisava de espaço, o que significa que realmente me conhece e é meu amigo. Interagi o mínimo possível com todos, até que Niall se levantou dizendo que ia embora, me tirando do meu devaneio.

- Lou, eu mandei mensagem pro Zee e ele vai dormir lá em casa, assim o Harry pode ficar no quarto dele e você fica mais à vontade - eu apenas acenei com a cabeça para Liam. - Beleza então! Qualquer coisa liga para a gente.

Ele me abraçou e Niall repetiu a ação, saindo os dois pela porta da sala. Éramos apenas eu, Harry e o gigantesco elefante branco sentados na sala.

- Eu... vou tomar banho e acho que já vou dormir! - disse por fim.

- Tudo bem! Vou dar uma ajeitada nas coisas aqui e já vou também.

Esbocei um meio sorriso para o garoto alto parado em minha frente e fui até o banheiro. No porta toalhas haviam três peças, uma azul, uma verde e uma laranja, mas qual era a minha?

- Harry? - disse voltando para a cozinha - Qual toalha é a minha?

- A verde!

- Obrigada! - respondi envergonhado por nem isso conseguir lembrar.

Deixei que a água quente escorresse pelo meu corpo limpando toda a tensão dos meus ombros. No melhor dos casos, eu acordaria na manhã seguinte e tudo não passaria de um sonho. No pior, eu teria que me adaptar e essa nova vida, que não parecia tão ruim. De verdade, eu poderia me acostumar, mas ainda assim me sentia deslocado e estranho. Como se não pertencesse ali.

Após o banho, fui direto para o quarto. Vesti uma camiseta longa, uma samba-canção e me deitei. Por horas tentei dormir. Virei de um lado para o outro na cama. Me cobri e descobri pelo menos cinquenta vezes. Tentei mudar de posição e até de ponta cabeça virei no colchão, mas nada funcionava. Já eram duas e meia passadas quando decidi me levantar.

Fui até a sala e me sentei no beiral da grande janela que tomava conta de uma das paredes, observando o movimento da rua enquanto abraçava minhas pernas. Me lembro de fazer isso com grande frequência quando morava aqui com Zayn. De alguma forma, observar tudo do alto, como se estivesse fora daquela realidade, me acalmava e ajudava a pensar. Estava perdido em devaneios quando escutei seus passos se aproximarem. Harry estava com a mesma calça cinza de moletom de hoje cedo, mas agora usava uma camiseta branca.

- Oi. Não consegue dormir? - ele perguntou

- Não! E você?

- Também. Já perdi a conta de quantas vezes eu me virei naquela cama - ele riu fraco e se juntou a mim na janela, cruzando as pernas e apoiando a cabeça no vidro. Alguns minutos se passaram enquanto observamos a rua lá embaixo, até que ele finalmente teve coragem de perguntar - como você está?

- Confuso. Muito confuso mesmo, - tomei uma grande lufada de ar - parece que tudo que aconteceu nos últimos meses, no último ano, foi apagado e substituído pelas coisas que eu lembro. Isso não faz sentido nenhum. É quase como se eu...- desisto de pronunciar meus pensamentos confusos quase no fim da frase.

- Você o que? - ele me incentivou.

- Quase como se eu estivesse em um universo paralelo, em uma outra realidade. Isso é loucura, né? - rio sem graça.

- Para ser sincero, eu não acho tão maluco não - e pela primeira vez naquela noite tomei coragem para olhá-lo nos olhos, naqueles olhos que me atraiam  magneticamente e que me causavam sensações estranhas demais para explicar - Sabe, eu sempre achei que fosse possível existir realidades paralelas, existem muita evidências científicas sobre isso. Só nunca pensei em viajar entre elas. Isso pode soar estranho, e não me leve a mal, mas você está diferente. Não de uma forma ruim, só diferente. Você sempre foi tão animado e alegre, Lou, e desde hoje cedo... eu não sei, mas você me parece triste, e não só por causa da sua memória. Como se você fosse você, mas ao mesmo tempo não, sabe?

- Sei! Se isso for realmente verdade, explicaria muita coisa. E digamos que "na minha realidade" - fiz aspas com as mão e Harry riu - eu não tive muita sorte. Lá eu tranquei a faculdade, tive que me mudar desse apartamento e perdi o emprego de merda que eu tinha.

- Eu sinto muito!

- Tudo bem, talvez essa seja uma segunda chance, sei lá?!

- É, talvez.

- A gente já é amigo há bastante tempo, né?

- Faz quase um ano.

- Como a gente se conheceu?

- Foi no fim do ano passado. Você e o Zayn estavam procurando mais alguém para dividir as despesas, porque o café em que você trabalhava fechou. Nessa época, eu morava no alojamento da faculdade, mas aquele lugar é horrível, então assim que eu vi o anúncio de vocês, no mural do refeitório, eu liguei e a gente marcou de se encontrar. O Lee já me conhecia e me deu uma grande ajuda com vocês. Acho que nem uma semana depois eu já estava me mudando.

- Na minha cabeça, essa época foi quando precisei mudar e trancar o curso. Eu consegui um emprego no centro e era muito longe e muito caro o transporte daqui até lá. Você sabe como eu consegui ficar?

- Bom, as despesas daqui de casa caíram pela metade para você por a gente dividir o quarto, e sua mãe te ajuda a pagar as contas.

- Minha mãe?

- Sim, por que? - Ele fez uma cara de dúvida e não pude controlar o pensamento de achá-lo fofo, mas naquele momento tinha outra questão que derretia meu cérebro mais um pouquinho.

Minha mãe me ajuda a pagar as contas! Mas e as crianças? Como ela banca tudo isso?

- Nada não. E a faculdade?

- Você pediu uma bolsa e a faculdade cedeu, afinal você é um dos melhores alunos que a London University já teve! - o elogio me fez corar forte, sorte que a fraca luz da janela era a única a iluminar o ambiente.

- É muito estranho, tudo isso. Uma realidade paralela?! Parece filme de ficção científica.

- Bom, é isso ou você está sonhando, preso na matrix. É uma possibilidade, e eu posso ser mero fruto da sua imaginação - diz ele rindo.

- Acho que difícil - acompanho a risada.

- Por que não?

- Não tenho uma imaginação tão boa assim! - respondo de súbito sem nem perceber o flerte escapar pelos meus lábios. Em menos de um segundo, eu e Harry estávamos corados, sei que estávamos. O vermelho em nossas bochechas era tão intenso que mesmo com a luz da lua foi possível vê-lo - É... eu acho que vou tentar dormir, já é bem tarde!

- É sim, sorte que amanhã é sábado!

- Sábado? - grito mais alto do que planejava. - Droga, o noivado da Lottie. Eu não comprei a passagem. Espera... nessa realidade ela também vai noivar amanhã né?

- Vai sim, mas não se preocupa. Ontem, quando ela te ligou para contar, a gente combinou que eu te levava com o carro.

- Você tem certeza? Eu não quero atrapalhar.

- Claro! Não tem problema nenhum.

- Obrigada então! E-eu já vou deitar. Até amanhã, Harry.

- Até amanhã, Louis.

E assim me despedi do cacheado que continuou sentado no parapeito olhando para a imensidão londrina. Me bati mentalmente pelas palavras que deixei escapar a pouco. Não que elas fossem mentira, eu jamais conseguiria criar uma criatura tão perfeita apenas com a minha mente, mas ainda assim não tinha o direito de colocá-lo naquela posição. Afinal, aqui nós somos amigos e só isso. Pelo menos eu acho.

Foi em meio a esses pensamentos que adormeci e acordei várias horas depois com a luz do sol escapando pelas frestas da cortina. Era um dia bonito, ainda muito frio, mas a luz solar trazia um aconchego gostoso. Fui até a cozinha e percebi que era o único acordado. Como forma de agradecer a Harry pela carona, decidi fazer o café da manhã.

Será que nessa realidade eu sei cozinhar?

A resposta era não. Torradas queimadas, suco de laranja derramado e um dedo cortado junto com a salada de frutas. Eu continuava o azarado/desastrado de sempre. Só percebi que Harry estava na cozinha me observando quando ele deu uma alta gargalhadas no momento em que meu braço esbarrou na jarra de suco.

- Olha eu juro que tentei, mas parece que não sei cozinhar independente da realidade - eu disse rindo de mim mesmo.

- Eu percebi! Acho melhor a gente se contentar com um cereal e leite por agora!

Nos sentamos na bancada da cozinha e comemos calmamente. Eu sentia como se já tivesse feito isso muitas vezes, mesmo que para mim aquela fosse a primeira. A sensação de causalidade, rotina e até mesmo companheirismo era algo que sempre sentia perto de Harry. Nem mesmo com o Zayn dessa realidade cheguei a ter essa sensação. Fiz uma nota mental na minha lista de coisas para refletir - era uma lista bem grande.

- Pensei em sairmos daqui depois do almoço. É umas duas horas até Doncaster e assim a gente chega um pouco antes na casa da sua mãe.

- Sim, é uma boa!

O resto da manhã seguiu tranquilo. Almoçamos a pizza da noite anterior e perto das duas da tarde já estávamos prontos para sair. Apartamento trancado, celular, chaves, carteira, tudo pronto. Elevador, garagem, carro, chave, ignição, rádio. Era isso, estávamos indo para Doncaster.

Não me lembro muito bem da última vez que fui para lá. Sei que fazem cerca de seis meses - pelo menos na minha realidade - e foram apenas dois dias. Sentia falta da  minha mãe e das minhas irmãs, mas naquele momento um medo começou a percorrer minha espinha.

E se aqui elas forem diferentes? E se eu não tiver todas elas?

Acho que Harry percebeu, porque começou a mudar a estação de rádio até achar uma música do The Beatles. Aparentemente Anna (Go To Him) era minha preferida aqui também. Sorri de soslaio para o cacheado que começou a cantar a todo pulmão me fazendo rir e acompanhá-lo. Continuamos assim, rindo e cantando durante todo o caminho.

- Chegamos!

- É - respondi apenas.

- Ei, não se preocupe, é a sua família, vai dar tudo certo!

Harry tinha razão. Quando abri a porta da frente, as gêmeas vieram correndo e pularam em cima de mim. Daisy e Phoebe gritavam em meus ouvidos o quanto estavam com saudades e aquilo enchia meu coração de carinho. Mas a felicidade absoluta veio quando escutei a voz de nossa matriarca. Dona Jay estava suja de farinha e vinha em minha direção, abrindo caminho entre as meninas, pronta para me envolver em seu abraço. O melhor abraço do mundo!

- Senti a sua falta, Boo!

- Eu também senti, mãe!

- Lou! - escutei Fizzy gritar da ponta da escada, correndo para se juntar ao nosso abraço. Ficamos assim por um tempo e eu não poderia agradecer mais.

- Harry! Oi querido, entre - disse minha mãe, me soltando e indo abraçar o cacheado que observava tudo da porta com um grande sorriso. Pelo jeito, eles já se conheciam.

- Mãe, que horas vamos para a casa da Lottie?

- Ah não querido, sua irmã mudou o jantar para cá. Ela convidou gente demais, como sempre, e não ia caber no apartamento. Mas ela disse que daqui a pouco já está aqui para arrumar tudo!

Quase que como um chamado do universo, a porta se abriu mostrando a menina de cabelos platinados que correu em minha direção assim que se deu conta da minha presença. Atrás dela, Shawn cumprimentava todo mundo. Ele já era parte da família.

Lottie e Shawn namoravam desde o primeiro colegial e antes disso eram melhores amigos. Ele é quase como um irmão para mim e me sinto feliz e aliviado de saber que minha irmã vai ter alguém tão bom e carinhoso a seu lado durante toda a vida. Espero um dia achar alguém tão perfeito quanto para mim!

- Muito bem, agora vamos circulando - começou minha mãe. - Lottie e Shawn me ajudam na cozinha, Fizzy, querida, você coloca a mesa e o Lou e o Harry cuidam das gêmeas!

Assim foi feito. Passamos o fim da tarde sentados no sofá assistindo a filmes de princesas com minhas duas irmãs de sete anos. A certa altura, elas começaram a trançar os cabelos encaracolados de Harry formando um grande emaranhado de nós que demorou quase meia hora para conseguir tirar. Não que eu tenha reclamado, os cabelos dele eram tão macios e cheirosos que eu poderia penteá-los por horas!

Continuamos ali até pouco mais das sete da noite, quando os convidados começaram a chegar. Amigos da família, parentes e colegas de trabalho de Shawn apareceram e logo já éramos mais de 20 pessoas na sala de jantar. Estava tudo pronto. A famosa lasanha da Dona Jay estava bem no centro da mesa e todos se preparavam para se sentar quando Shawn bateu em sua taça chamando a atenção. Era a hora!

- Oi gente, eu queria pedir a atenção de todos um momento. Bom, vocês já sabem o quanto eu sou apaixonado pela Lottie e já conhecem também a nossa história. Mas hoje eu queria dar um paço a mais e para isso...Jay, eu prometo sempre cuidar e amar a sua filha. Você me daria a honra de pedir a mão da Lottie?

- Mas é claro querido! Agora, peça a ela! - respondeu minha mãe rindo.

- Lot...

- Sim! Sim! É claro que sim! - cortou Lottie, pulando nos braços do agora, oficialmente, noivo.

Shawn havia comprado uma belíssima aliança para ela, nos melhores moldes da Tiffany's, realizando o sonho de infância da minha irmã. Depois disso, a noite foi só alegrias e sorrisos. Lottie ostentava seu anel pela casa e todos conversavam em meio à risadas. As crianças corriam pela sala e Harry estava mais entrosado com todos do que poderia imaginar. Preciso perguntar se ele já veio aqui. Já era tarde, mais de meia noite, quando o último casal de amigos foi embora.

- Muito bem, vamos todos dormir agora. Hoje quero todos os meus filhotes embaixo do meu teto. Meu Deus, minha filha vai casar, eu estou ficando velha - disse minha mãe entre risos e lágrimas abraçando Lottie. Acho que a ficha dela acabou de cair. - Daisy e Phoebe, já para o quarto, vocês já deveriam estar dormindo. Fizzy, você também. Shawn e Lottie podem dormir no antigo quarto dela e Harry e Louis no quarto do Lou. Vamos, todo mundo para a cama!

Como os filhos obedientes que somos, andamos em fila até nossos quartos, se despedindo pelo corredor. Meu quarto de infância ainda era o mesmo com grandes posters de bandas pendurados pelas paredes, uma pequena estante de livros e minha cama de casal. Fui direto para o guarda-roupa enquanto Harry fechava a porta. Procurei alguma roupa grande o suficiente para servir de pijama para o de olhos verdes, já que não havíamos nos programado para dormir em Doncaster.

- Acho que essa aqui vai servir para você! No banheiro, deve ter alguma escova de dentes fechada na gaveta do armarinho.

- Obrigada! - respondeu ele indo em direção ao banheiro do quarto.

Durante aquele dia, comecei a me sentir mais à vontade ao lado de Harry. Acredito que as Piñas Coladas de Lottie me ajudaram um pouco com isso no decorrer da noite, mas naquele ponto eu já o via como um amigo de longa data. Aproveitei para me trocar no quarto, enquanto ele estava no banheiro e assim que saiu, foi a minha vez de escovar os dentes.

- Eu posso dormir no chão, se você preferir - disse ele assim que voltei para o quarto. Alterei meu olhar entre o cacheado e a cama de casal. Seria estranho dormir com ele, mas estava muito frio para despachá-lo para o chão, ou pelo menos foi isso que disse à mim mesmo, em uma tentativa de justificar minha decisão.

- De jeito nenhum. Está muito frio hoje e eu não me importo, de verdade - apagamos as luzes e nos deitamos um ao lado do outro, cada um com a sua coberta e os dois olhando para o teto, sem saber muito bem como agir - Você já tinha vindo aqui?

- Já! Na Páscoa. Minha família viajou e eu ia ficar em Londres sozinho. Você me fez vir para cá passar o fim de semana. Foi muito bom!

- Legal! - Inalei profundamente, deixando aquele cheiro amadeirado que ele exalava preencher minhas narinas. Aquele cheiro....Aquele cheiro! Me sentei de supetão na cama, assustando o garoto ao meu lado. - Eu te conheço! Na minha realidade! Eu conheço você lá!

- Sério? A gente é amigo? - perguntou confuso, usando os braços para apoiar apenas seu tronco em pé.

- Não. Na verdade, eu não te conheço para valer, só de vista - murchei um pouco ao constatar essa verdade. - Na quinta-feira, você foi na loja que eu trabalhava. Estava procurando tintas para pintar um mural no seu apartamento, mas você não fazia ideia do que ia pintar nem das cores que precisava.

- Isso é estranho! - disse franzindo as sobrancelhas

- Por que?

- Eu não sei pintar!

- Ahh, entendi. Talvez no meu mundo você saiba!

- É, talvez - e o silêncio se instaurou novamente enquanto eu me deitava - você vai contar para a sua mãe? - completou alguns minutos depois.

- Acho que não. Isso ia deixar ela confusa e preocupada. E não sei nem o que está acontecendo com certeza.

- É, faz sentido - assim ficamos, apenas contemplando aquela conversa até que nós dois dormíssemos profundamente graças às Piñas Coladas de Lottie.

*****

Oiooi! O que estão achando?

Quinta vou postar mais um capítulo!

All the love, L.

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