O nome da sombra - Crônicas d...

Por FlaviaEduarda10

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Sombra já estava acostumada a ser apenas isso: uma sombra aos olhos da sociedade que a marginalizava há 9 ano... Más

Reinado das sombras
Prisioneira de luxo
Cuidada e cheirando a rosas e lavanda
Mania do oráculo
Na escuridão
Mentiras
Calia
Entre uma coisa e outra
O castelo pela manhã
Cobras e outros animais
O treinamento
O belo mundo de porcelana
É necessário conhecer o oponente
Assassino
Limites
O último Galene
Apenas reparação
Pessoas e deuses
Espere o esperado
Confronto
Loucura da realeza
Ladra
Sombra
A entrada não é pela porta
Os dias 14
Curiosidade
Sobre um belo vestido vermelho
Os nuances sobre a verdade
Presente
Tudo que viera antes
O primeiro furto
O buraco
Contradição
O que faz uma resistência
Últimos preparativos
É apenas lógico
Propriedade (de ninguém) do reino
O que uma ladra faz? Ela rouba
Encontro inesperado
Decisões entre cartas e camarões
Hayes Bechen
Roubando um pouco de volta
O sacolejo do barco
A linha tênue entre bom e mau
Fogo e gelo
Bayard
Incapaz de ter um segundo de paz
O que há depois do rio?
A ladra nem precisou roubar
A realeza de Drítan
Drítan não gosta de estrangeiros
Deveria?
Diplomacia e chá
Confusão e incerteza são certezas
A área particular
Uma flor do deus Ignis
A reação para a ação é justiça
A calmaria antes da tempestade
Todo o ar do salão
De respirar a se afogar em um segundo
Teria que ser tudo
Automático
Deusa da (justiça) vingança
Um é a ruína do outro
O fardo do saber
A compreensão de como uma fênix funciona
Reinando das Sombras

A biblioteca

28 8 10
Por FlaviaEduarda10

–Precisa que repassemos o plano mais uma vez? –Nikolai perguntara enquanto chegávamos perto da biblioteca em si, suas torres pontudas bem menores que o castelo.

–Não precisa disso, estou bem ciente do que faremos. –Respondi o mais segura que podia, meu braço entrelaçado ao dele.

Havia a tensão pesada sobre nós, a clara e palpável eletricidade estranha que ocorria quando nos tocávamos, mas não comentávamos sobre, fingíamos que não tinha nada.

À medida que chegávamos até a porta da grande construção, dois guardas à disposição parados em cada lado das portas que se erguiam magníficas –eu sou tão fácil de ser impressionada que até as portas me deixam surpresa.

Com apenas uma ação calculada e imperceptível, ao passar pelos guardas, estiquei minha mão e meus dedos até as chaves que estavam no cinto de um deles, envolvendo todas rapidamente depois de pegar a argola do molho para que não tilintassem. Ninguém notara, o furto efetuado em um tempo menor que uma batida de coração.

Já dentro, Nick... Nikolai dirigira um olhar à mim em lamentação, sussurrando "precisa que voltemos?" tão baixo que me perguntei se ele havia apenas mexido os lábios, a preocupação deixando seu rosto lentamente enquanto levantava a mão direita e mostrava o brilho prata da argola como um anel que envolvia um dedo como um novo anel, um sorriso pintado no canto dos meus lábios, logo imitada por ele.

Sem precisar avançar muito, chegamos ao bibliotecário sentado atrás de uma mesa de madeira dizendo boa tarde para nós com um sorriso amarelado como as páginas dos livros que ele cuidava, perguntando questões básicas para permitir nossa entrada e se precisávamos de alguém para nos guiar, tão claramente estrangeiros, ajuda essa que recusamos educadamente e seguimos entre as estantes como o labirinto que aquilo era até sairmos de sua visão, sabendo que seríamos um dos únicos, senão os únicos presentes no local naquele horário, todos em horários de trabalhos e ainda mais ocupados com a aproximação do festival da fartura, escondendo-nos perto do fundo da biblioteca, apressando-nos em nosso plano, Nikolai entre duas estantes e eu entre outras, apenas uma entre nós, a bolsa que o assassino carregava lateralmente ao corpo com a minha roupa de ladra já aos meus pés para que eu me trocasse.

–Acredito que... talvez você queira discutir sobre o que aconteceu... sobre o que eu fiz quando chegamos aqui, quando eu fui no seu quarto. –Escutei sua voz abafada vindo depois da estante de livros à minha frente, como se não quisesse ficar próximo à mim, utilizando do objeto entre nós para expressar-se sem precisar me encarar. Se eu não estivesse uma pilha de nervos por todos os motivos possíveis, até riria de como o grande assassino se encontrava, balbuciando, gaguejando, perdido nas palavras. Era engraçado porque ele parecia tão nervoso quanto eu, sua ansiedade atacando, tal como a minha.

–Se não quiser falar nada, não precisa. –Não disse isso pelo seu bem estar, disse pensando no meu, no meu coração correndo, na missão em minhas mãos, nas ações que dependiam de mim, não poderia me permitir ser distraída.

–Mas precisamos, esse é o problema. –Um silêncio se seguiu e mesmo que eu não pudesse vê-lo, quase pude visualizar enquanto ele engolia em seco. –O que eu fiz naquele momento foi impulsivo e...

–Sim, eu entendo. Não é como se você sentisse algo por mim. –Com suas palavras, fui entendendo o que ele queria dizer, juntando-me à sua linha de raciocínio. O que ele me dizia fazia certo sentido e talvez eu não quisesse pensar em outra possibilidade.

–Também posso me assegurar que não há sentimentos dessa forma vindos de você à mim. –Ele voltou a dizer com mais segurança em sua voz.

–Claro, obviamente. –Pude apenas concordar com o que ele expunha.

–O que fiz foi algo de calor do momento.

–Sim, sim, pelo calor do momento eu também retribuí.

–Deve ter algo relacionado com a viagem.

–Com certeza.

–Ficamos confinados com outras poucas pessoas em uma viagem de vários dias, devemos ter ficado confusos por isso.

–Sem dúvidas.

Ao falar por último, não ouvi mais sua voz vindo do outro lado dos livros, agradecendo aos deuses pela razão ter descido sobre nós. Fora calor do momento depois de uma viagem confusa, nada mais.

Não poderia ser mais

Ao finalmente focar-me em trocar minhas vestimentas vermelhas chamativas e nada práticas aos meus objetivos como ladra, comecei a lutar contra os laços, fitas e fechos complicados demais vindos de um modelo de vestido que eu nunca usara. Amaldiçoei-me pelo quanto havia perdido minha independência.

Quanto eu poderia ter me deixado ser mimada em média de um mês?

Ah, o que eu faria para ter Cordélia ao meu lado agora, suas mãos habilidosas me desatando.

Com um suspiro, entreguei-me à vergonha e à desistência, cansada de perder para um vestido bonito.

–Nikolai. –Chamei-o apenas, meu tom pouco mais alto que um sussurro, minha boca quase encostando nas lombadas dos livros a fim de que ele me escutasse.

–Sim? –Sua voz veio baixa, rouca, grossa.

–Pode me ajudar? Estou tendo dificuldades com minhas vestes. –Depois de perguntar hesitantemente, por um momento, o silêncio dominou, me fazendo pensar que ele não havia escutado ou que, simplesmente, não viria em meu auxílio até ouvir passos lentos, relutantes, vindo da estande da frente até onde eu estava.

Não gostaria de encará-lo, estava cheia de reações vergonhosas e desajeitadas por hoje, então se eu pudesse evitá-las apenas não olhando-o, tentaria, minhas costas apontando por onde ele entrava entre uma estante e outra, quase um corredor de livros.

–Qual o problema? –Ele já soava perto, centímetros de mim, quase podendo sentir o quente de sua respiração contra meus ombros, meu corpo já sentindo o calor dele próximo à mim.

–Não consigo desfazer-me de algumas fitas e laços. Apenas afrouxando-os para mim já me ajuda. –Mais um momento, eu pude sentir sua hesitação e relutância, seus movimentos lentos em conflito com o fato de que não queria fazer aquilo.

Mas, por fim, mexera-se, seus dedos quase não me tocando, pegando meus cabelos e afastando-os, colocando meus cachos com cuidado sobre o ombro esquerdo.

Quase não me tocando.

Quase.

Porque no momento que a ponta de um dos seus dedos roçaram a pele em minha nuca movendo meu cabelo, em uma ação involuntária, meu corpo arrepiara-se, soltando um suspiro baixo, na esperança de que fosse imperceptível.

Seu toque congelara, como se ele tivesse, de fato, reparado no que aquela situação provocava em mim, apenas para voltar sua atenção ao tecido problemático.

Após ter conseguido ter sucesso em sua tentativa de afrouxar o que eu vestia, não senti seu corpo afastando-se e eu não queria virar-me com ele tão perto de mim.

E mais perto ainda, aproximando-se pouco mais, seu corpo encostando no meu, um novo calafrio percorrendo-me ao mesmo tempo que ele passava sua mão pela minha cintura, seu toque eletrizando-me, queimando-me mesmo sobre o vestido.

Não me virei.

Não me afastei assim como não queria que ele se afastasse.

Estava paralisada.

Paralisada ainda mais quando seu rosto veio de encontro ao meu pescoço, paralisada quando sua boca começara a beijar minha pele, paralisada quando sua mão agarrava-me.

–Peça-me para parar que eu o farei. –Sua voz era tão grave e rouca que senti como ele lutava em dizer aquelas palavras.

Ou talvez não tão paralisada quando pensava ao notar minhas pálpebras fechando-se em prazer, minha cabeça sendo jogada para trás, em sua direção, deixando mais do meu pescoço exposto para ele, minha mão esquerda sobre sua mão na curvatura da minha cintura enquanto a direita agarrava-lhe os cabelos, desejando-o mais.

Sabendo como seu toque fazia minha pele inteira arrepiar-se em resposta, com seus dedos livres, traçava caminhos deliberados pelo meu braço, como ele fazia com seus mapas o tempo todo, subindo até minha cabeça, girando-me para encará-lo finalmente.

E perceber que não era calor do momento. Seu desejo era sólido.

O fato de que ele me queria era tão claro quanto o dia.

E eu temia que o meu fosse pouco mais que um espelho do mesmo sentimento.

Seus olhos exploravam-me com calma, paciência, querendo gravar-me, a boca entreaberta, a respiração afetada.

Mas eu não queria ser estudada. Queria ser beijada.

–Não pare. –Minha voz saiu cortada, quase sem ar.

Então, reciprocamente, puxei-o até mim, seus lábios nos meus, famintos, assim como eu.

Suas mãos desciam e subiam pelo meu corpo (não me incomodei em ser estudada assim), meu toque variando entre seus cabelos, pescoço, tronco, puxando-o para mim, mesmo que fosse impossível estar mais perto até que suas mãos passaram pelas minhas coxas, apertando-as e levantando-me do chão, minhas pernas entrelaçadas em seu corpo, minhas costas contra uma das estantes, minha cabeça agora na mesma altura da sua, nossos gostos se misturando, ele mordendo meus lábios, o que me ensinou a fazer isso com os dele, beijando meu pescoço mais uma vez, mordiscando-o de forma que me fazia estremecer colada ao seu corpo, o que o retesava e o deixava mais firme, mais ansioso por mim, o que fazia com que eu ficasse mais ansiosa por ele, meu corpo em combustão internamente.

Aquilo era bom.

Aquilo era tolice.

Estávamos ali em missão.

Não poderia me deixar levar pelo prazer.

Ou, talvez, pudesse apenas um pouco.

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