Dakota Tanner
Depois que eu e as meninas combinamos a festa surpresa que será no sábado, fui comprando pelo telefone a decoração e a comida, a roupa deixei com as meninas já que todas elas têm bom gosto. E claro, o Nick não faz a mínima ideia do que irá acontecer, só sabe que eu consegui agendar a nossa ida ao cartório para finalmente sermos oficialmente casados.
Gene ficou todo contente quando eu lhe disse, pois sabia que o mesmo ficou um pouco apreensivo depois da nossa briga e tinha medo de que dali tudo teria ido além do brejo. Eu sei que não e acredito nisso, eu acredito em nós dois.
E sabe, eu senti falta de ter ele por perto quando estava com raiva. É ele quem me acalma e que acaba arrancando uma risada minha em um momento ruim como esse foi.
— Eu não sei o que seria de mim sem você. — Digo para mim mesma vendo o loiro pra lá e pra cá na cozinha preparando o café da manhã. Até que ele percebeu de que estou observando.
— Já sei. Tô lindo, né? — Nick fez pose e comecei a rir dele. — Por que você tá me olhando assim?!
— Porque depois de amanhã o nosso vínculo vai ficar mais forte. — Vi o seu rosto corar e um sorriso apareceu imediatamente. — E eu vou ver essa cena repetidas vezes sem enjoar.
— Eu sei disso. Eu também não vou cansar de ver você lá da janela do quarto regando a sua horta lá no quintal em uma manhã de domingo. — Afirmou andando até a geladeira. — Sexta-feira é o nosso dia, Dak. Eu tô tão animado pra assinar a certidão e ser chamado de seu. Eu vou ter a esposa mais divina do mundo do meu lado e só isso importa, pois já estou completamente feliz por tudo o que sonhei e só faltava você pra completar.
— Nick… — Apoiei a minha cabeça sobre os meus braços e não consegui desfazer o sorriso que se formou. — Eu te amo.
— Eu também te amo, Dakota. — O mesmo deu atenção ao relógio que fica na parede da cozinha e se apressou por completo. — Eu tenho que ir para o ensaio, te vejo no jantar.
Carter foi na correria pegando um sanduíche e a sua garrafa d'água que já estavam prontos pra ser levados, ele beijou o meu rosto e foi ligeiro até a porta de casa, indo embora.
Parecia que estava atrasado para a escola.
Hoje estou me sentindo um pouco inspirada, não só por causa do documento, mas porque tudo está indo perfeitamente bem e isso é muito motivador. Quando eu fui limpar o jardim, vi a minha horta mais vívida e os tomates estão enormes e algumas folhas que servem de tempero estão verdinhas sem resquícios de praga, é tão bom ver isso.
Quando eu estava indo buscar uma sacola de lixo para pôr as folhas, a campainha tocou umas duas vezes. O quintal é um pouco longe da sala.
Deve ser as meninas.
— Olá, eu… — Tive que piscar os meus olhos três vezes pra ter certeza de que era o DiCaprio que está bem na minha frente.
— Dakota?! Que surpresa! Eu nunca imaginei de que você seria a minha vizinha do lado. — O loiro sorriu e sorri de volta por educação.
— Eu sou… a sua vizinha?
— Sim! Foi notícia em vários cantos de que estou morando aqui em Malibu por causa de um filme. — O mesmo afirmou e percebi de que ele olhava pra dentro de casa. — Eu não queria ser inconveniente, mas eu posso entrar? Tem um pessoal que não pode me ver que grita e fico com muita dor de cabeça.
— Primeiramente, o que faz com essa xícara na mão? — Apontei para a sua mão e o mesmo sorriu.
— Preciso de açúcar, tempero… — Começou, ele olhou pra mim da cabeça aos pés. — Ou tudo o que há de bom.
— Vai ficar com dor de cabeça e estou nem aí.
Fui fechando a porta na cara dele, mas Leo segurou e estava sorrindo ainda.
— Espera, eu só estava brincando. — Aham, sei. — Eu sei que você e o Nick Carter estão juntos há anos e… respeito isso, de coração.
— Com essa pra cima de mim, Leonardo?! — Olhei incrédula para o mesmo que ficou sem jeito. — Foi o que você disse um pouco antes de dar em cima de mim no dia do ensaio. Você não vai entrar e eu não tenho tempo para dividir açúcar de vizinhos inconvenientes. Passar bem.
— Dakota, eu realmente preciso dessas coisas porque ninguém fez compras pra mim ainda. — Credo. — É só isso e não te incomodo mais.
— Mesmo?
— Sim, isso mesmo. — Assentiu e fiquei pensando.
— Me dá a xícara e espere aqui.
— Como quiser.
Se o Nick souber disso, ele vai quebrar a promessa sem pensar quatro vezes antes.
Lavei as minhas mãos e fui colocando o açúcar dentro da xícara, só que do nada, comecei a me sentir observada e quando olhei pra sala, lá estava o ator prestando atenção em mim. Que inferno, por que a gente sempre vai ter um cara chato no nosso cangote?!
— Aqui está o açúcar. — Ele olhou para a xícara sem graça e olhou pra mim como não soubesse o que fazer. — Você é cheio de truques não é? Você não precisa disso, pois já fizeram compras pro senhor almofadinha.
— Eu não sou assim, às vezes eu só quero respirar e vem várias pessoas pra cima de mim perguntando do que preciso. — Respondeu sem tirar os olhos de mim. — É muito chato.
— Como é engraçado de você não ter ganhado nenhum prêmio, atua tão bem. Olha, desista. Me esquece, okay? Você não quer ter problemas com uma pessoa casada!
— Você casada?! Com aquele idiota?! — O mesmo começou a rir. — Eu tô vendo nenhuma aliança simbolizando isso.
— É de alma.
— Dakota, não venha com esse papinho de alma que não cola.
— Foi o que eu te disse há quase um mês, quando você disse que o Nick tem sorte…
— Tinha. Eu sou melhor do que ele, aquele cara é tão… briguento. Quase partiu pra cima de mim no ano novo, só porque fui te dar um recado. Você acha mesmo que só por trabalhar pra ele e ter um caso, vai ser uma maravilha?! Dakota, vai viver presa nisso. Eu duvido que ele seja assim tão fácil de aceitar quando surge uma proposta maior do que a dele pra você. Pense bem, querida. Eu posso fazer o mundo se curvar diante à você como uma rainha.
— Primeiramente, eu trabalho com ele. E não seria um caso se um ou outro estivesse comprometido com outra pessoa. Você não sabe do que está falando, o Nick é inseguro com algumas coisas por conta de alguns acontecimentos comigo. E você não se passa de uma pessoa egocêntrica qualquer que quer tudo do seu jeito. E eu não preciso de um planeta para se sentir valorizada, eu só preciso de uma pessoa para me sentir amada até por si própria.
— É uma lástima ouvir isso de você, Dakota. — Leonardo pôs as suas mãos sobre o meu rosto e a minha cintura. — Tem uma mente brilhante, é linda e prefere um poste que não vale muita coisa. Eu só quero provar de que ainda tem chance e é comigo.
— Então prove. — Sorri para o mesmo que se aproximou para um beijo e fui deixando acontecer, até que beija bem esse imbecil.
Eu comecei a aprofundar para deixá-lo mais indefeso e quando senti de que ele estava pondo as mãos por dentro da minha blusa foi o momento de acertar com o joelho, mas ele é tão baixinho que foi no estômago.
Me afastei e fiquei prendendo a crise de riso que estava por vir. O seu rosto ficou avermelhado de dor e sim, estava sentado no chão agora.
— Me desculpa, eu estava procurando uma posição.
— Sua cínica. — O ator se levantou com a mão na sua barriga e pegou a xícara de açúcar. — Seja triste com o Carter.
— E vou mesmo, até nunca mais. — Acenei enquanto ele andava com cuidado até o lado de fora. Daí comecei a rir sozinha do que acabou de acontecer.
Nick Carter
Eu estava almoçando com os rapazes, quando eu senti um leve aperto na minha garganta, como fosse um pressentimento ruim e já pensei logo na Dakota. Peguei o meu celular e disquei para a mesma que atendeu segundos depois.
— Oi Nick, precisa de alguma coisa?
— Não, é que… eu tava pensando em você, se estivesse acontecendo alguma coisa.
— Ah… não, não aconteceu nada não, amor. Fique tranquilo. — Disse e ouvi uma leve risada nasal vindo noutro lado da linha.
— Não aconteceu mesmo?
— Não, Nick. Aconteceu não. — Eu hein, ela começou a rir sozinha.
— Dakota, tá aprontando alguma coisa comigo, não é? Tua risada não me engana. — Agora que eu percebi de que o AJ e o Howie prestavam atenção na minha conversa lá da mesa.
— Cara, deixa de ser desconfiado. Só foi uma besteira que aconteceu ainda de manhã…
— Eu me esqueci de alguma coisa aí em casa?
— Não, foi comigo. — Dakota continuou rindo.
— Okay… — Isso tá muito estranho. — Você me conta quando eu voltar o que foi tão engraçado.
Agora ela falou nada. Rapaz, ela deve tá pregando alguma peça comigo.
— Nick, fique frio. Foi nada demais.
— Se é o que está dizendo, tudo bem então. Te vejo no jantar.
— Até o jantar! — Disse ainda rindo e desligou a ligação.
Eu hein, eu sinto como tivesse acontecido algo estranho e a mesma fica rindo de algo. Devo ter me entalado com alguma coisa e pensei em bobagens.
Enfim, depois do ensaio fui voltar pra casa andando como eu fui, porque o burro jumento se esqueceu de que tem carro para se locomover até um lugar que tem uns dois quilômetros de distância! Aí quando eu estava pegando a chave de casa na minha mochila, eu poderia estar ficando doido, mas eu juro que senti alguém me espiando da janela da casa do lado da minha. Só que quando fui olhar, não tinha ninguém.
Estranho. Será que tem fantasmas na casa que foi desocupada há uma semana? Sei lá, espero que não seja uma fã psicopata.
— Querida, cheguei! — Digo fechando a porta, vendo a casa um pouco silenciosa. — Dakota?
— Aqui no quarto! — Ouço a voz da mesma e fui subindo até lá vendo a mesma trocando as cortinas. — Como foi o ensaio, amor?
— Vai indo perfeitamente bem, sabia? — Tirei a mochila e fui ajudá-la pra não acabar caindo. — Já está tudo bem feito e só falta revisar as músicas novas pra ninguém se esquecer na hora de se apresentar.
— É verdade. — Ela sorriu e desceu do banquinho, me beijando. — Então… quer realmente saber o que houve nessa manhã?
Tanner poderia estar sorrindo, mas havia apreensão na sua voz.
— O que aprontou, Dak? — Sorri, estou tão curioso.
— Olha, eu já vou falando logo: não surte.
Que droga, já tô surtando.
— Uma pessoa tentou me convencer de que você não é uma pessoa certa pra mim e saiu com o estômago dolorido.
— A cabulosa da Cora?
— Não.
— O imbecil nada simpático do Kutcher?
— Nope.
— A Kate demoníaca retornou?!
— Nenhum dos três, Nick!
— Fala logo quem veio, maluca!
— O DiCaprio.
Eu juro que a vista embaçou e o sangue ferveu só de ouvir o nome desse toco de carvalho! Ele tá pedindo levar uma bicuda no meio daquela cara de pastel.
— O que esse filho da… — A promessa, seboso! — Como ele descobriu aonde moramos?
— Bem… é…
— Ele fez alguma coisa contigo pra você ter batido no estômago dele?
— Nick, não precisa ficar assim.
— Mas eu tô calmo! — Que mentira.
— Nick, a sua testa tá franzindo e está vermelho. — A de cabelos castanhos cruzou os braços e ri de nervoso. — Eu entendo que você não vai com a cara dele, mas sempre fique ciente de que se for pra brigar é algo que ele bem quer só pra te dar uma má reputação. Por mais que o Leonardo mereça uma surra por ter dado em cima de mim e se atreveu à me beijar, ele não merece pra inflar mais ainda o seu ego.
— ELE TE BEIJOU DAKOTA?! COMO PODE DEIXAR?
— Eu dei uma joelhada que acertou infelizmente o estômago dele por isso! Por favor, não se exalte.
— Desculpa. — A mesma me levou até a cama e se e do meu lado, me abraçando. — É que aquele tapado é melhor do que eu.
— De jeito nenhum! — Dak beijou o meu rosto e acariciou o meu cabelo. — Você é incomparável a qualquer cara que se atrever a se aproximar de mim. Você me estressa, me zanga às vezes? Sim, mas isso não significa que vou deixar ou te amar menos, Nick. Tenta impedir esse ranço que você tem por ele, okay?
— Eu realmente vou tentar, não quero quebrar a promessa.
De fato não, mas quem sabe? Tá bom, parei.
— Eu sei que vai. — Sorriu e sorri de volta. — Você é o único, e é só isso que importa.
— É uma pena não ter dado um home run nele, Dak. — A mesma gargalhou. — Só de você seria o suficiente.
— Você acha que eu não te vi assistindo a notícia de que ele está morando aqui em Malibu?!
— Que notícia?!
— Você tava falando sozinho que iria dar uma surra nele, seu sem vergonha!
— Ah é… é que eu não resisto e acabei pensando alto. Mas isso não significa que quebrei a nossa promessa, não bati nele ainda.
— Ainda. — Ela falou com tanta ênfase que até pensei se a Dak quer ver até onde posso ir com isso, mas acho que não. — Eu só não quero que você se dê mal por isso, tá bom?
— Tá bom, meu amor. — A abracei. — Hoje é a minha vez de fazer o jantar e estou inspirado.
— Uma receita diferente?! Que milagre!
— Muito engraçada, Dakota. — Fiz careta para a mesma. — Não vai ter um gran chef que se compare com a minha comida, tenha certeza.
— Não queime a cozinha, Nick.
— É óbvio que não.
Desci para a cozinha e lavei as minhas mãos. Da janela eu senti alguém me espiando de novo e quando olhei, não havia ninguém. Será que eu tô meio paranóico por causa que eu e a Dakota assistimos Halloween ontem de noite? Cara, o Michael Myers existe e está em Malibu, miseriqueima.
Depois que deixei os ingredientes no fogo, fui andando até o quintal para tentar ver a casa ao lado. A luz estava acesa em alguns cômodos, mas não parecia ter sinal de vida lá dentro.
Ah, deve ser o pessoal fazendo algumas reforma e ficaram chocados ao me ver. O Myers é ficção, não existe.
Cada coisa que eu invento.