Blood Type [L.S] EM REVISÃO

By marietomlinson8

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FANFIC PASSANDO POR UMA REVISÃO, em prol de uma melhoria na escrita e para corrigir erros que na época não fo... More

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Epílogo

Prólogo

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By marietomlinson8

REVISADO.


Eu corria rapidamente sentindo os galhos quebrarem em meus ombros e rosto, mas nada que de fato fosse novo nas minhas caças. A brisa fria batia contra meus dentes cerrados e meus olhos conseguiam observar todo e qualquer movimento ao meu redor. Meu olfato já estava aguçado a procura de uma presa fácil  me saciasse. Momentaneamente no caso, já que eu nunca estaria completamente satisfeito.

Avistei um cervo entre os arbustos da floresta comendo algo que não identifiquei, me abaixei e esperei o momento propício para atacar, semelhante a um leão aguardando para abocanhar sua presa. Ele estava distraído, disperso, mal sabia ele que a poucos metros estaria a causa do fim de sua vida insignificante.

Fiz um barulho entre as árvores e arbustos para que ele ficasse em alerta e seu sangue corresse mais rápido pelas suas veias. Se havia algo que deixava o gosto do sangue um tanto mais saboroso, era o medo e a adrenalina.

Quando saiu de seu pequeno transe em busca do provocador dos barulhos, voltou a comer, saltei dentre a mata e cravei meus dentes na curvatura de seu pescoço, já liberando o veneno para que acelerasse sua morte e ele não tentasse sair do aperto da minha boca. Diferente do que muitos pensam,  nós não possuímos caninos superiores maiores ou pontiagudos, nunca precisamos dessas baboseiras para causar um bom estrago. Senti o gosto amargo do sangue do animal em minha língua, já ficando mais aliviado em poder apreciar o sabor de ferrugem refrescante no meu paladar.

De fato sangue de animal não era capaz de me satisfazer por completo, conseguia me sentir cheio, mas nunca saciado. O único sangue que saciaria a sede da minha alma --se é que eu tenho uma-- é o sangue humano. Sentir o gosto delicioso dos glóbulos vermelhos ao redor da minha boca, sugar até que a última gota não esteja mais presente no corpo da vítima era a única maneira de me saciar por completo.

Já fazem mais de noventa e quatro anos que não mordo um humano. Longos anos tendo que caçar animais para suprir a necessidade incontrolável de morder alguém. No começo da minha "vida" como um vampiro não ligava para os humanos, para mim eram uma raça imunda que merecia morrer. Nos primeiros meses da minha transformação sentia um desejo por sangue humano indescritível ,todas as noites fazia no mínimo 7 vítimas e para não levantar suspeitas fazia isso de cidade em cidade, eu sou uma verdadeira máquina de matar.

Minha transformação aconteceu em 1926, a noventa e cinco anos atrás. Houve um massacre na minha escola onde um homem louco chegou lá e matou todos os alunos do instituto e após isso tirou sua própria vida. Eu estava sangrando e morrendo lentamente quando minha vista turva identificou meu único amigo em cima mim pedindo perdão várias vezes, não estava entendendo nada nem sabia como ele havia conseguido escapar ileso da onda de matança que aquele homem havia causado, mas então senti uma dor aguda no meu pescoço e percebi que meu melhor amigo havia me mordido, sim meu melhor amigo era um vampiro.

Por um momento me senti morrer e se for para ser honesto, preferia ter morrido. Sinto falta de quando não precisava tirar nenhuma vida para sobreviver, de quando comidas e bebidas comuns me saciavam, de quando dormia, de quando sentia medo, de quando sentia alegria ou de quando conseguia sentir qualquer coisa que seja. Hoje coloco a mão onde um dia meu coração já bateu e não ouço nada além de um grande vazio, que representa bem oque sou, um ser sem alma e sem coração.

Mas após essa sensação de que estava sem vida, senti todos os meus órgãos queimando, e queimava como se estivessem pondo fogo dentro de mim. Eu gritava, me debatia, acho que nunca senti tanta dor em toda minha vida, e então eu desmaiei. Quando despertei estava na cama do meu amigo, mas me sentia estranho porquê não sentia necessidade de respirar, parecia que o sentido do tato havia sido desligado do meu sistema nervoso, não sentia nem necessidade de piscar! Resumindo, não conseguia sentir mais nada. Meu melhor amigo me explicou tudo oque aconteceu. Ele disse que não poderia me ver partir já que eu havia me tornado seu único amigo. Sua família --que hoje é minha família-- me acolheu como se de fato fosse um deles.

Mas essa harmonia familiar não durou muito. Eu estava com fome, estava ficando louco e histérico com tudo a minha volta. Eu estava achando estranho quando comia e a sensação de vazio continuava em meu sistema digestivo. Minhas gengivas latejavam, meus dentes formigavam e nada dessa sensação ir embora. Quando questionei eles sobre isso, me explicaram que eles não mordiam humanos de forma alguma, pois eles não achavam justo tirar vida de inocentes para saciar seu "monstro interior" como eles chamavam. No momento não entendia, mas quando ouvi eles falarem sobre morder humanos, uma vontade súbita de sair e cravar meus dentes em alguém sucumbiu qualquer outro pensamento que estivesse em minha mente e assim eu fiz.

Fugi de casa e passei oito meses fora. Nesses oito meses deixei meu lado animal e monstruoso me dominar por completo ,matei todos que me deram vontade e suguei até a última gota de sangue que havia dentro daqueles corpos. Mas em uma noite, vi dois rapazes andando juntos e conversando, nessa hora me animei e senti meus dentes arderem para matá-los, mas na hora que ia atacar eles se beijaram. Na mesma hora senti uma força não humana me dar um empurrão para trás e então meu lado racional começou a agir. Como flashes em minha mente, lembrei de quando eu já fui como eles, pensei em quantas vezes o meu melhor amigo já não quis me matar e não o fez por me amar genuinamente, algo que para nós era muito difícil e então senti pela primeira vez em tempos, compaixão.

A partir desse dia não consegui mais morder ninguém. E por favor não se engane ou me ache fofo por isso, ainda sinto vontade de matar vinte e quatro horas por dia e estou constantemente em uma luta interna entre meu demônio interior e eu. Voltei para casa, pedi perdão a minha família e desde então comecei a caçar animais com eles para saciar um pouco minha fome sobre os humanos. Então eles tiveram outra conversa comigo, falaram que eles se mudam constantemente para poder "viver normalmente" já que todos nós tínhamos aparentemente dezessete anos, que foi a idade em que fomos mordidos. Quando somos mordidos nossa aparência permanece e não mudamos nada fisicamente nunca mais. Estou com a mesma face que tinha a 95 anos atrás, tanto eu quanto minha família.

Minha família biológica achou que eu tivesse morrido e para o bem deles deixei que eles continuassem achando isso. Vi de longe meus pais morrerem de velhice e minha irmã...bom ela morreu no massacre onde eu também deveria ter morrido. Nós nos mudamos constantemente, vimos a sociedade evoluir para pior e melhor, presenciamos cada mudança e cada evolução tecnológica que o tempo proporcionou. Começamos a forjar uma vida de adolescentes de terceiro ano à quarenta anos atrás e continuamos até hoje, porque essa foi uma boa forma de nos infiltramos na sociedade já que com nossa aparência nunca conseguiríamos empregos ou conseguiríamos ficar em um mesmo lugar por demasiado tempo sem levantar suspeitas. Estamos nessa cidade nova faz dois anos, no primeiro ano apenas nos certificamos de conseguir registros escolares falsos (de novo) e novos documentos para podermos nos encaixar e seguir com nossa vida de mentiras.

Agora estamos à três meses na nova escola que se chama Monrow High, uma escola pública clássica com nada de diferente de todas as outras milhares que já frequentamos. Aqui em Monrow estamos vivendo bem tranquilamente já que não estou falando de uma cidade grande, aqui é calmo e bem pequeno, então cada movimento precisa ser bem calculado para não levantar nenhuma suspeita sobre nós. Apesar de não ser difícil para nos infiltrarmos já que todos os humanos daqui são um bando de alienados que não se importam com nada além dos próprios narizes.

Oque, aliás, eu não estou reclamando.

Eu nunca me apaixonei por ninguém, talvez na vida humana...mas faz tanto tempo que nem me recordo. Sou gay, sim um vampiro gay, já tive relações sexuais com homens em minha "vida" nova e hoje com a tecnologia consigo comprar camisinhas que esquentem meu membro, já que ele é gelado --literalmente-- como um defunto e por incrível que pareça ainda funciona normalmente, até consigo ejacular e sentir prazer mas meus espermatozoides não conseguem gerar vida. Por ser vampiro me proibi de ter relações sexuais porque percebi que o prazer que sentia no sexo era na verdade vontade de matar meu parceiro.

Após meu lanche rápido na floresta voltei correndo para minha casa que também ficava entre as árvores e matagal da cidade, escolhemos fazer a casa lá para podermos ser mais "livres" e não precisarmos fingir que somos humanos todo o tempo.

- Voltou? - Questionou meu irmão que já sentiu minha presença.

- Sim .- Disse sem muita animação.

- Sabe que consigo sentir suas emoções certo? - Disse ele chegando mais perto de mim com os braços cruzados. Ele consegue sentir as emoções das outras pessoas, é o "dom de vampiro" dele.

- Sim Niall, eu sei. - Revirei os olhos.

-Não revire esses olhos para mim Harry! Sabe que só faço isso por me preocupar com você.- Disse repreendendo a minha pessoa.

- Niall não precisa se preocupar comigo, não somos crianças por favor!- Exclamei já farto dessa preocupação desnecessária. Não gosto que invadam meu espaço pessoal, detesto quando ele vem me sentir, me sinto violado.

- Ei ei que barulheira é essa aqui?

- Nada Zayn. - Falei indo em direção a cozinha.

-O de sempre Zayn, o Harry fingindo que está bem! - Disse a última parte gritando para que eu ouvisse.

-Niall deixe ele, se ele não quer falar não seja mal educado.- Zayn disse tentando impedir que eu e ele tivéssemos qualquer discussão. Esses dias estava bem chato e mal humorado, não compreendia o porque mas também não queria saber.

- Harry? - Ouvi alguém me chamar.

-Olá Amélia.

- Discutiu com o Niall de novo? - Disse se sentando ao meu lado na mesa.

- Na verdade estou evitando discussões então apenas sai de lá.- Disse sem fazer muito caso. Amélia era a namorada de Niall, também era vampira e já era da família desde a época em que fui mordido.

- De qualquer forma, o Liam pediu para avisar para você que ele não vai caçar amanhã.- Ela falou já se levantando da mesa.

- Como? - Liam era sempre o meu parceiro de caça, hoje eu fui sozinho porque não planejava caçar mas fiquei com fome...

-Ele não irá caçar, está fazendo uma viagem para falar com o conselho sobre algo... -Disse com certa dúvida em seu tom de voz.

-Tudo bem, amanhã não iremos para escola certo?

-Iremos sim, vamos caçar a noite. Já que o Liam não vai com você vamos todos juntos para não ficarmos faltando tanto, até porque pode levantar suspeitas e vão querer "falar com nossos pais."- Disse rindo a última frase.

Ri nasalado e não falei mais nada com ela. Entendendo meu recado ela se retirou da cozinha e me deixou só. Liam é o marido de Zayn e também está conosco desde a época que o Niall me transformou. Liam é como o pai do grupo, sempre cuida de nós e eu criei uma forte ligação com ele porque ele me ajudou muito quando fiquei com abstinência de sangue humano. Nossa família é incrível e eu amo todos eles. Mesmo que eles me irritem e incomodem bastante não conseguiria ficar sem eles. Amanhã será um longo dia, mas nada de novo já que sei todos os assuntos ensinados de cor.

Como não sinto sono ou cansaço, apenas saio com os meninos pela noite para conversar e correr nas madrugadas geladas, mas como hoje estava sem vontade de sair em grupo então fui sozinho. Me despedi deles e corri para floresta. Voltando as 07:54 da manhã fui me trocar para ir para a escola, não tomo banho porque não cheiro mal ou se quer cheiro a algo, para disfarçar sempre ponho uma colônia qualquer. Sinto que hoje será um longo dia...

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