Além do Oceano (Taegi-Yoontae)

By BibiGaby-

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Min Yoongi era o décimo terceiro filho na linha de sucessão para o trono e, por essa razão, era o mais livre... More

Eldorado: Parte 1
Eldorado: Parte 2
Eldorado: Parte 4

Eldorado: Parte 3

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By BibiGaby-

Yoongi teve um sonho diferente dessa vez. Nesse sonho, o lindo rapaz que sempre via virado de costas para si, agora vinha em sua direção, o salvando daquela escuridão.

— Mestre! — ouviu um chamado vago em sua mente.

E como se todas as peças se encaixassem, finalmente acordou, tendo o vislumbre de uma linda cidade de ouro a sua frente, com várias pessoas e soldados ao seu redor. Olhou para o lado e encontrou Namjoon, que agora sorria aliviado por seu príncipe estar acordado.

— Diga-nos, quem sois vós?! — ouviu uma voz potente e grave gritar consigo e seus soldados, percebendo agora que todos eles estavam acordados e ao seu lado.

— O que está acontecendo? — perguntou baixo para o Kim, enquanto se pôs de pé com a ajuda dele e um de seus seguidores.

— Parece que a encontramos. — Seu amigo lhe deu um sorriso e ambos sorriram cúmplices, haviam encontrado Eldorado. — Porém parece que não será tão fácil quanto imaginávamos. — Apontou com a cabeça para frente.

Em sua frente estava alguém com vestes da mais pura seda, os braços eram torneados por grandes braceletes de ouro, o tronco disperso de roupas tinha uma tatuagem dourada, e na cabeça um enorme chapéu vermelho com uma escrita da mesma cor. Eram nativos e supôs que aquele era o chefe. Ao lado do superior estavam soldados com suas lanças apontadas para eles, prontos para atacar se lhes fosse dada a ordem. Seu olhar observou cada um deles, até que parou em um jovem com roupas brancas e cabelos loiros, que lhe olhava de uma maneira curiosa e atenta. Sorriu de lado, percebendo que o loiro prestava atenção em si, pois viu que ele também deu um sorriso presunçoso. Foi ele quem o salvou, e quem ele sonhou: a cidade com a qual sonhava era real, e o garoto era real. Não sabia os motivos de ter sonhado com tais coisas, mas reconhecia que os planos dos deuses não podiam ser contestados e ele não estava ali sem nenhuma razão.

— Me perdoe pela intromissão, senhor. — Yoongi se ajoelhou perante aquele homem. Namjoon e seus homens ficaram sem entender bulhufas do que estava acontecendo, porém apenas com um pequeno olhar do príncipe, todos entenderam que era apenas seguir os passos deste que daria tudo certo. — Somos apenas meros viajantes que em uma jornada, acabamos sendo pegos por uma intensa e terrível tempestade, fazendo-nos parar nesta ilha. Infelizmente perdi muitos de meus companheiros — disse uma parte da verdade.

— Como posso saber que não vieram aqui em busca dos ouros desta cidade para roubar nossas preciosidades? — o chefe diz prepotente, como se aquela história dos navegadores não o amolecesse por completo.

— É certo de que começamos nossa viagem apenas por saber de uma certa lenda que envolvia uma cidade feita de puro ouro, na qual os habitantes da cidadela se banhavam no pó dourado — abriu o jogo, fazendo seus companheiros o olharem assustados. Parecia que ele queria suas mortes o mais breve possível, pois o chefe daquele local e seus soldados não pareciam ceder nenhum pouco se o assunto fosse cortar suas cabeças. — Entretanto, seus ouros e riquezas não foram o principal motivo de nossa viagem. Na verdade, eu sou um grande apreciador do mar e, junto aos meus companheiros, saí em busca de uma nova aventura.

A cada palavra dita pelo príncipe que veio de fora, os olhos de Taehyung brilhavam imaginando tais aventuras que este já havia feito. Ele era livre e o Kim não deixou de se encantar por ele, pois sabia que cada palavra que provinha da boca do de cabelos negros era verdade, via isso em seus olhos. A alegria em contar sobre sua vida, sua liberdade.

— É bom que saibam que não somos impostores e invasores, somos apenas vítimas do destino ao parar aqui. Mas não está errado em pensar que, sim, há muitas pessoas em busca de Eldorado, devo dizer que por sorte fomos os primeiros. — O sorriso presunçoso não saia dos lábios do príncipe, ele era louco de fazer tal afirmação na frente da autoridade daquela vila. Porém, não se deveria esperar menos de Min Yoongi, o príncipe rebelde.

— Ora, seu insolente! — O chefe daquele local ficou irritado com a prepotência do jovem e antes que desse qualquer ordem sem pensar, um chamado de seu filho é ouvido.

— Ele não mente, papai. — Taehyung saiu de trás de Jeongguk e se pôs ao lado de seu pai, que o olhou ainda mais irritado. — Diga-me, de que país vocês vieram? — O jovem loiro com suas vestes brancas semelhantes aos deuses, se vira para encarar aqueles homens de joelhos.

— Perdoe por minha ignorância, nem sequer me apresentei direito — o moreno fez um falso drama, que foi percebido apenas por Taehyung, que sorriu divertido com a audácia do outro. — Eu sou Min Yoongi, o décimo terceiro filho na linha de sucessão para o trono da Espanha.

Naquele momento, aqueles envolta cochichavam sobre este ser verdadeiramente um príncipe, porém, não podiam negar que os traços daquele homem se igualavam aos de um nobre.

— Se és um príncipe como diz ser, como posso acreditar que não está aqui para nos roubar? Tu mesmo dissestes que outros países estão interessados nesta cidade com a qual os deuses nos abençoaram — o senhor Kim diz alto e claro, trazendo arrepios aos viajantes, menos em Yoongi, que tinha a resposta na ponta da língua.

— Como lhe falei, sou o décimo terceiro na linha de sucessão para o trono, ou seja, nunca chegarei a ser um rei de qualquer maneira. Sou conhecido como um rebelde pela minha própria família por negar meus serviços reais. De fato, o senhor está certo em duvidar de minha pessoa, não tiro sua razão — disse mais uma vez, convicto de sua resposta.

— Você mesmo está se entregando, meu jovem. — O chefe daquele lugar já se encontrava irritado, porém foi parado mais uma vez por seu filho.

— Meu pai, o senhor ouviu este príncipe. — O Kim mais novo descia as escadas, com suas costas retas e nariz empinado, ele sabia bem como se portar diante de tal situação porque fora criado desde pequeno para isto. — Vários países estão interessados nesta lenda, então, mesmo que o senhor o mate, não adiantará de nada porque nossa tão amada cidade será invadida de qualquer jeito. — O loiro parou de frente para o príncipe ajoelhado, este que o olhava como se o quisesse decifrar.

Yoongi nunca havia visto um homem tão bonito como aquele. O corpo do jovem era esbelto e os olhos podiam ser comparados a lindas safiras. Sem dúvidas o mais lindo.

Já para Taehyung, o tal Yoongi lhe chamava atenção pelas orbes oculares, ele poderia ser considerado comum, porém os olhos do nobre traziam a malícia em seu olhar. Taehyung se sentia uma presa de frente para um caçador, ele tinha garra e era até mesmo insolente, isso acabou chamando atenção do filho do chefe.

— Acredito, meu pai... — Virou-se para olhar a autoridade daquele local mais uma vez. — Que o que ele diz não é mentira e que, ao invés de matá-los e esperarmos outra invasão, por que simplesmente não os usamos?

— O que quer dizer com isso? — o "rei" pergunta, todos o olhavam apreensivos, o único que não ousava abaixar o olhar era seu filho, que o encarava como se fosse apenas mais um.

— É simples, meu pai. Se o que este viajante diz é verdade, eles podem sair dessa terra e dizer para aqueles lá fora que não foi capaz de nos encontrar, pelo o que vejo, este homem deve ter uma fama bem grande pelo mundo. Apenas por sua prepotência podemos ver isso nele, então se ele disser tal coisa, acredito que muitos desistirão. — A ideia até que não era ruim, porém o seu pai ainda era rigoroso e não queria ceder tão facilmente.

E, de fato, Taehyung estava certo, não havia ninguém que não sabia do príncipe rebelde da Espanha. Todos sabiam das maravilhas que ele já conquistou, cada canto que viajou, seu pai — apesar de odiar — ainda admitia que seu filho era ótimo nessas coisas. Não duvidaria que seu filho estaria lhe dizendo a verdade, pois o conhecia bem para saber que o ouro que a cidade poderia lhe oferecer não o interessava, e sim, a aventura que isso traria para si.

— E como saberei se eles irão cumprir essa promessa? — o senhor Kim perguntou.

— Eu irei com eles. — Aquilo foi o estopim para o chefe, todos olhavam abismados. — E levarei Jeongguk comigo para que não haja qualquer dúvida. — O Jeon, que outrora olhava tudo aquilo apreensivo, agora tinha os olhos esbugalhados e encarava o Kim com um olhar acusador.

Taehyung queria se matar e, de brinde, levá-lo junto? Sempre soube que o amigo era louco, mas não achou que fosse tanto.

— Estás louco?! — o rei grita irritado.

— Meu pai, sabes muito bem que a última coisa que sou é louco. E sabes também que eu puxei o poder de dedução de minha mãe, fora que sou o mais inteligente dessa aldeia — suas palavras soavam e eram carregadas de verdade. — É tudo ou nada, papai. Matamos esses homens e ficamos visíveis para o mundo, pois tenho certeza de que virão atrás deles, ou, simplesmente agarramos essa chance com uma trégua que serei eu.

Além dos cidadãos e dos navegadores, Yoongi olhava a bela imagem do jovem que demonstrava ser alguém totalmente persuasivo, sabendo contornar bem a situação. Ele era tudo de bom e mais um pouco. Mais uma vez, Taehyung estava certo, o pai de Yoongi provavelmente saberia aonde ele foi devido ao sumiço dos mapas dele, e, obviamente, se não houvesse notícias suas durante um ano, teria conhecimento de onde ele estaria.

— Seu filho está certo — ditou Yoongi e todos se viraram para ele, inclusive Taehyung. — De fato, se formos mortos, acredito que meu pai saberia onde eu me meti e viriam atrás de mim, fora que sou um foragido nesse momento — revelou tal culpa. — Porém, se me deres a chance de provar ser alguém de bem que não lhes deseja maldade alguma, apenas ansiando minha liberdade de volta, ficarei deveras agradecido e com isso, os ajudarei não revelando nada ao seu respeito para o mundo a fora.

Taehyung olhou profundamente os olhos de Yoongi, que sorriu e devolveu o olhar. Perceberam naquele exato momento, que foram de fato destinados a se encontrarem, pois a audácia de ambos os combinava. Fora o sentimento de se sentirem livres, as duas almas que foram feitas para se verem soltas das correntes da sociedade.

{...}

Após mais algumas insistências — por parte do Kim mais novo — e várias negações provindas do chefe, finalmente chegaram em um acordo. E, dentro de uma semana, os cidadãos junto a uma parte dos navegadores se juntaram para fazer um barco para que pudessem voltar aos mares.

No fim, todos acabaram simpatizando. Podemos até mesmo dizer que o chefe se sentiu confortável na presença do príncipe e que acabou virando um grande amigo de Namjoon. Ainda tinha medo de que tudo que eles estavam demonstrando fosse uma fachada. O seu povo não tinha boas recordações de povos que vieram de fora e sabia que seu filho entendia muito bem isso, pois ele passava horas na biblioteca da vila.

Apesar de toda essa preocupação, tinha orgulho do Kim mais novo, que o lembrava a mãe dele quando mais jovem. O menino de cabelos loiros não estava errado ao lhe falar sobre os poderes dele de dedução e intuição, herdou isso da mãe, considerava aquele dom um presente dos deuses. Tinha medo em seu coração, mas se o seu pequeno estava lhe assegurando que estava certo das  decisões dele, não ousaria o contestar, fez isto uma vez com a mãe dele e fora isso que causou a morte da mulher que amava, não cometeria o mesmo erro duas vezes.

Desde aquele dia — já se passaram três —, o Min nunca conseguiu ficar a sós com o jovem de cabelos dourados, as únicas coisas que tinham compartilhado eram umas olhadas aqui e ali, todas elas provinham de suas intenções e desejos, apenas alimentando aquela tensão envolvente que os dois tinham.

Até que o famigerado dia chegou, a noite na qual o jovem audacioso que acabou salvando sua pele se encontrava no lago, totalmente desprovido de roupa, tomando um banho ao luar.


O próximo já é o último, obrigada por acompanharem até aqui 💕

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