Fifty shades of Joker (Em Pau...

By pollycobain123

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Uma ginasta recém formada em psiquiatria, de casamento marcado com uns dos homens mais ricos da cidade, David... More

Prologo
Harleen Quinzel
Asilo Arkham (revisado)
Festa
Hera Venenosa
Encontro
O Coringa
Sonho
Mr.J
A ligação
Cartas de baralho
Arrepio
O tempo todo
O Desenho
Olhos em chamas
Você é minha!!!
Boa noite Gotham
Lex Corp
Revenge!!!
Harley???
Je T'aime
Saints
Eu avisei á você!!!
Eu aceito!?
Loucura
Escuro de novo
Então o esquente
Boas Maneiras
Sádica
Sal Maroni
Você não é meu dono!
Faça!!!
Monstro?
Falso Palhaço gentil
Está com medo D.r Harleen?
A redenção?
Presa???
Ace Chemicals
ass: Harley Quinn
That's Life
VOLTEIII COM A HISTÓRIA!
Smile
Desarmado
Noite das garotas
Surpresa (Parte 1)
Surpresa (Parte 2)
Quebrada
Verdades do passado
Lesley
Onde é que ela tá?

Testando Limites

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By pollycobain123

O vento gélido soprava no corpo pálido da mulher, que se remexe despertando de um sono pesado e sem sonhos. Ainda um pouco confusa, sem saber onde estava,  ela tenta mover seu corpo sentindo um peso em cima de si. 

Ele estava ali, dormindo um sono pesado e sem pesadelos, com o corpo nu em cima do seu, entrelaçados, como se fossem uma pessoa só. Sua cabeça repousada no peito de Harley, que sorria com a cena. 

Não tinha coberta melhor pro seu sono, do que o corpo dele. Não se lembrava da última vez que tivera um sono tão calmo e tranquilo. 

Eles estavam no carpete do escritório, bem no meio do circulo de armas, milimetricamente montado. Ela se lembrava da noite anterior, fora sem duvida a melhor noite de sua vida. Nunca tinha sentido nada como aquilo antes, era muito além de prazer lascivo. Foi intenso, como sempre era, mais não era urgente e agressivo. 

O que fora aquilo que acontecera na noite anterior então? Amor? Mais Coringa era um psicopata, como isso era possível? 

Amor... uma palavra tão pequena e tão simples, mais tinha um significado tão complexo e complicado. Harley era uma psiquiatra formada, mais nunca entendera esse sentimento. Talvez por até então nunca ter amado e ter sido amada por ninguém. Saber na teoria era diferente de saber na prática. E ela acreditava que o que aconteceu na noite anterior era o mais próximo do que teria daquilo. 

Ela ouvi um suspiro e sente o homem se remexer, recobrando seus sentidos. Harley já se preparava para encara-lo, sem saber como ele reagiria. Desde que eles se conheceram, Coringa nunca fora passivo, sempre fora agressivo e possessivo, demostrar qualquer tipo de sentimento bom não era de seu feitio. Aquilo era contra a sua natureza e ela sabia que bem provável ele não reagiria bem. 

Ele levanta a cabeça a encarando com um  olhar confuso. Harley tinha certeza que ele conseguia ouvir seu coração, te tão desesperado que ele batia. Coringa se levanta de uma vez e o corpo de Harley protesta já sentindo falta. Ela se senta enquanto via ele colocar a sua roupa, calado, sério e pensativo. 

Uma coisa tão normal, duas pessoas que se gostam estarem dormindo juntas depois de uma noite de sexo. Mais não havia nenhum sinal de normalidade nele. 

- Você não vai dizer nada? Ela cria coragem para perguntar, fazendo ele parar de costas enquanto abotoava sua camisa. 

- Saia daqui! Ele diz sério, sem nem mesmo a encara-la nos olhos. 

- Mais.. 

- Saia... daqui, agora! Ele a corta e repete pausadamente, parecia que estava se controlando para não fazer algo. Harley suspira já derrotada, já imaginava a sua reação, ela se levanta com os olhos lacrimejado, pegando seu roupão ela bate a porta do escritório. 

Seu estômago embrulha no mesmo momento em que ela entra em seu quarto, era o cheiro mais horrível que já sentira em toda sua vida.

- Ah, você ainda está ai? Ela diz com o cadáver de Rey que ainda estava na cama sem vida e coberta de sangue. 

- Suas amigas já devem ter ido embora, nem devem ter percebido o seu sumiço. Ou talvez elas acham que você subiu pra passar a noite com Mr.J, porque era isso que você queria não é? Harley diz chegando perto do corpo da mulher. 

- Queria me matar e depois transar com ele? Ela se agacha olhando para o rosto sem vida da mulher, que estava com os olhos arregalados. 

- E agora você esta ai, morta na minha cama, e enquanto seu corpo jorrava sangue, eu e o Mr.J passamos a noite no escritório dele, tendo a melhor noite da minha vida. Eu acordei com ele dormindo nos meus braços. Você tinha que vê, acho que eu fui a única a vê aquela cena. Tão lindo e tão quieto e calmo.

- Pena que depois que ele acordou, se assustou. Mais independente de qualquer coisa, a noite foi perfeita, não foi só sexo, eu acho que foi... amor? Harley dizia pensativa se lembrando da noite anterior. 

- Talvez você não acredita em mim, pode achar que eu estou mentindo ou delirando. Mais eu sei o que aconteceu naquele escritório. Eu ainda estou com o cheiro dele no meu corpo. 

- Alias, você está fedendo, e muito, acho melhor tomar um banho. Harley diz se levantando e rindo de seu próprio deboche. 

 - O que você fez sua maluca? Harley escuta a voz esganiçada de Visk, que estava parado na porta. 

- Vai matar todas as prostitutas da cidade? Ele diz entrando, tampando o nariz pelo cheiro insuportável.

- Eu não fiz nada, foi o seu chefe. Ela responde com tom de decepção falsa na voz. 

- O que foi isso, menage de novo? Que cheiro horrível. 

- Lógico que não, essa vadia veio aqui ontem a noite me matar, enquanto eu dormia, mais o Mr.J chegou bem na hora. Harley diz enquanto se vestia. 

- Porque ela tentou te matar? Aah ela e prima da Tiffany, Deus como eu tinha me esquecido. 

- Se o Coringa não tivesse aparecido aqui, era o meu corpo que estaria nessa cama agora. Imagina, depois de passar tudo o que eu passei durante esse tempo, ser assassinada justo por uma prostituta vingativa? 

- E deixa eu adivinhar, depois você foi atrás dele, abriu as suas pernas em agradecimento por ele ter salvado a sua vida e vocês transaram como loucos durante a madrugada toda. Estou certo? Ele pergunta fazendo Harley sorrir. 

- Foi a melhor noite da minha vida. Visk ontem foi diferente, acho que a gente fez amor. Ela diz abraçando Visk pelo pescoço. 

- Estou pensando seriamente em pedir as minhas contas. Eu não sei se dou conta de conviver com dois malucos. O homem diz a olhando espantado. 

- Você morreria de saudades de mim, e voltaria correndo. Ela diz dando uma beijo estralado em seu rosto. 

- Vem, vamos pra cozinha, estou morrendo de fome, lá eu te conto tudo. 

- Com detalhes por favor! Mais antes tenho que arrumar essa bagunça aqui. 

Harley contava toda a historia para Visk, que ficava boquiaberto com cada detalhe, principalmente com o que tinha acontecido no escritório durante a madrugada. 

- Visk, foi incrível, eu não sei explicar, era como se nossos corpos fossem um só. Eu nunca vivi nada parecido antes. Tinha desejo, mais não era luxuria, era de uma forma terna e calma, a gente sentia um ao outro. Pena que guando ele acordou, voltou a ser o psicopata do crime. 

- Ah não reclama que você bem gosta dessa versão. Visk diz bebericando seu café. 

- A vadia da Rey disse que ele não consegue me matar e isso tá deixando ele mais louco. Acho que nem ele mesmo entende o porque. 

- Ninguém gosta de ficar sozinho minha pequena Harley. Nem mesmo os monstros. Acho que você é uma espécie de droga pra ele. A sua mais nova obsessão, sua rainha. Vocês se pertencem agora. 

 Visk dizia baixo para que só ela ouvisse, não queria nem imaginar se Coringa ouvisse eles falando sobre ele. Harley estava pensativa olhando seu café já frio, guando escutam passos vindo das escadas e começam a tomar o café como se nada tivesse acontecido. 

 Harley sente sua pele se arrepiar e guando vê ele passado com uma arma em mãos. 

- Prepara o meu carro Visk, e procure o Jonny, ele vai ir comigo. Ele falava serio sem nem mesmo olhar na cara de Harley. Visk sai no mesmo momento obedecendo o chefe e deixando os dois sozinhos. 

 Coringa recarregava a sua inseparável glock dourada, e continuava ignorando a presença de Harley. 

- Onde você está indo? Harley pensa auto e se assusta com sua pergunta. 

- Isso não é da sua conta, docinho. Ele responde serio e frio encarando seu reflexo na arma dourada, logo saindo da cozinha, deixando Harley confusa. 

Isso só podia ser algum tipo de castigo, praga ou sina. Anos sendo mau tratada pelo ex noivo e agora pelo Coringa. Ela pensa terminando de engolir seu café frio. 

O tempo naquela casa parecia não passar, não tinha absolutamente nada para fazer. Essa seria sua vida agora, transar com Coringa guando eles estivesse afim, e durante o dia ficar andando de um lado para o outro pela casa? 

Harley sobe para seu quarto depois de ficar horas na sala folheando revistas velhas. Visk estava ocupado trabalhando na boate de Coringa. Já ele estava sabe lá onde fazendo sabe lá o que. A única coisa que ela sabia e que ele havia saido com Jonny. 

Cuidando dos negócios criminosos da cidade. 

Gotham era uma cidade muito grande e repleta de gangs, que faziam as piores coisas possíveis por toda a cidade. E todas essas gangs respeitavam o Coringa, o declaravam como o rei de Gotham. 

Era bem estranho pensar que o Coringa era um homem de negócios. E todo mundo sabia que ele não estava no poder só pela grana, na verdade a grana era o de menos. Ele fazia isso pelo caos, e se auto intitulava o ''agente do caos''. Vivia arquitetando planos de assalto e chacinas, e ele fazia isso por pura diversão.

 Harley entra no quarto, agora já limpo e com um forme cheiro de produto de limpeza, Visk havia tentado tirar qualquer resquício do que houvera ali na noite anterior. Mais ainda um pouco do cheiro do cadáver de Rey. Mais isso não a incomodava mais, na verdade sempre que o cheiro invadia suas narinas, ela se lembrava de Coringa salvando sua vida, e depois de tudo que acontecera. 

Ela se joga na cama, agora limpa entediada ligando a tv, que estava no canal do noticiario, onde havia um reporter na frente da delegacia, onde logo aparece a foto de David. Harleen se levanta e aumenta o volume da tv. 

- O empresário James Collins, pai da vítima, hoje esteve na delegacia para prestar mais um depoimento sobre o assassinato do seu único filho David de 30 anos, que fora encontrado morto em sua mansão na zona sul de Gotham. Lembrando que seu amigo e outros policias, também foram encontrados sem vida no mesmo local. 

- A policia informou que na madrugada do crime, a policia recebeu uma ligação do próprio David, dizendo que o Coringa estava com a doutora Harleen Quinzel, em sua casa, dormindo em sua cama, depois de uma relação intima. David havia presenciado tudo, estando preso em uma corda, ele conseguiu se soltar na parte da manha, o Palhaço já não estava na casa. Ele chamou a policia e ao invés de ir embora e deixar os policiais agirem ele acabou ficando na mansão. Tudo indica que houve uma briga entre os dois, já que rosto dele estava bem machucado, e a policia suspeita que a própria doutora tenha atirado no ex noivo. David acabou sendo uma das vitimas dessa chacina horrível que chocou não só Gotham, como o pais inteiro. 

- A policia também informou que nessa madrugada fora encontrado o corpo de três homens sem vida, no meio de uma avenida na zona vermelha de Gotham. A policia já conseguiu as imagens de uma câmera de segurança do local que mostra três homens aparentemente bêbados indo em direção a uma mulher loira sentada em um ponto de ônibus. Eles conversam com a mulher e depois de pegarem em seu braço a forma ela saca uma arma matando os três homens. A policia também está investigando a fundo, mais tudo indica que a mulher do video e a ex doutora psiquiatra Harleen Quizel

Pronto, agora a cidade inteira sabe que além de transar com seu ex paciente, agora também era uma assassina louca que nem ele. Vão achar que loucura e algo contagioso. A policia que já estava atrás dela, iriam a perseguir ate o inferno. Harleen desliga a tv se deitando em sua cama. Ainda estava exausta por tudo que havia acontecido nesses dias. 

Ela não conseguia sentir remorso pelo que fizera com David. As pessoas vão achar que ela era o monstro da historia, mais ninguém sabia que naquela noite, David e seu amigo tentaram a matar, e que fora o psicopata da cidade que salvou a sua vida. Também não conseguia sentir remorso por nenhuma das pessoas que ela tirou a vida. Se perguntava desde guando se tornara uma pessoa tão fria e apática, achava que aquilo sempre esteve dentro dela, só esperando um empurrão para dar as caras. 

Mais agora não adiantava mais pensar nisso, suas mãos já estavam manchadas de sangue, e essa mancha não sairia jamais. 

- Acorda Harley! Visk diz chacoalhando o corpo da mulher que resmungava por estar sendo acordada. 

- O que é, será que o meu castigo e nunca mais poder descansar? Porque sempre alguém pra tirar meu sossego? Ela se senta indignada e sonolenta. 

- Vai tomar um  banho e se arruma porque o chefe quer te ver. E anda rápido ele não gosta de esperar. Ele diz colocando um vestido em cima da cama. 

- Eu vou ter que colocar esse vestido pra ir pro escritório dele? 

- Não sua bobinha, vocês vão sair. Acho que vão pra boate. 

- De novo? Diz pra ele que eu não tô no clima pra boate Visk. Harley diz se deitando novamente e tampando seu rosto  com o travesseiro.

- Você tá muito louca mesmo né garota? Ele diz rindo com um certo tom de deboche.

- Anda Harley, você não vai querer que o Mr.J venha aqui te buscar. Ele já deve estar chegando, e vai te levar no carro dele.

- Grande coisa, achei que iria ficar dias fora, resolvendo os assuntos de bandido dele. Harley responde se levantando e indo em direção ao banheiro.

- Que mau humor é esse repentino? Voltou a ser a prisioneira Harleen Quinzel? Achei que essa fase de lamúrias já tinha sido superada. Não sei se você já se deu conta, mais é tarde demais pra se fazer de Madalena arrependida. Visk diz enquanto Harley tirava a sua roupa e entrava no chuveiro.

- Não sou nenhuma Madalena arrependida, mais também não sou otária. O seu chefinho me tratou mau pela manhã, e agora que desfilar comigo pra todo mundo ver. Eu não sou a bonequinha de luxo de ninguém! E ele deve tá tramando alguma coisa, não me levaria pra passear atoa. A raiva era nítida na voz de Harley, que tomava banho na base do ódio. Visk estava sem entender a repentina mudança de humor da mulher. E chegou a conclusão de que deveria ser algum sintoma de sua loucura. Mais na verdade nem mesmo Harley sabia o porquê de tanto estresse.

- Sem contar, que a polícia tá atrás de mim que nem louca. Eles já sabem que foi eu quem matou o David, é e só uma questão de tempo, vão descobrir que foi eu quem matou aqueles caras no ponto de ônibus.

- Para de drama Harley, não se preocupe com a polícia, o Mr.J não vai deixar ninguém te pegar.  Essa área de Gotham pertence ao Coringa, ele é o rei aqui, e você é a rainha dele, ninguém vai botar a mão em você, e quem ousar a fazer isso, é um homem morto!

- Acho que ele chegou, termina de se arrumar sozinha, que eu vou descer pra receber o chefe. E melhora essa cara pelo amor de Deus. Visk diz indo em direção a porta do quarto, deixando Harley terminando de se maquiar.

Harley estava estranhamente calada naquela noite, o que acontecera na noite anterior não saia de sua cabeça. E a forma que Coringa a tratou naquela manhã também não. Ele sempre a tratava mau guando não estavam fazendo sexo, não estendia o porque de estar tão chateada com o que acontecera na manhã. Deveria ser o estresse, o cansaço acumulado de noites mau dormidas. E provavelmente essa noite seria mais uma dessas noites. Agora basta saber se seria por sexo, por algum assassinato ou alguma briga dos dois, que sempre terminava com Harley sendo presa como uma cadela, ou correndo risco de vida.

Já havia se passado uma hora desde que Visk fora receber Coringa. Harley que já estava pronta se encarava no espelho, agora bem mais animada, depois de ver o resultado de sua produção.

Depois de ficar muitos minutos escolhendo um look, o que era uma tarefa muito difícil, já que havia muitas roupas, todas escolhidas por Visk a pedido de Coringa. Seu guarda-roupas parecia um arco-íris de tanta cor e brilho. Todas as roupas eram chamativas, até mesmo os sapatos e assessórios. Depois de a dúvida cruel entre três vestidos, Harley acaba optando por um vestido preto nada básico, com um generoso decote no meio, que deixava amostra parte de seus seios. O vestido curto e colado era acompanhado por uma bota  brilhante que vinha até os joelhos, que roubara o coração de Harley no mesmo segundo em que ela bateu os olhos. Os cabelos soltos em um mar de ondas bagunçadas, uma sobra roxa com várias estrelinhas de strass enfeitando suas pálpebras.

Estava se sentindo linda e sexy. Era muito louco oque essa nova vida a proporcionava. Sua alto estima sempre fora baixa, mesmo as pessoas dizendo que ela era linda, sempre se achava sem graça. E a Harleen era realmente sem graça e sem vida!

- Se eu gostasse da fruta, eu fazia um estrago! Visk diz parado na porta.

- Deixa o seu chefinho te ouvir falando isso. Harley diz dando mais uma arrumada em seu cabelo.

- Ele arrancaria a minha língua, e outras coisas também. E se você não descer nesse exato momento, ele arranca a sua também! Pronta?

- Pronta! E que eu volte viva e sem hematomas. Harley sussurra para sí mesma.

A mulher sente o vento fresco invadir sua pele fazendo a arrepiar. Visk a acompanhava até o carro roxo de Coringa, que já a esperava. Harley fingia olhar distraída para o chão. Pensar que ele a encarava a fazia seu estômago congelar.

- Eu vou na camionete logo atrás junto com os outros, a gente se encontra lá, e tenta melhorar essa cara amarrada, o Mr.J não gosta de gente seria. Visk sussurra e logo depois abrindo a porta do carro pra Harley, que entra sem dizer nada.

Seu coração traidor dispara no mesmo momento em que o cheiro dele invade seu nariz.

Uma música aleatória tocava no rádio, era o único som do ambiente, havia se passado um minuto e ele ainda não havia ligado o carro. E passando por cima de seu orgulho ela olha pra ele, que a encarava sério e até um pouco ofegante, como se fosse um animal prestes a dar o bote em sua presa. Sua intimidade lateja na mesma hora e um frio percorre sua espinha.

Ela se xingava mentalmente por ser tão fraca e tola. Harley se vira  para outro lado, tateando seu banco a procura do cinto de seguranças, não encontrando nada, ela já sabia disso, mais só queria quebrar o contato visual, antes que seu corpo traísse seu orgulho a fazendo arrancar o seu vestido e sentar no colo dele, consumando todo o desejo e o amor louco que ela sentia.

Não seria má ideia. Harley jurou ouvir, deveria ser as vozes que vez ou outra apareciam na sua cabeça. Ela pensava distraída, guando sente seu corpo chocar com força no banco e um barulho irritante de pneu cantando.

Harley se segurava no banco, e seu estômago congelava a cada curva repentina que o carro dava.

- Está tentando nos matar? Harley esbraveja depois do carro quase bater em um caminhão.

- Aah, achei que o gato tinha comido a sua língua doutora Harleen! O homem diz irônico o antigo nome dela.

- Não me chama assim!! Harley odiava guando ele a chamava de Harleen, ela não era mais aquela mulher! E ouvir esse nome a fazia lembrar de sua antiga vida.

- Porque a minha palhacinha está tão séria? Porque não está se divertindo como no dia em que fugiu para uma boate com aquelas vadias?

- Eu não sou a palhacinha de ninguém! Você está achando o que? Você me sequestra pra virar sua prostituta particular, que você usa guando quer, e guando não está afim, trata como uma cadela? Em um momento de fúria Harley joga suas palavras em cima do homem que freia o carro bruscamente.

Harley se segura a tempo para não bater a cabeça no vidro do carro. Nunca falou com Coringa nesse tom, e isso era algo extremamente perigoso. Sua morte seria agora?

Seu coração batia tão forte, que ela conseguia ouvir as batidas desesperadas. A respiração de Coringa era audível, parecia tentar se controlar. Até que ela sente sua mão enorme apertando sua bochecha, a obrigando a encara-lo.

- Você tá gostosa pra caralho, e eu não quero estragar esse rostinho essa noite. Ele diz a encarando nos olhos, por segundos Harley fica em uma espécie de transe, e uma dúvida paira em sua cabeça.

- Depois da noite de ontem, acho que você não tem traços psicóticos. Então, o que você sente? Quem era você antes do Coringa? Os olhos do homem dilatam na mesma hora, ele ficará realmente surpreso com a pergunta, demorando alguns segundos para responder.

- Não existe ninguém antes do Coringa! Sua voz sai três tons mais grave, e no lugar da costumeira ironia, uma frieza que Harley nunca tinha visto. Ele sai do carro e só então Harley percebe que já estão na porta da boate.

Ele nunca falaria sobre a sua vida passada. Ela queria saber se ele tinha família, mãe, pai, irmãos, se ele já amou alguém, se tentou construir uma vida com alguém, se já pensou em ter filhos. Se tinha um trabalho, amigos. Ela precisava saber se ele era um psicopata incapaz de amar alguém, ou se ele tinha algum outro problema mental causado por algum trauma ou algo do tipo.

Ela sai do transe ao sentir Coringa abrindo a porta e a  pegando pelo braço. Seus capangas juntamente com Visk, já haviam chegado, armados até os dentes, para a nossa proteção. Coringa envolve Harley pelo braço a levando em direção a porta da boate. As pessoas na enorme fila do lado de fora, só encaravam os dois com medo e curiosidade. E era assim também na parte de dentro da boate dourada.

As pessoas tentavam disfarçar, mais era nitidamente perceptível a curiosidade e tensão de cada um. Harley também conseguia ouvir uns burburinhos de algumas mulheres no local, com certeza estranhando o fato dela ainda estar viva com ele.

Um vez Visk dissera que Coringa nunca ficava muito tempo com uma mulher, sempre era cercado de prostitutas. E guando ele não estava mais afim e elas insistiam ele acabava as matando. Mais Harley não era uma prostituta, e não estava com ele porque estava sendo paga. No começo era porque tinha sido sequestrada, mais agora havia sentimento, é ela tinha quase certeza que era de ambas as partes. Eles eram iguais e agora se pertenciam.

Algumas stripers passavam a encarando serias, provavelmente por conta do que acontecera com Tiffany e sua priminha vingativa.

Coringa a leva em direção do mesmo lugar que haviam ficado antes, uma mesa em volta de um sofá redondo vazio. O som alto da música acompanhava os corpos que dançavam frenéticos. Harley olha para um grupo de mulheres que viravam o shot juntas, logo indo para pista dançar. Inevitavelmente se lembrou da noite em que fugira de seu cativeiro. Nunca se sentirá tão livre e independente, como se não precisasse de ninguém no mundo pra poder ser feliz ou se divertir. Não tinha pudor e nem medo. Era só ela ali, se divertindo, apesar de logo depois sentir falta dele.

- Harley? A mulher sai de seu transe ao ouvir a voz de Coringa, e percebendo que havia três mulheres sentadas, uma do lado de Coringa, e outras duas sentadas ao lado de Johnny Frost. 

- E falta de educação não cumprimentar as pessoas. Essa e Becky, ela e nova aqui. Becky, essa é Harley, minha palhacinha. Coringa diz passando a mão no cabelo da mulher, que encarava Harley com um sorrisinho cínico nos lábios.

Cretino!!! Harley sabia muito bem o que ele estava armando, queria deixá-la com ciúmes até perder o controle. Mais dessa vez eles jogariam o jogo dela.

- Muito prazer Harleen. A mulher de cabelos pretos diz estendendo sua mão para cumprimentar Harley, que se esforça para não pular em seu pescoço, ao ouvir seu antigo nome na voz irritante da mulher, que estava perto demais de Coringa.

- É Harley Quinn! Harley responde seca se levantando, ignorando a mão estendida da mulher.

- Eu vou ir atrás do Visk. Ela diz para Coringa, e antes de dar qualquer paço, ele puxa a sua mão.

- Seja uma boa garota Harley, eu não quero imprevistos para essa noite. Ele diz beijando sua mão, deixando Harley sair sem nem olhar para trás.

O ar sai aliviado do pulmão de Harley, precisava sair urgente de perto deles, antes que matasse aquela mulher na frente de todo mundo. Ela anda com dificuldade entre as pessoas que a encaravam, vez ou outra ouvia algo como "a garota do Coringa" a "psiquiatra louca" ou "a nova vadia do Palhaço".

Filhos da puta! As vozes na sua cabeça já começam a incomodar com seus sussurros inaudíveis. Harley avista um dos palhaços de Coringa, e vai em direção do mesmo, que vira Visk entrando em um dos quartos com um carinha.

- Ótimo, aquela vaca do Visk me trocou por macho. Ela diz sozinha indo em direção ao bar. Precisava beber algo bem forte,
de efeito rápido.

De onde estava sentada dava pra ver perfeitamente a mesa onde estava Coringa que conversava com Johnny enquanto recebia uma massagem no abdômen da tal de Becky, mais em nenhum momento ele tirava os olhos dela, a vigiando.

A música eletrônica muda para uma música mais sensual enquanto algumas stripers entram no palco para fazerem seu número. A striper no palco do meio usava uma máscara de gato, parecia meio familiar. Harley volta a beber sem dar muita atenção para o palco.

- A Selina manda muito! Harley escuta os barmans comentando entre sí e volta a sua atenção para o palco, mesmo com a máscara, a mulher lembrava muito sua antiga amiga.

- Ei, você disse Selina? Aquela mulher e Selina Kyle? Harley pergunta fazendo o homem se assustar.

- É... é sim! O barman responde aflito olhando a sua volta.

- Ela trabalha aqui? Desde guando a Selina faz programa? A mulher estava surpresa com a presença de sua antiga amiga.

- Não, ela só se apresenta aqui de vez em guando e depois vai embora, ela não faz programa. O homem diz e sai rapidamente assustado. Harley olha confusa para trás, e o olhar psicótico a vigiava, mesmo de longe dava pra sentir a intensidade e a loucura.

Mesmo com uma outra mulher ao seu lado, acariciando seu abdômen e sussurrando coisas em seu ouvido, Harley ainda era sua maior obsessão.

- Harleen?? A mulher de cabelos pretos a sua frente estava surpresa de ver sua antiga amiga, que estava a meses desaparecida.

- Oi Selina. Harley abre um sorriso envergonhado. Estava feliz de ver ela ali, mais também estava  apreensiva. Selina fazia parte de seu passado, era amiga da doutora Harleen Quinzel, e Harleen não existia mais, se tornará uma pessoa completamente diferente. Mais para a sua surpresa, a mulher de cabelos pretos a abraça forte.

- Meu Deus, achei que nunca mais ia te vê. No começo até achei que estava morta, mais depois te vi no noticiário, estavam falando que você matou o David. Eu não acredito que você finalmente conseguiu matar aquele rato! Selina diz rindo.

- O quê? Eu sou uma assassina procurada e você está rindo?

- Acho que não tivemos tempo o suficiente para nos conhecer melhor. Selina responde deixando uma Harley confusa.

- Mais me conta, o que aconteceu? Onde você estava esse tempo todo?

- É uma longa história. Harley solta em um suspiro e logo depois sorrir.

- Vamos nos sentar, e pedir o Uly bebidas, eu quero saber de tudo e com detalhes. Selina a puxa pelo braço e as duas se sentam no bar.

Harley havia ficado surpresa com reação de Selina, ela simplesmente não deu a mínima pelo fato de ela ter matado uma pessoa. Realmente ela não conhecia Selina, como ela mesma disse, não tiveram muito tempo para isso.

A vodka descia queimando a garganta de Harley que nem mesmo ligava mais com a sensação. Ela contava com detalhes, tudo o que acontecera desde o dia em que ficou com Coringa pela primeira vez na enfermaria do asilo Arkaham. Que fora ali que a empurraram para um precipício sem fim. Contava da suas noites com Coringa, e de como tudo era inexplicavelmente intenso. Contará também de  como havia lutado para se manter sã, mais falhou miseravelmente, e que Harleen Quinzel não existia mais.

- Meu Deus Harleen, quer dizer, Harley, eu não imaginava nada disso, sinto muito pelo que aconteceu no seu casamento, sobre o vídeo, ter sido exposta desse jeito pra toda cidade, deve ter de deixado muito mau.

-  Pode parecer loucura, mais aquele video de uma certa forma foi a minha libertação. E se Coringa não tivesse me sequestrado, agora eu estaria casada com David, e vivendo a minha vida extremamente infeliz, ao lado de um homem que eu não amava.

- Então, você ama o Coringa? Selina pergunta receosa com a resposta.

Harley abaixa a cabeça para fugir da pergunta, dizer em voz alta o que sentia, era assustador. Ela mesma demorou para aceitar o que sentia, e sabia que ninguém entenderia e aceitaria, que ela tivesse sentimentos pela pessoa mais perigosa de toda a cidade.

- Harleen você não... Como isso é possível? Ele te fez uma lavagem cerebral?

- Ah Selina, você não vai começar a me julgar né? Eu sei que isso é loucura, mais eu nunca em toda a minha vida, me senti tão livre pra ser o que eu quiser, eu não preciso fingir ser o que eu não sou pra agradar ninguém. E ele é louco, mais ele me enxerga, é da maneira torta dele, eu sinto que ele sente o mesmo que eu!

- Aí meu Deus...! Eu vou parar de tentar entender isso, antes que eu fique louca também. Selina suspira por fim, e olha em direção ao Palhaço que segurava um copo de whisky em uma das mãos, enquanto a outra mão repousava nas pernas de uma das stripers da boate. Ele conversava com um de seus capangas, mais a todo momento olhava para Harley.

- Desculpa a pergunta, mais se vocês estão juntos, e você diz que ele gosta de você, porque eu te encontrei sozinha no bar, enquanto ele está agarrado com a Becky? Selina pergunta acendendo um cigarro e voltando sua atenção para Harley  que se vira para encarar a cena.

- Porque ele está tentando me fazer ciúmes, para eu perder meu controle e matar aquela vadia! Harley responde sem tirar os olhos da cena.

O olhar assassino que transbordava ódio, nem de longe lembrava o olhar doce de Harleen. Naquele momento Selina teve a certeza que a doutora que conhecera, realmente não existia mais. E curiosamente não sentia tristeza. Essa nova versão de Harleen, ou Harley Quinn, como ela prefere ser chamada, parecia ser mais divertida e audaciosa.

- Selina, já estamos indo pra Manson. A Susy já está na van, você vem? Diz uma mulher com uma peruca azul e um vestido da mesma cor.

- Podem ir na frente, eu estou de moto. Selina responde e logo a mulher de peruca azul sai respondendo um simples "ok".

- Manson? O que é isso? Harley pergunta curiosa para Selina.

- E uma outra boate que fica aqui perto, eu me apresento lá também. Eu amei te ver Harlen.. quer dizer Harley, eu queria muito ficar conversando com você, mais é que eu vou me apresentar com as meninas.

- Eu vou com você! Harley responde de imediato, deixando Selina surpresa.

- Mais o Coringa vai deixar você ir? A pergunta de Selina deixa Harley pensativa. Ele nunca deixaria ela sair sozinha com Selina. Mais ela não era mais sua prisioneira!

- Que se dane, ele não tem que deixar nada! E já que ele quer brincar de testar limites, que comesse os jogos!


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Louca sim, orgulhosa e estressada também!!! Harley está sem paciencia pra gracinhas de um certo psicotico. 

Gente mil perdões, eu sei que eu demorei, mais e que escrever não é nada facil, ainda mais pelo fato da gata ter ficado muito tempo sem escrever, estava me sentindo enferrujada. Eu tento escrever o mais detalhado possivel pra que vcs consigam imaginar as cenas, e isso faz com que eu demore mais durante o processo de escrita. As vezes ter o esqueleto do cap não basta, sem detalhes nada flui, nada fica legal. 

COMENTEM MUITO, EM CADA PARAGRAFO QUE VCS GOSTAREM, ISSO ME MOTIVA MUITOOO A CONTINUAR A ESCREVER. 

ATE O PROXIMO CAPITULO. 

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