Marketing || Sabiany

By Sabiany1

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Sabina Hidalgo: uma atriz que está no topo da fama fazendo sucesso a anos como protagonista de uma saga de fi... More

Contrato
Estúpida
Desejando
Casa da Sabina
Fim de semana
Enganada
Primeiro beijo
Curiosidade
Amizade colorida
Virando o jogo
Sentindo falta
Uma chance
Cedendo
Natal
Minha
Desistindo
Plano
Premiação
Pedido
Jogo de afinidade
Ciúmes
Tempo
Arrependida
Insegurança
Roubar minha garota
Boatos
Vingança
Nossa História
Hipnotizada
Desespero
Agoniante
Aniversário
Drogada
SongBird
Tentação
Desprezo
Encontro
Reconciliação
Surpresa
Prestes a morrer
Dúvida
Grávida
Surtando
Confiar
Bêbada de ciúmes
Risco
Prematuro
Trabalho de Parto
Peter
Aprontar
Pânico
Alívio
Fantasia
Amsterdã
Paranóia
Fiz por você
Cuidar
Maus Lençóis
Pra Sempre
Love Only

Entrevista

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By Sabiany1

Any Gabrielly

Alguns dias se passaram e havia finalmente chegado o dia que Sabina e eu daríamos nossa primeira entrevista juntas depois da pausa que demos em nosso trabalho.

Eu não sabia porque estava nervosa, eu já era bem acostumada com isso, mas agora parecia que algo estava diferente, eu não queria ser tão aberta sobre minha vida, e nem podia. Enquanto meu namoro com Sabina era marketing nós nunca nos importamos com isso, quanto mais as pessoas falassem da gente, melhor. Mas agora eu queria privacidade, pois agora tinha uma família e precisava tomar total cuidado para que não metessem meus
filhos no meio de polêmicas e fofocas.

- Filho de Any e Sabina nasce com deficiência e elas o escondem. - Sabina
leu aquilo sorrindo, como se não se importasse nem um pouco, mas eu já
estava trincando os dentes. Aquilo era absurdo.

- Eu estou quase mandando todo mundo ir pro inferno. Isso é um erro, Sabina. Eles vão perguntar do bebê e eu vou ser bem mal educada. - Falei sem disfarçar nem um pouco meu nervoso.

- Você sabia que isso ia acontecer, certo? Nós estamos indo bem, ninguém nem o viu ainda. É claro que vão perguntar, eles querem saber, querem ver o bebê. Você tem que ser mais paciente, amor. - Sabina falou calmamente alisando minhas costas. Talvez eu estivesse exagerando na função mãe protetora. Não conseguia levar numa boa quando via as pessoas inventando
coisas sobre Peter.

Ele estava bem, estava saudável e eu sabia disso, mas ainda não sabia lidar com isso. Já não era a primeira vez que eu surtava por coisas que inventavam sobre Peter. Sabina sempre tentava com toda sua paciência me convencer que aquilo não era necessário e que uma hora eles iam parar.

Faltava poucos minutos para a entrevista. Sabina tentava me acalmar e combinamos que ela começaria respondendo as perguntas. Nós não tínhamos ensaiado nada, então assuntos indelicados teríamos que improvisar.

- Vocês estão juntas a quase três anos e até filho vocês já tem. Resolveram simplesmente parar com tudo pra se dedicar ao relacionamento. Vocês se arrependeram de algo nesse tempo? - A moça perguntou e automaticamente olhei para Sabina esperando que ela respondesse.

- Definitivamente não me arrependo de nada. Isso na verdade é mais do que eu sonhei pra mim e eu estou feliz. - Sabina foi breve em sua resposta, mas já foi o suficiente pra me deixar toda boba. Ela estava sendo verdadeira, segurava minha mão o tempo todo me passando confiança. Era bom tê-la verdadeiramente. Aquilo não era atuação como antigamente, Sabina era
minha, aquilo era real e eu não precisava me preocupar.

A entrevista continuou e a moça só perguntava sobre nosso relacionamento
e sobre como ficaria nosso trabalho a partir de agora. Eu não me importava nem um pouco de falar disso e com o andar da entrevista acabei ajudando Sabina nas respostas. Até que ela resolveu tocar no tal assunto no qual eu não queria falar.

- Sabemos que Any passou por altos e baixos nessa gravidez, e depois que o bebê nasceu vocês não falaram nada, não falaram nem se ele estava bem..

- Ahmm... - Sabina interrompeu a moça e me olhou rapidamente. - Peter acabou de completar quatro meses. Ele está saudável e ninguém precisa se preocupar. Ele é muito novinho ainda, queremos deixa-lo ao máximo longe dessa loucura toda.

- Mas nem uma foto? Nós queremos saber quem Peter puxou.. - A moça disse sorrindo e Sabina me olhou. Ela pelo menos estava sendo gentil educada. Imaginei o quanto ela e o resto do mundo estava curioso pra saber como Peter era.

- Ele não tem nada de mim. - Eu disse frustrada e ela riu.

- Verdade. Ele é a minha cara. - Sorriu orgulhosa e eu belisquei sua coxa.

- Oww, você disse que ele tinha traços meus..- Disse um pouco indignada e Sabina riu. Peter estava mudando e eu não podia mais tentar dizer que ele lembrava a mim, pois até sua pele já estava ficando mais parda.

- Queria tanto vê-lo... - A moça falou, quase em uma suplica e Sabina me olhou novamente, como se pedisse permissão pra aquilo. Apenas assenti e ela pegou o celular indo direto na galeria. A moça parecia animada demais. Eu não sabia se era porque queria mesmo ver o bebê ou porque a primeira foto do bebê Sabiany sairia em primeira mão em seu programa.

- Aqui.. - Sabina deu o celular na mão da moça que rapidamente mudou sua
feição, a que todos tinham quando viam a criança linda que Peter era.

- Vocês estão de parabéns. De verdade.. Olhem isso.. - Ela virou o celular para uma câmera bem na frente dela e eu gelei.

Peter estava deitado em nossa cama sorrindo para câmera enquanto segurava um brinquedinho em suas mãozinhas. Estava perfeito, como o normal. Tentei ao máximo não demostrar meu nervoso, pois eu havia deixado e também não tinha porque ficar nervosa. Não era como se eu estivesse ali com Peter expondo ele em rede nacional. Era só uma foto.

- Vocês devem estar muito felizes mesmo. Ele é um bebê lindo. Agora são dois, não é? Como estão lidando com isso? Está sendo difícil?

- Sim, duas crianças. Até que estamos nos saindo bem. Até a Isabela ajuda a cuidar do bebê. É trabalhoso, mas a gente da conta. - Respondi e a moça sorriu assentindo.

- Mas o que querem saber é: será que vem outro por aí? - Ela perguntou e eu ri, claramente de nervoso. Sabina sorriu assentindo.

- Mas é claro! - Sabina disse e a olhei espantada

- Que não? - Falei e ela me olhou mais espantada ainda. Depois de tudo que
havia acontecido naquela gravidez, a última coisa que eu queria era engravidar de novo. Eu já estava satisfeita com Peter e Isabela, mas Sabina parecia não estar.

- Sim ou não? - A moça perguntou nos olhando com um sorrisinho, como se
estivesse adorando nossa distração.

- Ahmmm... Nós nem falamos disso ainda. Acabamos de ter um, mas não estamos descartando a possibilidade.. - Sabina disse me olhando. - Mais pra frente. - Sabina concluiu e suspirei. Eu não queria nem pensar nisso, não entendia como ela ainda conseguia pensar. Sabina tinha esse jeito precoce, sempre queria tudo rápido demais e sempre era um problema.

-x-

- O que vamos fazer com esse cabelo? - Ouvi Sabina dizer enquanto eu descia as escadas que levavam até a sala. A vi sentava no sofá de frente para o carrinho de bebê, onde estava Peter vestido com a roupinha de Panda que Sabina havia comprado. Ele estava quietinho, apenas observando e
prestando atenção no que Sabina dizia. - Eu quero que ele fique assim.. - Ela passou a escovinha nos cabelos dele o colocando para cima, mas ele sempre voltava para o mesmo lugar de antes, o que fazia Sabina bufar. - Já sei! E se eu passar gel? Vai ficar irado, você não acha? - Perguntou e segurei o riso. Era engraçado ver Sabina conversando com Peter daquele jeito. Ela era encanada com o cabelo dele e isso era engraçado. Ela pegou no colo e se
levantou do sofá. Continuei parada na escada observando os dois. - Você não
vai contar pra sua mamãe, não é? - Ela perguntou a Peter, que continuou imóvel apenas olhando para o rosto dela, parecia estar hipnotizado. - Foi o que eu pensei.

- Pode parando. Você não vai passar gel no cabelo dele. - Sabina virou em um susto e me aproximei dela.

- Oi amor.. - Disse sorrindo fraco. - Olha sua mamãe ouvindo a conversa dos outros, filho. - Ela disse o trazendo para mim.

- Ainda bem que eu estava escutando, não é? - Falei e Sabina riu me entregando Peter.

- Eu não ia fazer isso.

- Eu não confio em você. Quer ficar fazendo penteados no cabelo do menino. - Falei, e ela cruzou os braços fazendo bico. Sorri me lembrando que Isabela fazia igualzinho. - Eu sou pequenininho mamãe! Não pode passar essas coisas no meu cabelo. - Falei me sentando no sofá, já dando o peito a Peter que o procurava como um morto de fome.

- Não cresça mesmo, meu filho. Se não a mamãe vai ficar sem bebês, já que a mamãe Elly não quer ter mais. - Sabina falou, alisando a perninha de Peter que sempre prestava atenção no que ela falava, parecia gostar de sua voz.

- Eu não vou ter.

- E por que não? - Sabina perguntou e eu bufei.

- Não sou louca, tenho certeza que já te expliquei isso mais de uma vez.

- Você nunca me explica.. - Sabina falou baixo, ainda olhando para o bebê, mas eu já estava nervosa.

Eu me irritava fácil demais com Sabina, e as vezes até sentia pena, pois ela nunca sabia como agir quando eu não conseguia conversar com ela sem alterar a voz. Eu não sabia o porque disso, talvez pelas noites mal dormidas que eu estava tendo, ou a falta de afeto com Isabela que estava me deixando bem triste.

- Eu não tenho que te explicar isso. Você não tem que falar sobre isso! Pelo amor de Deus, Peter nem saiu de dentro de mim direito. - Falei, já alterando minha voz e Sabina ficou me encarando séria.

- Eu só estou tentando conversar com você, já que você não para pra me da atenção a dias. - Falou se levantando.

- Agora a culpa é minha se você só fala de coisas idiotas? - Perguntei e ela arqueou a sobrancelha. Peter soltou meu peito e ficou me encarando. Olhei para ele sorrindo e ele sorriu de volta, me fazendo morrer de amores. Ele abocanhou meu peito de novo e continuou me encarando.

- Eu vou dar uma volta... - Sabina disse colocando um moletom branco. Peter
soltou meu peito de novo e se curvou todo para olhar para Sabina. Tentei fazê-lo pegar o peito de novo, mas ele parecia estar satisfeito. - Volto daqui a pouco. - Sabina disse simplesmente pegando Peter do meu colo.

- Vai leva-lo? - Perguntei, a vendo colocar uma touca na cabeça dele, para logo depois colocar o capuz do macacão, o deixando parecido com um pequeno panda. Tive vontade de agarra-lo, mas me contive.

- Vou. - Disse o enrolando em uma manta. - Não se preocupe, todo mundo já o viu mesmo. Só estão falando coisas boas agora e o quanto ele é lindo. Então eu não me importo. - Ela se aproximou e selou nossos lábios rapidamente. - Até logo.

- Cuidado. Até. - Falei um pouco chateada por não ter sido chamada para o passeio. Era óbvio que Sabina também estava chateada pela discussão e queria ficar sozinha.

Fiquei sentada no sofá, encarando o carrinho de Peter me sentindo uma
idiota por brigar tanto com Sabina. Teria que reparar aquilo de alguma forma, mas não sabia como.

- Cadê meu irmão? - Me assustei quando vi Isabela parada de braços cruzados do lado do carrinho do bebê. Que horas ela tinha chegado ali e eu não tinha visto? Pisquei rapidamente, sentindo meu coração se debater no meu peito. Tudo isso simplesmente porque Isabela estava falando comigo depois de dias.

- Ele saiu com sua mamãe.

- E por que a mamãe não levou a gente? - Perguntou se sentando do meu lado no sofá. Meu Deus, ela estava conversando comigo.

- Sua mamãe e eu brigamos, aí ela saiu pra pensar.

- Hmmm. A mamãe está de mal com você?- Perguntou, agora me olhando. Porque eu estava tão nervosa por conversar com uma criança de quatro anos?

- Mais ou menos. Nós vamos ficar bem. - Falei sorrindo e Isabela assentiu, mexendo os pézinhos.

- Conversa com ela quando ela chegar. Mamãe diz que quando a gente briga,
temos que conversar pra resolver.. - Isabela disse e fiquei a encarando espantada. Eu estava recebendo conselhos de uma criança.

- Sabina conversa com você? - Perguntei.

- Sim.

- E você gosta?

- Sim.

- Então vou conversar com ela. Você acha que ela vai me desculpar? Acho que ela está triste comigo. - Falei e Isa me olhou triste.

- Ela vai desculpar, mamãe. Eu falo com ela pra você, tá? - Disse se levantando. - Não fica triste.. - Me abraçou e eu quase morri.

Sabia que era errado me fazer de coitada só para Isabela me dar carinho por pena, mas foi exatamente o que eu fiz nos minutos seguintes. Ela me abraçou, me deu carinho, se ofereceu para me ajudar com Peter. Tudo isso por achar que eu estava triste.

- Minha nossa senhora, vocês voltaram a se falar? - Sabina entrou na sala com Peter em uma das mãos, com a bolsa dele pendurada nos ombros e uma outra sacola na outra mão. Isabela fechou a cara ao ver Sabina e
estranhei aquilo.

- Estamos nos entendendo. - Falei, vendo Isabela andar até Sabina. Ela parou na frente dela com as mãos na cintura e Sabina parecia não estar entendendo nada.

- O que foi filha? - Sabina perguntou e Isabela tirou o seu chileno minúsculo
do pé. Arregalei os olhos e me levantei indo até ela, mas era tarde demais.

- Não briga... Com a mamãe... ENTENDEU? - Isabela falava e batia com o chinelo nas pernas de Sabina, que estava parada apenas olhando para Isabela, sem entender nada. - Não pode... Não pode brigar com ela. Se brigar de novo.. - Ela falava, agora apontando o dedinho para Sabina, que
segurava o riso. - Você vai ficar de castigo.

- Eu que devia te colocar de castigo por me bater, mas vou perdoar dessa vez. E pode deixar que não vou brigar mais com a mamãe Elly. - Sabina disse e Isabela continuou a encarando por um tempo, como se estivesse muito brava ainda e não estivesse gostando nem um pouco do sorrisinho que Sabina tinha no rosto.

- Tudo bem, Isa. A mamãe não vai fazer mais.. - Peguei Isa no colo e Sabina arqueou a sobrancelha, vendo que eu havia usado nossa discussão para reconquistar Isabela.

Me sentei no sofá e coloquei Isabela do meu
lado. Já não era tão fácil assim ficar com Isabela no colo o tempo todo. Ela estava crescendo, mas ainda era como um bebê grande, e eu realmente não me importava com aquilo. Por mim ela podia agir como um bebezão pro resto da vida.

- Não...Eu, Eu, eu..Deixa eu, mamãe.. - Isabela disse quando Sabina ia colocar Peter no carrinho. Sabina o colocou no colo de Isabela e ela sorriu. Ele ficava bem animado no colo dela. Ficava inquieto e ria de qualquer gracinha que ela fazia. Peter parecia ficar hipnotizado pela irmã e aqueles olhos cor de mel gigantes. Sabina e eu ficávamos observando os dois por horas
se deixassem.

- Oi amor.. - Isa falou encostando seu rostinho no de Peter que só sabia sorrir. Ela ficou assim parada um tempo, Sabina e eu os observando, era tão bom ver meus dois neném juntinhos.

- Você gosta dele, filha? - Sabina perguntou a Isa que assentiu sem desgrudar o rosto de Peter. Ela começou a alisar de leve o cabelo dele e nos encarar.

- Eu o amo muito. - Isa falou e meu sorriso não podia ser maior com a cena fofa. - Você é lindo. - Ela disse com uma voz fofa o encarando e ele sorriu. Assim como eu, Sabina estava como uma mãe bobona olhando pros dois.

- Elly, vá tomar banho. Se arrume, pois temos um compromisso pra hoje. - Sabina disse e eu assenti.

- Devo arrumar as crianças?

- Não. Deixa comigo. Só saia daquele quarto quando estiver pronta. E não precisa ter pressa. - Falou e olhei e a olhei desconfiada, mas fui. Tomei um banho bem demorado, sem pressa nenhuma. Sai do banheiro e
me arrumei ali no quarto mesmo, obedecendo as ordens de Sabina de não
sair de lá. Eu estava ouvindo algumas vozes diferentes enquanto me arrumava, mas não sai do quarto pra ver.

Eu não sabia aonde Sabina me levaria ou o que ia fazer, então coloquei um vestido branco um pouco justo, acima do joelho, com um decote gigante. Não sabia se Sabina iria implicar com aquilo, mas não me importei. Aquele vestido era bom o bastante para qualquer ocasião e era ele mesmo que ia usar. Deixei os cabelos soltos e passei uma maquiagem mais escura. Estava procurando algum salto, quando Sabina surgiu atrás de mim no closet.

- Quase duas horas já, meu amor. - Ela disse me abraçando por trás e beijando meu pescoço. Me estremeci toda involuntariamente. O tempo sem
sexo estava me deixando mais sensível que nunca. Ela também estava arrumada, e estupidamente linda com sua calça jeans escura, camiseta e jaqueta de couro, tudo preto.

- Você disse sem pressa. - Lembrei e ela sorriu.

- Eu sei, mas estou com fome. - Ela disse ficando de frente pra mim. Seus olhos desceram imediatamente para os meus seios. Esperei que ela reclamasse, mas apenas sorriu e voltou a me encarar.

- Quer que eu troque? - Perguntei e ela negou com a cabeça. - Você sabe, eles
estão maiores e qualquer roupa vai ficar assim..

- Ninguém vai te ver. Não me importo. - Falou saindo do closet e andei atrás dela.

- Aonde vamos?

- Vamos ficar aqui. - Respondeu ajeitando o cabelo no espelho.

- E por que pediu pra eu me arrumar?

- Por que vamos jantar. Eu não queria ser perturbada, então pedi um jantar pra gente jantar aqui. - Sorri. Era uma idéia genial.

Saímos do quarto e tentei abrir a porta do quarto das crianças, mas estava trancada. Imaginei que eles já estivessem dormindo, mesmo que ainda fosse nove horas da noite e nunca que Isabela estaria dormindo uma hora daquelas, mas resolvi não fazer perguntas.

Fui para sala de jantar com Sabina e a mesa estava toda arrumada com velas, flores, os talheres e a comida. Tinha um cheiro maravilhoso. Sabina estava quieta, e por um momento tive a impressão de que ela estava nervosa, o que seria bem engraçado se eu não estivesse também. Fazia bastante tempo que nós duas não fazíamos nada como casal. Nossa vida agora era cuidar de
Isabela e Peter e os momentos agora eram todos em família. Todos os dias quando Peter acordava para mamar, Sabina pegava Isa e os dois dormiam junto com a gente, o que ficava realmente difícil de fazer qualquer coisa.

- Tá gostoso? Foi eu que fiz.. - Sabina disse, quebrando o silêncio que já estava me incomodando. Ela encheu pela terceira vez seu copo de vinho e tive certeza que ela estava nervosa.

- Você já disse que pediu o jantar, mas está maravilhoso. Gostei da surpresa. - Falei e ela sorriu, ainda olhando para o prato.

- Vou te surpreender mais ainda com surpresinhas - Ela disse e estremeci. Eu
já sabia que ela estava armando algo a um tempo, mas fui proibida de fazer perguntas, então fiquei quieta. Ela tomou o vinho todo de uma vez só e encheu o copo de novo.

- Por que está bebendo tanto? - Perguntei e ela suspirou. Me encarou de um jeito estranho, parecia estar incomodada com alguma coisa.

- Eu estava lendo uma coisa hoje na internet. Falava que lésbicas depois de
um certo tempo juntas começam a agir como irmãs.. - Sabina começou a falar e franzi a testa, sem entender muito por que ela estava falando aquilo. Já estava falando arrastado, claramente bêbada. - Aí meio que começam a discutir por qualquer coisa e se irritam uma com a outra por qualquer coisa boba. Até que ficam de saco cheio e terminam.

- E...?

- "E." Que eu acho que isso tá acontecendo com a gente. - Sabina disse e juro que tive vontade de rir, mas me mantive séria. Sabina parecia estar realmente preocupada com aquilo.

- Acho que essa é a coisa mais idiota que já ouvi na vida. - Falei e ela bufou. - Pare de ler essas coisas, ok? - Ela assentiu. - Minha irritação era por falta de sono, de sexo e por causa da Isabela. - Falei e ela me encarou. Tentei segurar o riso, mas não consegui.

- Bom, a Isa já esta bem com você. Pra ter uma boa noite de sono, precisa ter uma boa noite de sexo. - Ela disse com um sorrisinho sacana no rosto. Encheu de novo o copo de vinho e tirei a garrafa que já estava pela metade de perto dela. - Já faz 3 meses, Any.

- Quem estava com medo de fazer sexo não era eu.. - Falei e ela suspirou alto se encostando na cadeira e cruzando os braços. - Disse que minha boceta
poderia ter aberto um túnel do tempo...

- Eu não falei isso..

- Verdade. Eu estou me lembrando aqui. Você disse um buraco pra China..

- Olha, tá, eu falei isso. Mas foi uma brincadeira. Eu fiquei com medo de você
sentir dor depois. Eu vi meu filho nascendo, vi tudo. Meu Deus, fiquei com medo depois. - Sabina falava tudo de uma vez e eu só conseguia rir. Ela tinha um trauma do meu parto.

- Sabina, a boceta volta ao normal, você sabe não é? A minha tá mais fechada que de mulher de padre já que não estamos fazendo nada. - Falei brincando, mas Sabina me olhava séria. Sua respiração mais pesada..

- Eu ainda estou com fome, Any - Sabina disse e eu até pensei em lhe oferecer mais comida, mas não era bem disso que ela estava falando.

- Peter vai acordar as três da manhã e vai ficar acordado por horas. Até ele parar de acordar de madrugada, prometo controlar essa minha irritação, ok? - Falei, alisando a mão dela que estava em cima da mesa e ela assentiu suspirando.

- Sempre sonhei com o dia que eu falaria isso..

- Falaria o que? - Perguntei.

- As crianças saíram. A casa é toda nossa.- Sabina falou e arregalei os olhos. Eu não sabia se estava feliz ou preocupada por causa das crianças.

- Eles não estão no quarto? - Perguntei e ela negou com a cabeça, sorrindo. - E aonde estão?

- Sav e Jenna levaram eles. - Ela disse e ponderei por um tempo. Jenna tinha Greg que ainda era novinho, então sabia cuidar de bebês. Sav se dava muito bem com Isabela e cuidaria bem dela também.

- Por isso você me mandou tirar leite? - Perguntei e Sabina assentiu. Ela realmente havia pensado em tudo.

- Desculpa não falar nada. Está preocupada? - Ela perguntou um pouco aflita.

- Sim. Estou preocupada - Falei e ela suspirou um pouco nervosa. - Devíamos começar pela cozinha, sala ou pelo jardim? - Perguntei e ela sorriu.

- Jardim me parece um lugar interessante. - Ela disse e eu assenti.

- Ok. Então vamos lá.

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