Bêbada de ciúmes

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Sabina Hidalgo

Saí do quarto deixando Any sozinha e fiquei um tempo sentada na escada
próxima ao quarto. Eu não sabia ao certo como estava me sentindo. Por um lado eu estava certa, pois estava me esforçando muito para que Any tivesse o melhor de mim. Por outro, eu estava errada. Eu merecia ouvir tudo aquilo, eu merecia sofrer pela desconfiança dela, pois já tinha feito muitas coisas erradas e podia imaginar o quanto era difícil confiar em uma pessoa depois de tudo. Mas eu queria a confiaça dela, mais que qualquer coisa.
Queria que ela se sentisse completamente amada como eu me sentia com ela e me chateava saber que isso era tão difícil.

Agora eu estava me sentindo mal por deixa-la sozinha. Eu não estava esperando que ela viesse falar comigo, isso não fazia muito o gênero dela, mas com certeza eu não conseguiria dormir sem senti-la perto de mim, sem sentir nosso bebêzinho na barriga dela. Era óbvio que eu voltaria lá e mesmo que a errada não fosse totalmente eu, iria lá e pediria desculpas. Imaginei
que ela poderia estar dormindo, já que seu sono agora era bem mais pesado, seria bem mais fácil se já estivesse.

Andei até a porta do quarto me sentindo uma imbecil e abri a porta devagar. A cama estava bagunçada, mas estava vazia. Fui até o banheiro e nada de Any. Ela estava ali, pois em nenhum momento a vi saindo do quarto. Abri devagar a porta que daria para uma pequena varanda e meu coração
veio na boca. Any estava sentada no parapeito da varanda balançando os
pés e olhando para o céu. Eu não sabia se morria ou se achava aquilo fofo, porque ali era muito alto e ela não teria aonde se segurar se fosse cair, mas estava admirando o céu como uma criançinha e eu achava fofo.

Andei devagar até ela para não assusta-la e agarrei sua cintura com firmeza. Any se assustou e segurou minhas mãos. Puxei-a para trás e a fiz ficar de pé na minha frente.

- O que estava fazendo sentada aqui? É perigoso.

- Estava olhando o céu. - Falou inocentemente e ficou me encarando séria.

- Eu sinceramente acho que essa grávidez está desenvolvendo alguma doença mental em você. - Falei e ela continou me encarando sem expressão alguma no rosto.

- Você vai dormir comigo?- Ela perguntou tão inocentemente que quase dei um tiro na minha própria testa por ter a deixado sozinha ali, mesmo que só por quase duas horas.

- Vou. - Falei e ela sorriu aliviada me abraçando.

- Nossa. Achei que você ia dormir no outro quarto. - Disse me puxando para dentro do quarto. - Eu só estava dando um tempo pra esperar você dormir. Depois eu ia lá e ia me agarrar a você, porque dormir sozinha não dá.

- Me desculpa por te deixar sozinha – Falei beijando o topo da cabeça dela. - Eu estava errada e não deveria ter te deixado aqui.

- Está tudo bem agora. - Any falou e eu sorri.

- O bom é que dura pouco. Pode durar pouco se sua esposa estiver grávida - Falei alisando a barriga dela e ela sorriu.

- É muito melhor assim. - disse acariciando meu rosto e sorrindo.

- Passaria um dia inteiro apenas olhando nos teus pra você, observando seu
sorriso e ouvindo sua voz. Acredite, eu não me cansaria. - Falei e em resposta ela me beijou. Ela estava sonolenta e logo se deitou com a cabeça no meu peito.

- Nós vamos a festa de sua mãe mês que vem? - Any perguntou de repente.

- Não sei. Se você estiver confortável e me prometer que não vai arrumar barraco. - Falei e ela riu.

- Eu quero ir sim. E prometo que não vou arrumar barraco. - Any falou e eu assenti.

Fiquei ali alisando seu cabelo na tentativa de fazê-la dormir mais rápido, mas Any parecia estar esperando dormir primeiro. Depois de um tempo acabamos dormindo as duas juntas.

Marketing || SabianyOnde as histórias ganham vida. Descobre agora