O filho de Jeff the killer

By ynitsed00

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A maçã podre não cai longe da árvore duas vezes... Jonah, o segundo filho de Jeff the killer e Sarah, não é... More

Cap- 1
Prologo
Cap-2
Cap-3
Cap-4
Cap 5
Cap 6
Cap 8
Cap 9
Cap 10
Cap 11
Cap 12
-;-

Cap 7

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By ynitsed00

Acorde, fique comigo
Através da inundação e do medo
Agora preciso de você aqui
Eu preciso que você fique forte
Para me lembrar de onde eu vim
E de onde eu pertenço
Então, acorde e fique comigo — Are you with me -

Daisy

As palavras dele martelavam em meus ouvidos,
uma e outra vez. Apertei o pedaço de madeira mais forte nas minhas mãos, enquanto me perguntava se tinha a força para fazer o que ele havia me dito.

Eu não queria machucar Jonah, mas eu também não queria ser machucada.
Droga, eu não queria nada daquilo, toda a situação era completamente errada e injusta.
Olhei para baixo, de onde me encontrava.
Eu havia obedecido Jonah e subido as escadas até a porteira e estava sentada no chão, de novo, mas daquela vez eu não estava preocupada em sujar minhas roupas. Minha preocupação era bem maior.

Os minutos se passaram, lentamente.
Depois que ele disse que eu deveria acertar-lo para me defender caso ele fosse atrás de mim, nada realmente aconteceu.
Tudo ficou silencioso. Até a respiração dele se acalmou, e eu não o ouvia mais.
Ele estava do mesmo jeito, sentado na cama,
totalmente imóvel.
Sério, era como se ele nem se mexesse.
Senti o desespero subir a superfície enquanto olhava para ele, como se ele tivesse... não sei, desaparecido. Ele estava olhando para o nada, mas aquilo era quase normal comparando a outras vezes que ele tinha feito o mesmo. A diferença é que não havia nenhuma mudança no rosto dele, nenhuma expressão, nenhum sinal de que ele estava ali.

Eu me sentia sozinha.
Pela primeira vez que estive ali, eu estava realmente sozinha.

Lambi os lábios secos. Eu não sabia quanto tempo ficaria ali. Será que eu não poderia descer? Era a primeira vez que eu estava naquela parte do porão. Eu não havia subido as escadas assim que "cheguei", porquê eu sabia que seria inútil e a porta estaria fechada.
A lembrança de como a porta estava aberta a poucos minutos atrás, me machucou por dentro. Eu estava de costas para a porta agora, ajoelhada a centímetros de distância.
A vontade de olhar para trás surgiu mas a descartei com pesar. Ela estaria fechada.

Como se uma luz se acendesse em minha mente, eu lembrei da caixa.

A caixa que o homem havia deixado, que ele dizia que continha comida.

Eu havia subido as escadas e me ajoelhado virada de frente para poder observar Jonah e de costas para o resto, que nem sequer havia mudado a direção da visão.
E lá estava ela, atrás de mim. Não sabia como nem sequer tinha batido nela na minha pressa quando me ajoelhei.
Olhei para ela como se ela contivesse a resposta de minhas orações e o fruto de meus pesadelos.

Uma pequena parte dentro de mim tinha medo, aquela parte que tinha medo de tudo.
E se a caixa não fosse o que ele disse?
E se não tivesse nada nela?

Voltei o olhar pra Jonah, mordendo os lábios de indecisão. Queria que ele estivesse bem e ao meu lado para abrir-mos juntos.
Não parecia certo abrir a caixa sem ele.

Mas ele continuava sem sinal de que estava no mesmo plano terrestre que o meu.
Outra vez, aquela pontada de preocupação por ele.
Mas eu estava curiosa e com a promessa de comida ainda recente. O vazio do meu estômago não mentia.

Quanto tempo mais eu estaria ali, afinal?
Voltei o olhar para a caixa e para Jonah novamente.

Meu coração estrondou, tremeu e depois voltou a bater duas vezes mais rápido.

Era só uma caixa, ora!
Eu era mais corajosa do que aquilo.

Segurando o pedaço de madeira em apenas uma mão, eu passei a palma da outra mão
sobre a caixa, testando. Era uma caixa de papelão, daquelas de supermercado.

Nada aconteceu, porquê era só uma...caixa.

Certo.

Olhei novamente de relance para Jonah, checando que ele estava da mesma maneira, e voltei a atenção para a caixa.

Não era nada elaborado, na verdade foi muito fácil abri-la. Só tinha umas fitas adesivas ao redor.

Retirei a última fita com receio e esperança.
Bastante esperança, querendo ou não.

Um sorriso surpreso se formou em meu rosto quando ela se abriu, revelando o seu interior e o conteúdo dentro dela.
Pisquei repetidamente para clarear a vista, e ter certeza que estava vendo direito.
Havia uma pequena quantidade de alimentos, mas eram sim, alimentos.

Olhei com água na boca para um saco de fatias de pão de forma, dois deles no total. Devia ter ao menos vinte fatias em cada um, me alegrei.
Havia também enlatados, e eu aproximei um com uma mão para poder ler a descrição.
Sardinhas.
Guardei ele na caixa novamente e peguei outro.
Atum.
Cada vez mais chocada, fiz um inventário de cada coisa que eu encontrava.
Tinha cinco pacotes de biscoitos integrais, oito enlatados, dois sacos de pão, e até mesmo quatro embalagens de frutas secas.

Era inacreditável. O sequestrador havia nos dado frutas.

Eu tinha que fazer um esforço para lembrar que ele era o pai de Jonah.
Eu não sabia o que pensar. Aquele homem estava fazendo esforço para que Jonah fosse alimentado, e bem, eu.
Ele havia prendido a gente em — cada vez mais
eu suspeitava ser um porão, graças a minha visão mais privilegiada de cima- casa e estava nos dando comida.

Era completamente assustador, e bizarro.
Franzi a testa quando vi um relance do que parecia ser tecidos, embaixo de todas as latinhas e sacolas.

Eu não havia tirado todas as comidas da caixa, apenas pegando uma ou outra, e após isso devolvendo para a caixa novamente, mas definitivamente abaixo dos sacos de pão, um tecido fino se sobressaía naquele momento.
Com uma mão, retirei todos os produtos e os alinhei ao meu lado com cuidado. Ali, no interior da caixa, como se fossem forros, pareciam... roupas.

De boca aberta, passei a mão pelo tecido fino que parecia ser uma blusa feminina dobrada.
Era pequena e parecia do meu tamanho.
O montinho de tecidos que eu retirei da caixa se mostrou maior que eu imaginava.
Embora as roupas fossem finas e simples, o que era obviamente proposital para caber na caixa, pareciam confortáveis.
Havia dois shorts curtos na cor preta. Do tipo que se usa em casa.
Mas eu não estava em casa. Embora eu não tinha me sentido realmente em casa por muitos anos...

Havia também roupa masculina, para minha surpresa. Uma camisa de manga curta. Era tão larga que poderia ser confundida com um mini vestido,
E aquela estava mais dobrada que todas as outras. Estava bastante amassada.

Me perguntava se essa camisa era de Jonah, de antes dele estar ali. As roupas femininas... eu não sabia se queria saber de onde elas vieram.
Preferia não pensar.

Suspirei, olhando para tudo.

Vários sentimentos se formavam dentro de mim.

Alívio, por ter novas roupas. As minhas estavam começando a me incomodar.
Seria bom ter algum conforto, e o simples fato de poder trocar de roupa era algo que eu não pensei que poderia sonhar.
As comidas também. Principalmente comida.
Passar fome era... terrível. Morrer de fome, ainda mais. Podia não ser muito, mas ao menos era o bastante.

Medo. O bastante até quando? Quanto tempo mais teríamos comida? Deveríamos comer o mínimo possível, para caso o homem decidisse na próxima semana que não traria comida? afinal ele não parecia ser aficionado pelo Jonah.
Mas ele havia trazido comida, não é? ninguém o obrigou a isso.
Usar aquelas roupas, o que eu estaria fazendo? Aceitando a derrota e me contentando em meu papel de... não sabia. Experimento?
Quão doente aquele homem seria?
Nos trazendo roupas, comida, nos mantendo presos em um porão, era aquele meu destino?
Para sempre aprisionada em um local pequeno e sem liberdade. Sem nunca mais ver o sol, a lua, ou o lado de fora.

Aquilo parecia pior do que qualquer coisa.

Poderia ser pior, a voz da razão sussurrou em minha mente.

Poderia estar sozinha.

Só de pensar nisso, me deu arrepios.
Eu não era uma pessoa com amigos, longe disso. Eu não tinha familia, a única família que eu considerava eram meus pais e eles morreram.
Mas passar o resto dos meus dias sozinha em um local fechado, a mercê de um sequestrador louco, seria um pesadelo ainda maior.

Se Jonah apenas... voltasse.

Olhei em direção a ele pela centésima vez, mas como das outras vezes, ele estava da mesma maneira. Como uma estátua.

Olhei para a caixa de tesouros e para o pacote com biscoitos.
Eu queria muito comê-los. Haviam cinco pacotes. Poderia ser muito para alguém que tivesse toda a certeza que aquela não era a sua última refeição mas eu não sabia quanto tempo mais eu teria que ficar ali, sem Jonah.
Não parecia certo começar a comer sem ele.
E não fazia mais do que dois dias que eu não comia, não parecia tanto assim comparado ao que poderia chegar.

Assim que Jonah voltasse ao normal, ou o normal dele, iríamos ter um plano.
Me lembro dele dizer que o pai dele havia trazido comida, " as vezes" como ele mesmo contou, nas duas semanas em que ele esteve aqui. Eu esperava que ele pudesse olhar para tudo e dizer se foi da mesma maneira das outras vezes, ou se aquilo foi menos ou mais do que o que ele já recebeu.

Se eu soubesse o padrão, eu me sentiria mais tranquila. E então comeríamos.

Era a melhor coisa a fazer.

Minha barriga rebelde escolheu aquele momento para mostrar o quanto ela estava descontente com minha ideia.

Fiz uma careta e apertei o estômago com a mão livre.

Jonah, você bem que poderia voltar logo.
————————————————————————

Meus olhos estavam ardendo.
Estava ficando cansada de piscar e meu antebraço estava vermelho dos beliscões que eu tinha me dado para me manter acordada todo aquele tempo. Eu nem estava mais colocando força neles, eu apenas estava cansada.

Mas não importa quanto sono eu tivesse, eu não conseguia dormir. Não só pela ameaça de Jonah, como também por estar tão perto da porta.
As escadas, mais especificamente o que elas levavam, representavam um medo tão grande
quanto as suas ameaças.
Eu estava mais perto do sequestrador.
Eu sabia, não fazia sentido. Ele não estava lá, ele havia ido embora a muito tempo.
Mas ele poderia voltar... a qualquer momento ele poderia voltar.

Eu me revezava em olhar para a porta e olhar para Jonah.
Ironicamente, os dois estavam iguais.

A caixa estava do meu lado e as comidas que continham nela, estavam ainda intactas.
Aquilo era loucura. Havia passado horas, no mínimo. Parecia uma eternidade a última vez que eu estive lá embaixo, e ele ainda não havia feito nenhum movimento.
Eu estava com medo, com medo real pela mente dele. E se ele... não voltasse?
O que eu iria fazer?
As lágrimas esvoaçaram minha visão, e não havia sequer razão para escondê-las então eu me permiti chorar. Ninguém veria.

Ninguém iria me procurar.

Lá, os pensamentos estavam voltando, e eu sabia que era verdade. Eu não tinha ninguém que realmente sentiria minha falta. Ninguém que lembrasse de mim.

Mãe.
Um sussurro fraco cruzou em meu pensamento.
Eu sentia falta dela mais do que qualquer coisa.
Eu nunca a esqueceria. E pelo menos em momentos como aquele, poderíamos estar juntas de novo. No mesmo lugar de sempre, na mesma porcaria de memória.
Me deitei devagar sobre o chão, sem soltar o pedaço de madeira, os olhos sem foco em direção ao múmia Jonah
-era assim que eu o chamaria agora-
mas sem olhar de fato para ele. Algo muito melhor estava na minha frente, e logo logo eu estaria longe de tudo.
_______________________________

— Comida enlatada, sério?

Acordei sobressaltada. Eu havia dormido sem querer, e fui acordada com o inegável som da voz dele. A voz que eu estava quase certa que não ouviria de novo.

— Jonah — Sussurei.

Meu corpo estava lento e dolorido por dormir no chão, e eu havia deitado de uma maneira particularmente desconfortável. Mas eu não me importava, e me sentei sem tirar os olhos dele.

Ele estava ali. Do meu lado, e falando.

— Ei,Daisy — ele reconheceu minha presença com apenas um pequeno olhar em minha direção e rapidamente voltou a atenção a caixa.

Era como observar um animal selvagem.
Era incrível que ele estivesse ali tão perto e dócil, mas uma parte de mim temia que ele fosse me atacar.

Isso fez com que eu quase risse diante da loucura da situação, mas me contive a apertar os lábios e procurar manter a calma.

Ele estava ali, e não parecia estar no humor assassino de horas atrás.
Horas? Dia atrás? Eu não sabia. Pareceu uma eternidade.

—Você está bem?— perguntei, suavemente.

—Otimo. — ele respondeu sem jeito e parecia que seria a única resposta que ele me daria.

Acho que ele não iria falar sobre.

Eu era a rainha do fingimento, não podia julga-lo por não querer falar sobre um assunto doloroso.

Havia coisas que eu também não queria falar.
Talvez nunca.

Cocei os olhos, me sentindo como se tivesse levado uma surra. Dormir no chão e com fome estava fazendo sua bagunça em mim.
Eu me sentia um lixo.

— Você não comeu nada?

— O quê? Hmmm, não. Eu estava esperando por você, eu acho. — respondi envergonhada de repente. Eu não sabia por que.

Ele me encarou, sério, como se não pudesse acreditar no que eu tinha dito.

— Você deve estar morrendo de fome. Pega.

Ele jogou um dos pacotes de biscoitos para mim, o mesmo que eu estava de olho antes de pegar no sono.

Olhei para o pacote, com água na boca— Tem certeza que devemos comer?

Ele por outro lado já havia pegado outro pacote e aberto a embalagem.

Ele franziu a testa— O quê, como se tivesse envenenado? Não.

Arregalei os olhos— Não... eu nem sequer pensei isso. — eu deveria pensar isso? — quero dizer, por quanto tempo ainda teremos... ele dava comida para você d-desse jeito? — gaguejei, sem saber explicar.

Ele balançou a cabeça, pensativo.

— Não. Ele nunca me deu comidas assim antes.
Eram feitas como marmitas. Arroz, macarrão, carne.

— Sério? — Perguntei, ainda mais surpresa. Incentivada por ele, abri o pacote de biscoitos.
Levei o primeiro a boca, e contive um gemido.
Estava delicioso.

Ele acenou, a expressão indecifrável— Ele deve estar com problemas.

— Por que você acha isso?

— Minha mãe faz as comidas.

Diante minha confusão, ele continuou.

— Ou ele não está conseguindo pegar as comidas escondido por que ela está desconfiando, ou...

—Ou? — perguntei, com esperança.

— Eu não sei.— ele respondeu honestamente, frustrado.

Respirei fundo, torcendo os lábios. — Tudo bem. Iremos descobrir.

—É, iremos.— ele concordou. Sorri pela cooperação dele. Entre estar comendo depois de dias e Jonah estar finalmente de volta, eu estava quase genuinamente feliz.
Se não fosse a situação caótica.

— Roupas— ele murmurou, incrédulo.

Pelo tom de voz dele, ele havia encontrado o mesmo que eu, mas diferente da minha reação, ele não parecia animado com o fato de que o pai dele tinha trazido roupas para nós.

Eu simplesmente afirmei com a cabeça.

— Ah, sim. É loucura, não é? — desabafei, com uma careta.

Ele parecia com raiva de novo.
Eu podia entender o que se passava na cabeça dele, era o mesmo que eu havia pensado.
Por quanto mais tempo aquele homem iria nos manter como prisioneiros?
Jonah parecia ultrajado pelo cinismo do homem em nos vestir, como se estivesse assumindo que era ali agora que iríamos viver.

O peito dele subiu e desceu enquanto ele respirava fundo e ele olhou para mim, parecendo determinado de uma maneira que eu não entendia. Seus olhos eram frios.

— Daisy, há uma maneira de escapar daqui.

Arregalei os olhos, sem esperar por aquilo.
Havia uma maneira de escapar, então por que ele não havia me dito ainda?

— O quê? Qual?

Ele pausou,por um instante seu rosto ficou inesperadamente na defensiva.

— Não é muito convencional.

— Me diz. Não importa— insisti.
Eu já estava ali, eu tentaria qualquer coisa.

Ele fez uma careta, parecendo ultrajado— vamos ter que fingir estar apaixonados um pelo outro.

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