Heartbreaker

By bizzleztz

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Addison Moore queria muitas coisas e uma delas era Justin Bieber, o garoto mais bonito do colégio e que para... More

Personagens
Prólogo
1 - Angel
2 - The most beautiful boy in the whole school
3 - My favorite girl
4 - Date
5 - The same boy and the same vacancy
6 - The heart wants what it wants
7 - You really like her?
8 - Damn, Angel
9 - A truce
10 - She is not so bad
11 - I'm in love with you
12 - Starting to feel attracted
13 - I hate this girl
14 - Company and embraced
15 - Bob is dog name
16 - Discussion between friends
17 - The vacancy is not her
18 - I need help
19 - I will still conquer him.
20 - Perfect match
21 - Proposal for Angel
22- First kiss.
23 - Call out my name
24 - Justin's party
25 - First Time
27 - Cut You Off

26 - Heartbreaker

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By bizzleztz

Addison Moore

Canadá — 2016

"Há alguma chance de você atender meu telefonema se eu te ligasse hoje?
Você diz que você não quer conversar, mas tudo bem
Estive pensando em você o dia todo
Esperando que você atendesse o seu celular
E eu sei que não quero perder o seu amor
Oh amor, oh amor
Oh garota eu tenho um lugar secreto que podemos ir
Porque garota eu realmente quero ficar a sós
Amor, ninguém precisa saber
Me encontre mais tarde sozinha
Não me diga que você é minha destruidora de corações
Porque, garota meu coração está se partindo"

Abri os olhos sentindo meu corpo doer, assim como um incômodo no pé do meu estômago. Levei a mão até o rosto e esfreguei, abrindo eles e vendo Justin ali, do meu... Lado?

— Caramba! — exclamei e pulei da cama, resmungando.

Olhei em volta e foi como se um flash tivesse passando sobre meus olhos, com tudo que aconteceu na noite passada. Soltei uma risadinha nervosa, olhando nossas roupas jogadas no chão do quarto. Eu e Justin havíamos feito amor e era real mesmo. Um arrepio percorreu pelo meu corpo, ainda sem acreditar no que havia acontecido.

O que eu faria agora? Acordava ele ou...? Certo, se eu acordasse ele, o que vou falaria? Quer dizer, isso é meio constrangedor, já que ele me achava uma vadia e ontem teve a prova que eu não era uma. Apesar que ele não pareceu ter prestado atenção.

Uma coisa qual passou pela minha cabeça, fez meu corpo todo se alarmar. Será que ele vai voltar com Angel, quando acordar? Será que ele vai me ligar? E se... Eram tantas dúvidas e inseguranças que minha cabeça começou a dar voltas. Porque caramba, ele já havia voltado para elas inúmeras vezes, quais eu tinha certeza que não voltaria. Droga de insegurança. Por que eu nunca conseguia me sentir segura quando as coisas são relacionadas à Justin?

— Caramba, que confusão! — murmurei sobre mim mesma.

Me vesti e peguei meus sapatos, que estavam perto da porta, abrir a mesma e olhei para trás, enquanto olhava o garoto de bruços deitado na cama. Não me aguentei e fui até ele, deixando um beijo rápido nos seus lábios. Seu rostinho inchado pelo sono e o leve biquinho que ele fazia era tão fofo. Céus, eu poderia ficar o dia todo olhando ele dormir. E ok, isso foi meio psicopata. Ri do seu ronco baixinho e me levantei, saindo do chão onde havia me sentado para chegar o mais perto possível dele. Eu ainda não consigo acreditar!

Olhei em volta à procura do meu celular e não vi, sai do quarto e passei pelo corredor, pela janela assim que desci as escadas vi o sol nascendo e caramba, como era lindo. Olha essa casa, essa vista, esse por do sol! Desci o olhar para o chão e resmunguei ao ver a sujeira, com copos e até mesmo pessoas jogadas ali. Vi Beatrice jogada no sofá, totalmente desconfortável e ao seu lado estava Abby, as duas literalmente roncavam de tão bêbadas. Elas estavam abraçadas.

— Bea, Abby. — chamei, balançando as duas.

Abby resmungou alguma coisa e virou para o lado, me fazendo bufar. Senti minha cabeça começar a doer, assim como meu estômago revirar e podia jurar que ainda estava bêbada. Certo, passei muito da conta ontem. Virei para o lado e não aguentei, vomitando ali.

— Ah não, mãe. — Beatrice murmurou e abriu os olhos, me vendo e arregalando eles — Porra, Addison! Você vomitou no meu pé!

Limpei a boca com o braço e sorri de lado, tentando parecer o mais inocente possível. Isso foi tão péssimo.

— Foi sem querer. — disse fofa e Beatrice resmungou, bufando.

— Eu vou lavar meu pé. — empurrou Abby para o lado e se levantou. Vi a garota sumir pelo corredor e olhei em volta, atrás das minhas coisas.

— Aí. — Abby resmungou abrindo os olhos, olhando em volta — Onde eu estou?

Revirei os olhos, se eu estava mal, elas estavam piores ainda.

— Festa, Justin. — esclareci e ela soltou um "ah — Você viu meu celular e minha bolsa?

Abby passou a mão no rosto, escorrendo a mão até os cabelos.

— Eu vi jogada na varanda antes de... Oh não, o Chaz deu em cima de mim? — arregalou seus olhos.

— O Chaz? Ele é gatinho. — Beatrice deu de ombro. Dei um pulinho assustada, por ela aparecer do nada.

— Vocês...? — ergui a sobrancelha e Abby soltou um gritinho.

— Não, não! — olhou para cima — Bom, eu acho.

Eu ri, fazendo Abby me olha com uma careta.

— Imagina só você com o Chaz. Isso sim é pagar com a língua.

— Ha-ha, engraçadinha. — revirou os olhos e passou a mão sobre a testa — Eu preciso de um remédio.

— Eu também. — passei a mão no estômago — Parece que meu estômago foi esmagado. — fiz uma careta sofrida.

— Vamos passar em uma farmácia. — Beatrice disse e assentimos — Onde está as garotas?

— Jazmyn com o Chaz e a Grazi foi embora mais cedo já que amanhã ela vai para Paris com os pais. — Abby respondeu e eu enruguei a testa, por não lembrar disso.

— Que inveja! Queria estar em Paris agora. — fiz um bico com os lábios.

— Quem não queria! — Beatrice devolveu enquanto saímos da casa.

Olhei para trás e mordi os lábios, com um sorriso pequeno neles. Eu já sentia falta de Justin.

— Mas se você não ficou com a gente, onde estava até agora? — Beatrice perguntou me encarando.

Engoli a seco e terminei de descer o deck, finalmente achando minha bolsa jogada ali.

— Graças a Deus achei! — abri a mesma e vi meu celular ali, com milhares de mensagens e ligações do meu pai.

Christian desde o acontecido com Yuri estava mais rígido e eu sabia que ele se preocupava muito comigo, mas ficar o tempo ligando e controlando ainda mais meus horários era extremamente chato.

— Addison Moore, onde você estava? — Abby falou igualzinho ao meu pai, quando chegava bem depois do horário do toque de recolher.

— Meu pai ligou tantas vezes. — comentei, enquanto mexia no celular.

— Addison!

— Aí está bem! Eu estava com Justin, satisfeitas? — bufei.

— Mas ele não namora? — Beatrice disse confusa.

— E como foi? — Abby perguntou — Vocês transaram? — assento sem jeito e ela arregalou os olhos — Ele foi carinhoso pelo menos ou? Eu quero detalhes!

— Ele não sabia, nem sei se ele percebeu que eu era virgem. — esfreguei o rosto e me virei para Beatrice — Ele terminou, eu acho, ele me disse coisas estranhas e me beijou na frente de todos. Ah e eu não vou dar muitos detalhes.

— Ah para, eu estou curiosa. Pelo menos foi bom? — Abby perguntou e riu pensativa — Espero que tenha terminado mesmo, apesar que ver aquela lacraia ruiva corna não vai ser nada mal viu.

— Não mesmo. — ri junto — Foi estranho, foi bom por ter sido com ele, um cara especial pra mim, quem eu amo, mas... — suspirei — Sobre prazer eu não senti nada, e bom, um pouco de dor. E foi bom no começo quando ele me tocou. — dei de ombro e vi Beatrice bastante calada — Só que isso não importa para mim.

— Lógico que sim, foi sua primeira vez e deveria ter sido bom e especial. Você tinha que chegar aqui agora falando o quanto gostou.

— Eu gostei. — rebati e Abby bufou.

— Não assim. Eu sabia que Justin fodão na cama era só boato, olha só, ele nem fez ser bom para você.

— Quem espalhou esses boatos? — abri a boca.

— Você sabe que ele ficou com metade do colégio. — Abby deu de ombro.

— Muito mais do que a metade. — Beatrice disse pela primeira vez, levantando o indicador.

— Ah não me digam isso, eu fico com ciúmes de imaginar ele com outras. — resmunguei.

— Então se acostuma, se ele estiver mesmo solteiro não vai deixar de ficar com ninguém só porque tirou seu lacrezinho. — Beatrice disse como se eu fosse a pessoa mais idiota do mundo.

— Argh, Beatrice — Abby disse fazendo uma careta — Pior que você não mentiu.

Apertei os olhos, coçando o nariz.

— Eu tenho medo disso, sabe? Eu quero mais de Justin, eu quero que ele seja só meu, assim como eu fui dele ontem e pensar que para ele isso pode não ter significado nada me deixa mal. Eu sinto como se nossa ligação tivesse aumentado depois de ontem.

— É óbvio, o primeiro a gente nunca esquece. — Beatrice deu de ombro.

— Não é só isso. Justin sempre foi o único garoto para mim, eu o amo tanto que dói me imaginar longe dele, mas ao mesmo tempo me dói ficar perto dessa forma. Eu queria ter um relacionamento com ele.

Beatrice gargalhou e eu corei, me sentindo envergonhada por me abrir tanto, mas confiava nelas.

— Justin sempre preferiu outras garotas antes de você e com certeza só rolou o que rolou ontem porque ele estava bêbada. Não se ilude muito não viu.

Senti um certo arrependimento percorrer pelo meu corpo. Merda! O que ela havia falado tinha razão?

— Mas ele me beijou há dias atrás. — tentei retrucar.

— Atração. — ela cantarolou. — Vamos logo, eu quero chegar logo, tenho que viajar também.

— Você só vai semana que vem. — Abby comentou confusa.

— Aí gente, me deixa! — resmungou e bateu a porta do carro, parecendo ansiosa.

— O quê foi isso? — Abby perguntou confusa e eu dei de ombro.

— Não sei.

Abby entrou no carro, eu diminui os olhos ainda confusa e neguei com a cabeça, antes de fazer o mesmo que ela, para ir embora.

Justin Bieber

— Vai pentear isso direito. — meu pai mexeu com meus fios de cabelo, passando a mão sobre eles.

— Pai, só estamos indo jogar golfe. — suspirei cansado.

Ele reclamava de tudo, do meu jeito de falar e agir, do meu cabelo, das minhas roupas e até mesmo das minhas tatuagens.

— Pelo menos coloca um boné em cima disso. — fez uma careta.

— Tá bom, pai. — revirei os olhos e me virei, indo em direção as escadas, mas ele me chamou antes.

— Nada daqueles de maloqueiro, coloca aquele que eu te dei no começo do ano, ele sim é apresentável para meus amigos.

— Ótimo, só faltava essa. — resmunguei.

— O que você disse? — ele perguntou.

Virei e dei um sorriso escorrendo deboche, que com certeza ele percebeu.

— Nada, pai. — disse para ele.

Jeremy assentiu e eu saí dali, marchando firme, até a escada. Entrei no meu quarto e achei o boné que meu pai queria tanto que eu usasse. Me olhei uma última vez no espelho e parecia aqueles filhinhos de papai vestindo polo. Sinceramente, onde eu fui me enfiar?

Suspirei e sai do quarto, sentindo meu celular vibrar, peguei ele dentro do meu bolso e vi que era Addison. Fazia alguns dias que não conversava com ela e aquilo me deixou um pouco ansioso, porque eu quis falar com ela, mas meu pai o tempo todo em cima e me fazendo ir todos os dias a empresa era impossível.

— Oi, Addison. — disse assim que atendi, enquanto descia as escadas.

— Oi Justin, hm, onde você está? — vi que ela estava um pouco sem jeito e eu achei aquilo estranho, porque uma garota que não ficava sem jeito ou estranha era Addison — Você simplesmente sumiu! Você não quer mais falar comigo?

— Eu estou ocupado e... — não pode terminar, porque meu pai me chamava. Agora minha mãe estava ao seu lado.

— Justin, vem! — o
meu pai me chamou mais uma vez.

— Jeremy, espera. — escutei minha mãe pedir a ele — Seus amigos não vão morrer se esperarem cinco minutos a mais.

Ele bufou e eu voltei minha atenção a Addison.

— Eu queria falar sobre aquele dia na festa, sabe? Foi... Estranho. — Addison suspirou.

— Como... — quando ia continuar minha frase, meu pai puxou meu celular e desligou o mesmo — POR QUE FEZ ISSO? — gritei indignado, pegando o celular da sua mão.

— Eu te chamei e você não veio, eu odeio esperar. — disse simples, como se não fosse nada.

Eu sabia, porque eu era da mesma forma, mas nem por isso saia por tomando o celular dos outros.

— Mãe. — olhei para a mesma.

— Você sabe que seu pai é impossível. — ela disse e eu bufei, por ver o quanto ela se ausentava de tudo que envolvia Jeremy.

— Vem, não vejo a hora de te apresentar para Gebby. — tocou no meu ombro e me empurrou para frente, fazendo-me andar.

Passei perto da minha mãe e ela me puxou, me dando um abraço.

— Você está tão lindo assim formal. — me olhou com os olhos brilhando. — Eu estou indo no ateliê de Donatella conferir nossas roupas para o evento, quer mexer alguma coisa no seu terno? — Pattie perguntou e eu neguei, não lembrando direito do esboço que ela havia me mostrado há dias atrás.

— Não.

Não me importava em como ficasse, porque além de não querer ir, eu sou lindo em qualquer coisa.

— Tudo bem. — sorriu para mim — Vão com cuidado e tenham um bom jogo.

— Obrigado mãe. — beijei seu rosto e me soltei dela.

— Meu amor, você vai precisar do motorista? — meu pai perguntou para a minha mãe.

— Não, hoje estou me sentindo muito bem e quero ir dirigindo. — sorriu alegre — Aliás, nem sei se ainda me lembro como é dirigir. Ter um motorista me deixou muito mal acostumada.

— Você sabe que eu adoro te mimar. — disse para ela.

Esfreguei o rosto, revirando os olhos, porque eu o atrasar não podia, mas ele podia.

Vi Maria entrar na sala enquanto meus pais se despediam, ela me olhou de cima abaixou e sorriu, me vendo todo engomadinho, mas não fez nenhum comentário sobre já que Jeremy estava ali.

— Justin, tem uma garota querendo falar com você lá no jardim. Posso mandar entrar? — perguntou simpática.

Era algo natural da Maria, ela exalava simpatia e simplicidade por onde ia.

— Agora? Já estamos saindo, você atende ela lá. — meu pai mandou.

Bufei, pensando que podia ser Angel, ele estava atrás de mim feito uma louca pedindo desculpas, dizendo que queria voltar e todo aquele blá blá blá.

— Pode dizer para Angel ir embora. — mandei seco, não queria vê-la.

— Hm, não é Angel. — ela respondeu e eu fiquei mais confuso ainda, vendo minha confusão ela completou: — É uma garota de Jazmyn já trouxe aqui. Ela não me disse seu nome, mas disse que é amiga de Jazmyn.

— Quem são essas? — o meu pai perguntou para a Maria.

— As duas vezes que Jazmyn as trouxe o senhor não estavam em casa.

— Será que é Addison ou Abby? — minha mãe perguntou — Tem a outra também, Grazi. Elas são uns amores.

— A senhora conheceu Addison? — perguntei sentindo meu coração disparar, sem saber o porquê.

Fazia alguns dias que não via Addison e nem meus amigos, mas mais por causa do meu pai. Ele me proibiu de sair para festas nessas férias e me fez de seu bonequinho todos os dias, como ele fazia todo ano. Era um inferno. Quando finalmente ele me dava um descanso, eu estava cansado demais para sair com Chaz e Nolan, ou conversar por mensagem com Addison, que era nosso costume. Me sentia como no dia do meu aniversário, que fiquei esperando o dia todo sua mensagem, quando na verdade estava ali.

Mas como Addison chegou tão rápido? Estávamos conversando há poucos minutos atrás por ligação. Só se ela já estivesse aqui.

— Foi coisa rápida, mas eu gostei bastante delas, principalmente Addison. Ela é encantadora. Espero que ela volte algum dia, porque aquele estava de saída.

Era verdade. Addison conseguia encantar qualquer um que convivesse mais com ela, que desse abertura para a garota.

Senti um sorriso querer se formar em meu rosto, mas segurei a vontade apertando os lábios um no outro.

— Como é? E Jazmyn anda trazendo garotos também? — o lado ciumento do meu pai atacou.

Virei para Maria esperando sua resposta, se Jazmyn estivesse trazendo Nolan aqui com ninguém em casa eu o mataria. Ou não, porque eu já os peguei dormindo juntos. Ew. Que diferença isso faria agora, certo?

— Não, só essas garotas.

— Tudo bem, vamos lá, Justin.

Segui o Jeremy até o lado de fora de casa e vi o carro já esperando nós dois, assim como o motorista próximo a ele. Eu me virei, vendo... Beatrice? Suspirei de desânimo, vendo a morena vim até mim sorrindo. Enruguei a testa confuso, sem saber o por quê ela estava ali. Eu não tinha proximidade nenhuma com a garota, só havíamos nos falados as vezes que ela puxou assunto em algumas vezes, mas não passou disso.

— Beatrice? O que está fazendo aqui? Eu achei que fosse a... — pausei.

— Addison? — Beatrice ergueu uma sobrancelha.

— É. — limpei a garganta e olhei para o Jeremy — Pai, essa é a Beatrice, minha colega. Bea, esse é o meu pai Jeremy.

— É um prazer. — Beatrice disse estendendo a mão, qual meu pai não fez questão nenhuma de pegar.

— Oi, garota. — não deu muita atenção para ela, que abaixou a mão sem graça.

Vi Beatrice corar e revirei os olhos para o idiota do meu pai.

— Foi mal por ele, meu pai é assim com todo mundo. — eu disse.

Pelo menos com quem ele não vai com a cara de primeira assim.

— Não tem problema e não vou demorar muito, você vai sair né. Eu tenho também que viajar amanhã, aproveitar um pouco as férias — eu assenti e ela pausou — Agora que você está solteiro não tem problema vim aqui né. — deu um sorrisinho sapeca.

Abri a boca, encarando a garota. Ela tinha vindo até minha casa só por isso?

— Antes que você me ache doida, Chaz me disse que você estava muito ocupado então preferi vim. — levantou as mãos, em defesa.

— Olha Bea, eu... — comecei a dizer, já sabendo suas intenções, mas ela me interrompeu.

— Justin, eu sei que você está surpreso deu vim assim do nada, mas eu gosto de você há um tempão. Só não falei nada por causa de Addison. — revirou os olhos — Mas já que você não quer ela, não tem problema.

Beatrice chegou próximo de mim e colocou a mão no meu ombro, ela sorriu enquanto me encarava e me deixava ver sua beleza, ela era bonita. Sua respiração bateu em meu rosto e ela foi se aproximando ainda mais, até que escutamos a buzina e pulamos de susto, fazendo ela se afastar.

— Justin! — meu pai me chamou, abaixando o vidro da janela — Entra no carro, deixa para beijar quando acabar o jogo. — foi duro.

— Tenho que ir. — disse e ela assentiu.

Me despedi de Beatrice e entrei no carro, me sentando do lado direito. Enruguei a testa, ainda confuso com tudo. Beatrice havia dado em cima de mim e deixado claro suas intenções, me deixando surpreso por nunca ter tido nenhum contato com ela, a não ser por amigos incomuns e... Addison. Começo a pensar o que Addison acharia disso e se a magoaria, porque porra, era a amiga dela. Isso me faz ver por outro lado e eu quase surto por imaginar Addison dando o mole que Beatrice estava me dando, para Chaz ou Nolan. Inferno!

Saindo da nossa propriedade e passando pelo condomínio luxuoso que só havia mansões.

— Você acredita que Archie levar o filho dele? O garoto é um lerdão, o achei sonso demais até para mim. — meu pai disse ao meu lado, revirando os olhos — Pelo menos é um garoto direito, já que Archie teve pulso firme com o filho desde pequeno, acho que era o que eu deveria ter feito com você.

Suspirei, sabendo onde aquela conversa chegaria. Meu pai só sabia me comparar com os filhinhos perfeitos dos seus amigos, dizer o quanto eu era uma vergonha e sobre a maldita empresa. Desejei que uma bomba caísse naquele prédio e destruísse tudo que ele tinha.

— E o senhor quer que eu faça amizade com ele? — disse já sabendo qual caminho seguiria aquela conversa.

— Exato! Eu também não suporto aquele garoto, mas o pai dele é bom para os negócios.

— Eu não consigo me imaginar fazendo essas coisas. — comentei e meu pai me encarou confuso, então continuei: — Vocês nos negócios usam as pessoas, a influência delas para conseguir o que quer. O mundo dos negócios é isso? Um tentando passar a perna no outro? Tentando usar de escada?

Meu pai fez uma careta e negou com a cabeça.

— Os negócios não são como nos filmes Justin, não existem pessoas boazinhas e inocentes nesse meio. E eu sei que você está longe de ser isso, então deixa de vim com esse falso moralismo que não vai durar dois dias após você assumiu a empresa. — para ele falar aquilo era tão natural.

— Mas é... — ele levantou a mão, me interrompendo.

— Mais nada! Em vez de se preocupar com a ética nos negócios, se preocupa agora em fazer amizade com o filho do Archie.

— Ah não, pai, o senhor mesmo disse que o garoto é um lerdão. — resmunguei cruzando os braços — Eu não quero fazer isso.

Senti um tapa na parte da minha nuca e fechei os olhos, sentindo uma fisgada de dor por meu pai não ter sido nada gentil.

— Faz pelo menos uma vez na vida o que eu estou te pedindo sem reclamar, moleque insolente!

Cerei os punhos, ainda de olhos fechados e contei mentalmente até cinco.

Depois de mais ou menos uma hora, o que me deixou bastante ansioso dentro do carro — principalmente pela falação do meu pai —, chegamos ao clube de golf e o motorista abriu a porta para nós. Olhei em volta do clube, vendo a portaria que dava acesso ao enorme campo de golfe, entre outros esportes que tinha ali. Isso me animou um pouco, porque sempre fui apaixonado por esportes.

— Jeremy Bieber. — um homem de olhos azuis e cabelos escuros disse, esticando a mão direta para meu pai.

— Archie Schwimmer. — meu pai cumprimentou — É bom revê-lo.

— Igualmente. — o velho disse e se virou para mim, tocando no meu ombro — Esse é o seu garoto? Está tão grande! Quanto tempo não te vejo? — fez uma expressão confusa — Há alguns anos?

— Eu não sei. — disse sem fazer a menor questão.

— Bom, no mínimo uns cinco anos. — meu pai mexeu em seus óculos escuros, olhando para frente — Onde está Dylan? E os outros?

Enruguei a testa. Dylan? Esse nome não me é estranho.

— Está ali. — o velho apontou para frente, onde havia um garoto há bons metros de nós — DYLAN, FILHO, VEM CUMPRIMENTAR OS BIEBERS! — gritou para o garoto e se virou para meu pai — Os outros estão chegando ainda.

Vi o garoto vim até a gente e balancei a cabeça não acreditando que era aquilo mesmo. O filho de Archie, qual meu pai queria que eu fizesse amizade era o nerd idiota do colégio, o mesmo que vive atrás da Addison durante o intervalo. Nem ferrando que eu vou ser amigo desse garoto, Jeremy pode esquecer isso!

Dylan parou na nossa frente e eu me segurei para não revirar os olhos ali quando o ele arrumou o óculos e olhou tímido para mim e meu pai.

— Dylan, esses são Jeremy Bieber e o filho dele, Justin. — apontou para cada um, como se precisasse disso — Vocês brincavam juntos quando criança e futuramente vão gerência nossas empresas, que vão ser parceiras. — Archie riu orgulhoso.

— Eu conheço Justin, estudamos no mesmo colégio. — Dylan encolheu os ombros.

— Que bom, então vocês já são amigos. — meu pai disse apertando meu ombro.

— Não é bem isso. — disse coçando a nuca.

— Como? — meu pai me metralhou com o olhar, quando viu que a ultimamente coisa que eu era, era amigo ou pelo menos simpático com esse nerd.

— N-nós não somos a... — Dylan gaguejou, começando, então interrompi ele.

— Somos conhecidos, bem conhecidos. — falei para não receber um sermão enorme do meu pai — Até convidei ele pro meu aniversário, não foi Dylan? — olhei para ele erguendo a sobrancelha ameaçador.

— Eu fui? — perguntou confuso e eu diminui os olhos — Ah sim, eu fui! Fui sim! — contornou rápido.

— Que bom, esse garoto precisa sair mais de casa sabe. Dylan sempre se dedicou aos estudos, até demais. Eu sempre falo com ele "existe trabalho, mas também existe diversão filho".

— E eu digo a mesma coisa para o Justin. — ele disse e eu abri a boca, mas fechei não acreditando no que estava ouvindo — Ele tem esse jeitinho aí, mas é bastante estudioso, só pensa em livros. — riu cínico.

Archie me olhou dos pés a cabeça e assentiu com a cabeça, desconfiado, o que me fez mas ainda odiar o velho e lhe lançar um olhar metralhador.

Um Jeremy até vai, mas dois, não mesmo!

— Vamos jogar? — Archie perguntou saindo de perto da gente.

— Va... — Jeremy começou, mas foi interrompido pelo celular — Licença, é desconhecido, pode ser importante. — disse e saiu de perto.

Vi meu pai caminhar em direção aposta enquanto atendia a ligação e Archie passou o braço pelo meu ombro, assim como do seu filho, como se tivesse alguma intimidade para isso.

— Você já jogou golfe, Justin? — perguntou se afastando e indo até os tacos, escolhendo.

— Não é muito minha praia, mas já joguei uma vez. — dei de ombro.

— Eu posso te ensinar. — Dylan deu a ideia, mas sem me olhar.

Esquisito.

Abri a boca e peguei o taco que o pai dele me estendeu.

— Não precisa. — virei e dei as costas para os dois.

Vi meu pai andando de um lado para o outro e parecendo bastante nervoso na ligação, mas não liguei, continuando a ir até o homem que estava em um carinho. Dylan parou de novo ao meu lado e eu bufei de saco cheio dele já.

— Justin... — disse hesitante.

— Olha só, vou te avisar só uma vez. — levantei o dedo indicador — Se você contar pro seu pai ou para o meu que eu nem olho para essa cara de bobão no co... — fui interrompido.

— Justin. — Jeremy me chamou.

Olhei para ele e vi sua expressão fechada, seus músculos nervosos e seus olhos levemente arregalados. Enruguei a testa, confuso porque nunca havia visto meu pai tão desequilibrado daquela forma.

— Pai? — perguntei vendo que ele não me respondia.

— Sua mãe... Ela... — meu pai, isso mesmo, Jeremy Bieber estava sem palavras e aquilo só significa uma coisa; que não era nada bom — Pattie sofreu um acidente de carro. Eu não deveria ter deixaria ela ir dirigindo. Eu não deveria.

Vi Archie e Dylan nos encarando preocupados e deixei o taco de golfe cair no chão.

Minha mãe, não!

Addison Moore

Mordi os lábios, me sentindo nervosa porque Justin ainda não havia dado nenhum sinal, ligação, ou mandado uma mensagem, depois do que rolou. Ainda era estranho pensar que eu havia perdido minha virgindade, ainda mais bêbada. Suspirei, Justin não havia me obrigado a nada e sabia que ele estava tão chapado quanto eu. Não, na verdade, ele estava pior.

Com as lembranças também veio a insegurança: será que ele voltou com Angel? Será que por isso ele não quis me ver? E se... Eram tantas dúvidas e inseguranças que minha cabeça começou a dar voltas. Porque oras, ele já havia voltado para elas inúmeras vezes, quais eu tinha certeza que não voltaria. Fora que Justin havia sumido e a única coisa que Jazmyn dizia era que ele estava ocupado. Porque poxa, ele não apareceu nem no cinema que o pessoal do colégio havia marcado, muito menos na festa que fomos sexta passada.

A sensação era pior do que a qual eu senti no dia do jantar, porque havíamos feito amor há dias atrás. Eu me sentia mal, me sentia usada, o que me fazia repensar em diversos momentos de passamos, fora agora. Quando foi que Justin se importou comigo? Quando ele me tratou bem, como travava Angel? Com ela, ele sempre pareceu se esforçar ao máximo para ser gentil, e comigo... Eu realmente não merecia? Eu era tão desprezível ao ponto de não merecer ser amada por ele?

Balancei a cabeça, tentando tirar esses pensamentos de mente, fazendo um lembrete mental pela milésima vez: o que ele te dá já é o suficiente! Mas realmente era? Justin já teve seus momentos e mostrou certa empatia comigo em alguns deles, por momentos como o beijo, eu pensei que ele pelo menos sentia algo por mim e...

— Ai, Addison! — Lauren resmungou, puxando sua cabeça para longe das minhas mãos.

Arregalei os olhos, vendo que eu havia me distraído enquanto fazia suas tranças, pensando em Justin.

— Desculpa, machucou muito? — perguntei tentando afastar qualquer pensamento bobo.

Eu gostava de ficar com a minha irmã, passar um tempo com ela sempre me deixou mais leve e feliz, principalmente quando ela me deixava fazê-la de bonequinha. Eu arrumava ela toda, mas agora estava difícil me concentrar.

— Bom, você arrancou alguns fios, mas tudo bem. — ela disse e eu suspirei — Terminou?

— Só falta colocar o elástico no final. Se vira. — eu pedi e assim ela fez, me deixando terminar — Está linda. — sorri finalizando.

— Deixa eu ver!

Lauren foi até o espelho e olhou, gostando do resultado. Ela voltou até próximo a cama e ela me abraçou, retribuindo o sorriso.

— Obrigada, Add!

Meu coração se encheu com a sua fofura. Ela era tão especial!

— Vocês juntas me deixa todo bobo. — escutei a voz do meu pai dizer.

Virei em direção a porta e vi ele sorrindo, enquanto cruzava os braços.

— E você sempre chegar assim pai, uma hora vai me matar do coração. — fiz drama e ele riu, entrando mais no quarto.

— Você é muito nova para isso, garotinha. — dei de ombro e ele continuou — Tenho uma novidade para vocês, não sei se vão gostar, mas... — fez suspense.

— É presente? — Lauren deu dois pulinhos enquanto balançava as mãos, animada.

— Eu comprei uma luz que você queria essa semana, então não; nada de presentes. — disse e ela suspirou desanimada.

— É Ring Light, pai. — corrigiu.

— Isso ai! — ele pausou — Mas como eu estava dizendo; eu tirei uns dias de férias e vocês não tem aula, então pensei em podemos para a fazenda da tia Lucy. O que acham?

Meu pai perguntou animado, o que me deixou animada por alguns minutos só já que logo pensei: Sem sinal, sem celular, mais dias sem falar com Justin. Ah, não.

— Aah eu adoro ir lá. — Lauren pulou, indo até nosso pai — Eu quero andar de cavalo, ir na lagoa, ver os vovós. — ela dizia com os olhos brilhando.

— Vamos fazer tudo isso. — meu pai avisou — E lá tem muitos outros animais também, vamos ver e cuidar de todos.

— Vai ser legal. — disse forçando um sorriso.

— Vai sim, agora arrumem suas coisas que eu vou encher o tanque do carro e preparar o essencial que vamos precisar na estrada. — meu pai mandou animado.

— Mas já? — enruguei a testa.

— Sim, eu quero ir logo! — Lauren gritou animada, ela amava a fazenda — Por favor, pai.

— Em algumas horas vamos sair, eu já combinei tudo com a Lucy. — disse indo até a porta — E não se esqueça de pegar antialérgico.

— Sim, papai. — revirei os olhos sorrindo.

— Muito bem, garotinha. — respondeu em um tom brincalhão, antes de sair.

— Espero que a Lea não esteja lá. — Lauren comentou sobre nossa prima.

— Ela é filha da tia, impossível não estar. — respondi indo até meu guarda roupa e pegando uma mochila, para colocar as coisas — Mas por que não gosta dela? Eu sei que vocês brigam, mas também não se desgrudam, quando vamos lá.

Lea era a filha da nossa tia Lucy, ela tinha a idade de Lauren e era bastante encapetada. Deus me perdoe chamar uma criança assim, mas ela é bem espoleta e encrenqueira. Ela e Lauren no mesmo cômodo sempre dava confusão, e no momento seguinte elas já estavam ótimas. Crianças.

— É porque não tem outra pessoa da minha idade. — deu de ombro e eu abri a boca — O que foi?

— Você está muito tiradinha.

Peguei algumas peças, nada demais, e coloquei na mala. Coloquei também duas calças, que eu particularmente odeio usar, mas por causa dos mosquitos era melhor usar.

— Eu vou para o meu quarto começar a arrumar minha coisas, você me ajuda? — Lauren pediu, me olhando com um olhar pedinte.

— Cla... — fui interrompida pelo toque do celular.

Pisquei algumas vezes e dei uma corridinha do armário até a cama, onde estava o celular. Peguei o mesmo sentindo meu coração pular achando que era meu garoto, o que me fez suspirar desanimada e entortar os lábios, ao ver o nome da outra Bieber piscar na tela.

— Eu te espero lá. — Lauren avisou, saindo.

— Oi, Jaz. — atendi colocando o celular entre o ombro e o rosto.

— Addison, minha mãe sofreu um acidente. — ela contou chorando, o que me fez soltar a peça de roupa que estava na minha mão e segurar o celular direito — Ela corre risco de vida. Céus, eu estou tão preocupada! Eu preciso de você, amiga! Eu... Eu...

— Jaz, calma, eu estou indo! Respira fundo e fica calma, vai dar tudo certo. — disse tentando não passar meu desespero para ela.

— Eu não consigo, é a minha mãe! — choramingou.

— Desculpa, eu não esperava isso. — esfreguei o rosto — Onde você está?

— No Hospital São Judes.

— Certo, vou desligar, já estou indo.

Desligo a ligação e jogo o celular na cama, me sentindo meio área. A mãe de Jazmyn havia sofrido um acidente, aquela mulher que mesmo por alguns minutos foi tão doce comigo, me tratou tão bem sem ao menos me conhecer. Isso me fez ter vontade de chorar. E merda, é a mãe de Justin, ele já me falou sobre ela e seu medo de perdê-la por causa do seu sonho, imagina se... Caramba, para com isso Addison, não pensa isso que atrai! Ele deve estar tão triste e eu odeio vê-lo triste, ele merece toda felicidade do mundo.

Troca de roupa rápido e pego meu celular, saindo do quarto, vejo Lauren no corredor e passo por ela.

— Ei, Addison, você disse que ia me ajudar! — ouvi seus passos atrás de mim.

— Agora eu não posso, a mãe do Justin sofreu um acidente. — disse e desci as escadas com pressa, procurando a chave do meu carro.

— Mas e a viagem? O papai? — virei, parando de mexer na mesinha de centro da sala.

— Sério isso, Lauren? A mulher sofreu um acidente, a viagem não importa. — coloquei a mão na cintura e troquei o peso de uma perna pela outra e ela encolheu os ombros.

— Onde você está indo? — escutei a voz do meu pai e me virei de costas.

— Eu preciso ver o Justin pai, ele precisa de mim. — choraminguei chorosa — Eu tenho que apoiar ele e...

— Addison! — meu pai chamou minha atenção — Fala direito, o que aconteceu com ele? É alguma coisa séria? — ele enrugou a testa preocupado.

— A mãe dele sofreu um acidente e a Addison quer ir lá agora. — Lauren contou por mim.

Meu pai arregalou levemente os olhos e me encarou ainda mais preocupado, que antes.

— Sinto muito pela viagem pai, mas eu não posso ir assim.

— Você não pode ir assim dirigindo. — ele disse indo até a porta.

— Mas pai, o Justin pode estar precisando... — ele me interrompeu.

— Eu te levo. A viagem não importa mais porque eu sei o quanto você se preocupa com esse garoto, então se a mãe dele está mal vamos lá. — disse me fazendo soltar um suspiro aliviado.

Meu pai sempre foi tão bom e sensível. Eu o amava ainda mais por isso.

— Mas e eu? São sete horas. — Lauren perguntou.

Suspirei, batendo na testa por lembrar disso. Não poderíamos deixar Lauren ali.

— Eu não posso ficar muito com você lá, ainda tem Lauren, hospital não é lugar para criança. Bom, pelo menos saudável. — meu pai explicou.

— Eu juro que não vou ficar muito e podemos até viajar depois, mas eu quero ir apoiar Justin e Jazmyn. — juntei as mãos.

— Certo, vamos!

Saímos de casa e fomos até o carro do meu pai, ele assumiu a direção e eu fiquei no banco de carona. Tentei ligar para Justin e ele não atendeu, me fazendo bufar irritada.

Mandei uma mensagem para Abby, precisava desabafar com ela, ou piraria.

— Já estamos chegando, calma. — meu pai disse, tentando me acalmar, como se eu estivesse nervosa só com isso.

Eu iria encarar Justin pela primeira vez desde fizemos amor. Como eu deveria agir? E se meu pai percebesse? Argh, de jeito nenhum Addison, a mãe dele acabou de sofrer um acidente. Eu queria muito falar com ele sobre, mas talvez seja melhor deixar para depois. Pareço até patética assim, mais do que já sou.

Quando paramos em frente ao enorme hospital saímos do carro, observando a faixada luxuosa, mas também não era para menos. São Judes era um dos melhores hospitais do Canadá.

— Você sabe qual andar eles estão? — meu pai perguntou passando pela porta de vidro, com sensor.

— Eu vou perguntar Jazmyn.

Peguei o celular no bolso e digitei uma mensagem para Jazmyn, recebendo sua respostas logo em seguida.

— Eles estão no terceiro andar, perto da ala de cirurgia. — disse e meu pai arregalou os olhos.

— Cirurgia? Então é mesmo grave. — comentou.

— Eu espero que não pai, eu espero que não. — suspirei triste.

— Vamos ir para o terceiro andar. — meu pai disse entregando seu documento e eu fiz o mesmo — Justin é um garoto forte Addison.

— Aqui está senhor. — a atendente devolveu, nos dando um crachá.

— Obrigada! — agradecemos e nos afastamos.

Entramos no elevador e apertei o botão para o andar que queríamos. Logo chegamos lá e o elevador parou. Saímos dele e andei pelo corredor, até achar onde Jazmyn estava. Vi ela e Nolan sentados em uma cadeira, enquanto ela o abraçava aparentemente chorando, vi um homem do outro lado sentado, mas com uma expressão bastante seria no rosto. Ele tinha os traços de Jazmyn e Justin, principalmente Justin que era uma cópia fiel e mais jovem do homem. Então desviei meu olhar para o outro lado da sala e vi eles, o que me fez ficar estática, sem saber o que pensar ou reagir. Beatrice subiu seu olhar e me viu ali, apertando Justin ainda mais em seus braços.

Não era uma pessoa qualquer ali o abraçando, beijando seu pescoço e me olhando com um cinismo, qual só havia visto nos olhos de... Angel, em toda a minha vida. Era Beatrice, caramba! Será que ela não me considerava da mesma forma que eu a considerava, para pelo menos não investir justamente no cara que qual eu sou apaixonada? Que eu amo? Pelo visto não. Beatrice era minha amiga, mesmo não tão próxima quanto as outras, eu já confiei meus segredos e pior; contei minhas investidas em Justin, nossos momentos. E Justin, mesmo não se importando tanto comigo, por que ele não teve consideração em não dar abertura para a garota qual eu chamava de amiga? Que andava comigo o dia todo no colégio? Eu só servia para ser a garota qual ele procurava para ouvir suas lamentações? Eu só servia de suporte nos piores momentos, quando todos lhe dava as costas. E não que não gostasse disso, por Deus, eu amava me sentir útil para Justin, mas era só isso. Ele sempre deixou claro: ele não sente nada, acorda Addison!

— O que ela está fazendo aqui? — perguntei encarando Beatrice, qual tinha Justin entre seu pescoço, enfiado ali.

Justin pareceu escutar minha voz e se soltou de Beatrice, me encarando. O garoto não estava chorando, mas não precisava de muito para perceber o quão péssimo ele estava por dentro. Seus olhos fundos e triste, sem aquele brilho ao redor das suas órbitas castanhas quase esverdeados, o maxilar trincado e os cabelos tão desgrenhados, que parecia que ele os puxou com bastante raiva.

— Addison, você veio! Céus, você veio! — ele soltou um suspiro — E-eu não sei, me ligaram e... — interrompi Justin, que parecia vim em minha direção.

— Justin, eu espero que sua mãe esteja bem, mas o que Beatrice está fazendo aqui? — perguntei tentando não ser insensível, mas aquilo me deixava doida.

Justin sempre puxava um lado pior de mim, um lado desconhecido.

Porém, de uma coisa eu sabia que uma coisa; que não tinha mais saúde mental para disputar Justin com mais uma.

Jazmyn também enfim percebeu minha presença ali e se levantou de uma vez, vindo me abraçar. Nolan se levantou também, mas ficou ao nosso lado, ele também estava sério. Aliás, todos estavam preocupados.

— Que bom que você chegou. — Jazmyn fungou, me abraçando forte — Eu estou com tanto medo, não quero imaginar se acontecer algo ruim com minha mãe e...

Por cima dos ombros de Jazmyn vi Beatrice dar um sorrisinho de leve e um passo, acabando com a distância pequena que Justin havia criado entre eles, quando se separou do abraço. Senti raiva.

— Vai dar tudo certo. — murmurei em seu ouvido — Sua mãe logo vai estar bem, não fica pensando isso. Ela é muito forte e vai passar por isso.

— Eu espero, Add. — se afastou de mim, com os olhos vermelhos e cheios de lágrimas, doía ver minha amiga dessa forma. Fiquei em silêncio, me senti agoniada, estava sendo uma péssima amiga — Nem eu entendi o que ela está fazendo aqui. — Jazmyn murmurou de volta, mas ela escutou já que respondeu.

— Ora, vim apoiar Justin. — Beatrice disse e voltou a se agarrar a ele, vi Justin se remexer desconfortável e se afastou um pouco, mas era clara a intenção de Beatrice.

Ela o queria. Ela sempre quis.

— Assim do nada? — olhei para os dois desconfiada — Eu não sou idiota, Beatrice, eu sei qual a sua intenção. Pena que precisei ver para poder aceitar uma coisa que já estava na minha cara. — disse e senti meu pai tocar meu braço esquerdo.

— Addison... — ele murmurou, mas pouco liguei.

— Como eu pude ser burra? Você sempre deixou entrelinha seu interesse, mas estava tão preocupada com Angel que não vi que você mal esperaria o corpo dela esfriar para vim atrás de Justin. — passei a mão no rosto, nervosa.

— Eu e você né, já que não esperou nem uns dias como eu. Você foi atrás dele quanto tempo depois dele terminar com Angel? Um minuto? Dois? — Beatrice me olhou com sarcasmo e eu cerrei o punho.

— Não é hora para isso. — Justin disse trincando o maxilar.

Ele me encarava tão fixamente e parecia querer algum tipo de apoio, só pelos olhos, porque sabia que Justin nunca falaria isso com todas as letras.

— Eu não acredito que você vai trazer essas garotas até para o hospital, enquanto sua mãe está lá dentro elas vão ficar aqui disputando quem fica com você? — o homem olhou para Justin irritado e olhou para mim, logo percorrendo o olhar até meu pai — Christian? O que meu gerente está fazendo aqui?

— Addison é minha filha. — ele esclareceu.

— Eu não pedi para que nenhum delas viesse. — Justin respondeu ao pai e eu pisquei duas vezes, sem acreditar — Eu nem sei o que vieram fazer aqui.

— Mas eu... — neguei com a cabeça e Beatrice segurou a risada, atrás de Justin.

— Eu quem pedi! — Jazmyn respondeu ele.

Eu queria tanto vim para apoiar ele, fiquei preocupada e agora ele age como se não me quisesse ali. Era por que ele estava com Beatrice? Ele preferia ela? E ela, por que estava agindo assim agora?

Sinto vontade de vomitar, de chorar, de gritar o quanto os dois estavam sendo idiotas comigo. Estava tão saturada de tudo, que havia ficado impossível segurar.

— Vamos embora, Addison. — meu pai disse, segurando de leve meu braço.

Olhou novamente para Justin e sinto lágrimas começarem a descer.

— Add, não fica assim. — Jazmyn tentou me abraçar, mas dei um passo para trás.

— Você não me quer aqui? — perguntei para Justin, eu precisava escutar da boca dele.

Justin olhou para os lados, percorrendo seus olhos por todos ali que o encavam esperando sua resposta. Ele então me encarou, parecendo aflito.

— Eu nunca quis você. — respondeu seco, tão gelado quanto gelo e sabia que não era só sobre aquele momento.

Funguei, sentindo as lágrimas descendo.

— Vamos embora daqui, Addison. — meu pai me puxou e o pai de Justin chamou ele.

— Vocês podem ficar Christian. — ele disse.

— Eu não fico em lugares onde minha filha não é bem-vinda. — respondeu ao homem e eu deixei que ele me levasse dali.

Justin olhou uma última vez, mas não fez nada. Ele me viu ali chorando por ele e mais uma vez não fez nada.

Me perguntei se valia a pena ficar mais me machucando, se quando amamos alguém tão profundamente, dói tanto quanto o que eu sentia por ele. Se os mínimos momentos que ele me fazia sentir algo bom, realmente curava as dores que ele me causava, meu coração partido que insistia em procurar por ele, mesmo depois de milhares de rejeições.

Pela primeira vez senti arrependimento de ter começando com a história boba de conquistá-lo. Por ter sido tão idiota por achar que eu conseguiria fazer um garoto tão perfeito quanto Justin me amar. Por ter deixado ele crescer tanto dentro de mim, ao ponto de ser sufocante. E vê-lo com Beatrice foi como um gatilho, como se ele tivesse acendido o fósforo e jogado no chão cheio de gasolina. Um dia ele foi meu primeiro, o cara que eu mais confiei, quem eu entreguei meu coração e que foi tão legal comigo na festa, e no dia anterior que achei que era um pouquinho importante, quando me ligou procurando um apoio. Porém, no outro eu era ignorada, assim como diferentes outros dias, ele agia como se o que tivéssemos vivido naquela noite não fosse nada e agora estava abraçado minha amiga, qual entrelinhas sempre deixou claro seu interesse por Justin.

Quantas vezes ele vai ter que quebrar seu coração, para você entender? Uma voz na minha cabeça gritava.

Eu não sabia quanto tempo levaria para superar Justin e esquecê-lo totalmente, mas enquanto saia daquele hospital com meu pai eu só sabia de uma coisa: eu havia desistido dele e pretendia manter isso.

O que nós tivemos, ou achei que chegamos a ter, havia acabado ali com ele nos braços da minha amiga, enquanto dizia que não me queria.

Que isso? Um sonho? Não, a autora atualizou mesmo hahah mil desculpas a demora, foi um misto de preguiça, insegurança e bloqueio com a escrita, até chegar nesse capítulo que eu odiei, mas que vai ter um bom desfecho no próximo. Fiz questão de ter um pov do Justin para vocês verem que ele não tem tanta culpa se a Beatrice vulgo amiga talarica, foi atrás dele :( lembrando que ele tá todo preocupado com a mammy. Sério, mal comecei e já estou odiando ela!
Esses dois só sofrem né, meu Deus, tadinha da mãe Pattie, fiquei morrendo de dó porque o bichinho já sofre tanto . E finalmente aconteceu o que vocês queriam: Addison desistindo do Justin. Agora quero ver quanto tempo vai durar né hahah O que vocês acharam? Drama da Addison ou o que? Me digam!

Se vocês tiveram alguma dúvida sobre o capítulo: a Addison ficou meio sentimental por Justin não ligar para ela, depois de tudo, ela sempre achou que sexo fosse uma coisa especial e por causa de todo o caminho que teve que percorrer até chegar em Justin, conseguir uma aproximar com ele, só piorou tudo. Porém, o que deixou ela pior foi por sentir que sempre perdia ele para Angel, então por isso a insegurança o capítulo inteiro. Outra coisa que revoltou ela foi por causa da Beatrice, que até então era amiga dela (falsa né) e mal deixou o corpo da Angel esfriar e já foi lá atrás dele (a autora falando como se a Addison não tivesse feito o mesmo KKKKKKKK) mas ela sempre soube da paixão da Addison, super apoiou e depois fez isso, cachorrada né. E mais pelo Justin, porque a Addison se sentiu traída por duas pessoas depois de ter se "entregado" para o Justin e ele tratando ela com indiferença foi só a cereja do bolo, pra merda ser feita. Então por isso o surto, ok?
Obrigado por lerem até aqui e até o próximo <3

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