Venenosa (DEGUSTAÇÃO)

By FeFriederickJhones

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Anitta é uma mulher linda, capaz de atrair a atenção de qualquer homem e a inveja de todas as mulheres, ela s... More

Prólogo
Cap 01 - Beneficente?
Cap 02 - Darei um jeito
Cap 03 - Uma barraquinha?
Cap 04 - A doçura tem nome
Cap 05 - Não me esqueci de você
Cap 06 - Está mesmo interessado?
Cap 08 - Muralha
Cap 09 - Tranquilidade que acaba
Cap 10 - Novidades boas?
Cap 11 - Inesperado
Cap 12 - Tomando espaço
Bônus
Cap 13 - Arriscar
Cap 14 - Pressentimento
Cap 15 - Cala a boca!
Não me matem!
Cap 16 - Veja o céu
Cap 17 - Fogo, muito fogo
Sobre a história
Cap 18 - Negócios
Cap 19 - Presa
SORTEIO!!!!!
TERÇA-FEIRA
Cap 20 - Busca Desesperada
Cap 21 - O que você quer?
Cap 22 - Achei você
Cap 23 - Pela Porta da Frente
Cap 24 - Contar a verdade
Cap 25 - Desabando com mentiras
Avisos!
Cap 26 - Um lixo
Cap 27 - Amigas?
Pergunta
Cap 28 - Uma chance
Cap 29 - Não, não, não!
Do Passado
Cap 30 - Desafio
Cap 31 - Apenas relaxe
Loucura
Cap 32 - Pesadelos
Cap 33 - Ela tem medo
Cap 34 - Quem você é?
Cap 35 - Tarde demais
Cap 36 - Terror nos olhos
Cap 37 - Acertou
Sobre hoje...
Cap 38 - Diante dos olhos
Trilha Sonora
Cap 39 - Seguir para...
Reta Final
Cap 41 - Águas Turvas
Cap 42 - Peso que machuca - Parte 1
Cap 42 - Parte 2
Cap 43 - Voando
Cap 44 - Como me encontrou?
Último cap - Marretas e Tijolos Quebrados
Epílogo
Agradecimentos
O que você aprendeu?
AVISO!
Cenas Extras
Venenosa Completo com Cenas extras!
ÍMÃ DE TRASTE EM E-BOOK!!!!
Livro NOVO!!!!

Cap 07 - O Alvo

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By FeFriederickJhones

Anitta

Charlie ainda não deu notícias e isso só piora minha angústia. Os tremores voltaram, a dor de cabeça piorou. O neurologia passou uma série de exames e dois remédios, um para dor e outro para os tremores. Já tomei os dois e nenhum efeito diminuiu essa sensação.

Tomo uma xícara forte de café e deixo a televisão ligada só para não me sentir tão só. Já passa da meia-noite quando meu celular toca e dou um salto no sofá, olho o visor e o número é desconhecido... Será que?

Não sou de fugir de nada, então atendo, tentando manter minha voz forte o suficiente. Mesmo que por dentro o medo esteja a todo vapor e que os tremores tenham piorado, respiro fundo.

-Alô?

-Anitta?

Uma onda de alívio percorre meu corpo. Conheço a voz, mas não é dele.

-Heitor?

-Fico feliz que já conheça minha voz. Te acordei?

-Não, eu... Durmo tarde.

-Imaginei. – Ele pigarreou – Mesmo assim desculpe, eu só consegui ter tempo agora.

-Tudo bem, trabalhar de garçom deve te dar poucas horas de sono.

Ele riu.

-Você gosta de lembrar de como me conheceu.

-Tem algum problema com sua profissão?

-De maneira alguma, ao contrário, acho muito digno, mas eu sou várias coisas.

-Ah é?

-Você não faz ideia.

Ri, sem jeito. Ainda bem que ele não podia ver meu rosto. O que aquele homem queria comigo?

-Heitor, você não deve ter ligado apenas para verificar se eu estava acordada.

-Não.

-Então?

-Gosto do fato de você ser sempre tão direta.

-Deve ser uma qualidade em muitos momentos.

-Com certeza. Bom, vamos ao assunto, eu quero te convidar para um passeio.

-Outra barraquinha?

Ele gargalhou e eu acompanhei com uma risada tímida. Que facilidade ele tinha de expressar o que sente, quem dera eu tivesse um pouco disso em mim,  falo o que penso nos momentos certos, planejo minhas atitudes e até minhas reações, mas expressar sentimentos? Isso não existe para mim.

-Não, apesar de ter certeza que você adorou nosso lanche.

-Adorar é um tanto exagerado, mas foi gostoso. – Afirmei – Suas conversas são sempre assim? Rodando em pontos aleatórios?

-Só com você. Acho que gosto de ouvir sua voz e prolongo qualquer possível assunto.

Engoli seco e dessa vez não tinha respostas.

-Então? Vamos passear?

-Por que eu iria? – Desafiei.

-Porque você gosta da minha companhia.

-E você é bastante modesto.

Rimos.

-Te pego amanhã, 7:00. Vista uma calça confortável, meia, tênis e uma blusa com manga, talvez aquelas que protegem contra o sol.

-Eu não me ouvi dizendo que irei.

-Você vai, afinal que graça tem ficar enfurnada no apartamento o dia inteiro?

-Por que está fazendo isso Heitor?

-Porque quero ficar perto de você.

-Só isso? – Pergunto me sentindo estranha.

-Apenas isso.

-Não conheço nada tão simples assim.

-Está na hora de mudar os olhares Anitta, nem todo mundo quer usar você.

Engoli seco, ele conseguia me deixar inquieta e tranquila ao mesmo tempo. Mas era sempre certeiro em suas palavras.

-Amanhã, às 7:00. Sugiro que vá dormir, o dia será longo, mas você vai adorar.

-Você não vai desistir?

-Não pretendo.

-Tudo bem.

-Isso é sua forma de dizer sim?

-Talvez.

-Até amanhã Anitta.

Não disse mais nada, mas pude sentir que ele sorria enquanto desligava o celular. Eu também sorria. O que estava acontecendo comigo?

****************

Café forte, remédio para dor e roupa conforme ele tinha dito, eu já estava na portaria do prédio quando um Fiat Uno bem antigo e preto, parou. Heitor saiu de dentro dele e eu fui em sua direção. Sorriso encantador e olhos cristalinos que pareciam escrutinar cada centímetro meu.

Ele usava uma calça de moletom azul escura e uma blusa de manga branca, uma combinação perfeita com sua barba por fazer e seu cabelo preto bagunçado.

-Você tem uma moto velha e um carro ainda mais velho? – Perguntei saindo do prédio.

-Bom dia querida Anitta, suas observações são bem pertinentes. Mas esse carro não é meu.

-Ah. E por que não vamos na sua moto?

-Gostou da adrenalina?

Dei de ombros tentando parecer indiferente e ele sorriu.

-Precisamos de espaço e da mala do carro.

-Tão misterioso.

-Gosto de preparar surpresas, vamos?

-Vamos.

Ele abriu a porta do carro para mim e deu a volta. Deu partida no carro e seguiu. Não conversamos durante boa parte do trajeto, Heitor ligou o som e uma música suave internacional tomou o carro. Relaxei pela primeira vez em dias, com a cabeça encostada no vidro da janela, apenas olhei a vida passando lá fora. Esse homem que tinha entrado tão de repente em minha vida, parecia me conhecer o suficiente para saber que eu precisava de espaço.

Saímos da cidade e pegamos a estrada, eu não sabia para onde estava me levando, mas conseguia me sentir segura o suficiente para não fazer perguntas. Ele pegou um acesso por uma estrada de terra, seguindo por alguns minutos, até parar num espaço entre árvores.

Ele desceu do carro e deu a volta para abrir a porta para mim. Depois abriu o porta-malas e tirou algumas coisas de dentro. Algo que parecia um estojo de golfe e uma cesta bem grande.

-Vamos?

-Isso é uma trilha?

-Basicamente, mas é pequena, nosso objetivo é outro.

-Qual?

-Você realmente precisa saber de tudo?

Soltei o ar, me sentindo uma chata. Ele foi à frente, eu seguindo com calma. Faço exercícios regularmente, mas nunca fiz algo parecido com uma trilha no meio do mato. Heitor parecia conhecer bem o caminho, seguindo com calma e precisão. Chegamos numa clareira e havia apenas o campo aberto, uma cabana caindo aos pedaços e troncos que pareciam bancos.

-Pronto.

-É isso?

Ele me fitou sorrindo.

-Uma parte sim. – Ele colocou as coisas no chão – Me dá um segundo, logo começamos.

Foi em direção à cabana e não demorou a voltar com um enorme alvo, daqueles circulares preto e branco com um ponto vermelho no meio. Ajustou uma ponta da clareira, depois veio até o estojo de golfe e abriu, mas não tinha tacos, eram flechas e um arco. Sério? Quis dar uma risadinha, mas me controlei, ele não podia saber que eu estava achando aquilo sensacional. Era convencido demais para que ceder tão fácil.

-Arco e flecha?

-Exatamente. Vou te ensinar.

-E onde você aprendeu?

Heitor parou de costas para mim, depois virou devagar parecendo sério.

-Com meu avô.

-Ah... Mas isso não é caro?

Seu rosto se preencheu de uma risada gostosa.

-Sempre me chamando de pobre. – Chegou perto e segurou minha mão – Existem coisas na vida que a gente não compra, nem precisamos nos preocupar em explicar. Essa é uma delas, apenas relaxe está bem?

-Você está me escondendo algo?

Os olhos deles pareceram escurecer por alguns segundos. Depois seu rosto se aproximou ainda mais do meu e eu pude sentir seu hálito de café, misturado com hortelã.

-Sabemos um do outro, o suficiente para estarmos aqui. Sem pressa Anitta, sem pressa.

Aquela proximidade estava me inquietando, ele não tinha se afastado, nem eu. Éramos dois teimosos insistindo em manter a firmeza do olhar, mas eu não podia confiar que conseguiria vencer aquela batalha, havia verdade demais no rosto dele e mentira demais do meu. Por algum motivo, não queria que ele enxergasse meus defeitos tão depressa. Afastei-me.

-Então quero aprender. Como começamos?

-Primeiro eu vou montar o arco e organizar as flechas.

Ele ficou alguns minutos vidrado no equipamento que parecia novo, a não ser por uma flecha, que era toda de madeira, com numa pena na ponta, como se fosse de índio. Interessante. Heitor era cheio de surpresas.

-Pronto, vou fazer algumas amostras para você. Observe o movimento dos meus braços e da minha cabeça, isso vai te ajudar.

Apenas assenti. Ele estendeu o arco e posicionou a primeira flecha, esticando e mantendo os braços alongados e retos, bem firmes. Observei seu rosto e os olhos pareciam ter adquirido um tom diferente de azul, ele estava concentrado e fechou um dos olhos a fim de verificar o alvo melhor. Depois abriu os olhos e largou a flecha, que alcançou o meio do alvo certinho.

-Uau!!!! – Falei e bati palmas no impulso – Você sabe mesmo fazer isso.

Ele me olhou sorrindo.

-Achou que estivesse mentindo?

-Talvez só querendo me impressionar.

-Também.

Sorri.

Ele fez o mesmo com mais duas flechas, dessa vez falando coisas que considerava importantes para um lançamento de flechas perfeito.

-Agora é sua vez.

-Já?

Ele assentiu e me puxou. Colocou o arco em minha mão, me ajudando a segurar da forma certa, seu corpo colado ao meu, pude sentir a respiração dele em meu pescoço.

-Segure firme, o arco é seu, você quem comanda.

Balancei a cabeça levemente concordando. Ele pegou a flecha e me ensinou como encaixá-la. Não consegui encaixar de primeira, minha mão estava levemente trêmula, talvez pela estranha aproximação entre nós.

-Respire fundo Anitta.

A forma dele pronunciar meu nome era diferente, carinhosa e doce. Fiz o que ele pediu e o cheiro de loção pós-barba me invadiu. Engoli seco e soltei o ar com pressa.

-Assim não, você precisa respirar devagar, porque se sua respiração estiver acelerada, você não vai conseguir manter seus braços firmes e retos.

Ele começou a respirar profundamente, me ajudando a diminuir o ritmo da minha respiração, até eu me acalmar.

-Isso.

Ele voltou a me ensinar como encaixava a flecha e dessa vez eu consegui.

-Agora você estica o máximo que puder, sempre mantendo os braços levantados e na mesma direção.

Fiz o que ele mandou, esticando a flecha e com os braços retos. Ele, que ainda estava bem próximo, consertou a posição do braço que segurava a flecha e se afastou um pouco.

-Agora fixe o seu alvo, escolha o que você quer Anitta.

Por que aquelas palavras pareciam querer dizer mais do que diziam?

-E quando se sentir pronta, solte.

Olhei o alvo, mirei o meio, claro, fechei um dos olhos, depois abri os dois, como Heitor tinha feito. E soltei. Minha flecha não teve força suficiente e caiu no meio do caminho. Soltei um murmúrio de desânimo.

-Tenha paciência com você Anitta. – Ele disse me entregando outra flecha – É algo novo e ninguém aprende tão rápido.

Ele sorria para mim, ao invés de me acusar de ser incompetente. Respirei fundo novamente. Peguei a flecha e dessa vez consegui encaixar sozinha. Outra tentativa e a flecha caiu novamente, dessa vez mais perto do alvo.

-Está melhorando, você só precisa esticar mais e não se apressar.

Assenti. Peguei a outra flecha e uma nova tentativa. Alvo! Na borda, quase fora, mas consegui.

-Ta vendo Anitta! Você consegue!

Atirei várias flechas, uma a uma. Ele estava animado com minha força de vontade, algumas voltaram a cair no chão, mas outras iam para o alvo, mesmo que bem distantes do centro.

-Acho que por hoje está bom.

Ele falou depois de recolher as flechas que eu tinha lançado. Usei todas, menos a de madeira, mais antiga.

-E essa flecha? – Perguntei apontando.

-Meu avô que fez pra mim.

Ele parecia saudoso.

-É linda.

-É. Eu nunca a uso. É mais como uma boa lembrança. Ele nunca me deixou desistir. No começo eu era péssimo, errava todas as flechas, demorei alguns meses até conseguir. – Falava como se pensasse em voz alta – Mas ele sempre estava lá. “Heitor você consegue”, “Tente de novo”. Sempre acreditando mais em mim do que eu mesmo.

-Algumas vezes somos assim não é? Descrentes de nós mesmos.

-É, nessas horas precisamos de alguém para nos lembrar a verdade.

Ele me fitou.

-Será que é verdade? – Questionei me sentindo triste.

-Sabe Anitta, muitas vezes somos bombardeados com mentiras durante toda uma vida, fica mais fácil se manter acreditando nelas, do que sair do lugar para encarar a verdade.

-Talvez.

-E sabe o que meu avô me disse para não me deixar desistir?

-O que?

-Ele disse que no dia em que eu conseguisse, ia experimentar a sensação da vitória que era só minha e isso faria de mim um homem incapaz de desistir para o resto da vida.

-Ele estava certo?

Heitor chegou perto de mim, colocou as flechas no chão e tocou meu rosto. Sua mão estava quente, mas me provocou uma onda de frio.

-Totalmente certo. Hoje, eu não desisto de nada que quero, Anitta.

Seu rosto se aproximou do meu e eu queria afastá-lo, mas não consegui. Ele me beijou, tomou posse da minha boca com a sua, como se eu não tivesse outra alternativa.

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