About a boy | jjk+pjm

By galaxychildj

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[CONCLUÍDA, EM REVISÃO] Park Jimin é um adolescente de dezessete anos que leva uma vida normal, exceto por: e... More

-01 | avisos, playlist & personagens'
☀ | prologue'
01 | which head is in pluto'
02 | with an universe inside him'
03 | who has a pink hair'
04 | who is like a butterfly'
05 | who is not mute'
06 | who i call by pluto'
07 | who belongs to andromeda'
08 | who is still a mystery'
09 | the true concept of friendship'
10 | actually, it's about me'
11 | who is like whalien 52'
12 | andromeda, your stars shine'
13 | who has a comet in his heart'
14 | andromeda, i'll become your eyes'
15 | who is like an astronaut'
16 | who looks colorful but it's grey'
[🧤]; movies or stories'
17 | andromeda, be part of my painting'
18 | who still doesn't know where to go'
19 | who looks like winter'
20 | who looks like paper'
21 | who crosses the boundaries of our planets'
22 | who is discovering his stars'
23 | who believes in hope'
24 | andromeda, you are the last color of my rainbow'
26 | don't let the sun go
27 | we are stars'
28 | who isn't a mystery anymore'
29 |inner child, don't lose your way'
30 | let's be like the wind'
31 | besides everything, there's always a spring day
32 | from mercury to pluto, anyway, jungkook.
☆ agradecimentos finais.
extra | the parallel
if multiverse is real, i wanna be with you
SPIN-OFF

25 | i will call you "asteroide 134340"

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By galaxychildj

olá meus queridos planetinhas, sentiram saudade? eu senti muitas saudades de vocês, muitas mesmo. enfim, vocês estão bem? eu espero que sim, de verdade

gente, 190K? tipo ????? MEU DEUS????? FALTA TAAAAAO POUCO PRA 200K e eu fico meu deus?? esse tanto de gente se interessou pela minha história? eu agradeço demais por tanto carinho

eu me lembro que parei de justificar minhas demoras, mas, eu estou organizando os livrinhos e sério, eu ESPERO que eles fiquem lindos, porque eu vou fazer de tudo pra isso acontecer. enfim, att, livro, estudos... isso contribui muito pra tudo, mas principalmente, minha falta de criatividade.

me esforcei bastante nesse capítulo, então espero que gostem, eu sei que vão querer me matar mas está tudo bem!

ESTOU BRINCANDO (ou não) de qualquer forma, vocês decidem depois de ler! NÃO SE ESQUEÇAM DO VOTINHO E COMENTEM MUUUUUITO

tradução do trecho: problemas vão tentar nos separar, então só foque em mim, na escuridão, apenas nós dois é o suficiente

boa leitura! e obrigado vcutsolar por fazer a betagem desse capítulo, você é incrível!

🌓🌔

#MercuryPluto

"Hardships will try to deceive us but
Just focus on me then
In the darkness, just the two of us is enough
In all these lies"

— love maze, BTS

Jimin fechou seus olhos e respirou fundo, sentindo o cheiro de café recém-feito, enquanto Crying Over You tocava no único lado do seu fone de ouvido, onde o outro descansava pendurado em seu ombro produzindo apenas um ruído leve.

Depois de um longo período frio, os orbes de Jimin conseguiam agora enxergar as flores prestes a desabrochar e, aquelas que a neve congelou, descongelar. Após um longo inverno, a primavera finalmente estava ali.

— Você gostaria de alguma coisa? — Jiwoo perguntou, balançando sua xícara de café, enquanto encarava o Park, que estava no sofá da frente à espera de Jungkook.

— Não, muito obrigado. — o garoto respondeu simpático e desviou os olhos para as escadas, se arrependendo de ter entrado pela porta, pois Jungkook disse que só iria buscar algo e estava demorando muito.  

A janela era sempre a melhor opção.

— Certo. Jimin, eu posso te perguntar algo? É Jimin, né? — Park assentiu. — Qual é a sua relação com meu irmão?

— Somos amigos. — Jimin se apressou a dizer. — Somos bons amigos.

— E você quer ser amigo dele? — a garota perguntou de forma direta, fazendo com que Jimin quase engasgasse com o nada.

— Acho que não entendi a sua pergunta.

— Ah, eu perguntei se...

— Andrômeda, vamos embora! — Jungkook gritou da escada, interrompendo sua irmã que o olhou feio.

Jimin concordou, acenou para Jiwoo e disse a Jungkook que ia esperá-lo do lado de fora. Jungkook parou no meio do caminho e devolveu o olhar feio à irmã.

— Certo, o que foi? — ela perguntou.

— Você pensa que não conheço suas intenções!?

Jiwoo torceu a boca e deu de ombros.

— Você precisa dizer a ele.

— Eu não vou perder uma das únicas amizades que já tive porque você quer que eu confesse algo.

— Por que pensa tanto que iria perder algo? — Jiwoo perguntou, cerrando seus olhos, como se ouvir aquilo fosse um absurdo.

— Porque é a verdade. — Jungkook respondeu sério.

— Irmãozinho, você realmente precisa trocar de óculos.

— O que quer dizer com isso?

Jiwoo deu de ombros novamente.

— Só recomendo que renove suas lentes, porque elas estão vencidas, a julgar pelo o que eu estou vendo.

Jungkook franziu o cenho e fez um bico.

— Estão? Ué, mas eu fui no oftalmologista semana passada...

Jiwoo revirou os olhos, seu irmão era realmente muito ingênuo.

— Estou dizendo que o seu querido amigo de cabelos rosa também sente algo por você. Como ainda não percebeu isso?

— Você não está falando sério... — Jungkook comentou, esfregando a própria nuca.

— Jungkook, apenas vá para a escola. — Jiwoo mandou impaciente e, em seguida, balançou a cabeça em negativo. — Você é realmente inacreditável. De quem puxou isso? De mim, sei que não foi.

— Provavelmente do papai. — Jungkook deu de ombros, sem se interessar em continuar o debate com sua irmã. — Tchau. — acenou e saiu pela porta, levando um leve susto ao encontrar Taehyung e Yoongi parados bem ao lado de Jimin.

Os três esperavam por Jeon.

— Céus, de onde vocês brotaram? — perguntou, levando uma mão ao coração e fazendo uma careta exagerada.

— Da sua bunda. — Yoongi respondeu sorrindo cínico, antes de gesticular um coração com as mãos. Jungkook lhe mostrou o dedo do meio.

— Eu ganhei um carro e nos trouxe até aqui, porque eu serei seu motorista hoje! — Taehyung respondeu, animado. — Por favor, se os cavalheiros não quiserem se atrasar, entrem no carro. E, Yoongi, nem pense em ir na frente, você sabe que é o lugar do Jimin.

Yoongi arqueou suas sobrancelhas e ergueu as mãos em rendição, recebendo uma piscadela de Taehyung como resposta. Jimin e Jungkook se entreolharam e ambos reconheciam o que seus olhares estavam tentando dizer.

Tinha algo fora do lugar ali. Mas ambos sentiam que não era da conta deles, então, apenas não disseram nada sobre. Ainda assim, "não dizer" não quer dizer "não agir".

— Eu vou atrás. — Jimin anunciou decidido, e não deixou os outros sequer expressarem uma expressão, entrando pela porta de trás do novo Hyundai Santa Fe de Taehyung. — Yoongi, pode ir na frente.

Taehyung e Yoongi se entreolharam.

— Você consegue ir atrás? — Yoongi perguntou.

— Nunca tentei, mas, para tudo tem uma primeira vez. Se eu quero mandar essa fobia ir se foder, então, eu preciso tentar muito mais do que normalmente tento. — Jimin respondeu enquanto arrumava seu cinto.

— Se você diz... — Yoongi disse e, por fim, entrou no carro. Logo depois, Taehyung e Jungkook também o fizeram.

Jungkook se afastou para o canto o máximo que pôde e encarou Jimin, cerrando seus olhos ao ver um sorriso cínico sendo direcionado a ele. Conhecia Jimin bem demais para saber que enfrentar a sua fobia não era o único motivo daquilo.

E ele estava certo, pois quando pensou em dizer algo, Jimin pegou seu celular, digitando apressadamente. Segundos depois, o telefone de Jungkook vibrou em seu bolso. Esse que franziu o cenho e pegou seu celular.

Andrômeda ☆

| tem algo de estranho com esses dois

| você não acha?

Lambeu seus lábios e olhou para frente. Yoongi e Taehyung não estavam xingando um ao outro, como sempre faziam. Pelo contrário, estavam conversando como duas pessoas civilizadas e rindo.

| primeiro eles pararam de conversar assim que me viram

| agora isso acontece

realmente, tem algo estranho |

mas nós vamos mesmo nos intrometer?|

talvez eles só tenham parado de brigar |

| minha intuição diz que tem algo aí

a minha também |

mas |

Antes que Jungkook digitasse mais alguma coisa ou Jimin respondesse, os dois na frente chamaram suas atenções.

— Yoongi, eu disse para você colocar a música, não desligar. — Taehyung suspirou exasperado. — Você é desprovido de cérebro ou algo assim?

— É, sou. Igualzinho a você. — Yoongi respondeu, entredentes.

Jungkook olhou e sorriu convencido para Jimin, que cerrou seus olhos e voltou a digitar algo.

| isso ainda não acabou

certo |

mas você está bem aqui atrás? |

— Estou com preguiça de escrever, então: sim, estou com medo, mas também mais forte e determinado do que nunca. — Jimin respondeu em voz alta, assustando Jungkook e chamando a atenção dos outros dois. — Eu estou bem, não se preocupe.

— Vocês estavam conversando pelo celular? É fofoca? Se for, eu quero saber. — Yoongi perguntou em tom de brincadeira.

— Deixe de ser intrometido, Yoon. — Taehyung falou e deu uma risada anasalada, enquanto o rosto de Yoongi ficava vermelho como uma pimenta pelo apelido pronunciado. — Eles estão falando mal de nós, não é óbvio?

— Estamos mesmo, vocês são muito chatos! — Jungkook respondeu no mesmo tom brincalhão.

Jimin, no entanto, continuava sério.

— Eu nunca vi você chamar o Yoongi pelo apelido antes. — acrescentou, olhando diretamente para Taehyung. Jungkook olhou feio para Jimin, que retribuiu o olhar.

— 'Pra tudo tem uma primeira vez. — Taehyung deu de ombros, repetindo a frase que Jimin havia dito momentos atrás

Ele assentiu, então, e não disse mais nada até que chegassem na escola. Jungkook não parou de encará-lo o caminho inteiro e, dessa vez, nem era para admirá-lo, mas, sim, analisá-lo. Jimin parecia realmente determinado a espionar Yoongi e Taehyung, porém, depois daquela pequena conversa com os amigos, desistiu e ficou olhando pela janela o caminho todo.

Ou talvez, ele apenas preferiu pensar sobre aquilo em vez de analisar. Jungkook cogitava todas as hipóteses quando se tratava de Jimin, porque ele poderia parecer quieto e calmo, mas Jungkook sabia perfeitamente que essa não era a verdade quando o garoto se zangava.

De qualquer forma, Jungkook estava na cola de Jimin desde que seu amigo resolveu "mandar a sua fobia ir se foder", porque ele estava levando essa frase muito a sério e o Jeon se preocupava demais. Assim, ele estava grudado ao outro como nunca.

Essa é uma das coisas que Jimin e Jungkook tinham em comum: a intensidade. A vida é um verdadeiro quebra-cabeças de peças mínimas e ambos sequer conseguem pensar nessas peças, procurando correr o mais rápido possível até o final. De uma forma que, diga-se de passagem, poderia ser destrutiva.

Jimin e Jungkook tinham a primeira aula juntos no subsolo, enquanto Yoongi e Taehyung tinham aulas diferentes no terceiro andar, então logo os quatro se despediram e seguiram seus próprios caminhos.

A aula de Jungkook e Jimin era de biologia e, pela primeira vez, Jungkook viu Jimin responder as perguntas de Namjoon em voz alta, o que não apenas o surpreendeu, como surpreendeu a turma inteira. A maioria das pessoas ali sequer escutara a voz de Park antes. E tanto Jungkook quanto Namjoon estavam orgulhosos e felizes pelo andamento do outro.

Nas aulas seguintes, Jimin não disse nada. Mesmo com o seu andamento, ainda era quase impossível para o Park deixar os seus desenhos de lado. Jungkook não reclamou, pois amava ver cada nova arte feita, principalmente em aulas chatas.

Para o Jeon, Jimin era o tipo de pessoa que poderia se arriscar em qualquer campo artístico, pois se sairia muito bem. Ele era um poço de talentos. Era como se Jimin fizesse seus desenhos e viajasse para a lua, e Jungkook era um viajante que precisava de um lugar para pousar e uma companhia para observar. Ambos se completavam de uma forma que ainda não entendiam direito, mas eles faziam o próprio universo.

Na última aula antes do almoço, Jimin e Jungkook ainda estavam nas mesmas turmas, e Jimin estava desenhando algo intrigante aos olhos do Jeon. Não era algo complexo, era bem simples, mas a forma que o desenho era expresso chamava a atenção do garoto.

Dessa vez, era apenas uma mão humana bem grande, revestida por uma luva escura — que Jungkook associou a Jimin — e, acima da mão, flutuava uma espécie de universo e um planeta parecido com a Terra.

Antes que Jungkook pensasse em algo para perguntar, Jimin virou para trás com o caderno, jogando-o na mesa do Jeon. O sinal da aula tocou, mas enquanto todos saíam, os dois continuavam no mesmo lugar.

— O que você acha deste desenho? — Jimin perguntou, mordendo seus lábios.

— Eu iria perguntar agora o que estava desenhando, porque achei incrível, mas o que significa?

— Eu tenho essa fobia desde os cinco anos de idade, então, eu realmente não lembro direito como é segurar, abraçar ou beijar alguém. Na verdade, eu sei como é, mas as experiências que tive com isso não foram muito boas. Por isso, eu sempre desejei poder segurar o mundo nas minhas mãos e não passar mal. — Jimin riu sem graça. — Acho que deve ser uma sensação boa.

— Seria muito ruim da minha parte perguntar o motivo da sua fobia? — Jungkook arriscou.

— Honestamente, eu também não sei direito a origem. — Jimin suspirou. — Meus pais só me dizem que eu me machuquei feio, mas acho que nem eles conseguem explicar a situação corretamente. Acho que eles não lembram ou não fazem ideia. Bom, eu sei que eu não lembro. A única coisa que sei de verdade é que eu precisei ser internado. Eu detesto hospitais desde aquele dia.

Jungkook franziu o cenho, era como se aquela sentença despertasse algo em sua mente.

— Estranho, porque...

— Ei, vocês dois! — a professora exclamou da porta, chamando a atenção dos únicos dois presentes na sala de aula. — Não queria atrapalhar a conversa de vocês, mas a aula já terminou.

— Desculpa. — os dois pediram em uníssono.

Antes que a professora dissesse algo a mais, Jimin e Jungkook organizaram seus materiais e saíram rapidamente, recebendo olhares de censura da mulher.

No momento em que os dois pisaram os pés do lado de fora, alguns alunos do último ano passaram gritando "Jovem, selvagem e livre" pelos corredores, sendo seguidos por algumas pessoas que vinham atrás com partes do rosto pintadas de qualquer cor. Na frente, algumas pessoas estavam vestidas com fantasias. Era o dia do trote, o único dia em que os professores não podiam interferir nas atividades estudantis, a menos que fossem absurdas.

E Yoongi se certificou de não deixar nada muito absurdo passar pelo grêmio estudantil. Sim, ele que havia organizado aquilo, mas não gostava desses trotes porque, segundo ele, "eles sempre dão errado". Mesmo que tivesse sido quem planejou, aquelas pessoas sempre davam um jeito de ignorar certas restrições.

— Tomara que o desse ano seja melhor do que o outro, já que os professores disseram que todo mundo vai ficar depois da aula se continuar daquele jeito. — Jungkook riu fraco. — A maioria dos veteranos que participaram eram impulsivos e superficiais, eu já sabia que aquilo ia acontecer.

Jimin olhou para a multidão, mordeu seu lábio inferior, apertou parte do tecido de suas luvas, respirando o mais fundo que podia para dizer:

— Eu quero participar.

Jungkook encarou Jimin, seus olhos ficando levemente arregalados.

— O quê?

— Correção: eu vou participar.

— Andrômeda, eu realmente acho melhor você não fazer isso. Talvez não seja muito seguro. — disse Jungkook, em um tom preocupado. Mas Jimin não ligou.

— Nada nunca é seguro para mim e eu preciso me arriscar. — o garoto de cabelos rosa suspirou. — Esse é nosso último ano. Se eu não fizer agora, nunca farei. E é só uma brincadeira inofensiva, eu estarei por último, de qualquer forma. Ninguém estará tão próximo de mim.

— Você tem certeza? Se é isso que quer, eu vou te apoiar.

— Então me apoie e venha comigo. Fique ao meu lado.

Jungkook olhou em volta. Vários alunos andavam pelos corredores amontoados, cantando alguma coisa que provavelmente os levaria à diretoria, mas esta é a graça de um trote, afinal. O fato de não estar nem aí para o que acontece em volta e, como dizia o tema daquele ano, apenas ser jovem, selvagem e livre.

— Tudo bem, mas tome cuidado. — Jungkook concordou e, no mesmo momento, Jimin se apressou a se juntar à multidão, porém ficando atrás e mais distante de todos. Jungkook se apressou também, ficando perto o suficiente do outro.

Os alunos começaram a correr e pular, gritando algo que nem Jungkook e nem Jimin entendiam, mas gritavam juntos e sorriam. O Jeon não era muito chegado em brincadeiras assim, mas, ver Jimin pulando e sorrindo, o fazia querer participar de qualquer coisa. Desde que o outro estivesse envolvido.

Depois de poucos passos, um grupo de atletas chegou gritando e deu um abraço forte em Jungkook, que se assustou e quase deu um soco no garoto que estava no meio.

— Por que vocês fizeram isso?! — Jeon exclamou, exasperado.

— Não fique com raiva, cara! — disse um garoto de cabelos loiros. — Já que no trote do ano passado deu briga, este ano estamos espalhando amor através de abraços calorosos. Vamos fazer isso com todos os veteranos que estão aqui.

Jungkook arregalou os olhos e olhou para o lado. Jimin estava parado com o cenho franzido, tentando entender o que acontecia enquanto todos os outros continuavam andando.

— Tudo bem, próximo! — um dos garotos exclamou e foi pulando na direção de Jimin.

Antes que Jungkook conseguisse sequer pensar, os rapazes abraçaram Jimin em conjunto. E tudo o que conseguiu ver, foram os olhos do garoto arregalarem perdidos.

Ele precisava reagir.

— Tirem as mãos dele! Não abracem ele! — Jungkook gritou e correu até Jimin, puxando os rapazes pelas jaquetas com tanta força, que fez um deles cair.

Os atletas não disseram nada e apenas saíram, uns com olhares de ódio, outros confusos. Jungkook parou em frente a Jimin, observando seu semblante extremamente assustado.

Quando o Jeon pensou em dizer algo, as pernas de Jimin fraquejaram e ele quase foi de encontro ao chão, mas o reflexo de Jungkook foi mais rápido, fazendo-o segurar o rapaz. Ainda assim, arregalou seus olhos, pois segurar o outro poderia fazê-lo piorar, mas também não sabia se deveria soltá-lo. Até que Jimin respondeu por ele, colocando seus braços ao redor do seu pescoço e dizendo:

— Por favor, não me solte, apenas me leve para casa.

Jungkook concordou e colocou o rapaz em suas costas, correndo para a sala da diretora. Ela os olhou assustada ao ver Jimin em seu colo que — apesar da sua respiração mais controlada — estava praticamente desacordado. O Jeon estava disposto a levar o outro para casa imediatamente.

Jimin não conseguia pensar racionalmente, apenas sentir o cheiro do shampoo nos fios de Jungkook e aquilo, de alguma forma, estava ajudando. Sentir o corpo tão caloroso do outro, ajudava. E ele não fazia ideia do porquê. Até brincou que Jungkook seria a pessoa na qual ele se sentiria seguro em ter um longo contato físico, mas não imaginou que aquilo realmente fosse acontecer.

Talvez, sua mente só estivesse cansada demais para se preocupar.

— Eu não posso deixar você sair com um aluno passando mal. — a mulher declarou, serena.

— É o Jimin, você sabe que ele não pode ficar aqui nesta situação. Eu realmente preciso levá-lo para casa, ele me pediu para fazer isso. Eu sei que ainda preciso ver uma aula, e que isso não é permitido, mas se for preciso que eu lave a sala de química por um mês, eu lavo. Posso até frequentar e participar das aulas de teatro. Eu faço tudo o que quiser.

— Você realmente se importa com ele, hm?

— Sim. Por favor, nos libere.

— Tudo bem, irei contatar a mãe dele.

— Não... não precisa. — Jimin falou pausadamente.

— Sinto muito, mas é necessário. — a mulher lamentou e pegou o telefone, digitando alguns números antes de colocar o celular no ouvido. — Oi, Sra. Park? Está em casa? Não? Parece que o Jimin está passando mal e o aluno, Jeon Jungkook, está querendo levá-lo para casa. Eu devo permitir?

Jungkook mordeu sua bochecha, com medo da resposta.

— Certo, obrigada. — ela desligou o telefone. — Pode levar, mas por favor, tenha cuidado. Se necessário, vá ao hospital.

— Tudo bem. — Jungkook suspirou, aliviado. — Jimin, você consegue andar até o estacionamento? Eu vou pedir um Uber.

— Eu posso ficar assim? — o garoto de cabelo rosa perguntou, surpreendendo Jungkook. — De alguma forma, seu cheiro me acalmou. — falou, com os lábios rentes ao pescoço do Jeon.

Jungkook engoliu em seco, seu coração parecia que iria sair pela boca.

— Sim, você pode.

Jimin sussurrou um "O.K". Então Jungkook, ainda com o rapaz em seus braços, pediu o Uber e correu para o estacionamento com o rapaz, que só saiu dos seus braços quando entrou no carro. Ele estava se esforçando muito para permanecer firme, e Jungkook parecia cada vez mais preocupado.

Por sorte, o motorista andou rápido e, ainda dentro do carro, Jimin estava conseguindo voltar a si mesmo. Ao ver isso, Jungkook não arriscou mais sequer encostar no garoto. O rosto de Jimin estava suando como nunca.

Quando eles chegaram, Jimin foi o primeiro a sair do carro, cambaleando. Jungkook foi depois dele, para segurá-lo caso caísse ou algo do tipo. O Park parou em frente à sua casa e, quando iria girar a maçaneta para abrir a porta, lembrou-se de algo, que o fez recuar.

— Eu... posso ir para a sua casa? Meu pai está aqui e eu não quero que ele se preocupe. — o Park perguntou, engolindo em seco. — Eu volto depois. Só preciso de... um tempo... para me recuperar. Meu rosto está pegando fogo, acho que estou com febre.

— Claro, claro! — Jungkook não demorou a responder.

Jimin assentiu e se virou para trás, seguindo para a casa do Jeon antes mesmo de ele fazer isso. Jungkook correu, então, para alcançar a frente e abrir a porta. Deu espaço para Jimin, e o assistindou entrar lentamente.

— Você consegue subir até o meu quarto? — Jungkook perguntou. Jimin não disse nada, apenas assentiu e foi em direção às escadas.

Jungkook correu para pegar uma toalhinha e a molhar em água morna, antes de subir as escadas o mais rápido que podia. Quando chegou ao seu quarto, as luvas de Jimin já estavam em cima da penteadeira, e seus sapatos, no chão. O rapaz estava deitado de forma rija, com os olhos fechados, tentando respirar fundo a cada segundo. Extremamente vulnerável.

Jimin odiava que as pessoas o vissem daquela forma e, por isso, sempre corria quando sua fobia atacava. Claro, ele também não gostava que soubessem de sua fobia, mas também não gostava de ver a expressão de pena das outras pessoas. Já que assim, ele também enxergava a si mesmo como alguém vulnerável.

Mas, com Jungkook era diferente. A primeira vez que o Jeon o viu daquela forma, ele sentiu a pena em seu olhar, mas depois, era como se aquele garotinho assustado tivesse ido embora. E de fato, Jungkook só tentava mostrar ao outro que ele era muito mais forte do que tudo aquilo. Então, o fato de Jungkook o ver tão vulnerável agora, não fazia com que ele pensasse isso de verdade. Então Jimin não se importava.

— Como está se sentindo? — O Jeon perguntou no momento em que se aproximou da cama, oferecendo a toalha a Jimin, que abriu seus olhos e a pegou sem medo, antes de afastar os fios de sua testa suada e colocá-la ali.

— Triste, mas feliz. — Jimin suspirou, apoiando suas mãos na cama e empurrando seu corpo para cima, ficando quase sentado. — Triste, porque eu fui além do que deveria. E, feliz, porque eu não tive crise. Foi tão estranho. Eu senti o calor do seu corpo, mas eu não queria te soltar. Isso é novo para mim.

— Para mim também. O que aconteceu?

Jimin deu de ombros.

— Para ser sincero, eu também não faço a mínima ideia.

— Eu pesquisei sobre sua fobia, uma vez, e descobri que não é algo que tenha cura, mas pode ser controlada através da insistência do toque físico com pessoas que você confia. Normalmente, isso se encaminha através da ajuda de um psicólogo, acho que terapia cognitiva? Não me lembro direito.

— Sim, você me disse isso uma vez. — Jimin tirou a toalhinha de sua testa e jogou seus cabelos para trás. — Eu tentei com a minha mãe, mas não deu certo.

Jungkook mordeu seus lábios e assentiu. É por isso que os pais não consultam seus filhos.

— Eu já tentei várias vezes antes. Tentei com o Taehyung, tentei com o único menino que já beijei e deu extremamente errado...

Jungkook arqueou a sobrancelha.

— Eu seria muito intrometido se perguntasse o que aconteceu com esse garoto que você beijou? Você já mencionou por alto antes, mas...

— Não, não seria. — interrompeu. — Eu queria entender se gostava mesmo de meninos, na época. E tinha esse garoto, que era legal, e eu achava que gostava dele... Então um dia ele perguntou se poderia me beijar. — suspirou. — Ele não sabia sobre a minha fobia. E eu queria tentar, por isso eu disse que sim. Não foi uma boa experiência. Ele me beijou, fez com que nossos corpos ficassem muito próximos, e aí o pior aconteceu.

— E... o que seria esse pior? — Jungkook perguntou, hesitante.

— Ele encostou a boca dele na minha, eu comecei a tremer e ele começou a me beijar de verdade. Eu deixei. Meu estômago estava revirado, mas eu pensei que fossem apenas aquelas "borboletas no estômago".

Jimin fez aspas com os dedos. Só de pensar naquela história o fazia ficar enjoado.

— Mas assim que ele pegou na minha cintura, no momento em que parou de me beijar, eu vomitei nos seus pés. Ele me disse coisas horríveis e nunca mais nos vimos. Acho que a situação piorou minha fobia. Nunca mais tentei beijar ninguém depois daquilo. Foi uma experiência traumática. Eu não gostava dele, mas descobri o que era "gostar" depois.

Jungkook estava boquiaberto, sua mente estava cheia de perguntas e mais uma vez, ele abriu a boca várias vezes, mas nada saía dela. Era como se sua mente ainda estivesse processando tudo.

— Jungkook, você está aí?

Sem que o Jeon percebesse, sua mente viajou para Plutão por alguns segundos, deixando o ambiente em um silêncio ensurdecedor.

— Ainda é bizarro escutar a sonoridade do meu nome na sua voz, sempre tenho a impressão de que está brigando comigo. — Jungkook brincou, na intenção de ignorar a sua viagem repentina. Jimin fez uma careta. — Desculpa, eu acho que me assustei com a informação. Então, você já gostou de alguém?

— Sim, acho que todos já passamos por essa fase. — Jimin deu de ombros. — Se é que isso é uma fase. Não sei, eu já gostei de uns dois meninos, mas não acho que tenha me apaixonado. Ainda mais quando eu nem falava direito com os dois.

— Como assim? Você acha que precisa ter convívio com alguém para se apaixonar?

— Você não?

— Não sei. Talvez sim e talvez não. Acho que, de fato, você só se apaixona mesmo por alguém que verdadeiramente conhece. Caso contrário, você só se apaixona pelo que pensa da pessoa, não pelo que ela realmente é. Eu não tinha parado para pensar sobre isso antes.

— Eu concordo. Bom, pelo menos você parece estar se apaixonando, certo?

— É... — Jungkook riu esganiçado, esfregando sua nuca.

— Eu não conheço muito a Yeeun, mas ela parece ser uma boa pessoa.

— Espera, o quê? — Jungkook perguntou, arregalando seus olhos e parando a mão em sua nuca.

— Você não disse que estava se apaixonando por ela? E não disse que vocês são amigos? Então, provavelmente, você está mesmo se apaixonando.

— Ah, sim... — forçou uma risada mais convincente.

Eu falei com ela duas vezes na minha vida. O garoto pensou, tentando não rir de quão besta era sua mentira.

— Mas se eu for levar em conta essa questão do amor e paixão, eu posso dizer que sou apaixonado por você. — Jungkook sussurrou a última parte, mas Jimin escutou e, automaticamente, seus olhos cansados se arregalaram.

Jungkook também arregalou seus olhos. Ele não conseguia entender o que aquela reação significava e para piorar, aquilo havia saído sem querer.

— Sou apaixonado por você e pelos nossos amigos, porque eu conheço cada um e ainda assim, quero ficar cada vez mais perto de vocês. É isso que eu quis dizer. — riu sem graça.

— Ah... — Jimin forçou uma risada. — Mas não é nesse sentido que eu digo, é mais no sentido... — pausou. — Amoroso.

— Agora eu entendi... — Jungkook, mais uma vez, forçou uma risada e Jimin o acompanhou.

Jungkook fechou seus olhos com força e lambeu seus lábios. O que diabos eu disse?

— Bom. — o Jeon suspirou. — Eu irei deixar você dormir um pouco. Mais tarde eu te acordo, não precisa se preocupar.

O Jeon sorriu levemente para o Park e se virou para deixar o quarto, mas a voz do outro chamou a sua atenção.

— Eu estava fora de mim naquela hora, mas ouvi tudo o que você disse para a diretora. — Jimin mencionou, fazendo as bochechas de Jungkook ruborizarem num instante. — Você realmente estava disposto a fazer tudo aquilo somente para que eu pudesse ir para casa?

Você não faz ideia de como.

— Já que você odeia fazer aquelas coisas e... — Jimin bufou, as palavras certas nunca pareciam sair. — Não sei, apenas direi obrigado. Por tudo.

— Somos amigos, é o mínimo que posso fazer. — Jungkook sorriu. — Eu estarei na sala, se precisar de algo é só me chamar. Tem algo que você queira agora?

— Sim.

— O que é? Eu irei buscá-la.

— Lembra de quando fez aqueles piercings? — Jimin perguntou e Jungkook assentiu. — E você se lembra de quando me contou que seu pai brincava com você de bater as mãos? Foi no mesmo dia. — Jungkook franziu o cenho, mas assentiu. — Quero que tente essa brincadeira comigo. Eu sei que aquela vez não deu certo, mas eu acho que meu progresso está muito maior e depois de hoje... enfim, eu quero que tente comigo.

— Você tem certeza?

— Como nunca tive na vida. — Jimin afirmou, sério.

— Tudo bem... — Jungkook concordou, pegou a cadeira que tinha em sua escrivaninha e a arrastou para perto da cama. — Você não vai colocar suas luvas?

— Não. Por hoje, eu quero descobrir se suas mãos são mesmo macias.

— Você pensa nisso? — Jungkook perguntou, um sorriso ameaçando brotar nos seus lábios.

— Isso não é importante. — Jimin desconversou. — Podemos começar?

— Claro. — ergueu suas mãos. — Mas, espero que saiba que está tudo bem desistir, viu? O importante é saber que tentou.

— Sim, eu sei. — Jimin assentiu e estalou seus dedos.

Pensar em qualquer possibilidade de contato o assustava como nunca. Suava e tremia só de pensar, mas dessa vez, ele não iria deixar aquilo vencer. Jimin já havia ganhado dessa fobia antes. Ele também conseguiria dessa vez.

Ele não iria desistir. Estava cansado de desistir.

Em razão disso, de forma leve e lenta, Jimin foi respirando fundo e aproximando suas mãos. Seu coração estava a mil e suas mãos tremendo, assim como todas as outras vezes. Mas ele não parou.

O rapaz fechou os olhos e puxou todo o ar que conseguia. Eu não estou em perigo, tentou convencer a si mesmo e, de alguma forma, estava conseguindo.

Eu vou conseguir. Eu consigo.

Jimin continuou levando suas mãos até que, em um susto, sentiu a pele macia do outro entrando em contato com a sua e abriu seus olhos. À sua frente, Jungkook parecia eufórico.

Eu não estou em perigo. Eu não estou em perigo. É o Mercúrio. Eu estou seguro, eu estou seguro. O Park repetiu para si mesmo enquanto deixava suas mãos encostar nas do outro.

— Jimin, eu acho que... — Jungkook começou, mas se perdeu ao olhar para as mãos dos dois juntas.

Jimin parava de tremer gradativamente, e seus dedos faziam um movimento mínimo nos dedos do outro, que tinha as mãos um pouco maiores.

— Mercúrio, os seus dedos... — Jimin pronunciou, sua voz serena e impressionada. — São tão macios...

— É, eu acho que são. — Jungkook riu, enquanto continuava olhando os dedos de Jimin passearem suavemente pelos seus. — Os seus também. Você quer tentar fazer aquilo? Sabe, a brincadeira das mãos.

— Não... — Jimin negou, parecendo extremamente hipnotizado por aquele movimento tão delicado. — Eu quero tentar outra coisa.

— O quê?

Num ímpeto, Jimin moveu seus dedos e entrelaçou suas mãos, surpreendendo a Jungkook.

Dessa forma, sentiu a temperatura do corpo do outro e notou que, assim como ele, Jungkook também estava nervoso, já que suas mãos tremiam levemente. Era até estranho perceber quantas coisas existiam num só toque.

Depois de alguns segundos, onde ambos estavam quietos e apenas admirando aquele momento, Jimin puxou suas mãos e pigarreou.

Ele ainda tremia, seus dedos ainda suavam e ele estava lutando para manter a respiração num ritmo bom. Mesmo assim, estava se sentindo bem por ter dado aquele mínimo passo. Embora não fosse um abraço ou um contato maior, já era algo, e isso o deixava feliz. Seu coração estava a mil, mas ele não tinha tanta certeza se era por conta da fobia.

Definitivamente, havia algo o incomodando.

— Jun, desculpa. Eu não soube o que fazer. — pediu Jimin, entrelaçando as próprias mãos uma na outra.

Jungkook sorriu. Seu coração palpitou ao escutar o início de seu nome na voz do outro.

— Eu estou orgulhoso de você, Park Jimin. Esse é apenas o começo de uma longa luta de insistência e esperança.

— Sim, isso é algo. Será que eu ainda vou conseguir? Digo, eu amei segurar as suas mãos, sentir a sua temperatura e... isso provavelmente está saindo estranho. Então, apenas ficarei calado.

Jungkook encarou as mãos do outro, que ainda estavam sem luvas e pensou em momentos atrás. Seu coração estava quase saindo pela boca e ele estava se controlando para não dizer o que seu coração queria.

Ele queria dizer que estava realmente apaixonado por ele, por cada pedacinho dele, desde a galáxia em seu olhar à ponta de seus dedinhos quentes e macios. Mas, ao invés disso, ele disse:

— Eu também amei segurar as suas mãos, Andrômeda.

✸✸✸

Jungkook acordou no susto, quando ouviu Iron Man ressoar em seu telefone.

O garoto bocejou depois de perceber que havia dormido no sofá e, provavelmente, caído no chão, pois era onde ele se encontrava. Ele nem se lembrava de como havia chegado naquela situação, mas seus olhos agora ardiam de sono.

O rapaz ficou no quarto até ver que Jimin tinha dormido. Depois, ele desceu para a sala e avisou a Eunwoo que ocorreu um problema e ele não poderia trabalhar naquele dia, mas trabalharia um dia do fim de semana para compensar suas horas perdidas. E então, apenas ficou indo e voltando no quarto para ver se Jimin ainda estava dormindo.

Na última vez que havia subido, Jimin estava respirando contra o seu travesseiro e parecia perdido em um belo sono. Assim, ele provavelmente havia dormido depois de descer de novo.

O garoto levantou-se do chão e foi em direção ao seu quarto, pois não sabia quanto tempo havia dormido e queria saber se Jimin já havia ido embora. Por sorte, ele ainda estava lá, mas estava acordado e falando ao telefone.

Jungkook travou. A expressão de Jimin parecia atordoada e piorou quando viu Jungkook ali na porta.

— Você não pode estar falando sério. — disse Jimin a alguém. Sua voz estava seca, como se algo de ruim tivesse acontecido. — Tudo bem, nos vemos em casa.

Jimin jogou seu celular na cama e puxou seus cabelos com força para trás.

— Está tudo bem? — o Jeon perguntou, preocupado.

Jimin mordeu sua bochecha e colocou suas luvas, seguindo para os seus sapatos e colocando-os com certa pressa.

— Andrômeda? — Jungkook insistiu.

— Conversamos depois. — O Park murmurou e, pelo seu tom de voz, Jungkook supôs que ele estava com raiva. Mas, do quê?

Sem esperar uma resposta do outro, Jimin pegou seu telefone e saiu apressado. Jungkook estava extremamente preocupado, por isso correu atrás dele, que já tinha até mesmo saído pela porta.

— Jimin, espera! — Jungkook exclamou assim que saiu pela porta. Jimin estava atravessando a rua e parou na hora. Seus punhos estavam cerrados. — O que aconteceu? Foi algo com os seus pais? Tem algo que eu possa fazer?

Jimin soltou um riso sarcástico e se virou para Jungkook.

— Você já ajudou demais, não acha? — Jimin perguntou, num tom extremamente sarcástico.

Jungkook franziu o cenho.

— O que quer dizer com isso?

— Minha mãe foi demitida, Jungkook. Aparentemente, um estudante foi na diretoria reclamar sobre um aluno estar sendo atendido pela psicóloga, que por acaso era mãe dele e por um acaso, a diretora não sabia. Então, eles decidiram demiti-la para preservar a boa política da escola. E, incrivelmente, isso aconteceu depois que eu te contei. — Jimin falou, correndo entre as palavras.

— Espera, você não está insinuando que eu...

— Obrigado somente por hoje, Jungkook. — Jimin interrompeu o garoto, de forma grossa, e se virou para ir embora.

Mas Jungkook não iria deixar aquilo acontecer.

— Você não vai embora! — o garoto se apressou e entrou na frente de Jimin, que deu um passo para trás. — Me explica isso agora!

Jimin sentiu seu sangue ferver por dentro e, agindo pela emoção, desferiu um golpe no rosto de Jungkook. Fora tão forte, que fez o garoto cambalear para trás. O Park apertou seus dedos. Sua respiração estava descompassada e seu coração acelerado. Era pura raiva.

Jungkook levou a mão à parte do rosto queimando. Ele não conseguia expressar nada, tudo o que sentia era choque. Estava completamente em choque.

O Jeon não disse mais nada, apenas encarou o Park — que olhava para o chão — e saiu. Voltando para casa e tentando assimilar o que tinha acabado de acontecer.

Jimin olhou para trás quando Jungkook abriu a porta, e se arrependeu no mesmo segundo. O outro o olhava com uma expressão estranha, uma mistura de decepção e tristeza.

Uma parte do Park sentia que a culpa não era de Jungkook, mas, a outra, não fazia ideia. E sinceramente, Jimin não era de chorar, mas naquele momento era tudo o que queria fazer.

Mesmo sentindo uma ânsia de vômito e tentando não pensar naquele soco, Jimin foi embora, disposto a descobrir a verdade . Então, só assim, ele confiaria 100% que não era culpa do Jeon. Embora sua intuição o dissesse que estava errado, ele ainda preferia ir atrás de provas.

Jimin tinha sérios problemas de confiança, e aquilo não era culpa de Jungkook. Nunca foi. Mas, naquele momento, ele não confiava em ninguém. E ia seguir assim. Estava com raiva demais para pensar em agir de outra forma.

Sabendo que não encontraria nada em casa, o garoto pegou o carro de seu pai e dirigiu até a escola. E durante todo o caminho tentou formular um plano, pois sabia que se perguntasse à diretora diretamente, ela não iria responder.

Então, um pouco antes de entrar no colégio, o Park digitou o número de Taehyung e ligou para ele, que atendeu na mesma hora.

— Céus, Jimin, o que aconteceu? — Taehyung perguntou do outro lado da linha, gritando o nome de Yoongi em seguida. — Nós estávamos preocupados com você. Descobrimos que você passou mal e o Jungkook te levou para casa. Quando pretendia me dizer isso?

— Eu literalmente te mandei uma mensagem assim que consegui melhorar um pouco.

— Sério? Oh, acho que eu só não vi, então. Foi mal aí.

— Mas, agora que sabe que estou bem, eu preciso de um favor.

— Claro. É só falar.

— Então...

✸✸✸

— Park Jimin, que bom ver que está melhor! — a diretora exclamou no momento em que o garoto adentrou a sala. — Você não tinha ido para casa? — ela perguntou e Jimin assentiu. — Então, o que lhe traz de volta? Você sabe que as aulas já terminaram. Não se preocupe, seus professores sabem dos motivos da sua saída.

— Eu não vim falar sobre isso. — o garoto falou, antes que a mulher dissesse mais alguma coisa.

— Então, o que é?

— Eu quero falar sobre a psicóloga que você demitiu hoje.

A mulher arqueou suas sobrancelhas, cruzando os braços e pigarreando em seguida.

— Jimin, nós não podemos deixar ela na nossa escola se você é um estudante e ela é sua psicóloga e mãe. Aqui, isso não é permitido, a escola não compactua com isso.

— Então, você realmente demitiu ela?

— Não, apenas a mandei para outra escola. Não era certo o que ela fazia, muito menos pelas minhas costas, isso poderia ser considerado demissão por justa causa e ainda assim, eu não o fiz. Procure entender.

Transferida...?

— Eu posso, pelo menos, saber quem denunciou?

A diretora negou com a cabeça.

— Sinto muito, mas não. Isso é informação privada.

— Tudo bem, obrigado. — Jimin sorriu forçado e de forma discreta, pegou seu telefone.

Tete

taehyung |

agora |

| ok

— Tem algo a mais para dizer? — a mulher perguntou, batendo suas unhas na mesa de madeira.

— Na verdade... — o garoto olhou em seu telefone mais uma vez. — Eu gostaria de fazer uma pergunta.

— Faça.

— Você... acha que as atividades no grêmio estão ajudando na escola, de alguma forma?

Eu sou péssimo em enrolar. Vamos, Taehyung!

— Acredito que sim. Estamos vendo seus esforços para tornar essa escola um lugar melhor, suas propostas são excelentes. Mais alguma coisa?

— É... você não pode mesmo me dizer quem denunciou a psicóloga?

— Park, eu já disse que não.

— Então, quer dizer que...

Para a felicidade de Jimin, antes que ele inventasse mais alguma outra coisa, a porta fora aberta, revelando o bibliotecário ofegante, como se tivesse corrido uma maratona.

— Sinto muito pela interrupção, mas estão ligando para você na biblioteca. — o homem falou, fazendo vento em seu rosto com as mãos.

— Por que não ligam na minha sala? — a mulher franziu o cenho, olhando se tinha alguma ligação perdida no telefone.

— O aluno disse que não consegue. E também disse que é urgente e você precisa ir à biblioteca agora.

— Céus... — a mulher resmungou e se levantou, deixando a sala. — Jimin, não saia daqui, eu já volto!

— Com prazer. — Jimin sussurrou, sorrindo cínico e encarando a câmera que tinha no canto da sala.

O plano estava funcionando.

O aluno desesperado ligando da biblioteca, era Taehyung. E o acordo que ele havia feito com Jimin, era que no momento em que a mulher atendesse, seu amigo desligaria e, com alguns conhecimentos, o rapaz conseguiu esconder seu número. Logo, a diretora não poderia retornar a ligação. Mas a biblioteca era distante daquela sala, então Jimin ganharia tempo.

Jimin sabia que a mulher sempre deixava anotações com os nomes de todos os alunos que entravam em sua sala, mesmo que somente para pedir ajuda. Por isso, assim que a câmera focou em outro ângulo, o garoto mexeu na mesa da mulher, lendo cada coisa mínima dali.

Até que, debaixo de uma montanha de papéis, ele encontrou a folha escrita "Denúncia, psicologia escolar". O rapaz olhou atentamente o nome que se seguia.

E ele não poderia estar mais irritado. Então, para ter uma comprovação além de suas palavras, ele tirou uma foto. Se Jungkook estava mesmo apaixonado por aquela garota, ele não acreditaria em Jimin tão facilmente.

— Odeio esses trotes. — Jimin escutou a voz da mulher na metade do corredor e arrumou seus papéis correndo, deixando-os na mesma ordem de antes. — Desculpe a demora. Acho que alguém quis bancar o engraçadinho.

A mulher entrou na sala, bufando.

— Sem problemas, eu já tirei minhas dúvidas. Obrigado! — Jimin concluiu e antes de esperar uma resposta, se retirou da sala, acenando educadamente.

— Tudo bem, então. — a mulher acenou para o vácuo.

Jimin estava praticamente cuspindo fogo. Seus passos estavam pesados, e na volta para casa, ele dirigia quase na velocidade limite — coisa que nunca acontecia.

Ele não estava com tanta raiva, mas estava extremamente surpreso, porque:

Um: ele mal falava com a pessoa.

Dois: ainda que falasse, por quê? O que ela ganharia fazendo aquilo?

O garoto chegou na rua e em vez de seguir para a sua casa, seguiu para a de Jungkook, que estava na janela de seu quarto, mas assim que viu o outro caminhando para lá, desceu.

Garoto dos planetas ☄

oi... |

você pode descer por um minuto? |

eu estou na sua porta |

| ok.

Para a surpresa de Jimin, Jungkook respondeu rápido. E, em menos de um minuto, o rapaz abriu a porta da frente.

Jungkook encostou na porta e cruzou seus braços. O piercing de seu nariz parecia fora do lugar e seus cabelos estavam bagunçados, os fios tão longos que passavam de seu nariz.

O coração de Jimin palpitou, mas ele ignorou. Aquela não era a primeira vez, e ele sabia que tampouco seria a última.

— Tudo bem, veio me pedir desculpas ou me bater de novo? — o Jeon perguntou, jogando seus fios para trás e deixando sua testa amostra. — Eu achei incrível o que conseguiu fazer. Sua força também é gigantesca, eu precisei colocar gelo no rosto. Mas, por favor, use sua força em outra pessoa, sim?

— Eu vim te perguntar uma coisa. — Jimin proferiu, ignorando as palavras do Jeon.

— Claro, pergunte.

— Eu sei que não foi você. — começou Jimin, e Jungkook arqueou suas sobrancelhas.

Ah, obrigado por confiar em mim, como um bom amigo. Jungkook pensou profundamente, mas não disse nada.

Por dentro, ele estava com muita raiva e nem pretendia falar com o Park depois do que aconteceu, mas fez uma trégua assim que viu o garoto em sua porta. E ele esperava por um pedido de desculpas.

— Você contou para alguém? — Jimin continuou e Jungkook cerrou seus olhos. — Tipo, alguém próximo?

— Você veio aqui pedir desculpas ou me acusar novamente? Você sabe que eu não contei nada a ninguém, então, apenas diga quem foi.

— Tudo bem, eu peço desculpas. — Jimin respirou fundo. — Agradeça sua namoradinha por mim. Não sei como ela descobriu e prefiro pensar que não tenha sido por você, então, apenas a agradeça.

Jungkook franziu o cenho, ele estava incrédulo.

— O quê? Como assim?

— A reclamação veio da Yeeun, Jungkook.

— Mas por que? Não faz sentido.

— Se não acredita em mim, veja por si só. — Jimin pegou o seu telefone e apontou para Jungkook. A foto comprovava.

Denúncia, psicologia escolar.

Jang Yeeun.

— Eu ainda não entendo o que...

— De qualquer forma, apenas a agradeça. Estou indo embora. — o garoto guardou seu celular e se virou na direção de sua casa, mas a voz do outro chamou a sua atenção.

— Espera. — Jungkook praticamente sussurrou, mas foi alto o suficiente para que fizesse Jimin se virar para ele. — Só isso? — aumentou seu tom. — Essa é a forma que pede desculpas depois de não deixar que eu me explicasse e me dar um soco, mesmo depois que eu parei meu mundo por você? Uau!

Jungkook riu sarcástico e bateu palmas de forma estrondosa.

— Eu não pedi que parasse. — Jimin respondeu, entredentes.

— Mas eu parei. E sabe por que? Porque eu me importo com você. Sinceramente, eu não cobro gentileza e nem reciprocidade. Eu só quero a droga de um pedido de desculpas! — Jungkook exclamou.

— Tudo bem, eu sinto muito. Me desculpa por ter batido e não acreditado em você. Mas, se fosse para fazer tudo aquilo apenas para jogar na minha cara depois, eu preferia que não fizesse.

Jungkook arqueou suas sobrancelhas. Aquilo doeu mais do que quando ele descobriu que Plutão havia perdido sua nomeação como planeta.

— Vai se foder, Jimin.

— Vai você, eu já pedi desculpas.

— É, e emendou com outra coisa absurda. Que forma perfeita de se desculpar! — bradou Jungkook, de forma sarcástica.

— Eu não tenho culpa se você espera mais do que o real. — Jimin aumentou o seu tom de voz, assustando quem estava passando na rua.

— Eu não espero mais do que o real, eu só espero um amigo. E pelo visto, você não faz ideia do que seja isso. — Jungkook respondeu no mesmo tom.

Jimin deixou um som de frustração escapar de sua boca. Agora, ele não estava tão irritado, e sim chateado.

— Vai se foder, Jungkook.

O Jeon deu de ombros.

— Terminamos aqui? Ok. — o garoto entrou em casa e bateu a porta com força.

Jimin bufou e andou em passos pesados até a sua casa, entrando e correndo para o seu quarto. Sem deixar tempo para perguntas de seu pai, batendo a porta com força.

Naquele momento, tanto Jungkook quanto Jimin estavam extremamente irritados e não queriam ver um ao outro nem pintado de ouro.

Ambos preferiam ficar perdidos e irritados em seus próprios planetas, caindo em uma superfície tóxica de tristeza e ódio.

Uma superfície que eles mesmos construíram. 

Na vida, há quedas e lutas
Sem dor não há ganho
Eu sei sobre a superfície que construí
Sei sobre aquilo que já vivi
Creio que você também
Não temos vidas iguais
Mas damos nosso melhor
Para não sermos pegos em um labirinto do amor
Ou amizade, se preferir
Para mim
Dá no mesmo
É sobre um garoto que
Se perdeu dentro de uma armadilha
Sua galáxia é brilhante
Mas agora, eu só enxergo escuridão
Andrômeda
Suas estrelas são fortes
Mas não precisa derrubar as minhas
Andrômeda
Você também pertence a Plutão
E nesse momento
Você perdeu sua nomeação
Andrômeda, por agora
Eu te chamarei de asteroide 134340
De qualquer forma, Jungkook.

🌓🌔

obs: 134340 foi o número que Plutão recebeu após perder a nomeação de planeta :)

off: peguei o soco como um exemplo que rolou na minha vida (não sejam como eu e deixem as pessoas se explicarem. mas enfim, o importante é que no final ficou tudo bem

primeiramente: não me matem, vai ficar tudo bem!

segundo: gostaram? de verdade, eu demorei pra escrever esse capítulo porque ele é um tico intenso pra mim, então... é, foi uma dorzinha de cabeça pra escrever, então espero que tenham gostado

particularmente, estou muito feliz com o avanço do jimin, isso mostra que ele está tentando. a todos, por favor, não desistam! o jimin está encontrando o caminho dele, vocês também irão encontrar o de vocês :)

de qualquer forma, muito obrigado por tanto carinho até agora, muito obrigado por quem já respondeu o formulário de compra de AAB e muito obrigado por absolutamente TUDO. sério, vocês são surreais, muito obrigado por me darem uma chance. muito obrigado por se interessarem pelo meu universo

espero que possa continuar comigo, muito muito muito obrigado por tudo

vocês têm teorias? se sim, me mande! eu amo ler elas!

até o próximo, fiquem saudáveis e se vacinem se tiver como!

tchau tchau <3

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