Touching Paradise • Beauany

By abeaushine_

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Any era uma adolescente extrovertida e cheia de alegria até o pior acontecer. Quando perde sua mãe em um terr... More

Elenco + playlist
The lake
Beautiful smiles
Going back to our lives
First on the list
Aquarium of the Pacific
Old and new friends
Just friends
Shoulder to cry
Good night, Any!
Plans for the saturday
City of Angels x Twilight
It's a crazy party
Friendly advice
No powers
Tedious but interesting
Nervous
Nostalgic day
Feelings
Enlightening conversations
She drives me crazy
Twins day
Theories
I miss you
Like the sky
Screams, hugs and tears (1/3)
Not everything is as it seems (2/3)
Bad dream (3/3)
Know better
Caution
A small wager
Dinner invitation
You're not the only one
Revelations
Ups and downs
Sofya's party
I'm not crazy
Sensations (+16)
Decisions
The truth (parte 1)
The truth (parte 2)
Did I screw it up?
Shiv being Shiv

Trying

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By abeaushine_

23.10.2019 - 12:00
Los Angeles, Califórnia

Any Gabrielly

— Feliz aniversário, Sofyyyyyy! — dou um abraço apertado na garota assim que a encontro no corredor da escola. Como se não bastasse, giramos no lugar, balançando de um lado para o outro, rindo como as bobas que somos, até ficarmos meio tontas.

— Obrigada, Anyyyyy! — ela diz, com os olhos brilhando e um sorriso radiante quando nos soltamos.

Passado o momento, me afasto apenas o suficiente para que os outros também possam parabenizá-la. Lamar é o primeiro, seguido por Hina, Joalin e Shiv, com quem temos almoçado ultimamente. Josh é o último, e sorrio ao notar que, apesar de seu jeito mais reservado, abraça a loira calorosamente antes de seguirmos todos para o refeitório. Nós dois somos os últimos a entrar na fila.

— Aqueles são a Sabina e o Noah? — minha irmã pergunta logo a minha frente. Acompanho seu olhar e percebo que ele recai sobre a mesa onde Bailey, Krystian, Sina e Heyoon parecem se divertir enquanto os dois citados explicam alguma coisa.

— São. — respondo. Então fito Josh, atrás de mim. — Eles gostaram mesmo desse quarteto, não é? — ele dá de ombros, parecendo indiferente.

— É, agora não se desgrudam mais.

Volto a olhar o grupo, reparando a interação. É quando uma lembrança me ocorre e, com ela, um pensamento que culmina em uma certa dúvida. Me aproximo mais do garoto, apenas o suficiente para que seja o único a me ouvir.

— Você não me disse o que fez com que o Noah parasse na delegacia no dia em que precisou sair correndo do nosso encontro. Essas amizades... elas têm algo a ver com isso? — sussurro.

— O quê? Não! — ele arregala os olhos, aparentemente surpreso por minha fala, mas ri. — Quer dizer, não necessariamente.

— Isso parece um sim. — aponto, me servindo da comida conforme a fila avança. Hoje tem pizza!

— Sim, mas eu disse "não".

— Você disse "não necessariamente". É diferente. É quase um mais ou menos, o que significa que não estou totalmente errada.

— Nem totalmente certa.

— Josh? — reviro os olhos, ciente de que ele está me enrolando.

— Any? — o loiro imita minha expressão, porém, de um jeito cômico. Dou um leve tapa em seu ombro, rindo.

— Por que não me conta os detalhes? Não é como se eu fosse espalhar a fofoca por aí. Sabe que pode confiar em mim.

— Sei, minha linda, mas é que esse assunto, além de já ter sido encerrado, não diz respeito a mim. É coisa do Noah, algo que ele só quer esquecer, entende? — diz, me olhando furtivamente enquanto pega seu chá gelado.

— Ok, esse é o jeito mais fofo que alguém já escolheu pra dizer que algo não é da minha conta e é só por isso que vou parar de te atormentar no momento, mas depois...

— Depois vamos conversar sobre coisas que realmente importam. Ou melhor, fazer essas coisas... — ele me dá uma piscadela e depois se inclina para beijar meu rosto.

Devidamente servidos, seguimos os outros rumo à nossa mesa habitual, Josh e eu um pouco afastados dos demais, ainda cochichando.

— Que coisas? — questiono, torcendo para que tenhamos conceitos parecidos de coisas importantes, mas me censurando logo em seguida por notar que minha mente está prestes a produzir pensamentos inapropriados para o horário de almoço.

— As que faremos essa noite, por exemplo.

— Essa noite? — deixo minha bandeja sobre a mesa, ridiculamente interessada no que ele pode estar insinuando.

Joshua costuma ser muito contido em suas ações. Parece estar sempre se policiando para não avançar certos limites, apesar de ainda não termos tido a oportunidade de avançá-los, de fato. Sendo sincera, confesso que adoraria saber do que ele é capaz, no sentido mais malicioso da palavra. Tenho pensado seriamente em intensificar as coisas, em provocá-lo só para ver o que acontece. Admito que adoraria vê-lo perdendo o controle. Puxo uma cadeira e me sento ao lado direito de Lamar. O loiro ocupa o espaço livre ao meu lado.

— Sim, na festa da Sofya. Caso tenha decidido ir comigo, é claro. — ele mostra um meio sorriso, aparentemente alheio ao banho de água fria que acaba de me dar. — No que estava pensando?

— Ah, nada! Eu só... só... Deixa pra lá!

Julgando ser melhor manter a boca ocupada para não dizer besteira, decido me dedicar exclusivamente à minha pizza enquanto os outros conversam. Shivani, Hina e Joalin começam a falar sobre suas atividades extracurriculares. Josh e Lamar logo entram no assunto. Ao mesmo tempo, Sofy está focada no celular, mastigando e digitando simultaneamente.

Aproveito o momento para uma breve introspecção acerca do que acabo de ser lembrada: a tal festa de aniversário. Tenho pensado a respeito desde que recebi o convite, na manhã do último domingo.

Sempre me considerei uma garota corajosa. Desde pequena, buscava enfrentar meus medos, não só porque me sentia naturalmente inclinada a isso, mas também porque aprendi com os meus pais que se não o fizesse, mais cedo ou mais tarde eles me limitariam e essa simples possibilidade me fazia estremecer.

Foi justamente ao me lembrar dessa característica da antiga Any que noite passada, pouco antes de dormir, tomei a decisão de ir à festa. Não posso evitar eventos do tipo pelo resto da vida. Terei que passar por isso mais cedo ou mais tarde, então por que não encarar de uma vez, enquanto posso contar com o apoio e a compreensão das pessoas à minha volta? E se nada der certo... bem, talvez esteja na hora de buscar ajuda profissional.

— Não acredito! Eu consegui! — a aniversariante comemora, de repente. Assim como todos na mesa, a encaro, tomada pela curiosidade. — Convenci meus pais a irem jantar fora hoje, então teremos a casa toda para nós durante a festa. Nada de adultos nos supervisionando, pessoal! — ela explica, mal contendo a empolgação.

— Os convenceu a liberarem as cervejas também? — Hina descansa o rosto em sua mão direita, o cotovelo apoiado na superfície da mesa. 

— Não, mas eles não precisam saber dessa parte. — a loira arqueia uma das sobrancelhas. — Meus amigos do balé vão levar as bebidas. Eles chegam às seis. Se todos estiverem bem ou tiverem ido embora quando os meus pais voltarem, por volta das onze, não terei problemas.

— O que planejou exatamente, Sofy? — dessa vez sou eu quem pergunto, a fim de começar a me preparar psicologicamente.

— Coisa simples. Será uma pequena festa no meu porão. Só convidei pessoas próximas, com quem convivo diariamente. Vamos pedir umas pizzas, dançar, beber, jogar algumas coisas... Você vai, não é? — ela toca meu braço sobre a mesa, suavemente.

A pergunta faz com que eu me torne o centro das atenções e, consequentemente, fique nervosa. Sei que lá no fundo meus amigos criaram expectativas. Não nego que também criei, pois estou realmente disposta a ir. A questão é que estou decidida a dizer sim no momento, mas e se tudo mudar até o entardecer? E se eu decepcioná-los?

Diga que ainda está pensando! Diga que ainda está pensando!, ordeno a mim mesma internamente, mas o que minha boca externaliza é:

— E-eu... vou.

Jura? Não podia ser mais contraditória?

— É sério? Você vai mesmo? — Shiv questiona, incrédula. — Isso é maravilhoso!

— Sim, andei pensando. Acho que vai ser legal. — sorrio de canto, tentando convencer tanto a ela quanto a mim mesma do que estou dizendo.

— Com você será melhor ainda, Any. Não sabe como fico feliz! — a pequena loira sorri. A conheço o bastante para identificar a gratidão em seu olhar. Minha presença é realmente importante para ela.

— Vamos nos divertir muito, Gaby. Você vai ver. — Lamar faz uma dancinha animada em seu assento.

— Também fico feliz que tenha decidido ir. — Josh me abraça de lado, fitando meu rosto. — É algo fácil para qualquer um nessa mesa, mas não para você e saber que está disposta a tentar me deixa orgulhoso!

— Deixa a todos nós! Ele não é o único. — Joalin ergue um dedo, chamando a atenção e sorrindo carinhosamente para mim.

As palavras que ouço fazem com que eu me anime um pouco. É bom ser acolhida. A sensação me aquece o peito, dissipando uma parte considerável das minhas inseguranças. Não estou cem por cento, mas estou mais disposta não recuar.

— Obrigada, gente. Vocês são incríveis. — digo, sincera.

— Eu sei, eu sei. Esse devia ser o meu sobrenome, aliás. — Sofy brinca, jogando os cabelos exageradamente e arrancando risadas de todos.

Então, continuamos almoçando normalmente, em meio aos planos e o grande entusiasmado dos meus amigos para mais tarde.

Passo o restante do dia ansiosa, incapaz de me concentrar nas aulas da tarde, tanto que consigo a proeza de ter a atenção chamada por dois diferentes professores. Mas não dou a mínima. Estou ocupada demais imaginando mil e uma formas de lidar com o que está por vir, porque apesar de ter me animado durante o almoço, não faço ideia de como reagirei quando a noite cair.

Chego a rir sozinha em determinado momento. Parece ridículo o quão nervosa me sinto por saber que em poucas horas estarei em uma festa. É que eu não devia, mas, no fundo, estou com medo. De passar a noite revivendo as dores causadas pela morte da minha mãe enquanto me obrigo a sorrir para todo mundo? De que aconteça algo ruim a outra pessoa por minha simples presença? De que o contexto me afete a ponto de ter um surto e estragar a comemoração da minha melhor amiga? Bem, talvez seja um misto de tudo.

Respiro aliviada quando o sinal toca, anunciando que posso finalmente ir embora. Shivani me encontra assim que piso no corredor, então deixamos a escola juntas. Ela vai tagarelando durante todo o percurso, contente pelo que faremos mais tarde, mas nem me iludo. Sei que não sou a única responsável por sua animação. Mesmo assim, sorrio. É satisfatório ver que a história de esquecer Bailey May não era da boca para fora.

A garota me manda direto para o banho logo que entramos em casa, alegando que não temos tempo a perder. Antes que eu me feche no cômodo, ainda avisa que se encarregará de separar minhas opções de roupas, pois dessa forma não nos atrasaremos. Agradeço e, quando ela sai, até tento acreditar em sua boa vontade, mas se bem conheço a peça, posso deduzir que a atitude não passa de uma tentativa de me entreter. Assim, estarei tão focada em me arrumar que quando der por mim, já estaremos na festa. Em todo caso, decido seguir o fluxo. Pode ser que dê certo e eu nem me lembre que meus pensamentos ameaçavam me sufocar menos de uma hora atrás.

Lavo os cabelos e meu corpo sem muita pressa, na esperança de que a água morna me ajude a relaxar, o que ao menos momentaneamente funciona. Me sinto até mais disposta. Minutos depois, sigo para o quarto, enrolada na toalha. Encontro algumas peças sobre a cama. Um body preto de alças finas, um cropped branco de mangas longas, um short jeans claro e uma calça cargo bege. Há também uma jaqueta jeans escura no encosto da cadeira em frente a escrivaninha.

Analisando as opções, acabo optando pelo body, a calça e a jaqueta. O look será finalizado com um par de tênis brancos. Depois de vestida, penteio e seco os cabelos, que prendo em um rabo de cavalo bem alto. Deixo poucos cachos soltos na parte da frente, dividos em duas mechas que emolduram as laterais do meu rosto. Estou prestes a abrir minha necessaire para começar a maquiagem quando Shiv passa pela porta, perfeitamente pronta.

— Como se arrumou tão rápido? Você foi para o banho depois de mim! — a encaro, abismada.

— Minhas roupas e acessórios estavam separados há dias. Nem precisei pensar. — ela ri. — Vim ver se estava pronta.

— Quase. Fique tranquila, eu não demoro. — volto minha atenção à pequena bolsa e pego os produtos que pretendo usar. Deixo o restante de lado.

— O papai acabou de chegar. Tomei a liberdade de pedir o carro emprestado. Assim podemos passar para pegar a Joalin e o Josh.

— Certo. Sabe se eles estão prontos? — pergunto em frente ao espelho, tentando não errar enquanto passo o delineador.

— Falei com a Jo. Ela disse que só estão esperando a gente. — a morena se senta de maneira relaxada em minha cama. — Você pretende beber na festa?

— Não. E se quer saber, acho que você também não deveria.

— Bobagem. — diz, estalando a língua. Preciso me controlar para não revirar os olhos. — Sendo assim, dirijo na ida e você na volta, ok?

 — Ok. — concordo sem pestanejar. Não curto dirigir e me considero uma motorista com habilidades duvidaveis, porém, jamais deixaria que a Shiv pegasse o volante depois de ingerir álcool.

Volto a me concentrar na maquiagem. Sofy disse que seria uma festa simples, então me atento a isso para evitar exageros. Cerca de quinze minutos depois, fico totalmente pronta, então apenas pego minha pequena bolsa, o presente da aniversariante e saio do quarto com minha irmã ao lado. Envio uma mensagem ao Josh para avisar que estamos saindo enquanto descemos as escadas e, antes de sairmos de fato, vamos até a sala nos despedir do papai.

— Juízo, meninas! E nada de voltarem muito tarde. Vocês têm aula amanhã.

— Deixa com a gente, Sr Paliwal. — Shiv dá um beijo em seu rosto e o abraça. — Até mais!

— Até mais! — ele acena ao vê-la deixar o cômodo, provavelmente para ir tirar o carro da garagem.

Repito seu gesto em seguida, também abraçando o homem, porém, mais demoradamente.

— Tudo bem, querida? — os olhos castanhos focam em mim. — Acha que dá conta?

— Sim. — respondo. Ao menos é como me sinto no momento.

— Ótimo. Qualquer coisa, me ligue. Posso te buscar caso...

— Não! — apresso-me em dizer. Meu coração palpita. — Não será necessário. Vamos no seu carro, lembra?

— Sim, claro. Eu só estava cumprindo um protocolo paterno aqui. — o tom de brincadeira quase me faz rir. Quase...

— Prometa que não vai nos buscar em hipótese alguma, nem caso receba uma ligação minha ou da Shiv. Por favor! — peço. Sou capaz de voltar para o quarto e me trancar nele caso exista a menor possibilidade disso acontecer.

— Any...

— Por favor! Eu garanto que independente do problema, se houver um, nós daremos um jeito. Apenas prometa. — insisto. Só assim terei sossego.

— Está bem. — ele suspira. — Ainda assim, peço que ligue em caso de imprevistos, ok?

— Ok. — o abraço novamente, mais tranquila agora. Nos separamos ao ouvir Shiv buzinando do lado de fora, lembrando que preciso ir. — Eu te amo, pai! Você é tudo para mim.

— Eu também te amo, princesa. Vai dar tudo certo, ok? — assinto. — Agora vá. Divirta-se!

Sorrindo, ele me guia até a porta de casa. Ainda o vejo na varanda, acenando, quando me sento no banco do carona ao lado de Shiv. Coloco o cinto de segurança e respiro fundo ao vê-la dar a partida. Tudo bem. Seja o que Deus quiser!

***

Hello!

Desculpem o atraso. Ia postar na última quinta-feira, como havia avisado no mural, mas perdi partes do capítulo e precisei reescrevê-las. Espero que não estejam ruins.

Próxima att com a festa da Sofy sai no próximo sábado, dia 31/07, ok? Aviso o horário certo depois.

Beijinhos!

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