Jujutsu Kaisen - Orbitando um...

By adri_bertolin

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Aprisionado no Reino da Prisão, Gojo Satoru inicia um processo de fragmentação sobre os conceitos em relação... More

Vazio
Grandes olhos negros
Caos
Propósito
Igual
Ciúmes
Domínio incompleto
Entorpecência
Consumo
Anseio
Posse
Retaliação
Fôlego
Engrenagem
Bolha
Escolha
Capítulo Extra: Sequestro
Paz artificial
Busca
Renúncia
Receptáculo
Liberdade
Destino
Resgate
Surgindo das cinzas
Surto

Esperança

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By adri_bertolin

Havia um prazer inescapável em envergonhar sua esposa no trabalho dela sempre que tinha a oportunidade.

Uyara não tinha escrúpulos em se beneficiar de seu teleporte para fazer o caminho até Tokyo se estivesse por perto, então isso acabava o tornando uma figura frequentemente presente em seu ambiente de autoridade como Gojo-sensei.

O que incluía todas as vezes que aparecia com seu novo parceiro de crime, Yuuji, para lhe levar um almoço caseiro e garantir que ela fosse sufocada em amor na frente de todo mundo. Era inacreditavelmente divertido vê-la angustiada na divisão entre querer retribuir e querer expulsa-los de lá.

Ele estava dolorosamente ciente de que todos os alunos dela, na escola, se perguntavam como diabos ela teve o azar de acabar casada com a figura idiota que interpretava na frente deles, já que a mulher simplesmente se transformava quando estava lá e não deixava escapar indícios de que poderia ser tão irritante quanto seu marido. Entretanto, isso nunca os impediu de continuar.

O rosado estava aprendendo muito bem a seguir seus passos. Era uma opinião popular na família que ele passava tempo demais se aproveitando da admiração do menino para esculpir uma copia de sua estupidez, logo todo mundo sempre acabava tentando afasta-los, para o bem do ex-Itadori.

O que não adiantava nada tendo em consideração de que era o favorito de seu filho e que o pequeno sempre se deixaria ser sequestrado por ele, independentemente do que estivesse fazendo com os outros.

Com exceção, é claro, dos momentos em aula com a sua esposa. Aqueles eram momentos sagrados. Além disso, as crianças sempre aproveitavam qualquer fragmento de tempo que ela conseguisse reservar para eles.

Uyara havia se tornando alguém muito importante, em aspectos mais significativos do que sua dedicação anterior à caça das maldições.

Satoru, apesar de adorar quebrar a ideia de idolatria que criaram sobre a brasileira, gostava disso, da forma com que ela construiu uma figura de poder a ser respeitada, admirada e seguida. Alguém qua fazia com que aqueles jovens se sentissem seguros e que garantia que eles jamais se sentiriam sozinhos contra quaisquer adversidades que poderiam enfrentar em suas carreiras.

Mas também alguém que humilhava tudo aquilo que odiavam em seu mundo.

Ela abriu caminho forçadamente para participar das decisões, se fez presente, reivindicou seu próprio lugar, ganhou apoio muito decisivo de partes que achavam seu marido um imbecil e estava começando a mudar as coisas. Estava começando a limpar toda aquela sujeitara.

O que a não a impedia de assumir deveres de sua antiga nação, já que seu contato com eles nunca foi totalmente rompido e haviam muitas coisas que apenas ela era capaz de fazer.

Isso tudo em pouco mais de um ano.

O deus mortal não estava mais tão envolvido com a comunidade japonesa, ele a servia, como sempre fez, mas estava muito mais ocupado com todas as outras possibilidades que o mundo o oferecia. O que era surpreende, considerando que até pouco tempo atrás supunha-se que os papeis de ambos estariam invertidos na atualidade.

Porém, mesmo distante, estava muito ciente que, com a ascensão da mulher como líder de um movimento reformulador de eras de costumes e hierarquias, inimigos começariam a aparecer em rostos amigáveis que jogavam no mesmo lado "bom" do xamanismo. Ele não duvidava nem por um instante que ela seria capaz de lidar com qualquer tipo de coisa que tentasse derruba-la, mas isso não o impediu de se preocupar.

Não quando ele viu um pontinho de energia amaldiçoada diferente surgindo no ventre dela.

Porque Uyara era incrível e absurdamente poderosa, mas pessoas sensíveis a ela sempre seriam reféns para que não pudesse atuar normalmente. Um bebê, nossa, ele nem sabia se ela poderia usar qualquer variação de sua feitiçaria enquanto carregava uma criança. Muito menos precisando permanecer perto dela depois que nascesse.

Não importava que aquela minúscula existência pudesse vir a se tornar ainda mais poderosa do que eles, levaria anos até que isso pudesse estar no mesmo ambiente que ela sem que fosse preciso um auto controle infalível para não arriscar sua integridade mental.

Era um risco que não era sábio se expor, não agora.

Além disso, também sabia a opinião de sua esposa sobre uma gestação. Sabia que a ideia a horrorizava.

Assim como sabia que a escolha não era sua.

Porque era egoísta ao ponto de odiar qualquer coisa que pudesse trazer dor a ela e a mulher ficaria feliz em machuca-lo por isso.

Satoru adiou a noticia pelo máximo de tempo possível. Entristecendo-se por perceber que a brasileira estava tão empolgada com suas conquistas, tão envolvida por sua nova vida e ambição, que ela havia se perdido quanto aos dias e ao próprio corpo.

Ela não estava gerando aquilo a pouco tempo, com certeza já haviam se passado mais de um mês quando ele percebeu. Ao ponto de apenas não a ter deixado na ignorância de sua  felicidade, por não saber por quando poderia prolongar sua hesitação até que a opção mais segura também se tornasse um risco.

Uyara não se surpreendeu quando saiu de uma reunião exaustiva e o percebeu esperando-a para leva-la para casa, era comum que aparecesse para busca-la quando seu turno ultrapasse as horas normais ou em qualquer outro momento que pudesse.

Ela nem sabia que ele estava no país, mas viver com Satoru sempre foi sobre esperar o inesperado.

Alguns dos alunos dela acenaram quando a viram passar, coisa que retribuiu carinhosamente antes de aparecer no que seria o raio de visão de uma pessoa normal.

- Que surpresa. - Sua esposa disse, ironicamente, se aproximando com um sorriso largo no rosto. - Vejo uma vassoura branca em meus domínios. 

Usava uma camisa social azul clara que tinha certeza que era sua, junto de uma calça preta de cintura alta e saltos altos. Linda. A venda tampava seus olhos, mas ela ostentava um batom roxo escuro que o deixava ansioso para borrar, experimentando de seus lábios.

Nunca deixaria de se admirar por como ela conseguia expressar força sem o mínimo de esforço ou influencia de seus dons. Não era uma novidade que sua companheira existisse como a encarnação do verdadeiro significado do que é ser soberana.

- E eu vejo uma grandíssima gostosa. - Ele passou o braço por sua cintura, não agarrando sua bunda como normalmente faria, por ainda ter algum senso de limite na frente dos mais jovens. - Como foi seu dia?

- Acompanhei os segundos anos em uma missão contra uma maldição nível um, de manhã. - Os olhos dela não estavam expostos, mas poderia dizer que estavam brilhando em orgulho. - Eles se saíram bem, não precisaram da minha interferência. - Então certo desprezo tomou conta de sua expressão. - Em seguida fiquei presa em uma discussão com o alto escalão sobre a minha forma de ensino. Aqueles velhos imbecis são covardes demais para aceitar que os jovens ligados a mim se tornam mais poderosos.

- Não é surpreendente, considerando que nós somos aqueles que querem acabar com o poder de gestão deles. - Os dois se encaminhavam para seu carro, coisa que chamou a atenção da mulher, mas não gerou questionamentos. - Seria muito mais simples se você os amaldiçoasse e os obrigasse a seguir suas vontades.

- Também seria muito mais simples se você os procurasse e os desintegrasse um a um. - Ela deu de ombros. - O motivo pela qual ainda não fizemos essas coisas é o mesmo. Mas e você? O que ocupou seu precioso tempo?

Eles entraram no automóvel e o portador dos seis olhos deu a partida com um direcionamento que os levaria para a privacidade da casa mais próxima. Aquela que sempre seria a preferida de ambos.

- Eu finalizei a burocracia envolvendo minha expedição ao Egito e treinei com Megumi-kun. Depois fui fazer doces com Yuuji-kun. - Satoru adquiriu uma expressão perigosa. - Desconfio que Tsumiki-chan está envolvida com algum tipo de parasita maligno, ela pareceu estranhamente interessada nos ajudar na preparação dos mochis.

- Por que tenho a impressão de que você assustou a menina até a morte com o seu ciúmes doentio? - Uyara o olhou com repreensão.

- Porque você pensa coisas horríveis de mim e duvida do meu bom caráter! - Ele mostrou a língua para ela, por ser muito maduro.

- Coitada da Tsumiki-chan...

A forma com que disse isso representava que acabaria planejando todo um arranjo amoroso junto com a garota apenas para contrariar a babaquice de seu marido.

Mas ele não respondeu e foi fácil para ela começar a desconfiar de que algo estava errado quando uma discussão não foi iniciada com base na rivalidade que ambos tinham sobre qualquer coisa, incluindo a criação das crianças.

(...)

Não era incomum que fugissem para encontrarem mais privacidade e se permitirem exagerar, sem correm o risco de serem interrompidos ou acabarem causando danos graves a estrutura da moradia. Não era apenas sobre sexo, as vezes só queriam ficar um com o outro em isolamento do resto do mundo.

O que não impediu a mulher de aguardar a noticia de que o deus mortal havia feito uma merda gigantesca conforme eles chegavam na casa de Tokyo e era recebida por suas refeições favoritas, junto de uma massagem relaxante.

Não era como os paparicos que dedicavam um ao outro normalmente. O ar estava carregado com uma aura negativa muito forte. Parecia um pedido de desculpas antecipado.

Uyara deixou que ele ganhasse tempo enquanto comiam, mas forma com que ele estava inquieto, falando pouco e não se mexendo tanto, dava indícios tão óbvios de que algo torturante estava se passando naquela cabeça albina que começou a se preocupar.

Ela não precisava interpretar a mente dele para ler seu comportamento como um livro memorizado.

- Oe, Satoru. - O chamou quando ficaram tempo demais em silêncio, não era incomodo, mas era estranho e a obrigou a dizer. - Sei que algo está te incomodando. Diga logo ou vou arrancar a informação de você. - Seu tom era agressivo, porém sabia que ela não invadiria a sua privacidade ou realmente o forçaria a falar o que quer que fosse, se ele não quisesse compartilhar ainda.

- Eu posso ter feito uma merda muito grande e estou em um dilema moral sobre como lidar com isso. - Ele disse, tão baixinho que obviamente ela começou a imaginar cenários terríveis.

Cenários muito ruins.

Muito ruins mesmo.

- Você engravidou alguém? - Uyara perguntou exasperada, mesmo sabendo que ele não tinha interesse em transar com outras pessoas, muito menos se ela não estivesse envolvida.

A reação dela o assustou, lhe rendendo um arregalar grandioso daqueles olhos bonitos. Em seguida o homem tombou seu corpo na mesa, levando as mãos até os cabelos, os estragando agressivamente conforme soltava um grunhido frustrado.

- Você não está ajudando! - Ele falou agudamente. Ficando molenga e soltando seus longos membros como se eles não suportassem o peso da gravidade. (ー△ー;)

- O quê? - Ela piscou os olhos, como uma coruja. - Você engravidou alguém. - Não era uma pergunta, não mais. Aquela frieza, que eles conseguiam manter por situações mundanas e pelo peso da perda de vidas, era o que a manteve calma. - Bem... Eu suponho que não seja um problema ter mais uma criança em casa.

Satoru se encolheu. Porque sabia que ela estava muito ciente de como um herdeiro com o sangue Gojo era importante e não considerava como possibilidade ser a geradora daquela criança.

Ela não queria ser a geradora dessa criança.

Se outra pessoa pudesse carregar aquele fardo, tinha a certeza de que ela se sentiria aliviada e amaria o suposto bastardo intensamente. Mesmo que o odiasse por não terem decidido aquilo juntos.

- Eu sou fiel e desinteressado por pessoas fracas. - Satoru falou, mesmo que a esposa soubesse de ambas as coisas. - Mas consigo ver a forma da energia de todo mundo. - Os olhos dele desceram para a barriga dela. - Mesmo em detalhes tão pequenos, quando envolvem coisas que ainda nem são pessoas.

Uyara continuou o encarando por um tempo, como se se recusasse a entender o que aquilo significava. Mas então estremeceu e olhou para baixo, acompanhando o que os seis olhos indicavam.

Ela começou a hiperventilar quase imediatamente.

O deus mortal se levantou com um suspiro e se ajoelhou ao lado dela, a envolvendo em seus braços na tentativa de passar algum conforto. Começou a acariciar suas costas conforme a respiração tornavasse cada vez mais erradica, aceitando sem hesitação que aquelas unhas se cravassem em sua pele, como se isso pudesse alivia-la de alguma forma.

- Um filho? - Ela questionou, com alguma esperança de que não fosse real.

- Um formação que sua energia está se moldando para proteger. - Corrigiu, atraindo aquela mente turbulenta para seu próprio cérebro, com a intenção que sua esposa entendesse que não seria julgada independentemente de sua vontade.

Ela assentiu devagar, vendo a interpretação do parceiro quanto a situação. Isso trouxesse lágrimas aos seus olhos e fez com que seu rosto buscasse abrigo no pescoço dele, como se seu cheiro fosse a única coisa que pudesse lhe trazer alguma estabilidade.

- Oh meu deus...

A maneira com que ela se agarrou a suas roupas, que chorou com um sofrimento que não conseguia entender, isso o destruiu por dentro.

Uyara tremia de medo, de pavor e de horror. Não sabia suas razões, não conseguia nem imaginar porque algo tão minúsculo poderia desestabilizar alguém tão forte quanto ela, mas ele morria um pouquinho com segundo em que aquela agonia a consumia.

- Está tudo bem. Está tudo bem. - Murmurou, beijando seus cabelos. - Você não precisa levar isso adiante se não quiser.

Satoru a ergueu em seu colo, trazendo-a para mais perto enquanto a levava para o quarto. Freneticamente tentando pensar em qualquer coisa que pudesse faze-la se sentir melhor.

- Eu não sei, eu não sei ainda, eu... - Ela soluçou.

Todo o restante da noite foi passada com os dois embolados um no outro, com o deus mortal sussurrando garantias e distribuindo carícias gentis.

(...)

Aquelas memórias não eram suas, eram da própria Uyara, claras e nítidas.

Ela estava em um templo grandioso e ostensivo. Um lugar que espalhava sussurros sobre um novo Buda se revelando em caridade para ajudar os cidadãos comuns.

Uma discrição assim não passaria despercebida por sua rede de informantes. Ou pelo menos não seria considerada insignificante por ela, que procurava exatamente por isso.

Não pela salvação mentirosa divulgada por um feiticeiro desvirtuado do bem, ou por sua suposta capacidade de realizar feitos divinos.

Apenas desejava um pouco de paz. Que o mal caráter estivesse envolvido com isso era apenas um inconveniente.

Gojo-sensei estava sentada na grande escadaria da construção majestosa, comendo uma maçã despreocupadamente. Sorriu quando sentiu que ele se aproximava.

- Estou ofendido que seja você a primeira a vir até aqui e não Satoru. - Suguru comentou, divertido, se juntando a ela.

- Você me magoa, Sugu-kun. - Seus lábios formaram um bico exagerado, com a expressão parecida demais com a do marido. - Satoru prefere não saber de suas atividades para evitar desejar impedi-lo.

- E você decidiu que não se importa com o que faço?

Geto poderia parecer simpático e receptivo, mas ela estava ciente da tensão em seu corpo, bem como daqueles apoiadores que a cercavam.

- Oh, não, eu ainda me importo e reprovo. - Seus olhos não expostos se voltaram para o ex-amigo. - Não pode acreditar que senti sua falta, apesar de tudo o que fez?

Ele riu, parecendo relaxado.

- Sim, posso. - Os olhos dele se fecharam, mantendo um sorriso largo. - Sua moralidade sempre foi tão distorcida quanto a nossa, você apenas mentia mais para si mesma.

- Eu avisei que tinha motivos para temer o que me tornaria sem uma supervisão mais responsável. - Ela deu de ombros, sorrindo doce e inocentemente. - Entretanto, não posso dizer que estou fazendo um mal trabalho.

Uyara podia sentir as maldições ao redor, liberadas e se aproximando com cautela. Todas de nível alto.

O homem sabia muito bem o que ela se tornou, o perigo que a mulher representava, jamais se aproximaria sem estar pronto para se defender. Mas também a conhecia bem demais para saber que isso não fazia diferença alguma.

- Sei que não veio aqui para me matar. - Sua postura era confiante, a voz baixa e rouca, como o amante que um dia foi. - Já teria destruído a mim e a todos que concordam com os meus ideias, se quisesse. Você é a mais forte, afinal.

A mais forte. Suguru era o primeiro a chama-la assim abertamente.

A sensação de ouvir isso era estranha, soava errado.

- Satoru se transformaria em um bebê chorão por dias se te ouvisse dizer isso. - Eles soltaram um som de diversão com isso, mas foi de uma forma carinhosa.

A brasileira o observou com atenção. Guardando aqueles traços. Ele parecia bem. Melhor do que foi durante muito tempo.

- Você parece bem. - O homem elogiou, sem saber que ela pensava o mesmo.

- Eu minto bem. - Seu sorriso desapareceu lentamente, seus ombros se encolheram. A mão dela buscou pela venda, o presente que nunca parou de usar, revelando seus olhos doloridos e perturbados. - Eu só... precisava vir aqui.

Precisava de você, ela não disse, mas ele entendeu mesmo assim.

Uyara percebeu como a informação bateu nele como uma surpresa dolorosa que comprimia seu coração. Que aqueles dois ainda mantivessem sentimentos mesmo quando havia se tornado parte do mal que haviam jurado destruir.

Era triste. Geto pensava em como aquilo ainda poderia beneficia-lo, mas tão cedo quanto a ideia veio em sua mente, ela foi descartada. Porque ele compartilhava do mesmo inconveniente e nunca conseguiu ser indiferente quanto a eles.

- Você não é bem-vinda. - Aquelas palavras que antes foram ditas por ela se repetiram e os olhos da mulher brilharam em reconhecimento angustiado.

- Eu sei. - Ela se levantou, aproximando dele. Aqueles que os vigiavam prenderam a respiração em antecipação ao pior. - O que não significa que eu me importe.

Os olhos muito escuros encararam as órbes mundanas que amava, sabendo que dividiam a mesma sensação.

Ela se deixou ser analisada. Deixou que ele lesse seu corpo, seus medos e seus receios expostos. Deixou que ele absorvesse sua dor e entendesse porque estava ali.

Os olhos de Suguru perderam a luz quando as motivações surgiram em sua mente como uma memória distante que havia se convencido de que não era real. Suas pálpebras se fecharam com força e sua mão se ergueu para aqueles que lutariam por ele, dispensando-os.

O homem a puxou para um abraço antes que se arrependesse do impulso e se encolheu com as poucas lágrimas que sentiu sujar suas roupas.

De certa forma, sabia que ela viria até ali quando acontecesse. Quando se sentisse tão morta por aquele seu futuro horrível que precisaria de apoio da única pessoa que sabia sobre ele, independentemente do quanto abominasse suas ações.

Geto entendia sua dor porque foi aquele com uma resistência ao álcool boa o suficiente para se lembrar de seu desabafo desesperado em uma noite bonita as margens de uma cachoeira. No inicio, se convenceu de que era uma alucinação perturbadora e que havia inventado tudo, mas quando ela acordou do próximo pesadelo e invadiu sua mente em busca de conforto, sua expressão confirmou toda a verdade que precisava saber.

- Satoru acha que você não quer ter a criança, não é? - Ele murmurou contra seus cabelos.

- Como eu poderia convence-lo de outra coisa quando sei o quanto ele vai se culpar por isso? - A resposta veio em uma voz quebrada que o machucava profundamente. - Nós vamos nos encontrar em algumas horas, para o aborto. 

E Uyara foi até ali porque seu marido a apoiava com todas as suas forças, a respeitava com todo o seu ser, mas ele não tiraria aquela escolha de suas mãos, não a pediria para fazer isso. Mesmo que odiasse o que estava em sua barriga por toda a eternidade, se ele soubesse do que aconteceria, ele não a pediria para se salvar.

Mesmo que o destruísse e fosse contra tudo o que ele era, ele jamais interferia no que ela quisesse fazer. Não quanto a isso.

Suguru não era assim. Ele a obrigaria a continuar com aquele plano. Não se importava em vê-la quebrar, aborto por aborto. Não se isso significasse dar mais tempo a sua vida.

Ou, pelo menos,era isso que a mulher esperava dele.

- Venha comigo.

O controlador de maldições a soltou devagar, afastando-se até se virar de costas e começar a subir as escadas rumo ao templo. Não tentou confirmar se ela viria, sabia que não estava dando-lhe opções e que isso a aliviava.

Ele desviou dos fies e de seus aliados, mantendo suas identidades ocultas de alguém que poderia arruiná-los. A brasileira percebeu tal intenção, mas não fez nada para tentar conquistar essas informações.

Seus passos os levaram até o que parecia ser um cômodo mais pessoal, como um quarto ou moradia temporária. Um espaço luxuoso, coberto das regalias de seu posto e de seus benefícios. Uma conquista muito contraditória aos ideias de desapego material.

Uyara viu um par de rostos gêmeos a encarando com curiosidade do meio do que parecia ser uma competição acirrada em algum jogo que não conhecia. Ela lhes devolveu o mesmo interesse, sabia quem elas eram, se lembrava muito bem de qual foi o ápice da revolta do ex-amante.

Contempla-las pessoalmente trazia o gosto amargo dos horrores que viveram até sua boca.

- Mestre Geto! - As duas entoaram com alegria, mas então começaram a sentir a natureza perigosa que a estranha exalava e ficaram mais alertas, cheias de receio.

- Meninas, essa é Gojo Uyara. - Ele sorriu docemente, prolongando-se com o sobrenome, como se o saboreasse. - Se comportem ou ela vai matar todos nós!

As crianças se horrorizaram por puro medo conforme o homem buscava por algo no interior da residência, deixando-as ali, diante do monstro.

- Hey, Suguru, eu não vou..- Ela tentou dizer, mas o outro já havia desaparecido. Deixando-a desampara com as mais novas. - Não vou machucar vocês. - Garantiu para elas. - Não escutem ele, é um idiota.

As gêmeas agora pareciam mais ofendidas do que assustadas. Murmuraram algo como "O mestre Geto não é um idiota", enquanto inflavam as bochechas com raiva.

- Pode vir aqui, Uy. - A voz dele soou mais adiante. - Já escondi a maior parte do material ilegal.

Seus olhos escuros se reviraram, conforme ela ia até ele. Encontraria qualquer coisa obscura que estivesse por ali, se quisesse fazer isso, e o homem estava muito ciente de tal coisa. Parecia apenas satisfeito em complicar seu trabalho.

- Admito que a hesitação de todo mundo por aqui com a minha presença está inflando o meu ego, mas você já pode parar com isso, eu não sou Satoru e não vou fazer nada contra você.

O "por enquanto" ficou subentendido.

- Claro, claro. - Ele acenou no com mão, dispensando suas garantias. Logo em seguida, lhe entregou um cordão com um pequeno recipiente, uma coisa de vidro roxo que parecia não ser capaz de armazenar mais do que pouquíssimas gotas. - Fique com isso.

As mãos calejadas e femininas se estenderam para pegar o presente, mas estava óbvio que não entendia seu propósito.

- Amuleto de boa sorte? - Perguntou, curiosa.

- Algo assim. - Suguru deu de ombros. - Quando soube que você e o bebê morreriam no dia do parto, procurei por formas de evitar que isso acontecesse. - Os olhos dele se abaixaram, procurando pelos dela. - Você sabe que a criança não sobrevive, essa é sua certeza. Assim como sabe que eu vou estar lá momentos antes de ser levada para mesmo fim. - Ele apontou para o cordão. - Isso é um milagre engarrafado, de eras atrás. O mantenha consigo. Opte por usar para fazer seu filho viver, se quiser. Ou salve-se, é sua escolha. Mas tenha a certeza que se demorar demais para faze-la, eu não vou hesitar em te trazer de volta e deixar a criança continuar sendo o cadáver que você segura em seus pesadelos.

Aquilo era a ultima coisa que esperava receber indo até aquele lugar. Uma esperança de que, talvez, pelo menos seu filho pudesse viver no mundo que salvaria. Isso a surpreendeu de tal forma que sua garganta se comprimiu em dor e ela piscou algumas vezes, incrédula.

- E o que você quer em troca? - Perguntou com a voz falha.

Porque ela recebeu os pedaços de informação ocultos em suas palavras, devido aquela intimidade intensa que um dia tiveram.

O problema estava em quando Geto teve a oportunidade de encontrar tal solução. Um momento em que já havia abandonado seus antigos princípios e seguido com seus ideias mesmo sem o apoio daqueles que mais importavam.

A amando ou não, Uyara era a mulher que conseguia entende-lo por completo, que viu cada pedaço de sua alma e compreendeu cada sentimento por trás de suas razões para se tornar o homem de hoje. Ela era quem sabia sobre cada fragmento de suas motivações e a pessoa que o rejeitou mesmo assim, que viu seu ser por completo e desprezou cada um de seus sonhos.

Não entregaria aquilo sem uma retribuição de igual valor.

Suguru sorria com carinho, mas aquela expressão era tão deturpada que a parte feia dela, que se reconhecia em coisas cruéis e desumanas, sorriu de volta.

- Quero que, quando eu agir para colocar esse mundo de joelhos, você não me enfrente.

Um pessoa comum teria pedido que ela jurasse garantir que seu marido não interferiria, afinal, precisaria ser um grande imbecil para pensar que poderia vencê-lo. Ou poderia ter ousado pedir que ambos o deixassem realizar seus objetivos sem tentar impedi-lo, já que, sem aqueles dois no grande jogo do mundo, nada era forte o bastante para para-lo.

Mas Geto os conhecia demais. A conhecia demais. Sabia que no instante que elevasse seu impacto no mundo o suficiente para pararem de conseguir ignorar as mortes que vinham de suas mãos, a mulher o destruiria. Essa era força dela. Um nível de ameaça incomparável. Não havia nenhuma chance de sucesso se ela o matasse no momento de sua ascensão.

Satoru era diferente, mesmo sendo absurdamente poderoso, ele era alguém que poderia ser manipulado, contido. O que nas circunstâncias certas lhe permitiria criar uma brecha para derrota-lo, embora não conseguisse pensar em nada para isso até agora. Era apenas uma questão de saber como posicionar as suas peças no tabuleiro.

Por que não pedir que seus dois maiores problemas fossem eliminados de uma vez? Uyara ainda era boazinha ao ponto de não achar que seu filho, que sua vida, valesse mais do que a população de macacos no mundo. Ela recusaria.

O controlador de maldições havia se tornado isso. Inconstante e instavel, se importava e preocupava com aqueles dois ao ponto de poder dar sua vida por eles, mas estava afogado pelo ódio em uma escala que os desprezaria por suas escolhas e se beneficiaria pelo sofrimento de ambos. 

Era sincero, seu desejo de proteger, mas também era quebrado e doentio.

- Como você sabe que não está me entregando urina de rato como uma promessa bonita? - Uyara questionou, com alguns traços de seriedade.

- Eu não sei.

Mais uma razão para os pontos abertos do acordo.

Gojo-sensei viu a verdade de sua crença, aquela coisa podia ser agua velha com resquícios de varíola, mas ele não sabia disso. Estava fornecendo unicamente com o conhecimento que ofereceu, que aquilo era um milagre engarrafado, derivado de alguma técnica amaldiçoada antiga.

Bem, ela já iria morrer mesmo.

- E por que você não usa? - Seus lábios se moldaram em um sorriso provocador. - Você também parece precisar de um milagre.

- Porque quando soube que você morreria com um filho que poderia ser meu, jurei que lhe daria uma forma de superar essa única coisa que consegue te assustar. - Ele gesticulou banalmente, como se não fosse importante. - Acordos que fazemos individualmente sempre são problemáticos.

Geto procurou por aquilo porque, mesmo que não compartilhasse seu sangue, aquele bebê morto poderia ter sido seu filho tanto quanto seria de Satoru. Era o que o caminho da dinâmica entres eles indicava na época. Então prometeu fazer o que estivesse ao seu alcance para mudar os fatos previstos, não apenas pelo recém nascido, mas pela pessoa que a gerou.

Nunca foi sobre os terremotos ou tsunamis. Cada uma dessas coisas a apavorava não pelo que eram, mas pelo trauma infligindo pelo que sabia ser o momento em que sua existência seria apagada, por todas as memórias relacionadas a ver seu mundo morrendo em suas mãos sem poder fazer nada para impedir. Por aquele bebê que amou desde o instante que soube que ele viria um dia e que sofreu por anos com a lembrança de seu pequeno corpo morto.

- Eu vou aceitar seus termos. - Os olhos dela pareciam ainda estar perdidos, desacreditados. Ela encarava o que havia acabado de conseguir como se fosse o pedaço de uma realidade alternativa que não deveria ter conseguido alcançar, mas pela qual sempre sonhou.

- Não faça essa cara de esperança. Não combina com você. - Demandou, com sinceridade.

- Serio? - Uyara piscou, levemente divertida. - E o que combina comigo?

- A expressão de uma vadia destruidora de mundos. - Suguru sorriu em flerte e a mulher lhe respondeu com a expressão de alguém que não esperava um elogio menor, vindo dele. - Deveríamos apostar sobre qual de nós vai arruinar esse planeta de merda primeiro.

Ela só estava começando a aflorar seu potencial.

O homem agora entendia melhor porque ela sempre escolheria Satoru a qualquer pessoa no mundo. De fora daquela bolha agradável deles, conseguia ver. Seu marido jamais a usaria como uma arma, ele seria sua arma. Uma lamina imbatível para arrancar quaisquer inconvenientes que surgissem em seu caminho.

Alguém que sentia tesão por seu lado mais horrendo e que se oferecia de suporte para que ela se tornasse o seu melhor, ou o seu pior, da mesma forma que sabia que lhe seria feito o mesmo. Eles sempre foram partes completares de uma única unidade, como Yin e Yang.

Era realmente estranho que nunca houvesse percebido isso antes.

- Se eu sobreviver, nós conversaremos sobre isso. - A amaldiçoadora de mentes se virou para partir, com uma postura relaxada quanto aos perigos a rodeando. Sua mão lhe acenou tranquilamente. - Obrigada.

Não pela chance de um futuro melhor, mas pela paz que veio buscar.

- Não me agradeça ainda.

(...)

O portador dos seis estava perseguindo um homem. Um de seus protegidos. Um traidor.

Ele entendia que Yuuji atrairia uma atenção desagradável quando sua natureza fosse revelada, então meio que já estava esperando por algo assim.

Já esperava pela primeira pessoa enlouquecida pelo medo que tentaria mata-lo.

O infeliz ainda vivo teve o azar de aparecer justamente em um momento cujo seu humor estava em péssimo estado.

Seu grupo de ajudantes recebeu a menor parte de sua ira, tendo seus corpos desintegrados antes mesmo de conseguirem entrar no quarto do menino, mas esse cara, o líder por trás do ataque, ele o deixou viver. Porque, por ter sido criado no clã Gojo e ouvido a vida inteira sobre o poder de seu líder, serviria como entretenimento.

- Corra. - Satoru disse para ele, com um sorriso de prazer no rosto.

E o homem correu. Com alguma decência até.

Mas ele nunca teve chance.

O mais forte encontrou satisfação em assusta-lo até que sua racionalidade quebrasse, até que, estando encurralado, ele começou a ataca-lo, golpeando-o seu infinity e destruindo sua sanidade por saber que nunca seria capaz de encostar no deus entre os humanos.

O predador o reduziu a um poço de mijo e suplicas sem nem mesmo tirar as mãos dos bolsos.

Ele se permitiu baixar sua barreira de proteção para isso, para sentir daquela carne quando a arrancasse dos ossos.

Quando sua esposa o encontrou, estava apenas começando. Em cima de uma poça de sangue e urina. Ela assobiou para chamar sua atenção, aproximando-se, imperturbável pela cena grotesca.

O homem pareceu vê-la como sua salvação e se esforçou para se aproximar dela. Aquela mulher era a única coisa que conseguia parar o líder Gojo, não era? E ela era tão boazinha, tão, tão bondosa. O deixaria viver, não é?

Satoru deixou que ele se arrastasse como uma minhoca torta, tento sua atenção voltada para assuntos mais importantes.

- Himawari! - Saudou com carinho. - Como foi com o Suguru?

Aquele cara se paralisou ao ouvir o nome, tremendo compulsivamente em seguida.

- Foi completamente diferente do que eu imaginava. - O sorriso dela o fez sorrir também. - Mas seria melhor conversarmos sobre isso em privado. - Os olhos escuros se voltaram para a figura lamentável se aproximando dela, lendo seus pecados.

- Quer ter a honra? - Ele perguntou, quando viu a expressão dela adquirir aquela calma gélida e perigosa.

- Não, pode terminar. Você parecia estar se divertindo antes.

O homem soltou um choro agoniado, começando a perceber que não haveria piedade de nenhum deles.

- P-por favor! - Gritou, conforme Satoru se aproximava e segurava sua cabeça com uma das mãos. - O-o menino é um risco muito grande, Sukuna é um monstro, nenhum de vocês consegue entender isso?!

- Oh, nós entendemos sim. - Uyara respondeu, indiferente.

- O que te faz pensar que nós somos diferentes? - O portador dos seis olhos questionou, apertando aquele crânio com nada além de pura força.

Cérebro e ossos se juntaram a bagunça do chão antes que ele pudesse responder.

(...)

Os dois caminharam juntos até um parque ali perto, sentando-se em um banco, despreocupados quanto aos respingos de sangue em suas roupas e pele.

- Suguru fez com que você se sentisse melhor? - O deus mortal perguntou, preocupado.

- Sim. - Ela suspirou, segurando o cordão com um pequeno frasco que havia se juntado ao colar horroroso que ainda usava. - Ele me deu uma nova perspectiva. - Seus olhos buscaram pelo local na venda de seu companheiro em que estavam escondidas as suas preciosidades infinitas. - Vou manter o bebê.

Satoru continuou a olhando por um tempo, congelado na mesma expressão, como se houvesse compreendido errado.

Então as palavras fizeram sentido.

- Você tem certeza? - Perguntou, com certeza aflição.

- Tenho.

Uyara já parecia estar se contendo para não começar a rir de seu marido.

Ele olhou para frente, absorvendo o que isso significava.

- Nossa, eu vou ser pai. - Falou baixinho. - EU VOU SER PAI! - Depois gritou, como se houvesse acabado de levar um susto. - Você vai ser mãe! - Apontou para ela, muito surpreso, com seus olhos arregalados comicamente, mesmo que estivesse cobertos.

- Eu vou. - Ela respondeu, com os lábios tremendo de alegria.

O mais forte começou a se iluminar, como uma estrela recém nascida. Agitando-se muito. Até precisou se levantar por não conseguir conter a empolgação. Ele riu, tão feliz e animado que trouxe lágrimas para os olhos de sua companheira hormonalmente mais emotiva.

- Eu vou ser pai! - Repetiu, como se ainda não estivesse acreditando nisso e envolveu o rosto dela em suas mãos grandes, sujando-a de sangue na ação, mas nenhum dos dois se importou. Estava mais ocupado em enche-la de beijos, trazendo-a para sua inquietação contagiante.

A amaldiçoadora de mentes teve a certeza de que nunca amaria tanto alguém quanto amou seu marido naquele momento e tentou dizer isso a ele, mas sua névoa de entusiasmo não o permitiu ouvir.

(...)

- IEIRI!!!

A técnica em maldição reversa nem tremeu o bisturi quando seu amigo apareceu.

Utahime, que era a pessoa na qual o bisturi estava sendo usado, quase se jogou para cima com a voz intrometida. Seu estado de pseudociência pela falta de sangue foi o que a impediu de piorar o próprio ferimento.

- Diga, Satoru. - Ela pediu com calma, já aliviada que o outro estava alegre demais para significar que estava ali porque quase matou a esposa de novo. Aqueles dois eram um casal muito estranho.

- EU VOU SER PAI!!!

Shoko arregalou os olhos e se permitiu encara-lo, sentindo a felicidade contagia-la.

- Oh, parabéns! - Mas então seu cenho se franziu. - Porque há sangue da sua mão?

- É melhor você não saber. - Sua resposta veio cheia de arrogância.

- Coitada da Uyara... - Iori murmurou, grogue.

- A opinião dos fracos não conta!

Ele tomou a sabia decisão de sair dali antes que a mulher se matasse tentando atingi-lo com alguma coisa.

(...)

- NANAMIIIIII!!!!

Kento quase se acidentou em sua luta com uma maldição de nível dois quando seu veterano maluco apareceu de repente. Não se deu ao trabalho de dedicar atenção o suficiente ao aborrecimento de sua vida.

Com sorte, Satoru iria embora se fingisse que ele não existia.

Um golpe de energia amaldiçoada passou por ele, destruindo a maldição. Providencia da criança mimada que exigia seu foco.

Olhar para o homem lhe trazia dor de cabeça, mas, apenas por resquícios de gratidão, ele fez mesmo assim.

- EU VOU SER PAI! - Disse, com tanto euforia que até parecia mais estranho que o normal.

- Minhas condolências a Gojo-san por ter engravidado de você.

Sua sinceridade causou um beicinho enorme no rosto do outro.

- Você é tão mau, Nanami...

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