Só Mais Um Clichê

De paolabns

73.3K 10K 9.1K

Depois de perder a irmã, algo dentro de Anna Liz mudou. A dor foi capaz de mudá-la exageradamente. Além de se... Mai multe

Prefácio e apresentação
Dedicatória
Epígrafe
Prólogo
Capítulo 1 - Dear family
Capítulo 2 - Welcome to boarding school
Capítulo 3 - Sombras do passado
Capítulo 4 - O violino, a sapatilha e a garota
Capítulo 5 - Problems in sight
Capítulo 6 - Chocolate quente e confusão
Capítulo 7 - Consequências do passado
Capítulo 8 - Passado
Capítulo 9 - Encrenca
Capítulo 10 - Conte a verdade
Capítulo 11 - Behind the messages
Capítulo 12 - Residência Collins
Capítulo 13 - Sensações
Capítulo 14 - Back to school
Capítulo 15 - Brown eyes
Capítulo 16 - Sobre sentimentos
Capítulo 17 - Fora do meu alcance
Capítulo 18 - Perto das estrelas
-
Capítulo 20 - Opostos
Capítulo 21 - I want you for me
Capítulo 22 - Adore You

Capítulo 19 - Broken heart

1.3K 187 220
De paolabns

Baby, esse amor...

Eu nunca vou deixar morrer

Não pode ser tocado por ninguém

Eu gostaria de vê-los tentar

Eu sou um homem louco por seu toque

Menina, eu perdi o controle

Infinity — Jaymes Young

Ethan abraçou a minha cintura, me prendendo contra ele. Minhas mãos correram para os fios castanhos do cabelo dele enquanto o beijo tomava uma proporção quente enroscada a um desejo perigoso.

Nossas respirações ofegantes se misturavam quando nos afastamos. Os olhos dele se fixaram nos meus, fazendo os pelos dos meus braços se arrepiarem e um vento gélido e agradável se aprimorar em meu estômago.

— Também sinto sua falta — ele diz, a voz baixa e rouca. — Sinto sua falta desde o dia que precisei te deixar — Ethan abre um sorriso de canto irônico. — Como você já deve saber, te esquecer não tem sido uma tarefa muito fácil, e acho que aquelas cartas idiotas dizem o bastante sobre isso — meu coração treme no peito quando ele segura minha mão que estava em seu ombro, entrelaçando nossos dedos com cuidado. — Fiz coisas horríveis, Anna Liz. E quando você chegou eu só conseguia pensar no quanto você me odiaria se soubesse o merda que me tornei — quero dizer que ele pode confiar em mim, dizer que também cometi erros, mas ele continua, sem me dar espaço para argumentar. — Você não faz idéia do quanto quero estar com você, do quanto quero ficar do seu lado. Do quanto quero segurar a sua mão e te ajudar a curar cada uma dessas dores que você esconde — ele respira fundo, como se precisasse de todo seu auto controle para continuar, no momento em que uma lágrima fria faz caminho pela minha bochecha.

Eu mal sabia qual era o motivo de estar sentindo aquela dor absurda no peito.

Ele tenta limpar as lágrimas contínuas que ganham forma e se desenrolam pelas minhas bochechas, mas me esquivo do toque. Solto a mão dele e desço de seu colo, me afastando.

— Mas eu não posso ser egoísta com você. Não outra vez — fecho os olhos, o ouvindo falar com a voz ainda baixa. — Eu não posso deixar que as consequências dos meus erros acertem você, amor — sinto ele se aproximar, e logo uma mecha do meu cabelo é empurrada para trás da minha orelha.

O silêncio nos embala por um momento.

— Não posso ser o responsável por te trazer mais dor — Ethan diz quase em um sussuro, e sinto o calor do corpo dele se afastar.

Abro os olhos a tempo de vê-lo sair da sala, me deixando com lágrimas nos olhos e um coração quebrado no peito. 

Precisei de uma hora para colocar os pensamentos no lugar.

Encarei as cortinas brancas dançarem conforme o vento invadia a sala. Inalei o ar gélido diversas vezes, enchendo meus pulmões e tentando ignorar a dor que emanava do vazio imenso que estava sentindo no peito.

Como de costume, encontrei com as garotas no refeitório depois de deixar o violino no quarto e de ter lavado o rosto para amenizar a vermelhidão chorosa.

— Lilizita! — Hilary exclamou assim que me sentei ao lado de Louisa em uma das mesas que elas ocupavam na parte externa do refeitório quase vazio. — Chegou bem na hora! Tenho novidades sobre a festa de Halloween! Na verdade é sobre as nossas fantasias! Não é necessariamente sobre a festa...

— Conta logo, loira! — Addie a encara com as sobrancelhas erguidas, colocando uma batata frita na boca.

Hilary faz um gesto de descaso, votando o olhar para mim.

— Minha mãe pela primeira na vida fez algo agradável e conseguiu convencer aquele diretor rabugento a nos deixar ir às compras no sábado para escolhermos nossas fantasias para a festa! — Hilary bate palminhas com entusiamo.

Sorri, tentando partilhar da mesma alegria que as três garotas na mesa pareciam sentir.

— Sério? Nossa — solto um riso contido. — Isso é incrível. É demais — Louisa assente, sorrindo.

— Não vejo a hora. Sinto tanta falta de fazer compras! — diz, sugando o suco de caixinha em suas mãos pelo canudo.

— Vai funcionar assim: — Hilary volta a falar. — O motorista da minha família vai vir nos buscar às onze da manhã, daí podemos ficar fora durante o dia e voltar para o colégio às seis da tarde — explica devagar. — Não se esqueçam de falar com os seus pais para eles poderem autorizar a saída de vocês.

— Mandei mensagem para o meu pai e ele disse que já enviou um e-mail para o diretor — Addie pega outra batatinha em seu prato.

— Não preciso mais da permissão dos meus pais para sair do colégio, já fiz dezoito mesmo — Louisa encolhe os ombros. — Mas vou avisar mesmo assim. Não quero problemas.

Hilary franzi a testa. Ela encara Addie e eu com confusão brilhando nos olhos.

— Como assim você já tem dezoito anos? Quando foi isso?! — ela indaga se levantando e apoiando as mãos na mesa.

Encaro Louisa, também confusa.

— Ué, desde de hoje — diz como se fosse óbvio. — É, gente, hoje é meu aniversário. Surpresa — ela balança as mãos com uma surpresa debochada.

— Vadia! — Hilary joga um pedaço de tomate que estava no prato dela em direção à Louisa. — Como assim é o seu aniversário e você não conta para nós? — indaga, voltando a se sentar com uma carranca.

— Não gosto nem um pouco de comemorar o meu aniversário, está legal? — Louisa diz dando de ombro. — Não vejo lógica em ficar feliz por estar ficando mais velha, só isso.

— Credo, você parece uma velha falando, Morfhin — Hilary reclama, fazendo Louisa fechar a cara.

As duas começam uma briga sobre aniversários. Reviro a comida em meu prato, encarando a salada no canto e me lembrando, consequentemente, da Susie.

— Terra chamando Liz — Addie murmura apenas para mim ouvir. — Ei, está tudo bem? — perguntou enquanto as outras duas continuam falando.

Forço um sorriso. Depois de anos de prática, sei que saiu convincente o suficiente.

— Está sim — deixo o garfo e o prato de lado. — Só uma dor de cabeça boba e sem fome. Nada demais — aceno com despreocupação.

Addie sorri de volta, voltando a atenção para as batatinhas fritas à sua frente.

— Oi — ergo o olhar para encontrar Evelyn. — Posso me sentar com vocês? — ela pergunta indicando a bandeja com hambúrguer e refrigerante que segurava nas mãos.

— Claro — Louisa deixa a discussão e aponta para o lugar vago na mesa. — Você faz parte do grupo, não precisa nem pedir.

— Ela faz é? — Hilary ergue as sobrancelhas com os olhos semicerrados em direção à Evelyn.

Abro espaço entre mim e Addie para Evelyn se sentar.

— Acho que vocês ainda não foram apresentadas — Louisa diz apontando para Evelyn. — Hilary, essa é a Evelyn, irmã do Jimmy e a nova integrante do grupo. Agora seja uma boa garota e dê boas vindas à ela — ela diz como se Hilary tivesse sete anos de idade.

— Bem vinda — ela força um sorriso.

— Obrigado — Evelyn empurra os cachos castanhos para trás dos ombros antes de se sentar. — Não achei que seria tão difícil de me encaixar aqui. Esse é o meu terceiro colégio só nesse ano, pensei que seria um pouco mais fácil agora que já peguei a prática.

— Terceiro? — Louisa a encara com indignação. — Uau! Por que você muda tanto de colégio?

— Meus pais trabalham com turismo e fotografia — conta. — Estão sempre viajando, sempre em um lugar novo. O Jimmy quis vir para cá por causa disso. E assim como ele, eu também me cansei dessa rotina e desse sentimento de não fazer parte de lugar nenhum — ela dá de ombros.

— Hum — Hilary resmunga, fisgando com o garfo uma rodela de tomate de seu prato. — Interessante.

— Estávamos falando sobre a festa de Halloween — Addie diz. — Mas como você ainda não está no último ano não vai poder ir — ela parece pensar. — Se bem que nós temos a organizadora da festa desse ano. Será que ela consegue te colocar dentro? Seria incrível! Não seria? — nos encara com um sorriso enorme.

Assinto, puxando a lata de refrigerante para perto. Evelyn a olha com expectativa e olhos brilhantes. Louisa encara Hilary que observa Addie aparentemente horrorizada com a idéia.

— Não. Muito obrigado, mas eu não estou nem um pouco afim de ficar de babá — ela faz um gesto de descaso.

— Prometo não dar trabalho! Juro ficar longe das bebidas! Juro de dedinho.

Apesar de ser apenas um ano mais nova que nós, ela tem o rosto bastante jovem. Parece ter quatorze anos. Os cabelos castanhos e cacheados caem até a sua cintura, e os olhos castanhos e a pele morena bronzeada a deixa ainda mais encantadora. Ela realmente parece uma versão feminina de Jimmy Walter.

Hilary revira os olhos, parecendo não estar a fim de discutir.

— Tudo bem — resmunga fazendo as garotas na mesa beterem palmas animadas. — Converse com os seus pais e esteja pronta no sábado às onze. Vamos comprar as nossas fantasias.

— Seu pai precisou ir à escola da Sam hoje — Susie conta durante a nossa chamada de vídeo pelo Skype. Ela voltou a arquitetar aquelas pegadinhas. Está deixando o Carlos de cabelo em .

Sorri, sentindo saudade de Sam.

Estava sozinha no quarto. Addie precisou ir ao ensaio das líderes e Louisa foi para a aula de artes, enquanto Hilary se ocupou em organizar mais alguns pontos da festa de Halloween e Evelyn em falar com os pais dela sobre a nossa saída de sábado.

— Imagino — empurro meus óculos para leitura para trás quando ele escorrega sobre meu nariz. — Então, você pode conversar com ele sobre sábado? — Susie assente, apoiando o celular em um canto da cozinha e sacudindo as mãos sujas de farinha.

Vez ou outra ela se aventurava na cozinha. Vestia o avental rosa com detalhes brancos e preparava bolos e tortas para passar o tempo.

Ela acreditava estar mandando bem, mas na verdade o bolo dela parece pedra, e as tortas ficam com um gosto horrível. Carlos é o único que não tem coragem de dizer que a comida dela é péssima, então ela sempre faz e ele sempre come como se fosse a melhor comida do mundo.

Claro que posso! Não se preocupe com permissão. Se divirta, bebêela manda um beijo no ar. — Te amo muito e estou morrendo de saudade. Essa casa fica vazia a beça sem você.

— Também estou com saudade, Susie — digo com sinceridade.

Até de ir à praça abraçar as árvores e das pizzas de brócolis aos finais de semana? — ela implica me deixando com uma careta.

— Argh! Não!

Susie dá risada.

Preciso desligarescuto a porta de casa abrindo enquanto Susie desfaz o coque no cabelo e retira o avental. — Te amo, bebê — ela desliga, sem me dar tempo para me despedir ou para perguntar quem havia chegado.

Fecho o notebook e o deixo no canto da cama, arrumando a almofada em meu colo e puxando o livro que estava lendo para perto.

Antes que eu possa voltar para a leitura, alguém bate na porta.

Bufo, frustrada, antes de afastar a almofada e o livro novamente para poder me levantar. Sei que não pode ser nem uma das meninas, elas não se importariam em bater.

Quase engoli em seco quando encontrei Daniel do outro lado.

Ele estava usando o uniforme do colégio. As mãos dentro do casaco cinza e os ombros tensos. Ele olhou nos meus olhos, fazendo uma onda fria e ruim percorrer o meu corpo.

— Oi — disse um pouco baixo.

Mesmo sentindo receio por estar no mesmo espaço que ele, adotei uma expressão casual e relaxada, como se estar falando com ele não me incomodasse.

— Oi — cumprimento sem vontade.

— Podemos conversar?

— Não — abro um sorriso irônico e tento fechar a porta, mas ele é mais rápido e coloca o pé entre a porta e o batente.

— Liz, por favor — Daniel apoia a mão na porta ainda me encarando. — Só me escuta, está bem? Eu sinto sua falta. Sinto falta da nossa amizade e sinto falta de ouvir você dizer o quanto água de coco é melhor que chocolate quente — ele tira o pé do batente quando paro de exercer força na maçaneta.

— Sobre o que você quer conversar? Sobre você estar ameaçando o meu irmão ou sobre você ter ameaçado a mim? — pergunto erguendo as sobrancelhas em desafio.

Ele suspira parecendo exausto.

— Sobre as duas coisas.

— Não estou em um dia muito bom, Daniel — mordo o lábio inferior com força. — Só me deixa em paz, por favor — peço com sinceridade.

— Prometo ser rápido — ele parecia querer dizer outra coisa, mas uma voz feminina conhecida soou atrás dele.

— Credo, Dan, esse seu lado insistente é uma merda — Hilary estala a língua e coloca uma mão sobre o ombro dele. — É até meio doentio, sabe? Você deveria tratar isso em uma sessão de terapia.

O garoto bufa e se afasta da porta, retirando a mão de Hilary de seu ombro com brutalidade.

— Estamos conversando, se você não percebeu — diz com um sorriso sarcástico.

— Não, eu não percebi — Hilary passa por ele e empurra a porta, passando para dentro. — E eu preciso conversar com ela agora. Você sabe, conversa de garota — dou um passo para trás quando ela se põe na minha frente. — Passar bem, priminho — ela sorri com falsidade e fecha a porta.

Solto o ar com certo alívio.

Permanecemos em silêncio até ouvirmos o barulho dos sapatos contra o chão, provando que Daniel estava indo embora.

— Por quê fez isso? — indago, retirando os óculos.

Hilary cruza os braços e se encosta na porta.

— Porque somos amigas — ela pensa um pouco. — E porque você é importante para o Ethan, e eu tenho medo do que ele pode fazer se você acabar se machucando — revela com a voz baixa.

Me forço a não dar ouvidos para a última parte.

— Daniel não me machucaria, Hilary — digo, incrédula com a idéia.

— Não estou falando só de dores físicas, Liz.

Ela não olha para mim quando abre a porta e sai, me deixando sozinha outra vez.

Hey hey! Vocês não sabem o prazer que é estar de volta

Muitíssimo obrigado pelas mensagens recheadas de boas vibrações e por todo o carinho que vocês têm tido com a história.

Sério, vocês fazem tudo valer a pena! Obrigado! <3

Continuă lectura

O să-ți placă și

360K 16.6K 86
- Sempre foi, e sempre será você, branca. Uma história que se passa na Rocinha, Rio de Janeiro. Repleta de possibilidades fascinantes, onde duas pess...
211K 9.3K 36
NÃO REVISADO Foi muito rápido o nosso lance Juro eu não queria, juro que eu não sabia Que você ia fazer tão bem pra mim Início: 24 de junho de 2022 F...
445K 37.2K 120
Ayla Cazarez Mora uma adolescente que é mal vista pelas garotas da sua escola por achar os garotos da escola idiotas e babacas, por mais que sejam bo...
85.7K 2.7K 175
Sempre foi você, por isso nunca consegui me apaixonar de verdade, era você, tinha que ser.