Comfortable | YooKi

By httpjeongsa

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Às vezes a conexão acontece de formas inusitadas, alguns têm a sorte de encontrá-la cedo e outros nem tanto; ... More

02 | "Inquietação"
03 | "Sorte"
04 | "É um daqueles ótimos dias"
05 | "Conversas bobas e despertador"
06 | "Mortes e vinis"
07 | "POR QUE EU BEIJEI ELA!?"
08 | "E o que meus olhos dizem?"
09 | "Vinho e irmã invasora"
10 | "3%"
11 | "Aquele sobre conversas que doem"
12 | "Eu estou aqui com você, não estou?"
13 | "A carta que nunca entreguei"

01 | "Acaso"

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By httpjeongsa


"Acaso" (advérbio)

ocorrência, acontecimento casual, incerto ou imprevisível; casualidade, eventualidade


– Columbus, Ohio, 15h30...

Era uma tarde calma e ensolarada do mês de maio, as últimas flores de cerejeira estavam caindo, dando lugar à folhagem verde nas árvores e ao bafo quente do verão. A rua estava cheia de crianças brincando como se as férias já tivessem se iniciado, essa estação trazia alegria para a maioria das pessoas, afinal, com o calor e o tempo livre, viagens para praia e idas à sorveteria eram possíveis, sem contar a beleza dos dias ensolarados e o céu completamente azul, perfeito para fotos e boas recordações com família ou amigos. Bem, essa estação era mais divertida para aqueles que não tinham compromissos e podiam curtir toda a beleza desse período, porém, esse não era o caso de Yoo Jeongyeon, a universitária do terceiro ano de "Gestão em Marketing" só conseguia pensar em estudar para as provas finais do seu semestre na universidade.

Nas tardes em que a garota arranjava algum tempo livre, passava horas dentro da cafeteria próxima a sua casa, tomando algumas doses de cafeína, se concentrando em fazer resumos e estudá-los para as provas que se aproximavam, vez ou outra tinha a sorte de ter a companhia de Im Nayeon ou suas amigas. Era cansativo para a jovem, mas ninguém nunca disse que a imagem divertida e leve que os filmes clichês tinham das universidades, era uma completa mentira para enganar adolescentes amantes de clássicos, como Yoo. É verdade que às vezes ela exagerava na quantidade de horas estudando, porém, se não fosse pelas suas notas altas, talvez a garota nunca pudesse sonhar em continuar seu curso, afinal, era uma das poucas que havia conseguido a vaga para bolsa integral na instituição.

Agora, se contentava em esperar pelo latte gelado que havia pedido – sua bebida favorita para os dias quentes, principalmente para os dias em que precisava estudar – e tentar procurar por alguma música que lhe desse animação para terminar seu resumo. Era uma tarefa difícil, afinal, sua playlist tinha mais de 200 músicas e grande parte delas, Jeong já tinha ouvido tantas vezes que se sentia entediada apenas de ter que tocá-las mais uma vez. Por "sorte" ou talvez atrevimento, teve uma ajudinha para decidir qual dessas pequenas velharias ouviria.

– Ouça essa, é uma das melhores dos Beatles. – A atendente de cabelos rosados apontou para tela do notebook alheio, sugerindo que a mais velha ouvisse "Blackbird". Só após alguns segundos próxima da morena, percebeu seu olhar confuso voltado para si. – Ah, me desculpe, aqui está seu pedido. – Se afastou, colocando o copo sobre a mesa e fazendo reverência.

– Obrigada. – Agradeceu um pouco sem jeito com a falta de formalidade da garota.

– Vou deixar sua comanda aqui, caso queira pedir mais alguma coisa, é só chamar por mim, Minatozaki Sana. – Entregou a ficha de pedido nas mãos de Yoo, logo apontando para seu crachá mostrando seu nome.

– Ah, tudo bem... Não posso chamar por outros atendentes quando for pedir outra coisa? – Questionou curiosa, afinal, em nenhuma das vezes em que esteve nessa cafeteria teve algum tipo de tratamento exclusivo. Era possível que a atendente estivesse flertando?

– Você pode, mas uma garota tão bonita assim não deveria ser atendida por qualquer um. – Confirmando a dúvida da morena, a de cabelos rosados flertou, lançando uma piscadinha ao final da sua frase. O comentário bobo fez com que a mais alta tivesse suas bochechas de uma coloração avermelhada, surpresa pela investida inesperada da japonesa. – Agora voltarei ao balcão, aproveite seu café. – Se despediu, voltando aos balcões de caixa e dando atenção a outros clientes.

– Mas que... Garota estranha. – Murmurou, voltando a sua atenção a tela e colocando a música anteriormente indicada para tocar. – Pelo menos ela tem bom gosto. – Sorriu ao escutar o início da música que conhecia a tanto tempo.

Músicas antigas, além de serem as favoritas de Yoo, também eram a trilha sonora perfeita para suas tardes de estudo. Depois daquele café, se foram mais dois, seguidos de horas concentrada na matéria que tentava resumir de forma dinâmica em uma tentativa de lhe preparar para a última prova do semestre, quando o sol já havia sumido, a jovem finalmente pode suspirar de felicidade por ter decorado toda a montanha de assuntos. Sua dancinha da vitória foi interrompida pelo toque do seu celular, aquele que vibrava, indicando que Seungyeon, sua irmã mais velha, estava lhe ligando.

– Unnie? – Atendeu, confusa com o motivo do telefonema.

– Yah, onde está? Omma fez nosso prato favorito, ela está nos convidando para ir jantar lá essa noite. – Disse animada, com alguns barulhos de carro no fundo da ligação, indicando que estava na rua.

– Estava estudando na cafeteria aqui perto de casa, você está perto? – Sorriu feliz pela notícia de que comeria a tão amada comida da sua mãe nessa noite e logo tentando ajeitar suas coisas jogadas na mesa.

– Estudando de novo? Isso vai acabar atrapalhando sua vida social, garota, não acha que está se esforçando demais, não? – Perguntou preocupada com a dedicação extrema da irmã, embora lhe admirasse.

– O dinheiro que temos não dá para pagar a faculdade, é isso ou terei que trancar o curso igual você, Unnie. – Riu, provocando a mais velha.

– Ei! Eu tranquei meu curso porque eu não gostava dele, ok? Você sabe muito bem disso. – Esbravejou, causando algumas risadas por parte da outra na linha. – Pare de rir idiota, estou perto da cafeteria, vou passar por aí e vamos juntas para a mãe, pode ser? – Sugeriu.

– Pode sim, vou te esperar do lado de fora. Até daqui a pouco, Unnie. – Se despediu.

– Até! – Desligou o telefonema.

Jeong foi rápida em pegar seus pertences e colocá-los na sua mochila, agora só precisava pagar sua conta e esperar pela irmã. Se direcionou até o caixa e suspirou ao ver a atendente de cabelos rosados lhe esperando ali, Yoo não estava acostumada com a atenção exagerada que recebera da mais nova, então era normal se sentir um pouco desconfortável com a situação. Sem muita enrolação, colocou a comanda e o dinheiro sobre o balcão de atendimento, a fim de ser breve e ir encontrar sua irmã.

– Teve uma boa tarde de estudos? – Perguntou a rosada, mostrando um sorriso simpático no rosto.

– Uhum. – Assentiu, com um sorriso fechado.

– Aqui está seu troco. – Entregou algumas notas junto de algumas moedas nas mãos da garota. – Obrigada, volte sempre e boa sorte no seu teste. – Sorriu de maneira sincera, fazendo com que seus olhos fechassem levemente.

– Obrigada pelo atendimento. – Sorriu em retribuição, começando a não se sentir tão estranha com o tratamento "exclusivo" da garota.

Parecia um pouco estranho receber toda essa atenção de uma funcionária, porém era uma boa jogada de marketing, ser simpática com seus clientes era uma ótima forma de fazê-los se tornarem assíduos no estabelecimento. Yoo se sentiu feliz por ter recebido alguns elogios hoje mais cedo, mesmo que não fosse correspondê-los, sempre é bom ter sua autoestima elevada. Agora já do lado de fora, não demoraria muito até Seungyeon aparecer para acompanhar sua irmã até a casa dos seus pais.

Dito e feito, a mais baixa logo foi avistada por Jeong, que caminhou até Gong e foi rápida em começar a puxar assunto, tentando se inteirar de como estava a vida da garota e não deixando de contar sobre a sua. As duas, por mais que tivessem uma boa diferença de idade, não deixavam que isso fosse uma barreira para sua amizade, era claro que as brigas estavam sempre presentes, mas a boa relação que mantinham sempre era bem mais forte que qualquer discussão. Por ter as férias próximas, ambas passaram boa parte do caminho planejando algo divertido que poderiam fazer juntas durante o verão, não adiantava de muita coisa, afinal sabiam que seus pais iriam optar pelo que faziam todos os anos, que era resumido em churrascos e talvez alguns dias no camping da sua família.

Não demorou mais do que meia hora de percurso para que as irmãs chegassem ao destino desejado, a casa de seus pais. E no momento em que passaram pelo jardim, Jeongyeon teve que revirar os olhos ao notar a BMW prata estacionado na garagem, o que significava que seu pai já estava lá, aparentemente o homem havia chegado mais cedo do trabalho nesse dia. Ter Jeongyeon e seu pai juntos no mesmo ambiente nunca foi fácil, eram duas pessoas com genes fortes e visões de mundo completamente opostas, se fossem apenas opiniões sobre comidas ou séries preferidas era ótimo, mas nesse caso, se tratava de opiniões sobre preconceitos e discriminação, coisa que a Jeongyeon não tolerava.

– Appa está em casa, tem certeza que quer entrar? – Seungyeon perguntou, esperando pela resposta da irmã antes de abrir a porta.

– Tenho sim, é apenas um jantar, né? Espero que ele seja educado, pelo menos. – Suspirou, lançando um sorriso forçado.

– Se quiser ir embora, me avise, ok? – Recebeu um aceno positivo da mais nova como resposta e se preparou para abrir a porta de entrada. – Omma, chegamos! – Chamou pela sua mãe, vendo a mais velha atravessar a sala de estar e correr para abraçá-las.

– Filhas, que bom que vieram! – Deixou um beijinho na bochecha de cada uma e guiou as garotas até a sala de jantar, afinal, o objetivo de chamá-las para vir até sua casa, era para comer.

Não fazia muito tempo desde a última visita a casa de seus pais, as irmãs faziam questão de sempre manter um contato próximo com a sua mãe, e por mais que estivessem sempre se vendo, a mais velha nunca deixou de sentir saudades de suas pequenas. Após se organizarem e ajudar a colocar os pratos na mesa, a família já estava sentada, pronta para ter um jantar agradável, ou pelo menos tentar. Infelizmente, o homem sentado em uma das cadeiras na ponta da mesa, resolveu começar com as suas perguntas indelicadas.

– Filha, não acha que deveria usar roupas femininas? Já está grandinha demais para se vestir de qualquer jeito. – Direcionou o comentário para sua filha mais nova, recebendo um revirar de olhos como resposta.

– Agora preciso usar roupa de gala quando saio na rua? – Perguntou impaciente.

– Não, só estou dizendo que se continuar se vestindo de qualquer jeito, será difícil arranjar um namorado. – Pontuou, deixando a garota de olhos arregalados, em sinal de surpresa com o pensamento tão antiquado.

– Deus... – Suspirou, tentando ignorar toda a besteira que ouviu.

– Que tal esquecermos desse assunto? – A mãe interferiu, sabendo que sua filha já perdia a paciência. – Como está a faculdade meu amor? – Perguntou com um sorriso simpático em seu rosto.

– Está tudo bem, consegui renovar minha bolsa para o próximo semestre e minhas notas continuam altas. – Disse orgulhosa dos frutos de todo o seu esforço.

– Mas é claro, você passa dia e noite estudando, se não conseguisse ir tão bem, daí seria preocupante. – A irmã pontuou.

– Não acha que está se esforçando demais, filha? – Questionou preocupada, não gostava de saber que suas meninas estavam passando por alguma dificuldade.

– Não Omma, não se preocupe, eu dou conta. – Sorriu fechado e voltou a se concentrar na comida.

– Se precisar da minha ajuda, sabe que pode falar, tudo bem? – Disse logo antes de direcionar seu olhar para a sua primogênita. – E você, querida? Como anda o trabalho? Está se adaptando bem no novo emprego? – Perguntou interessada.

– Não é mais tão novo assim, Omma. – Riu um pouco. – Já estou lá a mais de um mês, o pessoal é muito legal comigo, estão sempre me ajudando no que preciso. – Contou, feliz com o que fazia todos os dias.

– Ah, seus chefes também te tratam bem? – Perguntou, animada para puxar assunto.

– Uhum, eles são muito legais com a gente, até saímos para beber de vez em quando. – Continuou a conversar, contando sobre seus dias no trabalho e de como gostava do lugar.

O papo rendeu por um bom tempo, a senhora Yoo sempre sabia como contornar as possíveis brigas da sua filha mais nova com o seu marido, ela amava ambos, mas tinha consciência de que se não interferisse, os jantares em família iriam se transformar em ringues de luta. Após o fim da refeição, as duas filhas ajudaram na limpeza dos pratos e quando já se aproximava das 20h00, a mais nova das duas se aprontava para retornar a sua casa. Adentrando a sala, estava sua mãe e sua irmã sentadas no sofá, concentradas na novela genérica que passava sempre nesse horário e seu pai cochilando na poltrona, quase roncando, cena que fez a mais nova rir com a imagem tão nostálgica da sua família.

– Omma, já estou indo. – Deixou um beijo no topo da cabeça da mais velha e logo depois bagunçou o cabelo da sua irmã, em provocação. – E você não demore para ir também, se estiver muito tarde pegue um táxi, não invente de dirigir sonolenta até o bairro.

– Sim senhora. – Brincou com o tom mandão e preocupado que a mais nova falava.

Saiu da casa e adentrou o uber com destino à casa que dividia com sua irmã, o bairro não era tão longe dali porque realmente não aguentava muito tempo sem sua mãe, adorava esses jantares surpresas e as conversas que tinha com a mais velha, então nunca poderia sonhar em morar longe. Não demorou até que estivesse jogada no sofá da sala, apenas enrolando para se levantar e ir tomar um banho. Nesse tempo em que insistia em procrastinar, trocava algumas mensagens com suas amigas, contando sobre seu dia e aproveitando para rir ao lembrar da funcionária atrevida que conheceu hoje mais cedo.

– Qual era mesmo seu nome? – Pensou alto quando ouviu uma notificação vinda do instagram. Era uma solicitação para seguir, coincidentemente da garota mencionada. – Minatozaki Sana... Ela é algum tipo de stalker? – Levantou uma das suas sobrancelhas e riu pelo seu próprio comentário.

"Por que não?" foi o que passou pela mente de Yoo, antes de entrar no perfil da rosada e segui-la de volta. Não tinha muita esperança de que aquilo se transformasse em algo a mais, mas querendo ou não, estava interessada na atendente com flertes péssimos. Apesar disso, ela parecia ser divertida.

Se levantando finalmente, a garota jogou seu celular sobre o sofá e caminhou até o banheiro, pronta para tomar um longo banho e depois mergulhar de cabeça no seu catálogo de doramas pendentes na Netflix.

[...]

Não muito longe de lá, duas japonesas discutiam sobre alguma provocação diária, Hirai Momo e Minatozaki Sana eram melhores amigas, sua relação consistia em piadas sem graça e discussões sem sentido. A mais velha das duas estava deitada sobre o tapete do quarto, com a justificativa de que deitar no chão era mais refrescante. Enquanto isso, Sana que acabara de sair do banho, agora colocava seu pijama, cansada do dia longo no trabalho.

– Momo, saia do chão, vai pegar um resfriado! – Mandou com um tom irritado, não era a primeira vez que alertava a amiga sobre isso.

– É isso ou eu vou ligar o ar condicionado, o que a senhorita prefere? – Ameaçou com o controle em mãos.

– Não invente Momo, estamos economizando! Sabe que preciso pagar a faculdade depois que as férias acabarem. – Tirou o aparelho das mãos da mais baixa.

– Você ainda nem recebeu a carta de aprovação, por que já está querendo economizar? – Questionou emburrada.

– Eu preciso entrar, acha que meus pais vão me deixar continuar morando em outro estado se eu não conseguir passar na faculdade? Já foi horrível para eles aceitarem que sua única filha fosse morar longe deles, você lembra bem da nossa festa de formatura... – Murmurou, envergonhada pela lembrança.

– É impossível esquecer de nós duas ajoelhadas em frente aos seus pais, implorando para que eles nos deixassem mudar para Ohio. – Riu ao lembrar. – Será que sua mãe ainda me odeia?

– Ela não te odeia... Só é super protetora, é claro que ficaria sentida por me ver indo embora. – Se jogou sobre a cama, sem se importar com seus cabelos molhados.

– Ei! Pode levantar, acha mesmo que vou te deixar dormir de cabelo molhado? – Momo alertou. Sentou-se ao lado da melhor amiga, segurando uma toalha nas mãos para ajudá-la a secar as longas mechas rosadas.

– Me desculpe. – Se sentou, deixando que a mais velha começasse o trabalho.

– Desculpa pelo o que? – Questionou.

Sana estaria mentindo se dissesse que não se sentia culpada pela situação em que havia metido ela e sua amiga de infância. A ideia de vir para Columbus foi sua e obviamente, Momo foi influenciada pelas falas de sua colega, antes disso, a morena nunca tinha desejado morar longe de seus pais, mas como sempre quis poder dividir uma casa com sua melhor amiga, nem ao menos hesitou ao seguir em frente com o plano de Minatozaki. Morar fora da sua cidade natal e longe da sua família não era fácil, quando as contas apertam, não tem para quem pedir ajuda, talvez em outras condições, poderia ligar para seus pais e pedir alguma ajuda financeira, mas como se tratava dos senhores Minatozaki, Sana não poderia nem sonhar em demonstrar alguma dificuldade, pois caso isso acontecesse, seria obrigada a retornar para sua casa.

– Por não podermos ligar o ar condicionado. – Sorriu sem jeito por não conseguir falar exatamente sobre o que sentia.

– Acha mesmo que isso é um problema para Hirai Momo? – Se levantou e correu para fora do quarto, logo retornando com duas compressas de gelo. – Tcharam! – Balançou os saquinhos de gelo, mantendo um sorriso enorme em seu rosto.

– O que pretende fazer com essas coisas? – Questionou intrigada com as intenções da garota.

– Coloca embaixo do travesseiro, deixa ele geladinho, é perfeito para não sentir tanto calor. – Falava como se fosse uma cientista que acabara de descobrir uma das novas leis da física.

– É, você é realmente uma gênia, Momo. – Disse de maneira irônica.

– Ah, não precisa dizer isso, não é para tanto... – Fingiu humildade, não entendendo a ironia da maior.

Após um pouco mais de conversas e risadas, as jovens se juntaram para jantar, como estavam cansadas demais para cozinhar algo complexo, fizeram dois macarrões instantâneos e esquentaram um pouco do arroz que havia sobrado no almoço, para acompanhar. Sem muita conversa na mesa, Momo se concentrava no seu macarrão já pronto, enquanto Sana ainda esperava os três minutos de preparo que faltavam. Durante sua espera, decidiu que daria uma olhada no instagram, lembrando da garota bonita que conheceu hoje mais cedo e decidindo que tentaria achar-la no aplicativo.

– Seu nome era como? Yoo... Yoo... – Repetia em voz alta, tentando forçar sua mente a lembrar do nome que viu escrito em um dos cadernos da garota na cafeteria.

– Falando sozinha de novo, Sana? Depois a doida sou eu. – Provocou, com a boca cheia de comida, sem o mínimo de vergonha.

– Fica na sua Momo, estou tentando lembrar do nome da garota bonita que conheci mais cedo. – Ignorou as brincadeiras da mais velha.

– Credo, só pensa em mulher... – Resmungou Hirai fazendo uma careta forçada.

– Melhor do que pensar em homem. – Retrucou, concentrada em procurar por todas as garotas que tivessem o sobrenome Yoo no seu instagram.

– Tem razão. – Concordou sem poder retrucar.

– Achei! – Vibrou de felicidade.

– Sério? Me deixa ver! – Saiu da sua cadeira para sentar ao lado da rosada. – Por que ainda não seguiu ela? – Questionou, juntando suas sobrancelhas.

– Está maluca? Ela vai me achar esquisita. – Respondeu fazendo com que parecesse óbvio.

– Ela já deve ter te achado esquisita, para de enrolar! – Pegou o celular da mais nova e fez o que queria, começou a seguir a garota que Minatozaki falava.

– MOMO! CARALHO! – Pegou seu celular de volta, desesperada com o que a amiga fez.

– Me agradeça depois... – Sorriu convencida. Logo em seguida ambas ouviram o som de notificação, vindo do celular da garota desesperada.

– Ela me seguiu de volta... – Falou enquanto encarava a notificação, seus olhos arregalados.

– Viu? Eu não disse que você deveria seguir ela? – Sorriu vitoriosa. – Ela deve ter te achado gatinha nas fotos e por isso te seguiu de volta.

– Ou por pena. – Disse meio desacreditada de si.

– Seja lá qual das opções for, não precisa me agradecer, é pra isso que servem as amigas. – Deu leves tapinhas nas costas de Sana, mantendo um sorriso convencido em seu rosto.

– Eu vou te matar, Hirai Momo. – Ameaçou, antes que começasse a correr atrás da japonesa e a jogar as almofadas do sofá na garota.

– Não! Desculpa Sana! Desculpa! – Ria em forma de desespero, tentando desviar dos golpes da maior.

Depois da correria e de alguns tapas vindos da mais nova, as duas desistiram de brigar e voltaram a comer, retornando ao clima calmo na casa. Era engraçado ver a relação das duas de longe, elas eram como tom e jerry, porém, no fim das discussões, era como se nada nunca tivesse acontecido. Por mais que Sana tivesse ficado irritada com a melhor amiga, sabia que se não fosse por ela, nunca teria tido coragem de seguir a garota da cafeteria, ela não esperava que isso se desenrolasse em alguma relação, mas estava feliz apenas por saber que Jeongyeon agora era uma de suas seguidoras.

Continua

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Oi gente, aqui é a Nathy. Então esse é o nosso primeiro projeto juntas, seria muito importante pra gente se vocês pudessem comentar no decorrer da estória e votasse, pra gente saber que vocês estão gostando e tudo mais. Sejam bem vindos à essa leitura e bom, esperamos que vocês possam abraçar essa estória junto com a gente. Lais e eu agrademos desde já <3

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