Alguns dias depois da conversa com Draco. Kally estava com Megan saindo do Salão Principal após o jantar, quando as duas estavam passando pelo banheiro feminino.
- CRIME! CRIME! CRIME NO BANHEIRO! CRIME! - Kally e Megan ouviram os gritos de Murta.
As duas entraram correndo no banheiro para ver o que tinha acontecido.
No chão, perto das pias, estava Draco, ensanguentado. E, estranhamente, Harry estava agachado ao seu lado.
Kally congelou ao ver aquilo, sua mão cobria sua boca, que estava aberta diante da cena.
- M-Megan... Chame o Prof. Snape. - Kally disse.
A amiga logo saiu disparando de volta até o salão a procura do professor.
- H-Harry... O que... O que foi que você fez? - Kally perguntou, assustada.
Harry, que estava igualmente em choque, não respondeu.
Kally ficou de joelhos perto de Draco. Ele estava ainda mais pálido do que o normal.
Logo, a porta do banheiro se escancarou. Era Snape. Ele empurrou Harry violentamente, se ajoelhando perto de Draco.
Ele tirou a varinha do bolso e murmurou alguns encantamentos com a varinha apontada para o peito de Malfoy.
Depois de executar o contrafeitiço algumas vezes, Snape e Kally ajudaram Draco a se levantar.
- Você precisa da ala hospitalar. Talvez fiquem muitas cicatrizes, mas, se tomar ditamno imediatamente, talvez possamos evitar até isso... venha... - Snape disse.
- Eu levo ele, pai. - Kally disse, com a voz tremendo.
- Você, Potter, pode ficar aqui. - Snape disse com rispidez.
O caminho até a ala hospitalar foi silencioso. Chegando lá, Madame Pomfrey logo deu ditamno para Draco tomar, o que fez com que as cicatrizes logo começassem a diminuir.
Depois de liberado para voltar à Sala Comunal da Sonserina, Kally e Draco se dirigiram à porta da ala hospitalar, bem na hora em que Severo abre a porta e os encontra.
- Os dois, na minha sala. - ele disse, em um tom sério e meio bravo, só não tanto como ele falou com Harry.
Os dois se olharam com medo do que estava por vir.
Já na sala de Snape, os dois se sentaram ao lado um do outro, enquanto Severo se sentou de frente para eles.
Draco enguliu em seco, milhões de coisas passando por sua cabeça sobre o que Snape queria falar com eles.
Durante um momento os três ficaram em silêncio, Severo olhando de Kally e para Draco.
- Malfoy, queria dizer primeiramente que Potter está mais do que encrencado.
Draco assentiu hesitantemente.
Mais um momento de silêncio.
- Quero que fique bem claro que nenhum imbecil vai ser digno de se relacionar com a minha filha. E o que Kally me contou nas férias me deixou traumatizado. De qualquer forma, não quero vocês dois juntos na escola, pelo menos não comigo presente. E sem brincadeirinhas em qualquer canto de Hogwarts. - ele disse, dizendo a última parte especialmente para Draco.
Os dois concordaram.
- E, por mais que eu não concorde com isso e que eu queira que você continue sempre uma criança, eu sei que não posso proibi-la de fazer certas coisas que vocês adolescentes fazem. Por mais que eu ache que foi muito cedo, eu acho que eu não deveria ter agido como agi quando você me contou.
Os dois assentiram novamente.
- Só isso, pai?
- Com você sim. Pode voltar à sala comunal. Malfoy, você fica.
Kally deu um aperto na mão de Draco antes de sair. No caminho para a sala comunal, as memórias daquele dia voltaram.
FLASHBACK
Pela primeira vez Kally não tinha ideia do que fazer. Ficou imóvel, sem olhar nos olhos do pai.
- Eu lhe fiz uma pergunta! - Severo disse, um pouco mais duro do que pretendia.
A única coisa que Kally conseguiu fazer foi assentir com a cabeça.
Kally, que até então estava olhando para baixo, estranhou a falta de alguma reação do pai, então levantou a cabeça e o olhou.
Pela primeira vez ela viu seu pai sem palavras, de boca aberta, sem saber o que fazer.
- Malfoy terá uma séria conversa comigo. - Snape disse, se levantando e subindo até o seu quarto, batendo a porta em seguida.