Jujutsu Kaisen - Orbitando um...

By adri_bertolin

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Aprisionado no Reino da Prisão, Gojo Satoru inicia um processo de fragmentação sobre os conceitos em relação... More

Vazio
Grandes olhos negros
Caos
Propósito
Igual
Ciúmes
Domínio incompleto
Entorpecência
Consumo
Anseio
Posse
Retaliação
Fôlego
Engrenagem
Bolha
Escolha
Capítulo Extra: Sequestro
Paz artificial
Busca
Renúncia
Liberdade
Esperança
Destino
Resgate
Surgindo das cinzas
Surto

Receptáculo

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By adri_bertolin

Itadori Wasuke não conhecia a comunidade jujutsu, ou pelo menos não o seu lado bom.

Quando Uyara eliminou a maldição que os perseguia, ele a reconheceu como feiticeira e até o pequeno Yuuji pode dizer que isso apavorou seu avô.

Se anteriormente o velho tentava proteger o garoto sem que ele soubesse que algo estava acontecendo, agora eles corriam como se suas vida dependessem disso. Nem mesmo deram a chance da mulher aborda-los antes de iniciarem essa fuga desesperada.

- Eu sabia que você era assustadora, mas isso é um pouco demais. - Satoru comentou, se aproximando da amiga e acompanhando as energias dos outros dois conforme eles se afastavam.

- Não foi de propósito, dessa vez. - Ela lhe ofereceu um leve sorriso, porém logo voltar a olhar na mesma direção que ele encarava, com certa apreensão. - Nós estamos atrasados. Alguém do nosso ramo já se envolveu com eles.

Não era preciso dizer que não estavam agindo conforme os padrões normais. Gojo não estava agindo, pelo menos. Eles poderiam muito bem confrontar o idoso e reivindicar o garoto, a brasileira poderia simplesmente convence-lo a entrega-lo espontaneamente, ou até mesmo não seria estranho se escolhessem sequestrar os dois, entretanto, para que tudo ocorresse conforme planejavam, uma cooperação sincera e mutua era necessário.

Wasuke parecia ser uma pessoa muito teimosa, ranzinza e rabugenta, do tipo que facilmente encontraria defeitos nas crenças de sua mente se elas fossem feitas pela influência de outra pessoa. Logo, o caminho mais fácil não era um meio de ação estável.

Além disso, sabiam que a saúde dele estava relativamente frágil e causar uma morte súbita se fossem um pouco mais bruscos era uma hipótese real.

Yuuji não era o único que precisavam proteger, seu avô possuía informações valiosas e a genética necessária para produzir outro receptáculo. Isso sem nem dizer que ele era a única família do menino, não eram cruéis ao ponto de retirar até isso dele.

Eles deixaram que os dois soubessem que estavam se aproximando e, embora a técnica de Uyara fizesse com que o pequeno risse para ela de longe e acenasse animadamente, ela não podia ser agressiva o suficiente para causar o mesmo efeito no outro. 

O Itadori mais velho correu para a própria casa e os trancou lá dentro, ao mesmo tempo que começou a espalhar uma serie de artefatos que deveriam impedir a aproximação de maldições e feiticeiros, bloqueando, teoricamente, o caminho deles para dentro. Em seguida, rapidamente começou a juntar seus pertences de maior importância, como se considerasse aquele lugar condenado e perigoso.

Coitado.

Na distração de sua ansiedade ele não os viu ultrapassando a barreira como se ela nem existisse e muito menos percebeu que o garoto veio até eles, abrindo a porta para recebe-los.

- Olá, pequeno. - Kioku cumprimentou, enquanto se abaixavam para ficarem próximos a altura dele. - Nós podemos entrar?

Yuuji olhava para os dois como se eles fossem criaturas místicas saídas diretamente de um conto de fadas, com os olhinhos brilhando e bochechas coradas. O que piorou um pouco quando Satoru levantou o tecido de restrição dos seus sentidos e permitiu que ele contemplasse os seis olhos.

- Por favorzinho! - Ele pediu, causando um suspiro de admiração na criança.

Foi quando percebeu que a amiga não interferiu de nenhuma forma além de seu pequeno teste para chamar atenção, anteriormente, enquanto ainda estavam os perseguindo. O jovem era apenas muito inocente e facilmente impressionável mesmo.

- C-claro! - Suas mãozinhas se moveram com determinação e seu corpo se afastou da porta para deixa-los passar.

Fofo.

(...)

Aquele infarto que estavam tentando evitar quase aconteceu quando Wasuke voltou carregando malas de viagem e encontrou seu neto conversando animadamente com os dois estranhos enquanto servia chá com biscoitos.

A criança falava baixinho, como se extravasar sua empolgação pudesse trazer algum tipo de incomodo e os feiticeiros mantiveram-se no mesmo tom, portanto suas presenças não foram percebidas até aquele exato momento.

- YUUJI! - O Itadori mais velho gritou angustiado, tentando se aproximar para se colocar entre o de cabelo rosa e os outros dois, mas Uyara estava parada no seu caminho, o que parecia ser impedimento suficiente para considerar a ação como uma batalha perdida.  

- Ojii-san! - O menino olhou para ele com tanta alegria que, por um instante, conseguiu desarmar a preocupação do mais velho. - Esses são Gojo-sama e Kioku-sama! Eles são bruxos muito poderosos e trabalham escondidos para nos proteger do mal, não é incrível? -  Suas palavras vieram aceleradas, sua voz se tornou mais aguda conforme falava e ele gesticulava para tentar explicar melhor. Os referenciados se entreolharam, achando graça do tratamento muito respeitoso. - Vieram falar com o senhor. - Acrescentou tardiamente, quando começou a murchar por perceber que o avô não compartilhava de seu entusiasmo. 

Wasuke olhou para os dois com um tipo de frieza dura, típica de traumas deixados por seus arrependimentos passados. Ele parecia dividido entre arriscar uma fuga suicida, ou permanecer preso entre as patas dos predadores maiores, rezando por qualquer tipo de misericórdia em seus corações.

Por fim, pareceu que sua conclusão foi que obviamente não conseguiria sair dali com o garoto e escolheu ficar. Sentando-se a mesa e reivindicando um pouco de chá para aparentar uma calma inexistente. Incomodava-o que os estranhos não tenham tentando demonstrar o mínimo de interesse em civilidade e estivessem sentados, desleixada e despreocupadamente, longe do zabuton*. O observando como se fosse um animal acuado.

- O xamanismo pode ter um papel importante e uma boa ideologia, mas está repleto de cobras bonitas, convencidas demais pelo poder em suas veias e com um gosto cruel em agir como deuses, brincando com a vida dos outros. - Ele olhou para os feiticeiros, criticamente. - Vocês não são bem vindos na minha casa. Minha família já pagou demais por acreditar nos sonhos falsos que vocês oferecem.

Eles não podiam exatamente dizer que o homem estava errado em sua convicção, o Itadori estava perfeitamente correto em desconfiar das suas figuras amedrontadoras que dividiam o espaço de sua cozinha.

Os seis olhos expostos pareciam deixar o idoso ainda mais ansioso, como se isso o oferecesse a desconfiança de que, talvez, o albino possuísse algum mérito para poder agir com a superioridade de uma divindade. Foi pelo medo racional que isso implicava que Uyara sutilmente pediu, na privacidade de sua mente, que saísse da visão do homem e que levasse o menino consigo.

- Neeh, Yuuji-kun, porque não deixamos esses dois chatos aqui e você me mostra aquelas histórias incríveis da qual estava falando? - Ele sorriu para o pequeno e demonstrou um interesse animado na voz, o que não era algo atípico de sua personalidade, mas que pareceu significar o mundo para o outro.

- Hai! - A coisinha de cabelo rosa respondeu antes que pudesse se conter, com suas bochechas ganhando um tom de vergonha ainda mais forte que suas madeixas em seguida. - Por aqui!

Parecia que sua alegria superava a sua timidez, porque logo depois ele agarrou sua mão estendida e começou a puxa-lo na direção do que deveria ser o seu quarto. Em toda a movimentação, olhos caramelizados se mantiveram cuidadosamente longe do avô, como se temesse ser impedido ou censurado com uma única expressão do mais velho.

Isso fez com que ele não percebesse os traços de alívio que tomaram conta do rosto de Wasuke e também a raiva que apareceu por se permitir sentir mais segurança com o estranho longe, mesmo que isso significasse que ele estaria isolado com o seu neto.

Satoru acabou sentado em um futon simples, rodeado de mangás e filmes, com o garoto lhe contando animadamente sobre os feitos incríveis de cada um de seus personagens favoritos. Se divertiu bastante dando sua própria opinião sobre cada caso e ostentando como poderia ter feito tudo ser ainda mais incrível.

A criança lhe olhava com uma admiração tão inocente e sincera que não conseguiu não gostar dele.

Enquanto isso, Uyara estava arrancando informações do Itadori mais velho. Utilizando uma tática na qual o indivíduo acabava deixando escapar informações preciosas sem nem mesmo perceber.

Ela começou com a abordagem padrão de feiticeiros com civis, coisa que Wasuke dispensou arrogantemente. Então, a mulher começou a contar sobre seu sistema de funções e hierarquias, sobre seu trabalho e porque eles estavam aqui.

- Você parece saber sobre como levamos acordos a sério. - Ele a ouviu dizer. - Portanto eu lhe proponho um: conte-me sua história com os xamãs, os motivos de seu pavor, e em troca eu prometo, por mim e pelo meu companheiro, que não iremos machuca-los. - O encantamento dela não estava ativado, uma questão de caráter. - Além disso, se vocês forem as pessoas que estamos procurando, eu irei garantir que os mais fortes entre os nossos lhes protejam e assumirei quaisquer consequências daquilo que os liga a nossa sociedade.

Era fácil para ela prometer tais coisas, considerando que pretendia realizar cada um dos tópicos com o consentimento dele ou não. Porém, isso surpreendeu o mais velho.

Tal sentimento não era motivado pela garantia de segurança em suas palavras, mas pela forma tranquila com que elas vieram, sem o tom sedutor de uma proposta com intenções maléficas e com o interesse verdadeiro de alguém que queria ajudar. Embora a violência ainda estivesse explícita caso recusasse a barganha.

Apenas por saber que havia mais a perder negando o acordo do que aceitando-o, ele começou a cooperar, embora tenha mantido a expressão de alguém que estava mastigando algo terrivelmente azedo.

- Comecei a sentir que estava sendo constantemente observado cerca de vinte anos atrás. Não eram as assombrações, mas a sensação era quase a mesma. Não dei muita importância, minha família não possuía problemas com ninguém, não pareceu ser algo ruim. - Wasuke suspirou. - Meu filho... - Disse com um misto de rancor e tristeza. - Ele se apaixonou obsessivamente por uma mulher. Ela era sua inspiração, o motivo de sua alegria, a luz de sua vida, essas coisas estúpidas de pessoas contaminadas pelo amor.

"Eles planejavam se casar, construir uma família, um futuro... E então ela morreu. Um ataque cardíaco repentino. Não conseguimos fazer nada para salva-la."

"Meu filho não aceitou a morte dela. Ficou arrasado, destruído. Parecia que havia morrido também. Isso até que um homem, repentinamente, o ofereceu a chance de realizar seus maiores anseios: mais tempo com sua pessoa mais preciosa e uma criança dos dois. Com a condição de que, eventualmente, o bebê precisaria ser entregue àqueles tornaram a existência dele possível."

"Aquele bruxo parecia estar esperando algo assim acontecer para se aproximar. Ele exalava a mesma energia daquilo que antes nos perseguia pacificamente. Era... sujo e corrompido, ao ponto de eu ter conseguido reconhecer esse horror apenas por ele ter marcado a existência do Jin."

"Na última vez que o vi, a pouco mais de um ano, ele apareceu na porta da minha casa com o Yuuji, completamente imundo com o próprio sangue. Ele disse que cometeu um erro, que se arrependia, que os feiticeiros vieram buscar o meu neto e que se recusou a cumprir sua parte do acordo. Me implorou para fugir, para cuidar do menino e não deixar que ninguém o machucasse."

"Não sei o que aconteceu com o meu filho depois disso, mas continuamos em fuga por todo esses meses, nunca ficamos em um lugar por muito tempo e eles sempre nos encontram. Ainda não nos pegaram por puro sadismo, por se divertirem em nos torturar com esse jogo de gato de rato. Eu vou morrer antes de deixar que encostem os dedos no Yuuji, porém não acredito que isso seria um grande impedimento."

A história se apresentou por completa sem que o Itadori estivesse ciente do que aconteceu, porém, quando ele acabou, seus ombros relaxaram um pouco. Como se houvesse acabado de despejar um peso que não sabia que estava com dificuldades em suportar carregar.

Itadori Jin morreu deixando uma maldição para o próprio pai. Um ato comum ao ramo deles, mas que não deixava de ser poderoso.

"Salve o meu filho."

Entretanto, nada disso comprovava que eles eram de fato quem estavam procurando. As raízes da família poderiam estar fortemente ligadas ao xamanismo, mas eles não pareciam ser mais do aqueles servos de outrora haviam sido. Não havia nenhum indício de que os gêmeos sobreviveram e levaram o nome de seus salvadores adiante.

Nada que sugerisse que estavam realmente revirando pistas certas.

Ou pelo menos esse era o ponto de vista de Gojo Satoru.

- Essa mulher que o seu filho amava... Pense nela outra vez. Na forma como ela reapareceu depois de morta.  - Uyara pediu, soltando sua energia para tocar levemente na mente do outro. Como se o tópico houvesse lhe dado o vislumbre de algo.

- O que? Por quê? - Wasuke questionou, confuso e carrancudo, mas obedeceu mesmo assim. Inconscientemente.

O deus mortal podia sentir uma surpresa amarga passando pelos sentidos da amiga.

- Eu a matei. - Ela disse, distraidamente, provavelmente perdida em memórias. - Essa mulher estava envolvida com um grupo de pessoas que contratou um assassino de feiticeiros para ir atrás de mim. Eles pareciam sujos e corrompidos, como disse. - Houve uma pausa, provavelmente para que ela bebesse um pouco de chá.

O Itadori parecia incrédulo, embora um tanto esperançoso. Portanto Kioku compartilhou suas lembranças com ele, permitiu que sua verdade fosse vista.

Os ombros do idoso se curvaram para baixo e sua respiração veio com força, como a oxigenação de um organismo sedento por ar. A brasileira não compartilhou os detalhes do que aconteceu ou do terror que infligiu, mas sua versão censurada foi o suficiente para causar o alívio de que aquela alma necessitava.

- Bom saber disso. - Ele parou também, tentando beber de sua própria xícara mesmo com as mãos trêmulas.

- Vocês têm sorte de ainda estarem vivos, aquilo era mau de uma forma que eu nunca havia visto. - Ela comentou, com certa bajulação. - Mas agora estão sobre minha proteção, ninguém jamais os colocará em perigo outra vez.

- Você disse que estaríamos sobre o cuidado dos mais fortes! - O idoso apontou, ranzinza e irritado.

- Ah, sim, eu me lembro bem. - Satoru podia ver seu sorriso largo e arrogante mesmo não estando lá. - Acontece que, com exceção do homem com o seu neto, eu sou a mais forte.

(...)

- Ainda estou confuso sobre a sua certeza de que eles são as pessoas certas. - Gojo comentou, longe de seus novos protegidos, enquanto eles recolhiam seus pertences restantes com mais calma.

Uyara olhou para ele e em seguida desviou sua atenção para o chão, apertando o ponto entre seus olhos com os dedos de uma mão como se estivesse diante de um problema que lhe dava dores de cabeça.

- A mulher, a coisa, que gerou o garoto. Aquilo tinha as mesmas marcas na testa que a pessoa por trás disso tudo tem. - Ela suspirou. - O mesmo padrão de conexões, é a mesma pessoa.

Kioku ocultou informações sobre o segundo momento em que esteve diante daquilo e o que a fez recordar de tal fato com tanta certeza.

- Alguém poderoso misturando sua própria energia na criação do receptáculo para despertar um descendente que pode suportar Sukuna. - Satoru concluiu pensativo, com a mão no queixo.

- Exatamente. - Ela voltou a olha-lo, agora com certa aflição. - O alto escalão vai descobrir sobre isso. Eles já devem desconfiar de que estou interferindo nas assimilação deles. - Uyara buscou encarar a direção da qual vinha o som das perguntas incessantes da crianças para o avô. -  Não posso e nem tenho autorização para estar sempre presente e manter a influência poderosa. Quando eles perceberem, não duvido que irão interferir na nossa proteção. Nós sabemos exatamente como eles lidarão com um indivíduo capaz de trazer o Rei das Maldições de volta.

A influência do clã Gojo só poderia ir até certo ponto e ninguém lá dentro lutaria por um menino de fora que não lhes oferecia nada além de destruição. Kioku é forte, mas não tem apoio o suficiente para se comparar com o estandarte de segurança fixa que Satoru pode oferecer.

O que colocava Yuuji como um problema do Japão. E sem a mulher para se responsabilizar por ele, o deus mortal só conquistaria acordos envolvendo a execução imediata ou futura do pequeno.

Eles viviam em um mundo de merda.

- Preocupe-se em descobrir se Yuuji-kun é o único remanescente da linhagem que pode ser compatível para a reencarnação. - Satoru sorriu para ela, como um tranquilizante. - Eu encontro uma solução para esses outros problemas.

Pezinhos apressados vieram correndo na direção deles e a miniatura cor de rosa apareceu em um casaco maior que ele, com os olhos brilhando.

- Ojii-san disse que nós vamos morar com vocês! - Ele anunciou, como se estivesse recebendo um prêmio. - É verdade?! Isso é tão, tão, legal!

O garoto estava pulando de um pé para o outro, rindo. O que fez os adultos se entreolharem.

"Se continuarmos assim, vamos precisar de uma casa maior." - A voz dela veio divertida.

"Megumi-kun e Tsumiki-chan são muito independentes, eles não tem uma presença marcante. O que significa que ainda podemos encontrar mais dois Yuujis antes do espaço acabar!" - Gojo respondeu, enquanto se unia a empolgação do garoto e começava pular com ele.

"Você é grande o bastante para valer como dois do pirralho." - Ela riu, mas, apesar de obviamente estar reclamando, passou a contribuir com o ânimo daquelas crianças. Incentivando-os, embora se recusasse a comemorar tão explicitamente.

Wasuke os observou de longe, aproximando-se com suas poucas coisas. Ele sorriu levemente, como se não acreditasse em si mesmo por suas escolhas.

Aquelas pessoas pareciam ser capazes de manter o sol vivo em seu neto.

Esperava que permanecessem em suas boas intenções.

(...)

Infelizmente, para Satoru, eles acabaram realmente estabilizando a residência do clã Gojo em Sendai como base principal.  Ela era afastada do foco de interesses da comunidade jujutsu, fornecia muita privacidade e era o tipo de lugar tranquilo que trazia a paz espiritual necessária para trabalhar no desenvolvimento da mente dos alunos de Uyara.

Não que algum dos dois gostasse de paz, mas esse era um desagrado necessário.

Era uma pausa para reorganização que de fato precisava. Principalmente agora que estava devidamente livre de suas obrigações com o colégio.

O mundo era seu para agir como quisesse, sem nenhum impedimento. Ele não desejava começar de uma forma ruim.

Por hora, ele estava aproveitando uma bela xícara de chocolate quente enquanto se aquecia perto da lareira, cercado por crianças adormecidas e com a companheira deitada em suas pernas dobradas.

O aniversário deles foi naquele dia.

O que havia lhe deixado com uma sensação agradável de que, seja lá o que estava fazendo, estava no caminho certo.

Os Fushiguros eram um desastre na cozinha, eles conseguiram criar o pesadelo das responsáveis pelo lugar estando lá por menos do que cinco minutos. O que o levava a se perguntar como diabos eles conseguiram sobreviver sozinhos em todas as ocasiões em que não pode estar por perto.

Yuuiji era o extremo oposto, determinado e prestativo. Ansioso por agradar. Acabaria se tornando um talento culinário como Uyara se continuasse a acompanhando, mas era uma pena que fosse extremamente influenciável e que por isso tenha acabado em estado de desastre tão ruim quanto o dos dois irmãos.

Não ajudava que Gojo tenha se entretido mais com a bagunça do pequenos do que com fazer sua parte da refeição.

Nanami, que nem queria estar ali, tentou colaborar para alguma ordem. Porém não soube lidar muito bem com a bola de luz Itadori interagindo com ele e acabou arrastado para a confusão. O que rendeu ao anfitrião uma serie de fotos super fofas do garoto de cabelo rosa muito desesperado por ter sujado o loiro e do Kento tentando se manter serio diante da preocupação do mais novo.

Isso pareceu ter feito bem para ele, embora não conseguisse explicar a sensação.

Entretanto, Kioku, de alguma forma, conseguiu manobra-los em meio ao caos e fez sair o bolo de sempre, junto com acompanhamentos maravilhosos. Sinceramente, Satoru não fazia ideia de como ela conseguia lidar com todos eles, mas tinha certeza de que a amiga havia se divertido tanto quanto ele. 

Sua eficiência em manter o plano original mesmo com tantos desvios era admirável.

Os protegidos do clã a louvaram tanto por isso que, durante um gole especialmente longo da especiaria achocolatada, surgiu em sua mente a solução para os problemas que viriam a ter relacionados ao alto escalão.

Era bem óbvio, na verdade.

Já deveria ter feito isso a muito tempo.

(...)

Satoru estava ansioso, para se dizer o mínimo.

Ele tinha essa tendência de vagar em um limbo entre estar altamente confiante e altamente desesperançoso quando se tratava das pessoa que ama.

De tal forma que se pegou prestando atenção em qualquer coisa, apenas para não pensar no que iria fazer.

Como, por exemplo, em três dos alunos de Uyara tentando se mover para ataca-la naquele campo aberto coberto de neve. Eles falhavam, é claro, mas não deixava de ser interessante saber como haviam evoluído no tempo que passaram junto dela.

Ou não de deixava de ser fofo, no caso de Yuuji.

O menino ainda não possuía uma maldição para chamar de sua e estava embrulhado em tantos casacos que parecia que Yaga-sensei havia perdido uma de suas criações por aqui. Porém ele era ágil, forte, mais que todos os outros antes de ganharem as bestas que habitavam seus corpos. Não estava nem perto de alcançar seus companheiros, mas conseguia acompanha-los e isso, por si só, era muito impressionante.

Mas, infelizmente, estava muito inquieto para ficar focado em uma coisa só. Então mudou seu foco para os três idosos no recinto: Wasuke, Sayuri-san e Manju*, o aluno mais velho de sua companheira. Ele ainda não havia lembrado do próprio nome e se apaixonou pelo doce, então o chamavam assim.

Eles estavam, aos poucos, desenvolvendo o que parecia ser uma promissora amizade. Principalmente derivada do fato de que a Sayuri era uma florzinha adorável que ninguém conseguia detestar e que, tanto ela quanto o Itadori, falavam alemão: a língua compreendida pelo receptáculo mais antigo.

A vantagem de poderem se expressar, sem que ninguém mais os entendesse, fez com que se aproximassem e agora era estranho ver um deles longe dos outros dois.

Era bonitinho. Como se houvessem encontrado conforto de suas vidas estranhas um com o outro.

Yuuji dizia que seu avô até parecia feliz e ficava animado toda vez que o via sorrindo. Tão precioso.

Teria refletido mais sobre isso se sua amiga não estivesse interrompendo o treinamento e dispensando os envolvidos. Garantindo-lhe uma abertura para se aproximar.

- Satoru, sua mente está agitada desde o nosso aniversario e agora parece que você vai explodir. - Ela o observava com uma sobrancelha arqueada conforme chegava mais perto. - O que houve?

- Se eu pensar muito sobre isso, você vai saber e vai estragar a surpresa, então apenas me acompanhe! - Sua ordem veio entre gesticulações exageradas e estava acompanhada de um tom de voz mais fino do que o habitual.

- Você já está pensando muito sobre isso, eu não descobri ainda porque não quis. - Uyara riu enquanto o acompanhava, parando abruptamente quando quase foi atingida pelo dedo acusador que o amigo apontou para seu rosto.

- Pequena peste sádica! Por acaso gosta de me ver sofrer? - Ele questionou, exasperado.

 - Você sabe que sim. - Ela respondeu com um sorriso largo e apenas se divertiu mais quando ele bufou e continuou andando, mais rápido.

Pelo menos conseguiu assusta-la quando se virou repentinamente mais uma vez e a agarrou, puxando-a para mais perto e se teletransportando para longe dali.

Seu infinity os protegeu de um choque térmico poderoso quando o calor de um verão tropical os atingiu. Kioku estava no meio de uma ofensa quando se percebeu suspensa no ar e priorizou pendurar-se nele antes que o companheiro decidisse solta-la, já que essa sempre seria uma preocupação real.

- Confortável? - Gojo perguntou com um sorriso debochado, conforme ela o segurava firmemente em suas costas.

Realmente, haviam varias situações de suas vidas em que a amiga o agarrava como um coala.

- Oh, muito. - Ela revirou os olhos, ironicamente, mesmo que fosse verdade - Mas ainda quero explicações.

Satoru descobriu os próprios olhos, o que a alertou sobre uma circunstância de seriedade, mesmo que ele ainda parecesse presunçosamente contente. Em seguida o deus mortal providenciou que a venda dela também fosse retirada, abaixando-a para tampar aquele colar ridículo.

- Olhe para baixo. - Ele pediu com a voz rouca e um tom sexy.

Ela obedeceu porque não havia melhor forma de persuadi-la de alguma coisa.

Eles estavam no meio do nada e abaixo havia apenas algumas ilhas, o mar em uma imensidão de agua cristalina repleta de fendas, peixes e corais. Lindo, mas não era isso que o homem parecia querer lhe mostrar.

A brasileira levou alguns poucos instantes para ajustar sua vista para enxergar a paisagem por outro ângulo e, considerando que seu amigo havia virado um poço de expectativa, não parecia estar interpretando errado dessa vez.

Uyara conhecia a forma com que o amigo desenhava, se lembrava perfeitamente de seus traços desleixados, embora alto explicativos nos aspectos certos. Logo, aquilo claramente era o rosto do feiticeiro esculpido em uma escala absurda, seguido de um coração e uma representação de si própria.  

Ela não sabia se ficava ofendida ou mais apaixonada.

O desenho lá embaixo parecia estar segurando algo na direção do que deveria ser a amaldiçoadora de mentes, o que a levou a questionar:

- Você fez isso tudo para dizer que quer me esfaquear com amor? - Os olhos dela estava divertidos. - Não precisava, eu já concordei com coisas bem piores por muito menos.

- O QUÊ? NÃO! - Ele franziu o cenho para seu próprio trabalho e apontou para baixo, exasperado. - Aquilo não é uma faca!

- Não? - Ela olhou novamente, avaliativa. Depois fez uma carranca para o amigo. - Satoru, se aquilo for um pinto eu vou...

- AHHHH! - O deus mortal jogou as mãos para o alto, indignado. - Sua pervertida! É isso que você pensa de mim?

- Sim. - Uyara respondeu tão rápido e com tanta naturalidade que ele quis deixa-la cair.

Sua cara emburrada veio como uma resposta imediata.

- Odeio você. - Gojo resmungou.

- Eu também amo você! ❤ - A brasileira disse, rindo.

Então ela sentiu uma abertura na mente dele, convidando-a para entrar. Lá dentro foi saudada com o deslumbre de como aquela representação lá embaixo deveria ser. O que tirou seu fôlego completamente.

- Dependendo da sua reação, eu vou jogar isso no mar e você nunca mais vai encontra-lo. - Satoru retirou de seu bolso uma caixinha de veludo preta e a abriu, revelando um anel na cor prata que ostentava um garnet* azul acoplado em seu molde gracioso.

Kioku olhou para a mão esquerda do amigo, encontrando sentido na joia escandalosa de formado quase idêntico. Com a diferença que essa peça apresentava um serendibite* muito escuro que a lembrava de seus próprios olhos, enquanto a outra expunha semelhanças com os seis olhos.

Ela supôs que não seria a única com algo no dedo anelar para exibir o compromisso.

- Bem... - Uyara começou, sentindo sua própria voz falhar. - Na sua cabeça estava muito mais bonito! Ainda acho que aquilo se parece com um pinto.

Gojo olhou para ela sentindo um tic nervoso formar-se em sua testa.

Ele a soltou de sua proteção e de seu corpo, deixando-a cair. Junto com o anel.

A brasileira despencou rindo e pegou a joia no ar, sendo rápida o bastante para coloca-la no anelar esquerdo antes de atingir a agua.

Apesar de tudo, o deus mortal considerou isso como um sim.

(...)

A comemoração arruinou qualquer vestígio da sua tentativa de expressar um pedido de casamento. Afinal, eles podiam ser muito destrutivos quando estavam verdadeiramente inspirados.

Mais tarde, a mulher pegou o celular de sua pilha abandona de roupas e desenhou na tela, usando apenas os dedos. Dando vida a uma imagem perfeita de seu noivo nu e satisfeito. Registrando o momento, com destaque para o símbolo de união que ele carregava no dedo.

Ninguém no clã entendeu o que estava acontecendo quando eles voltaram no dia seguinte, encharcados e completamente bêbados de alegria.

Estava resolvido o problema da permanecia de Kioku no país, agora só faltava um detalhe.

Nenhuma alma nesse mundo teria a ousadia de questionar o direito de Yuuji de viver e realizar suas próprias escolhas, com relação a Sukuna, se ele carregasse o nome Gojo consigo e pudesse, de acordo com a lei, chamar Satoru de pai.

(...)

Tsumiki não via interesse em se envolver nesse mundo terrível, mas seu irmãozinho começou a ver as coisas de uma forma diferente.

Megumi era ciumento e competitivo, gostava disso nele. Embora fosse por uma motivação meio triste.

Inicialmente ele estava muito feliz em gastar seu tempo livre ajudando Sayuri-san a cuidar de todos os animais tutelados por ela. Feliz costumava até ser uma palavra muito fraca para descrever como o pequeno parecia bem.

Isso durou apenas até que compreendesse porque Yuuji era alguém diferente dele. Os dois gostaram um do outros, conviviam bem, apesar de quase não terem a oportunidade de interagir, nada de errado. Porém, enquanto o rosado treinava todos os dias até a exaustão e era acolhido pelo clã como um feiticeiro em ascensão, o Fushiguro era só uma criança na guarda do mais forte que não trazia utilidade nenhuma para seus dons.

Eles o olhavam como se fosse um desperdício de energia que precisava de disciplina e descartavam sua presença como se ela fosse mais um inconveniente de seu líder problemático.

Não importava muito que ele nem tivesse dez anos.

"O garoto deveria ter ficado com os Zen'in." - Os outros protegidos falavam abertamente. "Ele é um inútil tão grande quanto aqueles incompetentes. Gojo-san tem uma visão muito fracassada de potencial para o futuro."

Saber que Yuuji seria adotado pela família principal, por Satoru, apenas o deixava mais frustrado. O homem o conhecia a mais tempo, cuidava dele a mais tempo, então o que o Itadori tinha de tão mais importante para ser oficializado como um Gojo, enquanto ele e a irmã nunca chegaram perto disso?

Precisava ser a força, a dedicação. Era assim que eles pagariam por toda a ajuda, não é?

Então o pequeno o procurou um dia, triste e abatido. O que tirou sua atenção de Uyara, em posição de lótus, moldando a mente de seus receptáculos.

- Satoru-san. - Ele o chamou, olhando para o chão. - Quando... - Megumi parou, como se achasse que essa era a palavra errada. - Se tiver algum tempo, - Então, demonstrando coragem, ergueu seus olhos para encontrar o infinito de seu guardião. - você poderia me treinar? Também quero ser forte.

Porque, se ele fosse forte, ninguém precisaria questionar a vantagem de sua permanência e, principalmente, ninguém pensaria que ele era um desperdício de tempo tão grande que merecia ser abandonado, como seu pai fez.  

(...)

O garoto obviamente estava questionando sua inteligência quando revelou seu incrível método de treinamento infantil.

- Isso é serio? - Ele estava encarando as pilhas de filme, o boneco desgastado e a televisão como se quisesse amaldiçoa-los.

Melhor animo impossível.

- É muito serio! - Satoru ergueu um dedo, com uma expressão muito determinada. - Sua energia amaldiçoada é influenciada pelas suas emoções e manter um o fluxo de gasto constante, independentemente do que sentir, nas mais diversas situações, é o básico para começar a desenvolver suas habilidades.

Estava escrito no rosto dele "eu prefiro que a Uyara me ensine", mas, sabiamente, Megumi não expressou tal vontade. Ele se sentou, pegou a pelúcia de treino e esperou que Gojo fizesse os ajustes finais e escolhesse o primeiro filme. Embora ainda parecesse muito em duvida sobre o que estavam fazendo, permitiu-se experimentar.

O deus mortal permaneceu para fazer companhia, ambos ignorando um ao outro durante os trinta primeiros minutos do forte terror e pelos vários socos que aconteceram nesse tempo, até que o Fushiguro perdeu a paciência e jogou a coisa agressiva para longe dele.

Foi quando decidiu que o garoto estava indo bem, recuperou a pelúcia e deixou o continuar essa primeira fase sozinho.

Ele despenteou os cabelos do mais novo e riu de sua cara raivosa antes de começar a se afastar, admirando-se com como ele conseguiu se desviar do punho de pano do boneco quando foi o atacado mais uma vez. Sabia que seu protegido era um talento que quase tão raro quanto os indivíduos mais poderosos que já conheceu, incluindo a si mesmo.  

Megumi se tornaria alguém incrível.

- Hey... - O pequeno o chamou, baixinho e Satoru logo se virou para voltar a encara-lo. - Por que vocês gostam mais do Yuuji do que de mim? - Ele perguntou, envergonhado, com medo.

- Oh, deixe-me ver. - Seu rosto se moldou para parecer reflexivo e ele se abaixou para ficar na altura dele. - Yuuji é tão gentil quanto a sua irmã, me elogia o tempo todo, é muito carinhoso e cuidadoso, se preocupa com todo mundo, se esforça bastante para melhorar... - Por algum motivo parecia que Megumi ia chorar e isso o desesperou. - Nós não gostamos mais dele! Essas qualidades são ótimas, mas se tivéssemos um preferido, seria a Tsumiki-chan.

Alguém, por favor, o ajude, a criança estava acumulando energia amaldiçoada para ataca-lo agora. Gojo, que é um idiota, achou graça.

- Se gostam tanto dela... - Ele respirou fundo, tentando não deixar as lágrimas caírem. - Por que não a adotam como vão fazer com ele?! Assim pelo menos um de nós se sentiria bem vindo aqui!

Oh, oh... então esse é o problema.

O deus mortal se sentou no chão, para que o menino ficasse mais alto que ele e tirou os óculos.

- Não vamos adotar o Yuuji porque gostamos mais deles do que gostamos de vocês. - Ele suspirou. - Existem pessoas que desejam fazer muito mal para o Yuuji-kun, muitas pessoas. Tantas que apenas ser protegido por mim e pela Himawari não é o suficiente. Por isso, existe uma diferença significativa em ser um meio de trazer um pesadelo de volta a vida conosco como guardiões e ser o filho do homem mais forte vivo, bem como herdeiro do clã mais poderoso entre os três principais. Ele não nosso preferido, é alguém que nós queremos vivo, seguro e livre.

O Fushiguro não parecia conseguir contestar isso. Não desejava nada de ruim ao pequeno rosado, porém isso não impedia que fosse egoísta e se sentisse magoado.

- Mas, mesmo assim... - Satoru não deixou que ele terminasse.

- Mas, mesmo assim, você sabe que eu faço o que eu quero e que poderia fazer o mesmo por você e a sua irmã. - Ele coçou a nuca e franziu o cenho, com desgosto. - É diferente com o Yuuji-kun porque o responsável legal dele, o velho Wasuke, concorda com o que vamos fazer. Eu entrei com um processo para a adoção de vocês dois no dia que os conheci. - Sua expressão piorou. - Porém os Zen'in são um pé no saco e continuam interferindo em todas as minhas tentativas. Eles tem mais direitos, é claro, são seus parente. São lixo. Então, mesmo com toda a minha influencia, só consegui tornar-me seu tutor. - Seus seis olhos procuraram as órbes verdes do menino. Ele parecia muito surpreso. - Nesse aspecto, é sua escolha. Você é bem vindo onde quiser estar, embora eles sejam péssimos e me façam repensar meu comportamento pacifista.

Megumi continuou com seus olhos arregalados por um tempo. Então, com as bochechas coradas, ele virou as costas e pegou o boneco de novo.

Sentou-se no sofá, despausou o filme.

Ele levou um soco nos primeiros segundos, mas permaneceu focado, determinado a se fortalecer. 

Estavam construindo um futuro interessante por aqui.

{...}

Zabuton: almofada para sentar tradicional japonesa.
Manju: Doce feito com farinha de trigo, açúcar, ovos, óleo de soja e recheado com doce de feijão azuki.
Garnet e serendibite são duas das pedras preciosas mais caras do mundo.


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