Fé, Lis! Um Romance Quase Cli...

By Lunashanti1977

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🥇Vencedor em 1° Lugar no Concurso Retro Future na Categoria Comédia 🥈Vencedor em 2° Lugar no Concurso Set... More

Ficha Catalográfica
Ela.
1. Por Água Abaixo
2. Calango com Farinha
3. Selva de Pedra
4. O Pacto
5. Saudade
6. Uma Nova Paixão
7. Cara de Sapo
8. Caviar
9. Não Tem De Quê
10. Coq au vin
11. Quebra Cabeça
12. Terra da Garoa
13. Cheesecake de Morango
14. Cláudio Séneca
15. Uma Leoa
16. Monica Rambeau
17. Wakanda Forever
18. Lembra?
19. Lavanda
20. Espada e Escudo
21. Demorou Mas Chegou
22. O Galo
23. Freud Explica
24. A Coroa
25. Agulha no Palheiro
26. Coco Seco
27. Fernanda Marinho
28. CRP
29. Ponto Cego
30. A Noite É Uma Criança
31. Escorpiões e Gnomos
32. Biscoito ou Bolacha
33. Tempestade
34. Cães de Guarda
35. Munganga
36. Lançando Moda
37. Café com Bolachas
38. A Bolha
39. Guerreira
40. Bendita Vespa
41. Qual é o Problema?
42. Frutos Mágicos
43. Cupcake de Morango
44. O Mundo dá Voltas
45. A Mensagem
46. Todos Por Um
47. O Troféu
48. Nova Cláusula
49. Poibididade
50. Rainha do Gelo
51. Choque do Trovão
52. Hic
53. Surpresa!
54. Verde-limão
56. Pão de Cará com Maltado
57. Escolha
58. Museu do Café
59. Três é Demais
60. Plano Infalível
61. Entre Armários
62. Torrencial
63. O Sinal
64. Eu... Em Nome da Empresa
65. Tabacudo
66. Agora BariStar
67. Caldo de Cana
🌟⭐🌟⭐
Ele.
:)
Agradecimentos
Prêmios

55. Você Confirma?

21 5 0
By Lunashanti1977

No dia seguinte, chegamos à SB Koffee, com os funcionários que já estavam lá antes mesmo de abrir. Ulisses foi chamando um a um à sua sala para conversar em particular. Seu objetivo era investigar os abusos da Laura e, para cada confirmação, oferecer apoio para que houvesse uma denúncia conjunta de todos os que tivessem sido vítimas dela. Até então, uma coisa era muito conveniente, Laura não havia dado sinal de vida.

— E aí, Ulisses? — perguntei. — Como tão as investigações?

— Ao que parece, algumas pessoas realmente confirmaram agressão verbal, injúria, abuso de autoridade nos momentos em que eu não estava, entre outras coisas. Mas poucos querem denunciar, mesmo sabendo que teriam meu apoio e que a denúncia seria coletiva. Outros acham só que é o jeito dela e que seria exagero levar o que ela diz a sério e alguns simplesmente negaram tudo. Depois que terminar de falar com todo mundo, eu vou reunir os que querem fazer a denúncia pra fazermos tudo juntos.

— Os que não querem denunciar eu até entendo, os que não acham que é pra levar tão a sério sempre têm, mas esses que tão dizendo que não viram nada... tão cego ou tão apaixonados por essa mulher também?

Ulisses ficou um pouco desconcertado.

— Sinceramente, eu não sei... Mas cada um deve ter seu motivo, né? O importante agora é a gente focar nos que estão dispostos a denunciar e, talvez, depois que tivermos um número definido de pessoas que realmente vão denunciar, dar mais uma chance aos outros.

— Ulisses? Então quer dizer que você está aqui? — disse seu Agenor, que chegou acompanhado por Laura.

Ela estava com o cabelo todo bagunçado, o nariz inchado e o rosto todo vermelho, fungando com aspecto de choro.

— Bom dia, seu Agenor! Por que eu não estaria aqui?

— Eu explico. Pode nos acompanhar? — pediu seu Agenor, apontando para a sala de Ulisses.

Os três seguiram para a sala da gerência e todos arregalamos os olhos, encarando uns aos outros.

— O que é que esse cara tá fazendo aqui com Laura? — perguntei a Suzy.

— Amiga... Eu tenho um pressentimento, mas espero que eu esteja errada.

Nesse momento, ouviu-se um choro de mulher vindo da sala de Ulisses.

— Merda!... Meu pressentimento acabou de ser confirmado — lamentou Suzy.

— Eu acho que a gente tá pensando a mesma coisa. Tu acha que a gente pode fazer alguma coisa?

— Rezar.

Pouco tempo depois, Ulisses saiu em uma marcha fúnebre, passando direto por nós com a cabeça baixa.

— Ulisses, o que foi que...

— Depois a gente conversa — sussurrou para mim e para Suzy e, após isso, saiu da cafeteria.

Estava pronta para disparar na direção dele quando Agenor surgiu no salão e disse que continuássemos nosso trabalho normalmente e ele também começou a chamar um a um para conversar em particular. Foi o dia mais tenso desde quando cheguei lá.

Recebi uma mensagem de Ulisses dizendo:

"Você e Suzy, por favor, ajam normalmente e certifiquem-se de que os outros também vão fazer a mesma coisa, por favor. Depois conversamos."

Suzy e eu íamos ficando mais aflitas a cada pessoa que era chamada, até a própria Suzy ser chamada também. Fiquei desesperada, pensei em perguntar a alguém sobre o que era essa conversa e, enquanto pensava a quem perguntaria, percebi que a maioria olhava para mim e afastava os olhos quando viam os meus em sua direção.

Agora eu é que tô com um pressentimento. Tomara que dessa vez eu esteja errada.

Foi quando Suzy veio correndo em minha direção e, no momento que eu iria perguntar a ela sobre o que era a tal conversa, seu Agenor me chamou.

— Você não está sozinha, viu? Lembre-se disso! — disse Suzy para mim enquanto eu me dirigia à sala da gerência.

Chegando lá, Laura parecia estar chorando, com as mãos no rosto do mesmo jeito que fez na festa da empresa. Sentando-se na cadeira de Ulisses, Agenor perguntou:

— Flor de Lis... Você é a funcionária mais recente, certo?

— Certo.

— A que foi contemplada com uma bolsa para o curso de barista, confere?

— Sim, senhor! Inclusive, eu quero muito agradecer, porque eu não tinha condição de fazer um curso desse e agora tenho muito mais oportunidade de me realizar tanto pessoal como profissionalmente.

— Em algum momento, Ulisses falou de abrir uma franquia pra você?

— Como é que é a história? E ele por acaso é dono pra abrir franquia?

— Em algum momento, alguém da Comissão lhe deu a entender que iria abrir uma franquia pra você?

— De jeito nenhum! Por quê?

— Em algum momento, você deu a entender que abriria sua própria cafeteria para os seus colegas de trabalho? — continuou Agenor.

— Um dia eu realmente quero abrir minha cafeteria, mas meus colegas de trabalho não têm nada a ver com isso.

— Viu só, seu Agenor? — falou Laura, apontando para mim. — Diga agora na minha cara que você não falou pra mim que abriria sua própria cafeteria!

— Nós temos algumas testemunhas confirmando isso — disse Agenor.

— Sim, seu Agenor... Um dia eu pretendo fazer isso, não agora.

— No caso, uma franquia da SB Koffee?

— O senhor cismou com essa da franquia da SB Koffee. Me diga por quê!

— Porque pelo que eu entendo, se você não está dizendo a seus colegas que vai abrir uma franquia nossa, então, na verdade, está dizendo que vai abrir uma concorrência, certo?

— Não é uma coisa que eu vá fazer na semana que vem, até porque eu não tenho dinheiro pra isso. Mas eu tenho o sonho de um dia abrir meu próprio negócio e não vi isso como concorrência, não — respondi.

— Então você confirma?

— Como plano futuro, sim.

— Você também confirma que se ausenta com frequência do seu posto de trabalho?

— Só me ausentei algumas vezes porque eu tenho uma filha e, como eu sou separada, eu mesma tenho que resolver as urgências.

— Viu, seu Agenor! Mais uma vez ela mesma acabou de confirmar.

Deus! Me segure, meu pai. Venha cá, acalme meu coração ou eu parto essa tua criatura no meio.

— Você também confirma que tudo isso foi feito em cumplicidade com seu até então gerente, Ulisses?

— Como assim até então?

— Você confirma que isso tudo foi feito em cumplicidade com o Ulisses? — repetiu Agenor.

— Me responda! O que foi que aconteceu com ele? — insisti.

— O caso de Ulisses, por ora, vai ter que ser mantido sob sigilo. Mas você confirma que tudo o que foi citado anteriormente foi feito em cumplicidade com ele?

— Não confirmo nada disso, não. Eu me responsabilizo por tudo o que eu faço. — Encarei Laura. — Diferente de certas pessoas!

— De acordo com algumas testemunhas, ele não só estava a par, como também agiu em parceria com você. Você também confirma que se envolveu sexualmente com um de nossos clientes?

— Eu tava saindo com um cara que frequentava a cafeteria, mas eu nunca trepei com ele nas mesas, não, meu senhor!

— Viu só, seu Agenor? Ela acabou de confirmar mais uma vez.

Deus! Eu tô pedindo... Tô implorando...

— Flor de Lis, infelizmente, é com grande pesar que eu, em nome da Comissão da SB Koffee, declaro você desligada por justa causa da SB Koffee e a sua matrícula no curso de barista está cancelada.

Senti todo o meu corpo tremer e estava começando a ficar muito angustiada, até perceber a comemoração de Laura, que deixou seu Agenor confuso e, antes que ele perguntasse qualquer coisa, quase fiz um buraco na parede com o soco que eu dei no rosto de Laura, que depois de bater com a cabeça na parede, cuspiu um dente.

— Que sandice é essa?! — questionou Agenor, levantando da cadeira de Ulisses.

Enfiei o dedo na cara dela e berrei a plenos pulmões:

— Eu vou foder tu e essa empresa! Sua racista, xenofóbica, homofóbica, caluniadora, mentirosa e difamadora! Eu vou te foder nos tribunais!

— Do que você está falando, Flor de Lis? — insistiu Agenor, com as sobrancelhas erguidas.

— A gente se vê nos tribunais e tu vai cagar cada centavo da indenização que eu vou receber pela humilhação que essa mulher fez não só a mim, como muita gente passar nessa empresa!

Saí pisando duro da sala da gerência e, quando cheguei no salão, os funcionários e os clientes olhavam para mim estupefatos. Suzy correu na minha direção, com os olhos arregalados, eu devia estar assustadora.

— Lis? O que aconteceu?

— Vocês aqui que se calaram diante de todos os abusos cometidos por pessoas como essa mulher! — gritei, apontando para Laura. — São coniventes de crimes que acontecem diariamente bem debaixo do seu nariz! Vocês não têm ideia quantos pretos, mulheres, gays, trans, nordestinos, orientais, indígenas, deficientes, religiões afro, moradores de comunidades carentes e qualquer outra pessoa que está às margens da sociedade sofrem! Somos vítimas de agressão verbal, espancamento e até morte, diariamente! Vocês e qualquer outra pessoa que se cala diante disso são coniventes! Racismo é crime! Transfobia é crime! Homofobia é crime! Xenofobia é crime! Se qualquer um de vocês se calar por achar que é frescura, saiba que o seu pensamento de merda está colocando em risco a vida de outras pessoas. Eu! Flor de Lis Silva, nasci pra brigar e dessa vez a briga vai ser nos tribunais!

Dito isso, sacudi a poeira dos meus saltos e saí da SB Koffee com sangue nos olhos.

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