Enquanto apontavam os primeiros raios de sol, o jovem casal ainda dormiam abraçados um ao outro. Karlayo foi o primeiro a despertar, após algo pequeno cutucar o alto de sua cabeça.
- Shiiiuuu... - Ele pede silêncio pra avezinha que após lhe bicar, pousa em uma pedra ao lado deles. - Ela está cansada. - Ele cochicha aconchegando ainda mais a moça em seu abraço.
Gael observa os dois com um olhar de confusão e depois com semblante alegre. Se o pequeno pássaro possuísse lábios, neste momento certamente estaria sorrindo para o amigo.
A garota gira o corpo ficando frente a frente com seu cobertor de orelha, que fica sem reação ao notar o quão próximo estavam seus rostos.
Rowenna abre lentamente os olhos e nota que estava sendo observada pelo rapaz, que logo a desperta de sua sonolência.
- Sabia que você ronca? - Ele avisa brincalhão.
- O quê? - Ela se afasta bruscamente, tapando a boca com a mão. - Não ronco não.
- É brincadeira. Não precisa me estapear. - Ele sorri se levantando e se espreguiçando. - Gael acaba de chegar. Espero que nos traga boas notícias, amiguinho.
A pequena ave por sua vez, emite sons e piados que Karlayo ouve atentamente.
- Ai... Pelo amor de Deus, me diz logo o que ele está falando. Já estou ansiosa.
- Bom... Gael disse que ocorreu tudo bem com as moças na sua casa. A minha vila ainda está com decreto de ninguém entrar ou sair. E no caminho para cá, ele encontrou seu ex-futuro noivo junto de vários outros caçadores armados e com cães farejadores. Então, é melhor nos apressarmos em sair daqui.
- Maldição. - Esbraveja a ruiva enquanto recolhe seus pertences. - O Roswell não vai parar até ver você preso, ou pior. Nunca achei que ele pudesse se transformar nesse crápula. - Ela suspira com pesar. - Ele ainda está tentando te incriminar. Acredita que um dos homens de lei orientou Joãozinho, o menino que você salvou, a mentir?
- Como é que é?
- Sim, o garoto me contou que o homem de lei mandou ele dizer a todos que foi você quem o atacou, e não a figura encapuzada que o mesmo avistou.
- Não entendo por qual motivo aquele banana quer me incriminar. Só estou tentando ajudar. - Ele se abaixa na beira do lago para encher seu cantil com água.
- Eu acho que sei porque. Além dele não gostar da sua vila, também está com ciúmes de você.
- Ciúmes? - Ele dá um sorriso de canto de boca, levantando-se e indo na direção de um arbusto com folhas aveludadas e rechonchudas.
- Na cabeça dele, vamos nos casar. E ver você e eu nesta busca juntos deve ter ativado seu lado ciumento/possessivo.
- Seu amigo palerma perdeu foi o juízo, isso sim. Pra causar todo esse alvoroço. - Ele diz pegando algumas folhas daquela planta.
- Lembrando que ele recebeu a denúncia de algum desavisado. Agora tem certeza de que você é o assassino.
- Dá pra acreditar? Eu, assassino? Parece até uma piada de mau gosto. - Karlayo entrega seus pertences à Rowenna, e mastiga uma daquelas folhinhas.
- O quê é isso?
- Toma. Mastiga uma. - Ele lhe entrega uma das folhas. - Isso é hortelã. É uma erva que faz bem pros dentes e pro hálito.
- Hummm... Obrigada. - Ela experimenta. - Que delícia. Meio ardida, mas refrescante.
Os dois se apressam e saem cavalgando daquele local até a cidade mais próxima. Adentrando à mesma, o casal vai até a feira central e lá conseguem informações e um mapa para chegar na tal "Estrada do Lobo" que o cavalo havia dito. E além do mais, aproveitaram para comprar alguns pães, frutas e doces para comerem no caminho, pois parar para almoçar em alguma hospedaria seria muito arriscado.
Enquanto isso, Karlayo pediu para Gael ficar de sentinela e avisar sobre qualquer movimentação anormal que avistasse, dando à eles tempo para fugirem, se fosse preciso.
- Precisamos só de mais uma coisinha. - Rowenna indaga.
- O quê? - Karlayo a questiona.
- Pó de café. - Ela diz enquanto busca por uma barraca com esta especiaria.
- E pra quê? Não temos tempo de tomar café no meio do caminho. - Ele balbucia enquanto puxa Eclipse pelas rédeas.
- Não, seu bobo. O café é pra despistar os cães farejadores.
- Mas café não faz efeito em focinho de cachorro.
- Ah, não? Então porque você não conseguiu farejar nada por causa do pó de café?
- E eu tenho cara de cachorro por acaso? - Ele diz se divertindo. - Eu não sou cachorro não.
- Me desculpe. Achei que faria o mesmo efeito.
- Não, não. Se a gente quiser despistar mesmo eles, teremos que comprar vinagre. Vinagre sim irrita o faro dos nossos amigos caninos.
- Está bem. Creio que duas garrafas dê, né? - A ruiva indaga enquanto segue para um estabelecimento que vendia o condimento.
- Provavelmente. - Ele retruca.
Passado algum tempo, Gael nota ao longe um pequeno aglomerado de pessoas correndo apressadas, esbarrando entre uns e outros. Logo, a pequena ave de rapina dá um piado alto, onde alerta Karlayo que possui uma audição bastante aguçada, mesmo a vários metros de distância e pessoas conversando nos arredores.
- Maldição. - Karlayo esbraveja enquanto retira a capa vermelha da ruiva, que estava chamando bastante atenção. - Se abaixe Row. Rápido, vamos por aqui. - Ele sussurra.
- São eles? - Ela recebe um balançar de cabeça positivo do rapaz. - Mas que diabos.
- Nos alcançaram muito rápido. Teremos de ser mais ligeiros.
Rowenna abre uma das garrafas, despejando um pouco do líquido no chão, nas botas do rapaz e nas suas. - Será que só isso já basta?
- Não sei. Por precaução, vamos encharcar nossas roupas. Rápido, Row.
A moça derrama todo o fluído em suas vestimentas para disfarçar o cheiro dos dois.
- Argh... O cheiro está muito forte. Meu nariz está coçando e meus olhos ardendo. - Karlayo reclama, enquanto Gael sobrevoa-os, pousando em seu ombro logo em seguida.
Rowenna procura algo dentro de sua bolsa que possa amenizar o odor do vinagre para o olfato do jovem Lupi.
- Aqui. Cubra o nariz com isso. - Ela lhe entrega sua blusa e ele prontamente cobre o nariz.
- Bem melhor. - Ele fala sorrindo. - Obrigado. Agora vamos.
Seguindo montados em Eclipse para fora da cidade, e se aproximando de uma bifurcação, Karlayo tenta se localizar no mapa, mas acaba por se desequilibrar e cair do cavalo, rolando estrada a fora, se enchendo de poeira.
- Ai meu Deus. Karlayo! - A ruiva grita enquanto volta para socorrê-lo. - Você está bem? - Ela o questiona preocupada.
- Ai. Ui. Estou sim. - Acho que torci o pé, mas tá tudo bem. Hummm. - Ele faz uma careta.
- Que ideia foi essa de se soltar de mim? Sabe que o Eclipse corre como o vento.
- É. Eu tô sabendo melhor agora. - Ele dá um sorriso sofrido. - Maldição. Era só o que me faltava. Agora vão nos alcançar, sem dúvidas.
Gael emite um som estridente, avisando o rapaz que os homens de lei estavam chegando perto.
Rowenna faz com que Eclipse faça o mesmo truque de se abaixar para o rapaz ferido subir. Enquanto isso, a moça também sobe segurando firme as rédeas e o rapazote à sua frente.
- Acho que agora não tem como você cair, não é mesmo? - Ela questiona ao pé de seu ouvido.
- Não mesmo. - Ele diz sem graça. - Gael, nos ajude a encontrar um local que tenha água. Um rio, córrego, lago, represa, riacho, qualquer coisa. Rápido, amigo.
A avezinha se apressa em procurar e o casal segue por uma das estradas da bifurcação. Logo mais à frente, Gael dá um piado avisando que encontrou um riacho, então eles o seguem mata a dentro enquanto o som dos cachorros latindo começa a se distanciar cada vez mais. E ao encontrar o tal riacho, decidem se locomover dentro d'água para despistá-los de uma vez por todas.
🧡🧡🧡
Oiê, pessoal!
Tatu do Bem com Vocês?
Finalmente Atualização, né?
Desculpem a Demora, relevem algum errinho ortográfico q passar despercebido, é q faz tempo q não escrevo.
Enfim, Muito Obrigada pela Paciência de Vocês, Espero de ❤️ q tenham gostado do Capítulo e Não esqueçam de Comentar e Deixar uma Estrelinha pra Ajudar a gente!
Um Abração à Todos e Até o Próximo Capítulo... 🧡