O Sindar e a Noldor

By sanellope

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A morbidez era o único sentimento que penetrava em Thranduil. Que afirmava com convicção que nunca seria muda... More

Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10

Capítulo 4

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By sanellope

NOTAS INICIAIS :
Estou de volta com mais um capítulo. Demorei mais do que deveria, sei disso mas eu queria que esse capítulo fosse muito emocionante como eu prometi.
E como sempre eu agradeço pelos seus comentários e votos.

Hoje teremos o reencontro dos dois.
Vamos ver aonde tudo isso vai dar.

Tenham uma excelente leitura meus fofitos e fofitas (^_^)





Que a luz dos Valar ilumine o seu caminho, primogênita de Eru!

As palavras de seu pai ecoaram em sua mente como uma bênção que foi dirigida diretamente para si. Sua montaria relinchou fazendo a amazona parar e acariciar a pelugem de Rhîw para acalmá-la.

– Brennil nín. Prestad? [ Minha senhora. Há algum problema?] – o elfo montado no alazão questionou, fazendo a elfa fitá-lo por cima dos ombros e negar com a cabeça.

Sua íris castanha observava os elfos curandeiros de Valfenda, que escolheu para servirem na Floresta das Trevas, todos em fileiras extremamente organizadas atrás de si. Sua audição élfica captou som de trotar de cavalos vindo em sua direção, fazendo– a retornar sua atenção para frente, vendo cinco Elfos Silvestres da Floresta das Trevas aproximarem– se.
Uma elfa de cabelos loiros parou em sua frente lhe saudando cordialmente, inclinando a cabeça e tocando no peito com a mão direita, estendendo– a na direção de Auriel que repetiu com o mesmo gesto decoroso.

– Le suilon. Mae govannen an Taur-nu-fuin. Im Lauriel Morlondiel. [ – Eu os saúdo. Bem vindos a Floresta das Trevas. Eu sou Lauriel filha de Morlond.]

– Le suilon. Im Auriel Thalioniel.[ – Eu os saúdo. Eu sou Auriel filha de Thalion.]

– Minha senhora, viemos guiá– los para o palácio. Por favor nos acompanhe. – a oficial do reino apontou com a mão a direção que deveriam seguir.

A chefe dos curandeiros assentiu, agitando as rédeas de sua montaria, seguindo os Elfos Silvestres.

Eveditham [ Nos encontraremos novamente ]

Sua mente se recordou das últimas palavras que o Rei Élfico lhe dissera. Agora compreendia porque ele perguntou de onde vinha e sobre a função que seu pai exercia em Valfenda na primeira vez que foi levada a presença dele. Ele queria conhecer pessoalmente o chefe que designaria para liderar os elfos curandeiros na Floresta das Trevas. A elfa expirou calmamente diante dessa conclusão que chegou, enquanto ela e os outros elfos eram guiados pelos Elfos Silvestres dentro do reino élfico da Floresta das Trevas. Esperava intimamente que sua estadia no reino da Floresta das Trevas fosse aprazível como estava sendo em Valle.

                                                                                       .o0o.
– É inegável afirmar que estamos em situação de vulnerabilidade. Mas desta vez devo concordar com seu conselho. Realmente não posso fechar meus olhos para este problema. Devo pôr fim a isso, por mais que a solução pareça ser absurda. – o elfo disse ao fitar o reino através de uma grande janela da qual podia ver as copas das árvores.

– Meu rei, não é absurdo pedir auxílio de elfos de outro lugar. Isto é necessário devido a nossa situação atual. – a elfa de cabelos loiros afirmou com explícita convicção.

– Não posso discordar desses argumentos por serem verdades imutáveis. – o elfo viro–se fitando diretamente sua conselheira.
– O motivo é justificável.

– Meu soberano isto vai além de nosso próprio bem–estar. – fez uma pausa. –É pelo nosso povo.

– Eu sei, por esta razão concordei com isso. – seus olhos gélidos se fixaram nos olhos cinzentos de sua conselheira.
– Senão, por quê eu concordaria com isso?

– Vossa Majestade, esta é uma sábia decisão que foi tomada pelo senhor. – Mielwen afirmou firmemente.

O rei caminhou lentamente como o anoitecer em direção a uma mesa acuradamente esculpida, onde serviu-se de vinho.

– Assim espero. – disse segurando a taça de vinho na mão que contrastava com os anéis em seus dedos que realçava o seu título significante.

– Vossa Majestade, minha senhora. – um elfo que apareceu no recinto reverenciou os dois elfos na biblioteca real.
– Eles chegaram.

O rei assentiu, fazendo gesto mudo com a mão para que o guarda se retirasse, e este curvou–se e se retirou do recinto.

– Veremos no que isto resultará. – disse ao caminhar em direção a porta da biblioteca real, e sair por ela deixando Mielwen a sós com seus pensamentos.

                                                                                        .o0o.
Ela desceu de sua montaria com os olhos fixos na entrada do palácio, se relembrando da primeira vez que esteve ali. Retirou o capuz de sua capa branca que realçava com aquele cenário iluminado, por conta do lugar onde encontrava–se. Suspirou ao caminhar para atravessar a ponte do palácio, sendo seguida pelos elfos que vieram com ela. Os portões do palácio abriram–se para que pudessem entrar, e direcioná–los para a Sala do Trono, onde o rei solicitou sua presença.

Inconscientemente seu corpo deu sinais de calor, quando começou a subir os degraus da Sala do Trono lentamente com hesitação.

Seus pés automaticamente prosseguiram para entrar na Sala do Trono. Seus olhos percorreram o local até caírem no ser sentado majestosamente em seu trono, que a fitava intensamente com seus olhos analíticos e severamente frios como o inverno mais rígido.

Fez uma reverência extremamente arquitetada, sendo imitada pelo mesmo gesto respeitoso pelos elfos que vieram consigo. Ergueu sua cabeça fixando seus olhos castanhos no Rei Élfico, que observava as ações da elfa com uma expressão austera, o que a fez engolir em seco e sentir seu coração bater aceleradamente pelo nervosismo que sentia dentro de si.

– Vossa Majestade. – iniciou com certa dificuldade.
– Sou Auriel, filha de Thalion, o conselheiro do senhor Elrond. Meu senhor Elrond informou–me, que Vossa Majestade escolheu–me especificamente para ser a chefe dos curandeiros que estão essencialmente aqui presentes, para servirem em prol de nosso ofício em seu reino. Viemos em correspondência ao vosso pedido, cumprir esta missão de auxílio na Floresta das Trevas.

– Estou consciente disto. Tudo o que precisarão para exercer seu ofício será espontaneamente proporcionado. E... bem-vindos ao reino. – o tom de voz do rei foi rígido em junção de sua expressão inalterada.

– Vossa Majestade, pelo motivo de que estou comandando uma missão ainda não finalizada no reino de Valle, estarei liderando os curandeiros dos dois reinos ao mesmo tempo. Determinei os dias que estarei aqui serão os três primeiros dias da semana, e os dias que estarei lá serão os quatro dias seguintes.

– Você terá duas missões para cumprir. – afirmou. – Por que não designou outro líder em seu lugar no reino dos homens?

– Porque eu dei a minha palavra que iria cumprir minha missão em Valle. Não posso descumprir minha palavra, isso seria uma desonra para mim. Tenho uma honra a zelar pela minha palavra, e principalmente quebrar minha promessa é totalmente uma desonestidade contra os meus próprios princípios. Tenho consciência de minhas obrigações dentro de meus preceitos.

O rei a fitou com uma expressão impassível de maneira convencional diante das palavras dela, mas assumiu uma expressão serena rapidamente.

– Mas, se eu precisar de sua presença em relação aos relatórios, ou debater acerca da missão quando você estiver ausente?

– Eu já cuidei desse assunto pessoalmente. – ela respondeu agilmente. – Quando eu estiver ausente e Vossa Majestade precisar do relatório da missão, ou debater sobre algum assunto relacionado a este cunho, meu conselheiro e braço direito que escolhi responderá e será responsável. Ele é de minha confiança e ficará em meu lugar quando me ausentar. Aproxime–se Cardhir.

Um belo elfo de porte elegante, cabelos negros e olhos azuis se aproximou da elfa.

– Vossa Majestade, este é Cardhir filho de Berdelon. Ele será meu braço direito e meu conselheiro de confiança. Ele responderá em minha ausência.

O rei assentiu enquanto seus olhos se alternava em observar cada elfo de Valfenda, mas instintivamente eles se direcionaram para a líder deles, que o olhava mas desviou quando o rei a fitou de forma misteriosa com seus olhos penetrantes.

– Assim será. – concordou. – Estão dispensados. – fez sinal mudo com a mão para se retirarem.

Os elfos curandeiros se curvaram e se retiraram. Auriel esperou cada elfo passar por si para poder se retirar também.

– Filha de Thalion. – ela estagnou ao ouvi–lo lhe chamar quando ia descer os degraus.
– Espero que não ocorra problemas em sua missão em meu reino, ou então a honra da sua palavra não vale nada. Cumpra a sua missão como você disse que é sua obrigação. – ela escutou cada palavra que ele disse como aviso.
– Pode retirar-se.

Auriel desceu as escadas, pensando nas palavras que o rei lhe dissera. Arqueou uma sobrancelha em total confusão com o assunto que começou a lhe sondar simultaneamente.

– Minha senhora? – a voz de uma elfa a trouxe de volta a realidade fazendo olha–la.
– Vim levá–la diretamente aos seus aposentos que meu soberano mandou preparar exclusivamente para a senhora.

A elfa assentiu permitindo ser guiada pela serva pelos corredores do palácio. Subiu os degraus de uma comprida escadaria entrando em um corredor amplo. Parou em frente a porta de seu respectivo cômodo. Ao abrir a porta e entrar viu um quarto com uma decoração fascinante, que se destacava com uma grande janela onde podia ver as copas das árvores.

– Tentamos fazer que seu quarto fosse um cenário parecido com o seu lar, para a senhora se adaptar. – apontou para uma estante de livros.
–Trouxemos seus pertences para o quarto.

– Obrigada. Mas por quê tudo isso? não era para os meus aposentos ser do mesmo nível de meus servos? ou estar na mesma ala que eles?

– Vossa Majestade quer que os servos leais do senhor de Valfenda sejam bem tratados em sua estadia em nosso reino. – a elfa de cabelos castanhos disse cada palavra que o rei proferiu.

– Sendo assim, eu agradeço.

– Com licença, minha senhora. – a serva curvou–se em respeito e se retirou do quarto.

Auriel sentou–se em uma cadeira observando o tempo passar rápido como o vento, se ocupando em estar mergulhada em seus profundos pensamentos.

                                                                                        .o0o.
– Entre. – a elfa ordenou ao ouvir batidas na porta de seus aposentos.

Um elfo de cabelos negros entrou pela porta. Seus olhos azuis se fixaram na elfa que observava o lado de fora através da grande janela do quarto. O elfo aproximou–se de sua senhora, observando juntamente com ela as copas das árvores.

– O que deseja Cardhir? – a elfa questionou seu conselheiro não fazendo menção em olhá–lo.

O elfo a fitou como se esperasse que ela o olhasse, mas isso não aconteceu.

– Minha senhora, os curandeiros querem saber quando iniciaremos nossa missão.

– Hoje mesmo. Se algum Elfo Silvestre for ferido gravemente em sua missão de extermínio de aranhas, ele deverá ser levado para a Sala de Cura e ser tratado pelos nossos curandeiros. – ela suspirou.
– Cada elfo sabe o seu posto e a função que exercerá, pois eu organizei devidamente. Eles sabem o que fazer. – disse sistematicamente.

O elfo assentiu, mas não retirou–se como deveria fazer.

Vendo que o elfo não retirou–se como o protocolo ordenava, a elfa assumiu uma expressão serena.

– Por quê ainda está aqui? Retire–se. – ordenou como se não gostasse da presença do elfo ali.

Cardhir ignorou completamente o tom autoritário de sua líder, e se pôs em frente a elfa acariciando com seus dedos o rosto dela.
Auriel não teve nenhuma reação diante daquele carinho que o elfo fazia, porém seus olhos assumiram certa escuridão.
Os olhos azuis do elfo fitaram os lábios rubros da elfa, fazendo–o curvar a cabeça, mas antes mesmo que roçasse seus lábios nos dela, Auriel se esquivou desviando–se de uma das inúmeras tentativas de beijo por parte do elfo.

– Eu ordeno que retire-se agora mesmo. – apontou com o dedo a direção da porta.
- Ego![ vá!]

Mesmo contrariado, o elfo obedeceu.

Auriel era uma elfa muito desejada por sua beleza excelsa que era realçada pelos seus cabelos negros como o crepúsculo da madrugada e possuía um rosto belo – pelos traços de seus antepassados estarem conservados em si – o que a fazia ser ainda mais cobiçada.

Respirou profundamente diante do que acabara de acontecer, ou quase aconteceu.
Cardhir era um elfo muito gentil que tentava corteja–la demasiadamente contudo, Auriel repelia os seus cortejos por não possuir nenhum sentimento amoroso por ele. Mas ele insistia, o que fazia Thalion possuir desavenças com Cardhir e tentar manter sua filha longe do elfo, o que era praticamente impossível pelo fato do elfo exercer o mesmo ofício de Auriel, mas confiava que a elfa saberia lidar com esta situação.

Seus olhos castanhos passaram a fitar cada lugar do quarto, como se tentasse memorizar cada detalhe de seu ilustre aposento.
Seus pés se direcionaram na direção da porta saindo pela mesma. Caminhou pelos corredores e desceu os degraus das escadas do palácio indo em direção a ala que foi informada que seria ocupada pelos curandeiros de Valfenda.
Sua íris castanha observaram os detalhes rústicos do palácio dos Elfos Silvestres, até ver uma elfa de cabelos ruivos – que reconheceu automaticamente – vir em sua direção.

Auriel estagnou seus seus passos, arqueando uma sobrancelha encarando a elfa Silvestre – que parou em sua frente – com uma feição séria.

– Você aqui novamente? Estou surpresa em vê–la. – os olhos verdes avaliaram a elfa de cabelos negros de cima a baixo.

– Sempre ouvir dizer que os Elfos Silvestres da Floresta das Trevas é um povo rude e rústico, e que seu único defeito é a desconfiança por estranhos. – repetiu cada palavra que ouviu a respeito dos Elfos Silvestres.
– Eu não acreditava nisso até experimentar pessoalmente o tratamento que vocês dão aos viajantes, que só tentavam atravessar suas terras.

A elfa ruiva a encarou com uma expressão severa.

– Tenha cuidado com essas palavras. Há pessoas aqui que não aceitariam ouvir isso. Mas eu serei benevolente com você.
Quanto a questão do acontecimento anterior, eu somente estava seguindo ordens como uma serva leal e obediente. – afirmou convincentemente. – Começamos mal. Deixe apresentar–me adequadamente. Sou Tauriel, a chefe da guarda real do reino da Floresta das Trevas. E quem é você?

– Sou Auriel, a chefe dos elfos curandeiros enviados de Valfenda. – respondeu altivamente.

A elfa Silvestre a encarou com os olhos surpresos, mas tratou de dissipar rapidamente.

– Então, você é a líder dos elfos que vieram de Valfenda. Seja bem vinda a Floresta das Trevas, espero que sua estadia aqui seja de seu agrado.

– Obrigada por sua recepção. – disse retornando a caminhar para a ala onde os curandeiros estavam.

– Para aonde você está indo?

– Para a ala onde meus subordinados estão acomodados.

– Fica no terceiro corredor a direita.

– Obrigada pela sua informação relevante.

– Disponha. Agora devo me retirar imediatamente. Até mais ver, chefe dos curandeiros.– a chefe da guarda real retirou–se de sua presença.

– Até mais... – disse ao olhar para atrás e observar o mesmo corredor por onde a elfa de cabelos ruivos havia saído.

Auriel suspirou prosseguindo em direção a ala onde encontraria seus servos, enquanto escutava o som de passarinhos cantando naquela manhã de primavera no reino.

O conselho que lhe dou é que você seja sábia, e tenha muita cautela, principalmente com o Rei Élfico...

Seus ouvidos ainda podiam escutar as palavras aconselhadoras que o senhor Elrond lhe disse ao partir para a Floresta das Trevas.
Se o temperamento desse rei for exatamente como descrevem, então será complicado seguir esse conselho.






NOTAS FINAIS :

Um gif para esse capítulo.
Tauriel e Auriel, essas duas vão dar o que falar nessa trama 💕 💕 💕

Tradução do élfico sindarin:

– Brennil nín. Prestad? :
– Minha senhora. Há algum problema?

– Le suilon. Mae govannen an Taur-nu-fuin. Im Lauriel Morlondiel. :
– Eu os saúdo. Bem vindos a Floresta das Trevas. Eu sou Lauriel filha de Morlond.

– Le suilon. Im Auriel Thalioniel. :
– Eu os saúdo. Eu sou Auriel filha de Thalion.

– Ego! :
– Vá!

Como prometido minhas amoras deliciosas este foi o capítulo que eu prometi para vocês.

Obrigada pela consideração de vocês e nos vemos no próximo capítulo que como sempre será cada vez mais emocionante que o outro.
Beijocas meus vagalumes que iluminam a minha inspiração 😚😚😚

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