Stranger - Sebastian Stan

By whoselle_

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Onde katherine conhece um estranho em uma noite que a faz mudar completamente. Ele não era como ninguém que e... More

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By whoselle_

Sebastian Stan Point of View 

A mulher se sentou no sofá do apartamento e colocou sua bolsa ao seu lado. Ela acompanhava meus movimentos enquanto eu retirava chaves e celular do bolso. 

— Quem era aquela garota? — Ela pergunta quebrando o silêncio entre nós dois. 

Meus pensamentos estavam a mil na minha mente. Desde que fui embora com 16 anos, eu nunca mais a tinha visto. Ela aparecer de surpresa assim foi algo que eu realmente não esperava. Vendo seu rosto trazia as lembranças ruins do passado onde meu pai me batia descontando seu estresse diário em mim enquanto minha mãe bêbada desmaiava no chão da cozinha. 

— Ninguém do seu interesse. — Respondi seco sem a olhar e fui até o frigobar retirando uma garrafa de cerveja e abrindo a mesma com o meu dente, cuspindo a tampa em qualquer parte do chão. 

— Eu sei que... foi uma má ideia ter vindo aqui. — Ela disse me observando com seus olhos avermelhados. 

— O que você está fazendo aqui? — Perguntei após dar um gole na cerveja e largar a mesma sob o balcão da cozinha. — Como você sabia onde eu estava? E por que está aqui? — Finalmente a encarei com raiva. 

— Eu queria ver o meu filho. — Disse ficando de pé e dando alguns passos na minha direção. — Você foi embora sem se despedir. 

— E eu deveria? — Ri seco a encarando. — Por que eu faria isso? Não fez nenhuma diferença quando eu fui embora e nenhum dos dois se importou em ir atrás. 

— Você fez a escolha certa indo embora, você fez a escolha que eu deveria ter feito. — Ela disse encolhendo seus ombros. — Eu sei que eu e o seu pai fomos ruins com você... 

— Engraçado como você tenta minimizar todo o estrago que vocês dois me fizeram. — Respondi ainda a encarando friamente. Meu coração estava disparado e minhas mãos suavam. Cada parte do meu corpo me dizia para não a ouvir e simplesmente sumir.

 — Eu sei que fiz muitas coisas a você, Sebastian. — Ela disse se aproximando. — Eu nunca quis machucar você, nunca quis que tivesse uma vida ruim. 

— Mas você permitiu. — Murmurei. 

— Eu estava cega pelo seu pai, eu não via você por que ele me fazia acreditar que ele era mais importante que você. — Ela tentou se explicar com lágrimas escorrendo pelo seu rosto. Desviei o meu olhar para o chão encarando o mesmo e tentando controlar cada emoção que se atrevia a surgir dentro de mim. — Eu não tiro sua razão por ter fugido e encontrado uma família melhor, mas eu estou aqui por que quero me redimir. 

— E você acha que é simples assim? — A encarei novamente. — Você acha que eu acredito em qualquer coisa que sai da sua boca? — Ela me encarou com seus olhos grandes e avermelhados. Sua mão veio em minha direção de forma relutante e tocou o meu braço. 

— Eu sei que isso é difícil pra você, acredite em mim. — Disse dando mais passos ficando próxima de mim. — Mas eu estou aqui para pedir o seu perdão por ter sido a pior mãe do mundo para você, por ter perdido a sua infância, por ter negligênciado cada vivência sua, por não estar ali para você quando mais precisou. — Disse com a voz baixa e embargada. — Eu sinto tanto, meu filho. 

Naquele momento, meu rosto estava manchado por lágrimas que escorriam livremente ouvindo cada palavra sua entrar em minha mente ,me fazendo recordar de épocas em que eu tentei, por tantos anos, enterrar e seguir em frente. Seu toque me fez dar um passo para trás, era um toque desconhecido mas que carregava uma memória ruim, que eu aprendi a ignorar. Seus olhos perdidos procuravam os meus na tentativa de esperança, mas mesmo deixando minhas emoções a mostra, eu não daria o que ela queria. 

— Eu preciso que vá embora. — Murmurei baixo limpando meu rosto e respirando fundo. 

— Me desculpe por tudo, eu sinto muito. — Disse tentando tocar meus ombros mas me afastei do seu toque. 

— Eu disse para ir embora! — Gritei a olhando no rosto. Sua expressão mudou rapidamente de triste para surpresa e assustada. 

— Eu... — Ela tentou dizer mas sua boca fechou relutante. Ela respirou fundo limpando seu rosto com as mãos e foi até o sofá pegando sua bolsa e indo até a porta. — Se isso vai te fazer se sentir melhor, seu pai morreu a um mês atrás. — Ela disse quase em um sussurro mas alto e claro o suficiente para meu corpo travar ao ouvir suas palavras. 

Ela esperou alguns segundos e depois abriu a porta saindo do local e fechando atrás de si mesma. Meu corpo inteiro estava travado e tenso, eu estava confuso e atônico com suas últimas palavras. Peguei a garrafa que estava encima do balcão e apertei a mesma com força jogando a garrafa longe, a fazendo se chocar contra a parede e se partir em pedaços no ar e cair no chão. Deslizei minhas mãos sob meu rosto molhado limpando as lágrimas e respirando fundo sentindo cada parte do meu corpo querer se partir em pedaços. Fui até a sala a procura do meu celular e disquei o número da mulher que invadiu meus pensamentos naquele momento. 

Eu queria vê-la mais do que nunca naquele momento, pois sabia que só ela era capaz de me fazer me sentir bem. Mas relutei contra minhas vontades e desliguei a tela do celular. O mesmo vibrou em minhas mãos e a tela acendeu com uma mensagem sua. 

Eu estou bem e viva, espero vê-lo amanhã. 

E obrigada pelo jantar, foi incrível. 

 A tela desligou e larguei o celular me sentando no sofá deixando que as lágrimas escorressem pelo meu rosto, sentindo todas as lembranças retornarem ao presente. 

Katherine Young Point of View 

Me levantei da cama jogando o lençól para o lado e me sentando na mesma. A luz do sol que entrava pelas frestas da janela iluminavam de forma fraca o ambiente. Eu podia sentir meus olhos pesados e meu corpo cansado, não havia conseguido dormir por uma hora se quer na noite anterior. As palavras do meu pai rondavam a minha cabeça me fazendo questionar cada ideia e cada pensamento que eu tinha em relação a minha vida. 

Fiquei de pé e fui em direção a cozinha e abri a geladeira retirando uma garrafinha de água. Dei alguns goles na mesma e respirei fundo olhando o ambiente ao redor. Fui até a janela e puxei as cortinas fechando meus olhos ao sentir a luz do sol me cegar por alguns segundos. Destravei as janelas e as abri para que corresse vento. Me sentei sob a madeira da janela e observei o movimento lá fora, estava cedo demais e a rua ainda estava um pouco silenciosa. Os passáros voavam sob as árvores por ali enquanto podia-se ouvir o movimento do outro lado da cidade abafado. 

— Graças a Deus, você está em casa. — Ouvi uma voz e olhei para baixo procurando e avistei Brooke segurando seus sapatos nas mãos e o rosto manchado de maquiagem. — Hey sis. — Ela sorriu com os olhos me olhando lá de baixo e ri. 

— Sobe ai. — Falei alto e a mesma desapareceu entrando no local. Alguns minutos depois sai da janela e fui até a porta ao ouvir seus passos no corredor, dei espaço para que ela entrasse e tranquei novamente. 

Brooke estava descalça e com seu vestido folgado em seu corpo, seus cabelos estavam presos em uma caneta e sua maquiagem manchada. Eu soube no mesmo instante que ela estava numa festa após sentir o cheiro forte de álcool quando ela me abraçou forte, esmagando meus ossos. 

— Que saudade de você. — Ela disse me apertando e gemi de dor. 

— Eu também, mas tem como você me soltar? Está machucando. — Ela riu me soltando e jogando seus sapatos pela sala. — Caramba você é forte. — Murmurei checando meus braços. 

Ela se jogou no sofá e pousou seus pés sob a pequena mesa de centro ali. 

— Vai, me conta tudo. — Ela disse chamando minha atenção. — Vai, eu quero saber o que você andou fazendo nessas últimas semanas. 

— Nada demais. — Respondi a encarando e ela revirou os olhos pra mim me fazendo rir. 

— Anda, conta. — Ela disse batendo no sofá ao seu lado que estava vago. 

[...]

— Eu não consigo acreditar que você fez isso. — Ela disse rindo enquanto comia as torradas, ela estava sentada de pernas cruzadas no sofá e riamos das histórias que eu contava. — Você tá ficando maluca mesmo. 

— Foi divertido, eu confesso. — Falei dando um gole no suco de laranja e rindo. 

— Olha, pelo o que eu estou vendo, o Sebastian fez um ótimo trabalho. — Ela disse me fazendo franzir o cenho. 

— Do que está falando? 

— Ah, você ai. Está se divertindo. — Ela disse dando de ombros. — Finalmente! Pelos deuses, Kat, você é um porre seguindo as regras do seu pai o tempo todo. — Revirei os olhos. 

— Eu vou fingir que você não me ofendeu. — Falei colocando o prato sob a mesa de centro. 

— Leve como ofensa, eu chamo de realidade. — Disse dando um gole no seu suco. — É sério que você não percebe isso? Esse cara simplesmente colocou sua vida de cabeça pra baixo, você está diferente... — Balancei a cabeça sorrindo. — Você está, sei lá, brilhando. — Gargalhei a ouvindo e ela riu me encarando. — É sério, eu estou falando sério. 

— Eu estou o que? Brilhando? — Gargalhamos juntas e balancei a cabeça. — Você é doida. 

— Me chame de doida, mas eu estou feliz por ver você assim. — Ela disse sorrindo e me encarando. Sua mão foi até o meu rosto acariciando meu queixo me fazendo sorrir. — Você sabe que eu esperei muito por esse momento. — Suspirei encostando a cabeça sob as costas do sofá. 

— É incrível...tudo isso. — Desabafei olhando para o teto. — As palavras dele, a forma como ele vê a vida, como ele vive, é... — Suspirei. — Ele é incrível, Brooke. — A encarei. — Ele me entende e ele vem tentando me ajudar desde o dia em que nos conhecemos. 

— Eu posso ver isso muito bem. — Ela disse sentando ao meu lado e encostando sua cabeça na minha. 

— Eu sei que parece bobo falar isso, coisa de adolescente, mas... é como se nos conhecêssemos a tanto tempo, tempo suficiente para não querer ficar muito tempo longe. — Murmurei sentindo sua mão se entrelaçar a minha. — Bom, pelo menos é como eu me sinto. 

— Não é bobo, Kat. — Ela disse. — As pessoas enxergam dessa forma por que nunca chegaram a conhecer alguém que as fizesse se sentir assim. — Baixei o olhar encarando seu rosto. — E você, pela primeira vez, conheceu alguém que te faz se sentir nas nuvens. — Ela me olhou com um sorriso no rosto. — Você sabe o que isso significa, não é? — Franzi o cenho. 

— O que? 

— Você finalmente está se apaixonando. — Pisquei os olhos algumas vezes a encarando tentando processar suas palavras. 

— Não. — Ri fraco. — Quer dizer, eu gosto dele, mas me apaixonar... 

— É difícil de aceitar, mas é exatamente o que está acontecendo com você. — Ela disse me fazendo desviar o olhar e apertar sua mão. — É assustador, mas excitante ao mesmo tempo. — Suas palavras entraram na minha mente me deixando confusa e me fazendo repensar cada momento que tivemos juntos. 

— Assim tão rápido? — Perguntei a olhando. 

— Pode acontecer num piscar de olhos. — Disse. — Isso não significa que você o ama, amar leva tempo, mas é paixão. — Disse me fazendo respirar fundo. — Eu reconheço isso de longe. 

— Você já se apaixonou antes? — Perguntei a vendo pensar por alguns segundos. 

— Já e foi incrível. — Sorriu parecendo lembrar de algo. — Eu não me arrependo de nada do que aconteceu, apesar de não termos ficado juntos, ele me ensinou muita coisa. — Sorri de lado a observando. 

— Sinto muito por não ter dado certo. — Ela sorriu me olhando. 

— Não sinta, está tudo bem. — Disse acariciando minha mão. Eu me sentia muito confortável com o carinho de Brooke, ela era como irmã para mim e eu sentia falta de poder vê-la todos os dias. — Mas e o seu pai? Você acha que ele está falando a verdade? — Ela perguntou se ajeitando no sofá e deitando sua cabeça sob minhas pernas e me olhando. 

— Bom, é difícil saber. Ele é tão enigmático que me estressa as vezes. — Ela riu. — Mas eu acho que ele realmente está tentando. — Molhei os lábios. — Mas ainda não sei o que fazer com isso. 

— É o seu pai, tudo o que envolve ele é difícil. — Ri fraco. 

— Você acredita que ele disse que eu podia sair da empresa? — Ela arregalou os olhos. 

— Como é que é? — Concordei com a cabeça.

— Ele disse isso, no jantar de ontem. — Sua expressão era de choque o que me fez rir. 

— Caramba, por essa eu não esperava. — Balancei a cabeça. 

— Parece mais um sonho e eu não consigo tirar isso da cabeça, quer dizer, ele está realmente me dando liberdade no meu trabalho? — A encarei confusa. 

— Kat, meu amor. — Disse levando suas mãos até o meu rosto e o segurando. — Você precisa entender uma coisa, eu sempre quis falar isso mas tinha pena de te deixar mal, chorando pelos cantos, mas agora chegou a hora. — Disse me fazendo ficar confusa. 

— Do que está falando? Hora de quê? 

— A hora da verdade. — Disse ainda apertando meu rosto enquanto o segurava. — Você precisa entender mais do que nunca que você é uma mulher livre, você faz o que quer da sua vida, trabalha com o que quer por que a sua vida, é sua. — Disse me fazendo piscar enquanto absorvia suas palavras. — Você é gostosa, tem um homem gostoso atrás de você, seu pai provavelmente é um mafioso. 

— Meu pai não é mafioso, Brooke. Eu já falei. — Revirei os olhos. 

— Bom, não importa. O que importa é que você precisa tratar isso o mais rápido possível. — Disse soltando meu rosto. Movimentei minha mandíbula sentindo a mesma doer um pouco. — Você não deveria ficar em choque por que seu pai não vai te forçar a trabalhar naquele lugar, você deveria estar correndo atrás da sua liberdade. 

Suas palavras eram certeiras e cheias de verdade. Brooke tinha toda razão e ouvir tudo aquilo me fazia sentir um misto de apreensão e ansiedade. Ela estava certa, e a razão por nunca ter feito isso antes era pelo medo. Meu pai usava o meu medo para me controlar e por muitos anos eu permiti que isso acontecesse. 

— O que eu faço? — Murmurei respirando fundo e deitando a cabeça no sofá da cama. 

— Terapia. — Ela disse me fazendo rir e a encarar, ela estava séria e de braços cruzados. 

— Ah, você está falando sério. — Ela arqueou a sombrancelha me fazendo desviar o olhar. 

Eu não sabia se aquilo era uma boa ideia, ela poderia estar certa sobre outras coisas mas terapia? Não funcionou comigo antes, por que funcionaria agora? É pura bobagem. Recusei a ideia mentalmente e permaneci em silêncio encarando o teto. 

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