Jujutsu Kaisen - Orbitando um...

By adri_bertolin

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Aprisionado no Reino da Prisão, Gojo Satoru inicia um processo de fragmentação sobre os conceitos em relação... More

Vazio
Grandes olhos negros
Caos
Propósito
Igual
Ciúmes
Domínio incompleto
Entorpecência
Consumo
Anseio
Posse
Retaliação
Fôlego
Engrenagem
Bolha
Escolha
Capítulo Extra: Sequestro
Busca
Renúncia
Receptáculo
Liberdade
Esperança
Destino
Resgate
Surgindo das cinzas
Surto

Paz artificial

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By adri_bertolin

(Esse capítulo contém conteúdo sexual +18)

Alguém deveria ter avisado-o que crianças eram confusas de lidar.

Estava fazendo um bom trabalho, na medida do possível, mas não podia deixar de pensar que deveria ter planejado essa situação de uma melhor forma antes de chegar a esse ponto.

Não que estivesse presente o suficiente para ter falhado em muita coisa, estava no quarto ano da escola jujutsu e sua agenda continuava horrivelmente lotada. Tanto quanto o ano anterior ou até mesmo em um patamar pior.

O alto escalão o culpava por Geto ainda estar vivo e estava desenvolvendo dificuldades em não mata-los por isso. Seu autocontrole era testado todos os dias e haviam poucas coisas que o mantinham domesticado, na linha.

As crianças eram uma boa distração quando conseguia voltar para casa. Importunar o garoto Megumi aquecia seu coração e sua irmã não era alguém ruim, embora fosse completamente desinteressante.

Agir como tutor era divertido, de certa forma. Porém não sabia o que estava fazendo na maior parte do tempo e detestava não estar no controle das circunstâncias.

As vezes ele pensava que seus melhores amigos teriam lidado melhor com isso. Eles saberiam como conviver com os pirralhos e tornar a existência deles algo útil.

Mas Suguru agora era um genocida procurado e Uyara estava ocupada demais com as coisas de adulta dela para o ajudar.

Sinceramente se ressentia da brasileira por sua distância. Sabia que ela estava viva, que sua transgressão ocorreu bem, porém, fora isso, a mulher mal encontrava tempo para conversarem, mesmo meses após ter retornado ao convívio social.

Em parte sabia que estavam com a mente fodida por causa de Suguru. Não duvidava que ela também estivesse com o coração ferido e que não sabia o que fazer com isso, como ele.

Não seria surpresa se os superiores dela também cobrassem que perseguisse seu amor e garantisse que não houvesse mais vida em seu corpo. Essas pessoas estavam fora demais do mundo de entendimento mútuo que possuíam para chegarem perto de adivinharem como se sentiam.

Provavelmente ninguém entendia que não consideravam o ato de Geto como uma iniciativa completamente condenável, apenas achavam sua ambição estranha, burra e distorcida. Algo que sabiam que falharia considerando sua forma de execução.

Não que não odiassem a ideia de matar inocentes, esse era o tópico que os impedia de apoiarem a loucura do controlador de maldições, apenas concordavam que o amigo se perdeu muito com relação a real solução para os problemas da sociedade de merda em que vivem.

Os dois possuíam uma falta de humanidade característica das posições de poder que nasceram para possuir, podiam ser frios ao ponto de contemplarem ideias sem se importarem com o peso das vidas que os planos custariam. A diferença é que escolheram não fazer isso.

O que os lavava ao ponto atual, duas das maiores forças da humanidade perdidas em seus próprios mundos como se o eixo de suas vidas houvesse mudado e não fossem capazes de endireita-lo novamente.

Patético.

A sensação de solidão e abandono que apertava seu coração era simplesmente ridícula, mas ainda era real e ainda estava o sufocando mais do que podia conter.

Se pelo menos Uyara estivesse ali...

Talvez as coisas fossem mais suportáveis e não parecesse que também haviam rompido o vínculo que os unia. Talvez o vazio de sua própria existência não fosse tão assustador.

Ainda bem que as crianças eram pequenas demais para cogitarem abandona-lo. Elas traziam um tipo de propósito que não conseguia explicar.

E, além disso, noites recheadas por inúmeros rostos e nomes, que nunca tentou guardar em suas memórias, também traziam alguma sensação de estabilidade.

Um sentimento mais sujo e corrompido, mas que fornecia um prazer egocêntrico e o divertia por alguns instantes. Saber como era capaz de fazer pessoas se fascinarem por suas piores facetas se tornou importante.

Esse era o nível do quão mal estavam. Satoru passou a querer ouvir estranhos implorarem por ele e Kioku não se importou, ao contrário, o invejou.

Não parecia certo que se considerassem donos um do outro quando uma parte essencial da dinâmica que amavam se perdeu. Eles não suportavam pensar naquilo que tinham antes quando isso apenas os lembrava de que nunca mais seria a mesma coisa.

Haviam falhado como unidade e isso era inaceitável.

Então Gojo explorava a idolatria humana, jogando com sentimentos de conquista e frustração enquanto Uyara mergulhava no dever como nunca havia feito antes. Coisas que conseguiam distrai-los ao mesmo tempo em que os consumia lentamente.

Patético.

Essa noite, em específico, poderia ter sido uma repetição das anteriores em que encontrou tempo para algo que não fosse a sua carga de responsabilidades como feiticeiro mais forte e o gastou extravasando um de seus lados terríveis, porém decidiu se dedicar a outras coisas importantes.

Usar Tsumiki para atrair Megumi não era um bom indício de caráter, mas se convencia de que era o melhor que podia fazer, considerando que o menino não parecia muito ansioso em passar tempo com ele, mesmo que gostasse disso.

Satoru sabia que todo o receio dos dois estava ligado ao fato de que eles tinham medo de se apegar, de confiarem tanto em alguém de novo e de se estabelecem com a fé de estarem seguros, apenas para serem abandonados outra vez. Os entendia mais nesse aspecto do que em qualquer outro.

Era por isso que deixou os dois em sua casa para uma noite de filmes e jogos e foi adquirir coisas essenciais para anima-los. O que se consistia de doces, aperitivos e bebidas, já que a menina tendia a sempre alimentar o irmão muito corretamente e alguém precisava ser a figura responsável por estraga-lo.

Tudo deu certo com essa parte do planejamento, já estava até voltando para incomoda-los, mas foi nesse momento em que ele viu a solução para acabar a carranca de raiva constante do Fushiguro mais novo.

Havia esse gatinho branco muito peludo escondido no final de um beco. Uma coisinha magrela, imunda e possivelmente sarnenta, mas que olhava para o mundo com seus grandes olhos azuis como se fosse o dono dele.

Alguma coisa o conquistou imediatamente nesse bichinho.

Portanto, considerando que o menino era apaixonado por animais, não hesitou em reivindicar o filhote e leva-lo consigo.

O gato não pareceu muito feliz com um estranho o agarrando pela nuca e fazendo mágica para aparecer em outro lugar, se seus miados e garras o atacando fossem algum indício. Mas ele logo percebeu que estava nas mãos de um predador muito maior e ficou quieto, apesar de resmungar baixinho.

Gojo estava se auto parabenizando pela ideia genial quando apareceu na porta de sua residência. Ele poderia aparecer do lado dos pirralhos para assusta-los, como sempre fazia? Sim, mas estava tentando ser legal aqui!

Nada poderia estragar sua noite, certo?

Errado.

Tinha alguma coisa diferente ali. Algo sutil, quase imperceptível, uma presença que quase conseguia se esconder completamente dos seus sentidos. Uma energia que não deixou rastros, porém que definitivamente não era como a característica da espécie humana.

Era algo que poderia inspirar medo no coração de legiões, como um predador natural que não se importa em anunciar que deve ser temido.

Não como ele, que esconde essa face e a disfarça com uma personalidade idiota, já que é o mais forte e amedrontar pessoas além do necessário não está em seus interesses.

Essa coisa terrível e perigosa estava dentro de sua casa, com as crianças como refém.

Havia esse canto em sua consciência que se sentia satisfeito com isso. Porque sabia que poderia liberar o pior de si para destruir essa ameaça e continuaria estando certo.

Tornou-se um detalhe estranhamente importante, estar certo.

Satoru deixou o gatinho e as compras no chão. Ele sorriu com a arrogância de um deus punitivo e fez o que fazia de melhor.

Foi transformar existências cruéis em partículas insignificantes.

Gojo se teleportou para dentro, diretamente para o ponto de concentração massiva de energia. Poderia se divertir com alguém assim, definitivamente, mas essa não era uma opção com os pirralhos no lugar.

Além de que se exibir na frente deles era sempre bom.

O que ele não esperava era que a criatura, mesmo com Tsumiki no colo, fosse capaz de antecipar onde ele ia aparecer e de se esquivar com certa graça. Fazendo parecer que ele surgiu para oferecer um cumprimento saudoso e não uma morte certa e violenta.

Isso lhe deu os segundos necessários para avaliar a situação com um melhor ponto de vista. Ambos estavam se contendo muito, cientes demais de como poderiam afetar crianças tão novas, considerando que uma delas era potencialmente fraca.

Essa era a certeza imediata que pode alcançar.

As outras coisas que percebeu eram detalhes de aparência, as únicas características que faltavam para sua avaliação. Não que fosse algo relevante, mas chamou sua atenção mesmo assim.

Era uma mulher muito mais baixa que ele, embora alta para aos padrões do gênero. Ela tinha cabelos mais curtos que os seus na maior parte da composição do penteado, com pequenos cachos. Vestia-se com uma venda escura envolvendo os olhos, blusa e tênis pretos, calça branca e escuros brincos pequenos que lhe lembravam desagradavelmente de Geto.

Era linda, sem dúvidas.

Tinha um corpo de lutadora que demonstrava mais força do que o seu fazia, mas ele nunca precisou de músculos para ser o melhor.

No entanto, foi a porra daquele sorriso que desencadeou a alegria inata e o coração galopante comuns de um humano apaixonado.

Uyara sempre tinha esse sorriso enorme e brilhante quando ficavam muito tempo longe um do outro.

- Himawari! - Satoru foi tomado por uma alegria infantil, nada novo. Os dois tendiam a sempre parecerem filhotes contentes um com o outro em reencontros.

As crianças estavam constrangidas por algum motivo. Kioku colocou a menina no chão conforme Megumi murmurava alguma coisa sobre "adultos melosos" e a irmã dele gentilmente o silenciava "para não atrapalhar manifestações de amor".

Eles não sabiam que eram tão óbvios.

Mas se uma troca de olhares foi o suficiente para os dois entenderam, Satoru se jogando nos braços da amiga como uma princesa resgatada foi mais do que precisavam ver.

O que fez com que as crianças fugissem da sala para evitarem um possível trauma. O deus mortal tendia a ser imprevisível e elas já sabiam disso.

O rosto dele automaticamente se escondeu na curva do pescoço dela em busca por um conforto que só o cheiro dela trazia. Podia senti-la fazendo o mesmo em si e reparou que nada a impediu.

Era engraçado a forma com que Uyara passava pelo seu filtro relacionado ao Infinity como se a barreira nem mesmo existisse.

Era bom estar em casa.

Mas, bem, Gojo pode ser uma pessoa rancorosa e, para variar, não restringiria seus impulsos, já que ela era alguém que conseguia aguenta-los.

Ele a mordeu com força, fazendo-a sangrar por pura vingança e quase garantindo que um pedaço de sua carne fosse arrancado por seus dentes no processo. Se afastou conforme a brasileira o empurrava para longe, soltando um gemido grutal, mas não hesitou em deixa-la ver seu sorriso manchado de escarlate conforme ela absorvia os indícios de sua insatisfação.

Isso considerando que ela podia ver alguma coisa por baixo daquela venda densa e escura.

Entretanto, sabia que ela conseguia entender a mensagem, estando cega ou não, e se excitava em vê-la contorcendo-se para conter aquela fera selvagem que se soltava apenas no sexo com ele. Era uma promessa de que a puniria por não ter voltando antes e a iniciativa não foi mal vista.

A energia positiva dela a impediu de manchar as próprias roupas com vermelho, regenerando-se o suficiente para não parecer que foi atacada por um animal, mas não o bastante para apagar a marca da ferida.

- Eu presumo que não estou recebendo uma reação pior por causa das crianças na sua casa. - Ela mordeu o próprio lábio, instável, bagunçou os cabelos em constrangimento e inclinou a cabeça para o lado, como se um pensamento interessante viesse daquela direção.

- Não tenho ideia do que você está falando. - Gojo respondeu com uma inocência perigosa, ciente que a amiga conseguia sentir a culpa que atribuía a ela.

Suas mãos desceram até os próprios bolsos, em uma pose relaxada que usava para confrontar inimigos. Em reação a isso Uyara apenas lhe ofereceu um sorriso preguiçoso e levantou os braços em sinal de rendição, pedindo por paz.

- Também estou feliz em ver você.

A forma com que ela disse isso, a alegria natural escondida por trás de tanta exaustão e estresse, fez com que baixasse a guarda um pouco.

- Não estava contente o bastante com seus novos amigos e carreira solo brilhante? - Sua voz saiu com ciúmes e um rancor infantil.

- Ah, não posso reclamar sobre isso. - Ela gesticulou em descaso. - Conheci algumas pessoas interessantes e estou em um caso digno do meu tempo. Mas, realmente, nunca estou contente o bastante desde, bem... - Mesmo com os olhos dela estando cobertos, era possível dizer que ela os desviou. - Você sabe.

E ele sabia.

Provavelmente era exatamente isso que Kioku estava tentando evitar ficando longe, essa sensação sufocante da realidade os confrontando com força agora que estavam um diante do outro e aquela presença estava faltando.

Seus ombros se ergueram juntos, como se não se importasse. Então, em uma tentativa inútil de esconder sua turbulência interna, Satoru apenas virou as costas para ela e se afastou caminhando em direção a porta.

Mas, mesmo magoado e com a ferida em seu coração ressonando agonia em cada batida, ele levantou sua mão com um aceno gentil e sussurrou:

- Okaeri*.

(...)

- Megumi-kuuuuunnnn!!!

Satoru chamou com o ânimo redesenhado em suas ações, batendo na porta do quarto, que agora era propriedade dos mais novos, como um lunático.

Uyara tomou a tarefa de preparar os acompanhamentos do filme com aquele toque de superioridade culinária dela. Não reclamaria. Não era sempre que podia desfrutar de quitutes do paraíso.

Logo, restou-lhe surpreender o pirralho com seu novo amigo.

O Fushiguro com potencial de verdade era uma criança muito solitária e isolada, sem o vínculo com a irmã provavelmente já teria se perdido em sua própria depressão e era por isso que esse passo era algo muito importante.

- O que foi? - A voz contrariada do mais novo murmurou depois de abrir a porta e espia-lo por uma pequena fresta.

- Tenho uma surpresa para você! <( ̄︶ ̄)>

Os olhinhos do pirralho brilharam, mas ao mesmo tempo seu cenho se franziu em desconfiança. Ele abriu mais a porta, o suficiente para deixa-lo entrar se quisesse.

- E o que é?

- Estenda as mãos e feche os olhos.

Megumi não dava espaço para discussões, maioria das vezes. Portanto para apressar o deus mortal e não dar a ele a satisfação de cair em suas provocações estranhas, apenas o obedeceu. Suas feições ainda estavam levemente irritadas, mas não podia negar sua ansiedade.

Não importa que conhecesse Satoru a meses e o homem sempre tenha estado mais do que disposto a suprir qualquer necessidade, ainda não havia se acostumado com a ideia de que alguém realmente estava disposto a dedicar tempo e cuidado a eles. Então sempre que coisas assim surgiam, seu coraçãozinho se contraia agradavelmente e não conseguia evitar que suas pequenas expectativas aparecessem.

- Ta-daann! - Gojo soltou o pequeno felino contrariado nas mãos de seu protegido.

Prometeu a si mesmo que o levaria em um veterinário na manhã seguinte, para ver se o animal estava com a saúde em dia e adquirir recursos para mantê-lo em casa, mas por enquanto não viu problemas em permitir que o menino conhecesse o novo companheiro.

Megumi abriu os olhos, se assustando com a criatura que aparentemente havia decidido que ele era um ponto de segurança contra a ameaça adulta e agora se agarrava ao seu corpo como se sua vida dependesse disso.

A expressão do Fushiguro era tão boa que não resistiu em alcançar seu celular e registrar o momento, coisa que ele nem percebeu por estar maravilhosamente distraído.

O menino mudou a posição do gato em seu colo como se ele fosse a coisa mais preciosa do mundo. O acariciou com uma leveza incrédula, como se a bola de pelos fosse desaparecer a qualquer instante e, ao som de ronronados, o pequeno sorriu com timidez.

Ele parecia estar em algum tipo de estado de choque.

- Obrigado. - A educação enraizada em sua criação o forçou a dizer, mas nem mesmo parecia que ele estava ciente de suas palavras. Como se o mundo houvesse ganhado outro eixo.

Era tão fodidamente precioso que Satoru achou que podia morrer ali.

Isso o deixou sem palavras, inclusive.

Então o abraçou com a força de uma mãe ursa amorosa. Tomando cuidado para não machucar o animal, é claro. E escutando Megumi reclamar, Gojo se afastou para bagunçar os cabelos dele.

- Vá lá mostra-lo para sua irmã. Eu vou encontrar algo na cozinha que ele possa comer. - O deus mortal parou com o contato físico e deu alguns passos para trás, com a intenção de deixa-lo em sua zona de conforto. - Use o banheiro para higieniza-lo se quiser que ele assista o filme conosco.

Com isso Satoru saiu antes de ouvir uma resposta, mas ficou observando-o por mais um tempo. O suficiente para vê-lo se iluminando com uma expressão mais relaxada antes de sair correndo, de volta para dentro do quarto com o intuito de compartilhar sua alegria com Tsumiki.

Tão fofo que queria gritar.

(...)

- E eu pensando que o hábito de resgatar bichos vadios houvesse acabado quando o clã percebeu que éramos nós trazendo todos os acréscimos a vida doméstica. - Uyara comentou, sorrindo enquanto fazia uma mistura elabora e triturada de peixe e outras coisas que nem sabia que tinha em casa.

- Não me lembre disso. - Ele suspirou dramaticamente, apoiando-se na bancada da cozinha enquanto esperava que ela terminasse. - Poucas vezes na minha vida eu me senti tão desrespeitado quanto naquela época.

- Pelo menos Sayuri-san reivindicou os animais e os manteve em segurança.

- Quem? - Satoru franziu o cenho em duvida, tentando se lembrar. Nunca foi um habito guardar o nome dos protegidos de seu clã, principalmente os mais distantes da família principal da qual ele fazia parte.

- Sayuri-san. A cozinheira da casa em Sendai que colaborava com o nosso trafico de doces. - Uyara se virou um pouco para olha-lo, enquanto transferia a comida de gato para um recipiente que serviria para alimentar seu novo inquilino.

- Oh... Eu pensei que ela havia morrido. - Diante do olhar julgador da mulher, despertou-se uma necessidade de se justificar. - É o que parece quando idosos desaparecem do nada.

- Ela se aposentou, mas nos envia caixas de biscoitos caseiros todos os anos em nossos aniversários e você só parou de comer os meus nas vezes em que eu não estava aqui quando ela passou a faze-los de chocolate muito amargo.

- Muitas coisas estão fazendo mais sentido agora. - Não divulgaria voluntariamente que acreditava que os biscoitos eram parte de algum serviço postal que haviam assinado quando eram crianças e que nunca questionou origem da entrega porque obras divinas não foram feitas para serem questionadas.  

A imagem de um sorriso gentil e de operações de assalto a cozinha divertidas passaram por sua mente.

Kioku pareceu estar avaliando se seu amigo era muito estúpido ou se ele sempre deixava os detalhes que não julgava importantes passarem por sua percepção. 

- Você não vai muito para as propriedades antigas do clã desde destruiu a mansão dos seus pais, não é?

Ela não precisava de uma resposta para saber que isso era um fato verídico.

(...)

Um dos poucos momentos em que Megumi não reclamava de sua falta de respeito por espaço pessoal era quando em que ele estava cansado demais para falar qualquer coisa. Como acontecia agora, uma vez que o mais novo acabou dormindo no final de uma longa maratona de filmes e deitou-se apoiado nele inconscientemente.

Tsumiki ainda estava um pouco acordada, mas parecia prestes a seguir o exemplo do garoto e adormecer no primeiro lugar em que seu rosto encostasse. Suki, como eles chamaram o felino, ronronava baixinho no conforto dos braços da menina.

Satoru se levantou com cuidado conforme os créditos de Wall-e passavam na tela, mexendo-se com leveza para não arriscar acordar o pirralho. Uyara, com os olhos descobertos e com o rosto manchado as lágrimas de sua sensibilidade cinematográfica, o observou curiosa, como se sua delicadeza com seres vivos fossem uma novidade.

- Vamos para a cama, dorminhoco. - Ele pegou o pequeno em seu colo, apoiando-o com um braço conforme esperava a irmã dele aproximar-se sonolenta para segurar sua mão.

- Eu não quero... dormir, pai. - Megumi murmurou abrindo os olhos levemente pelo movimento, mas obviamente sem muita consciência.

Seu corpo se paralisou por um instante e seus olhos procuraram pela amiga, como se quisesse confirmar o que ouviu.   

"É, o garoto te chamou de pai."  - Ela confirmou quase rindo de sua animação.

Satoru assentiu para isso, atordoado em êxtase e quase brilhando. Ele abraçou o menino com carinho e segurou a mãozinha da irmã dele com mais força, embora ela não parecesse ver a forma de tratamento com surpresa.

Caminhar com os dois até o quarto foi diferente dessa vez, mesmo que fosse um hábito frequente quando estavam juntos. Não sabia que seu coração poderia se contagiar tão tolamente por uma única palavra.

Gojo os colocou cada em sua devida cama, os cobriu e deixou que Suki se acomodasse junto do mais novo. Despediu-se com um boa noite sussurrado e apagou a luz antes de sair.

O caminho de volta até Uyara foi feito com mais lentidão, em apreciação ao calor de seu peito. Aquilo com certeza era a semente algo pela qual valia a pena viver: uma nova geração poderosa que o apoiasse e o ajudasse a limpar toda a merda definhadora dessa sociedade. Uma família que estaria ao seu lado na construção de um futuro melhor.

Kioku se levantou para segui-lo, em silencio conforme procuravam por um melhor nível de privacidade nas paredes de seu próprio quarto. Como em todas as vezes que entrava no cômodo, ele fez um pequeno exercício de foco, buscando se concentrar em lembranças de um bom passado anterior à Geto e não em cada fagulha de memória recente construida nesse lugar que fazia seu corpo se arrepiar e sua garganta se contrair.

- É tão estranho estar aqui só com você de novo... - Ela apertou com força a venda que segurava na mão. - Eu fico estendendo minha mente para alcançar as percepções dele, sempre me esqueço de que estamos sozinhos.

- Eu entendo. - Ele se sentou na própria cama, esticando-se com uma indiferença fingida que não convenceria a ninguém. - Ainda não me acostumei a não senti-lo por perto.

- E eu pensando que seria você a me proporcionar o meu primeiro coração partido. - A brasileira falou com um suspiro dramático e se jogou no lado desocupado do colchão, escondendo o próprio rosto no travesseiro mais próximo.

- Hey! Você é tão má, eu nunca faria isso!

Seu sorriso veio naturalmente e sua mão se moveu por pura memória muscular, em um habito que adquiriu pouco tempo depois de ganhar a liberdade de se expressar sexualmente com ela. O estalo do tapa que desferiu na bunda dela foi registrado antes de perceber sua ação, o que fez com que se retraísse imediatamente.

Não era mais a mesma coisa.

Nunca seria a mesma coisa.

Eles eram como um organismo deficiente de complemento vital. Arrastando-se em uma anemia que podiam atribuir ignorância, mas que as vezes tornava-se um peso desestabilizador do funcionamento coerente de suas vontades.

- Satoru. - Ela virou o rosto, olhando para ele como se sentisse seu corpo se reprimindo. O que era provável que realmente fazia. - Está tudo bem. Você ainda pode tocar em mim assim.

O deus mortal desviou o olhar, incerto. Contaminado pelos mesmos instintos idiotas de antes de avançarem no relacionamento, mas com a diferença de que sou outro ponto de anseio jamais voltaria a ser uma opção viável.

Sentir tanto era uma merda.

Perceber tudo era como manter uma carga de toneladas constantemente pressionada contra seu próprio crânio.

Ele era o mais forte, havia se aprimorado muito e evoluído para uma forma sem limites, invencível. No entanto, essa turbulência e essa sobrecarga faziam com que sentisse como se agulhas estivessem perfurando seus olhos por trás na porra de cada de segundo, de todo dia.

Sabia que conseguia lidar com isso, que poderia aguentar por toda uma eternidade, mas tal fato não impedia que se sentisse horrível consigo mesmo.

No fundo, a impotência para impedir as ações de Suguru drenava sua disposição a cada instante em que permanecia vivo. No fundo, ele havia se tornado uma maquina do extermínio como seus superiores desejavam e nada o enjoava mais.

Até era engraçado se lembrar de como deixavam a energia maldita vazar de seus corpos quando estavam um com o outro, como uma forma de expressão. Ridículo, mas que aliviava o acúmulo do poder imenso que carregavam.

Sentia falta disso.

Sentia falta de não seguir as regras aplicadas a feiticeiros comuns apenas porque podia, sentia falta de sentir que não perderia o controle, que não explodiria. Sentia falta de ter a certeza de que não destruiria vidas inocentes por um descuido. Sentia falta de Geto. Assim como da pessoa que era e que acreditava que poderia ser quando estava com ele.

O controlador de maldições era seu ponto de certeza. Um ponto que garantia que não se tornaria um monstro, que inquestionavelmente o fazia se sentir mais humano.

Ainda não havia encontrado um meio de viver como quem ele realmente era, sem uma âncora para lembra-lo dos valores que mais desejava defender. Ser o mais forte era um caminho solitário e desvirtuoso, repleto de desvios para tira-lo do foco e confundi-lo.

Satoru sentiu o corpo de sua amiga movendo-se ao seu lado, apenas para em seguida sentir mãos calejadas e quentes cobrirem seus olhos.

A escuridão o tomou em seguida. Não um resquício do domínio dela ou de seus encantos, mas aquela ausência de estímulos que sempre o aliviava.

Era por isso que usava óculos escuros desde jovem, por essa interrupção bem vinda que tornava as coisas mais simples de se suportar.

Uyara percebeu uma solitária lágrima salgada molhando seus dedos, mas não disse nada sobre isso. Ela apenas pegou sua própria venda e a usou como um substituto mais suave para essa forma de conforto.

O tecido macio e denso o envolveu conforme sentia os lábios dela beijando seus cabelos em uma carícia suave. Gojo piscou surpreso com a sensação do que agora escondia os seis olhos do mundo.

Era, sem dúvidas, algo muito melhor do que sua utensílio habitual.

- Acho que vai precisar mudar seu corte de cabelo para se ajustar melhor a uma venda, mas isso combina com você. - Ela sussurrou enquanto o abraçava por trás e apoiava o rosto em suas costas.

- É bom. - Admitiu, se sentindo pequeno. - No entanto essa venda é sua, vai precisar dela.

- Foi um presente do Suguru. - Kioku o apertou com mais força. - Algo de quando ele me procurou para ajuda-lo. Sei que você cuidaria bem dela.

O peso do tecido contra sua pele tornou-se mais significante com essas palavras.

- Talvez apenas até que eu encontre algo semelhante. - Ele se virou para voltar a contemplar sua face e levou uma das mãos até o queixo dela, demorando-se em movimentos sutis ali, por apreciação. - Você sempre ficou melhor vestida com as nossas coisas, afinal.

Surgiu-lhe então a contemplação de que talvez devesse se voltar para alguém forte, mas não necessariamente como ele, para estabelecer uma constante regra moral. Alguém que era bom, que sempre esteve ali e que, assim como sua energia demonstrava, não se importava em ser um pouco monstruosa.

Naquele momento ele entendeu algo que sempre soube, mas que nunca deu importância. Uyara era alguém que ele poderia seguir, uma líder que ajudaria a esculpir seu mundo ideal sem interesses individuais que o destruíssem.

Alguém com as qualidades que faltavam a sua personalidade ruim, uma figura de inspiração que podia oferecer algo além de força.

Ela era uma rainha pela qual seu joelhos se dobrariam sem que isso afetasse seu ego. Uma rainha que o reconhecia como deus, mas que nunca deixaria esse fato ofuscar sua própria soberania.

- Sabe, eu não estou vendo seus olhos, mas sinto sua expectativa. Está começando a me assustar, pare com isso! - Ela fingiu medo e tentou fugir para longe dele, sem realmente aplicar qualquer força significativa para isso.

- Estou apenas encaixando algumas peças em lugares de onde elas nunca deveriam ter saído. - Satoru aproximou seu próprio rosto do dela,  roçando seus narizes de uma maneira provocadora. - Voltamos o início, apenas nós dois contra o mundo, não é?

- Não me arrependo de nada, mas pode-se dizer que sim. - Ela lhe sorriu, inclinando-se levemente para beijar seus dedos.

- Então vamos fazer com que continue assim. Até aparecerem outras pessoas que, conosco, tenham uma força de impacto grandiosa o bastante para melhorar o mundo.

Não pessoas que encontrariam seus próprios meios e sim pessoas que os seguiriam, que revolucionariam o mundo de uma forma verdadeiramente significativa.

Iguais que não se perdessem, que mudassem as regras do jogo.

(...)

Era estranho provar de sua amiga sem que o outro estivesse ali para também reivindica-la. Parecia errado, impróprio. Entretanto, Satoru prometeu para si mesmo que transformaria esse em um novo vício exclusivo, um que bastasse para diminuir a necessidade latejante de suas veias e o presenteasse para o nirvana como em todas as outras vezes que estiveram juntos.

Eles se envolveram em um encontro de lábios, línguas e saliva. Suave, áspero, agressivo, violento, lento e saboroso. Estavam se reacostumando um com o outro, reconhecendo cada detalhe da pele nua e explorando uma vez mais casa ponto de prazer que descobriram nas aventuras anteriores.

O deus mortal, para extravasar cada gota de amargura que acumulou com a distância dela, ofereceu-lhe uma pequeno oferta de barganha. Uma tortura mínima para recomeçarem sem pendências ou dores que não envolvessem outras pessoas.

Ele possuía um certo gosto em fazer pessoas boazinhas quebrarem, em transforma-las em uma confusão de consciência, frágil e instável sem nem mesmo toca-las. Sabia que essa dinâmica não era algo funcional com Uyara e que ela era orgulhosa demais para implorar por sua parceiro nesse tipo de situação, então faria algumas modificações.

Nada angustiaria mais a brasileira do que não poder toca-lo como queria, de uma forma que não pudesse estabelecer controle ou pelo menos lutar por ele como desejasse. Kioku se deliciava em saboreá-lo e marca-lo, amava senti-lo em todas as formas imagináveis e nada a satisfazia mais do que apreciar os hematomas que deixava pelo corpo poderoso de seu companheiro.

Logo, toma-la com o Infinty ativo era uma punição boa o suficiente.

A técnica nunca funcionou muito bem com a mulher, para ela a barreira nem mesmo costumava estar presente e, quando a bloqueava propositalmente, não sentia que conseguia ser completamente eficaz. Nunca haveria um infinito entre os dois, em realidade ele se mostrava mais como uma distância bastante longa.

Mas tal informação não é muito relevante agora.

Estavam focados demais em outra coisa.

Pela primeira vez em muito tempo, Satoru devolveu o controle manual para sua proteção, brincando com os sentidos da amiga.

Inicialmente tratou-se apenas de uma provocação, uma apresentação da ideia enquanto levava Uyara a ficar impaciente.

E então ela concordou em prosseguir com seus planos.

A venda que Geto deu a ela ganhou a função de mordaça, abafando os sons que ela tentava inutilmente não deixar escapar. Transformando-a em uma visão nova e maravilhosa que gostaria de guardar para sempre, mas esse era apenas o primeiro passo.

Foi a partir daqui que começou a explorar a seus limites, como em um sonho coberto de luxuria em que as sensações escapavam em todas as vezes que estava próximo de conhecer o verdadeiro prazer.

Ele a tocou com a leveza de uma leve corrente de ar quando seu corpo implorava que usasse força, se deixou inalcançável mesmo estando a milímetros de distancia, estabeleceu um pressão insuportável quando era de se esperar que fosse delicado e usou de uma barreira completa quando, mesmo com os sentidos confusos, a deixou perto de gozar. 

Se abaixou com uma trilha de beijos molhados e se divertiu vendo as mãos dela desesperadas para agarra-lo, mas não chegando nem perto de toca-lo. Satoru ergueu suas pernas e provou a pele próxima de sua área sensível, deixando mordidas no interior de suas coxas e permitindo que ela sentisse seus dedos aventurando-se em seus grandes lábios.

Levou sua boca até a intimidade para prova-la e demorou-se ali, deleitando-se em vê-la se contorcer, por não senti-lo em nada além do calor de seu hálito.

- Itadakimasu*. - Ele sussurrou, porque sabia que a arrepiaria por completo.

Não conseguia entender o que ela respondeu para isso, pelo impedimento em sua boca, mas não era uma situação nova. Normalmente, suas ofensas dirigidas ao amigo durante o sexo já eram anteriormente abafadas por impedimentos maiores e mais interessantes.

Seu grito por resposta ao estímulo de sua língua continuava sendo um dos sons mais extraordinários de todo o mundo. Suas lágrimas de prazer davam um novo significado para o sentido de eroticidade. Ela é indescritível.

Gojo sentiu falta das manifestações do poder dela, mas tinha algumas teorias que justificavam essa ausência. Talvez ela estivesse se contendo para deixa-lo se divertir com o controle, talvez seu dom houvesse se tornado mais massivo e ela simplesmente não quisesse arriscar a integridade da mente das crianças.

Sabia que ela não estava contendo pensamentos relacionados a Geto. Uma parte sua o fazia acreditar que o controlador de maldições estava ali como em todas as outras vezes, que não os tocava pelo prazer de apenas observa-los enquanto se masturbava. Era isso que tornava mais suportável a ideia de transarem sem a presença da terceira ponta da trindade.

Não era a hora de pensar nisso, definitivamente.

O deus mortal deixou que seu Infinity fosse desativado para ela quando deslizou para dentro de seu corpo com seu pênis envolvido com preservativo. Incomumente, estabeleceu um ritmo lento mesmo que isso não lhe trouxesse o prazer físico que mais apreciava.

Era naquela tortura que concentrava sua atenção. Sexo nunca foi apenas enfiar o pau no recanto dos deuses e viva a alegria.

Ele gostou de vê-la agarrando-o com uma necessidade avassaladora que superava até mesmo sua urgência por fôlego e soltou um ruído grutal quando sentiu sua pele romper pelas unhas ralas de sua parceira gravando-se em suas costas.

Uyara estava com raiva, perdida em sua vontade de libertação. Manteve seu rosto perto do dela por pura provocação, segurando-a imóvel para garantir que ela não poderia ataca-lo, mesmo que seus olhos implorassem por isso.

Com a mão livre ele buscou por uma de suas nádegas para ajustar-se em uma posição melhor e puxa-la para mais perto, permitindo-se ir um pouco mais rápido para alívio próprio.

A brasileira rolou os olhos para trás, prendendo-o com as pernas para que ele nem mesmo ousasse pensar em se afastar. Ela buscou encara-lo com impaciência e abdicou de sua comportamento submissão, jogando sujo como sabia fazer perfeitamente.

Nunca entenderia a magia negra Uyara era capaz de fazer com seu próprio corpo, mas ela sabia contrair-se ao redor de um pênis de uma forma tão deliciosamente perfeita que demorou muito tempo para aprender a não gozar imediatamente em todas as vezes que foi apertado com essa maravilha. O que não impedia a ação de enlouquece-lo.

Satoru mordeu seu pescoço, tentando se segurar mesmo sabendo que não conseguiria.

Logo, ele deu a parceira exatamente o que ela queria e liberou a fera selvagem que habitava seu interior.

Tomara as crianças estejam em um sono profundo. Eles não foram o que pode-se chamar de discretos.

Entretanto, mais tarde, quando se embolaram um no outro embaixo das cobertas, satisfeitos como não estavam a muito tempo, encontraram a paz na única forma que a conheciam.

{...}

Okaeri: Bem vinda de volta.
Itadakimasu: Obrigado pela comida.

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