Antes do Pôr do Sol • jjk + p...

By thatsadaydream

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Jeon Jungkook sempre gostou de ter controle sobre sua vida, nunca se permitindo sair de sua zona de conforto... More

[01] Alvorecer
[02] Eta Carinae
[03] Garoa
[04] Tempestade
[05] Incandescência
[06] Explosão
[07] Lua cheia
[08] Imersão
[09] Meia noite
[10] Florescer
[11] Tornado
[12] Estrela Cadente
[13] Lua Nova
[14] Relâmpago
[15] Cosmos
[16] Caos
[17] Folha de acanto
[19] Verão
[20] Euforia
[21] Poeira Cósmica
[22] Lua Crescente
[23] Rosas amarelas
[24] Busan
[25] Ruptura
[26] Antes do Pôr do Sol
[27] Espinhos
[28] Perspectivas
[29] Castelo de Areia
[30] Controle
[31] Amor
[00] Era uma vez...
[00]² Personagens
[32] Silêncio

[18] Ardor

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By thatsadaydream

Depois de escolhermos uma garrafa de vinho e outra de soju, chamamos um carro e durante o trajeto até minha casa eu e Jimin não paramos de conversar. Conforme nos aproximamos do destino, fico ansioso ao pensar que ficaremos sozinhos. Mesmo que Jimin tenha ido há quase uma semana na casa de meus pais para conversar comigo, conversa essa que fez com que a gente se entendesse, ainda assim é a primeira vez que estamos indo para realmente ficarmos juntos.

- Vamos? - é o que pergunto para Jimin, assim que descemos do carro e paramos na calçada.

- Vamos. - ele responde, sorrindo para mim e meu coração acelera algumas batidas porque, meu deus, que sorriso bonito.

Entramos em minha casa, acendo as luzes e já tiramos nossos sapatos, deixando-os perto da porta. Uma parte minha espera meus pais saírem de alguma porta dramaticamente e começarem uma cena, perguntando porque Jimin está ali, mas está completamente silencioso. Aliviado, olho para Jimin, que analisa minha casa curiosamente.

- Ainda não me conformo como sua casa é grande e organizada. Tipo, dá pra ver como os detalhes são cuidadosos...

Por ser a casa na qual cresci e já estar acostumado com ela, nunca prestei muita atenção na decoração que minha mãe escolheu, muito menos no tamanho dela. As duas únicas outras casas que eu costumava frequentar são as de Hoseok e Daeshin, ambas maiores que a minha. Por isso, nunca percebi que a minha casa é maior do que o necessário.

- Minha mãe sempre está trocando as coisas aqui, então nem acompanho todas as mudanças que ela faz...

- Bem, ela tem um ótimo gosto. - parado, em pé ao lado de uma das estantes que há na sala, o olhar de Jimin me deixa um tanto nervoso, então digo:

- Está com fome?

- Sem nenhuma fome. - ele responde, dando alguns passos em minha direção. - E você?

- Estou de boa também. - digo, olhando para a cozinha. - Pode ficar à vontade, colocar alguma música para ouvirmos... Vou pegar taças pra gente.

Talvez seja meio óbvio como quase fujo de Jimin, caminhando até a cozinha e parando frente a pia. Claro que estou nervoso, é Jimin quem está ali na minha sala, nós dois estamos sozinhos aqui... Por mais que não tenhamos dito que é um encontro, saí com poucos caras que eu tinha interesse: Jaehyun, Daesung e Daeshin. Mas, o principal nem é isso, mas sim como Jimin é diferente de qualquer um deles. A maneira que Jimin me surpreende é novidade para mim, ao mesmo tempo que me encanta, me assusta.

Está tudo dando certo, relaxe.

Mas será que meus assuntos estão o deixando entediado? Às vezes falo demais de coisas desnecessárias.

Não posso pensar dessa maneira, tenho que viver o momento.

- Está tudo bem. - verbalizo o que quero tomar para mim mesmo como verdade, respirando fundo. Pego as taças e volto para sala, encontrando Jimin ainda de pé, olhando para os quadros apoiados em uma prateleira.

Mas, para minha surpresa, a música que toca de seu celular é bastante conhecida por mim. A voz grossa de Matt Berninger, vocalista do The National, canta a letra dramática de Sea of Love, uma de minhas músicas favoritas.

- Tomei liberdade de ouvir The National. Você gosta dessa música?

- É uma das que eu mais gosto, hyung. - respondo, sorrindo pequeno. Jimin sorri comigo e aponta para uma das fotos da prateleira, dizendo:

- Você sempre foi muito fofo. - na foto em questão, estou com quinze anos sorrindo ao lado de minha mãe.

- Foi tirada em Incheon, viajamos para lá porque seria o casamento de uma das filhas de um amigo do meu pai. - comento, olhando para a foto, um sorriso pequeno surgindo. - Eu lembro que foi um bom momento...

- Você parece realmente feliz na foto. - diz, voltando sua atenção para meu rosto, nos fazendo permanecer por alguns segundos nos encarando.

Estendo uma das taças para si e sentamos no chão da sala, em cima do tapete escuro que minha mãe colocou recentemente, apoiando as garrafas de bebida na mesinha de centro. Ele abre a garrafa de vinho, despejando um pouco em minha taça e depois na dele, enquanto eu mordo meu lábio, observando a cena. Brindamos fraco, sorrindo um para o outro e bebo, sentindo o gosto suave em meu paladar.

- Quantos shots seguidos você acha que consigo tomar de soju? - Jimin questiona, arqueando as sobrancelhas.

- Eu acho que uns... Uns cinco?

- Bem... Tem algum copo de shot para testarmos se está certo?

Sorrindo, vou até a cozinha pegar o copo e estendo para Jimin, voltando a sentar ao seu lado no tapete. Ele sorri, colocando o soju e fala:

- Vamos lá.

Conforme Jimin vai virando um shot, eu encho outro e ele toma sete seguidos, até balançar as mãos para eu parar. Acabo rindo pela sua expressão, os olhos fechados, como se sentisse dor.

- Você está bem? - pergunto, tocando em seu joelho delicadamente.

- Sim... Agora sua vez.

Eu consigo tomar cinco shots seguidos, o que me surpreende, já que imaginei que conseguiria tomar menos. O gosto de soju é forte em minha boca, então bebo mais um gole de vinho, sentindo o sabor da mistura em meus lábios.

- Não sou feito para beber tão rápido assim. - comento, vendo Jimin virar sua taça de vinho em um só gole. - Meu deus, hyung, você bebe muito rápido! Qual foi a primeira vez que bebeu?

- Foi com os meninos. - ele comenta, sorrindo com sua lembrança. - Tínhamos uns quatorze anos, eu acho. Foi na casa de Tae, sua mãe não passaria a noite lá e acabamos indo para a casa, fazer companhia. Levamos umas três garrafas de soju que Yoongi conseguiu pegar escondido de seus pais...

- Meu deus, três garrafas? Vocês ficaram bêbados?

- Sim, bastante. Foi engraçado e bom que estávamos em um lugar seguro, não foi no meio da rua, sabe?

- Sim, sem dúvidas. Óbvio que a primeira vez que bebi foi com Hoseok, acho que eu tinha quinze anos. Bebemos juntos na casa de Hobi, depois que os pais dele tinham ido dormir.

- Vocês foram ainda mais rebeldes que a gente. - ele ri e percebo que minha mão ainda está em contato com seu joelho, mas não me importo, pelo contrário. Continuo tocando com delicadeza, em uma carícia lenta.

- Já tive meus momentos de rebeldia.

- Ah, é mesmo? Quais?

Nossa conversa é formada por histórias constrangedoras de nosso passado, além de ser recheada com bastante álcool. Depois de matarmos uma garrafa de vinho e quase outra de soju, percebo que já, definitivamente, não estou nada sóbrio. Porém, Jimin bebeu muito mais do que eu, então ele também começa a demonstrar indícios de estar alcoolizado, o que é novo para mim, já que a única vez que Jimin esteve bêbado em minha frente foi na última festa que fomos. Ele tira algumas fotos pelo meu celular, dizendo que é para eu olhá-las apenas amanhã para conferir o resultado.

Com a voz arrastada evidenciando o álcool consumido, digo:

- Tem uma coisa que você me disse que contaria, hyung...

- O que, gatinho? - ele pergunta, seu rosto próximo do meu.

Em algum momento, minhas pernas foram parar no seu colo, então estou com as costas apoiadas no sofá e completamente virado para ele. Jimin parece ainda mais bonito com as bochechas vermelhas e os lábios também, provavelmente por conta do álcool.

Meu deus, Jimin é muito bonito...

- Sobre Jae. - volto a meu questionamento inicial, vendo sua expressão tornar-se incomodada.

- Você tem interesse por ele?

- O que? Eu quero saber sobre o que houve entre vocês...

- Eu sei... Mas você tem interesse por ele?

- Por que pergunta isso, hyung? Acha que eu tenho? - pergunto, franzindo as sobrancelhas.

- Eu... Eu só fico curioso. - ele diz, passando a mão no rosto e é evidente como ele parece incomodado com algo, mas rapidamente continua: - Você tá usando o fato de eu estar bêbado para me tirar informações!

- Claro que não. - respondo, minha voz um tanto manhosa e baixa. - Me responde, hyung...

Jimin fica olhando para meu rosto, sua mão tocando a minha panturrilha e sinto meu rosto queimar diante um olhar tão sério.

- Tá me manipulando! Tá querendo arrancar informações confidenciais minhas!

- Você disse que me falaria, hyung! - tento de novo, fazendo um bico com meus lábios. - Prometeu que me contaria se saíssemos juntos...

Sua outra mão vai até seu rosto mais uma vez, tocando como se pensasse em algo. Jimin suspira, voltando seu olhar para mim e diz:

- Então me dá um beijo e eu te conto.

Meu corpo se inclina de encontro ao seu, sorrindo contra seus lábios bonitos. Sua mão em minha panturrilha a acaricia calmamente e roço nossos lábios, sussurrando contra eles:

- Se me contar o que houve, eu te dou quantos beijos quiser.

- Ah, não faz isso comigo. - agora é Jimin quem possui um bico em seus lábios volumosos e sorrio, dando um selinho em sua boca e voltando a encostar meu corpo no sofá. - Tá bem... Quais são suas teorias?

- A minha primeira teoria é que apenas Yoongi e você sabem de algo que faz com que os dois tenham mais raiva de Jae. Seokjin e Tae não parecem nutrir a mesma raiva que vocês dois, então vocês sabem de algo que eles não.

- Nisso você está certo. - ele diz e me animo, continuando:

- Agora, sobre o que é exatamente... Minha teoria é que ficaram com o mesmo cara, já que Taehyung comentou comigo que vocês dois ficavam com muitos caras em comum. Mas não sei bem o que apenas você e Yoongi saberiam que Seokjin e Tae não...

- Nisso você está certo também, ficamos com o mesmo cara.

- Me conta de uma vez, Jimin! Sabe que eu sou curioso, ainda mais agora que estou bêbado... - bebo mais um gole de vinho, sentindo o gostinho doce. - Vai, por favor...

- Promete que isso fica entre nós? Só Yoongi sabe dessa história... - Jimin parece um tanto preocupado e apenas sorrio fraco, assentindo.

- Eu não quebraria sua confiança, hyung.

Um sorriso pequeno nasce em seu rosto, mas consigo notar como ele parece ansioso e, ao mesmo tempo, nervoso em falar. Suas mãos tocam agora minha coxa, como parece gostar de fazer, o toque quase me desconcentrando por ser muito bom. É gostoso sentir Jimin tão próximo a mim e parece que o álcool apenas potencializa essas sensações. Observo seu rosto bonito olhar para mim e ele dizer, cautelosamente:

- É como Taehyung te falou: ficávamos com alguns caras em comum, até mesmo alguns que supostamente eram héteros. Não tinham muitos gays assumidos, então acabávamos pegando os mesmos. - Jimin bebe mais um gole de soju antes de continuar: - Então, desde aí já havia uma rivalidade boba entre nós...

- Uma questão de ego, já que ficavam com os mesmos caras. - comento, recebendo um assentir de Jimin.

- Isso. Lembra que eu comentei que me envolvi um pouco mais sério com um cara? - respondo afirmativamente e ele continua: - O nome dele é Joochan. A gente sempre ficava e eu gostava dele... Ele era um dos caras que supostamente eram héteros, então era tudo escondido, mas algumas pessoas sabiam.

- Inclusive Jae. - suponho, sorrindo pequeno ao ver que estou certo.

- Sim, Jae sabia. Eu e Joochan nunca conversamos realmente sobre a relação que tínhamos, mas a gente se curtia, sabe?

Uma pequena ponta de ciúmes me invade, mas a ignoro, focando minha atenção em Jimin e em sua história.

- Mas... Bem... - Jimin fica alguns instantes em silêncio e bebe mais vinho, adiando a continuação de sua história.

- Se não se sentir confortável, não precisa contar...

- Não é isso, é que eu tenho vergonha! - diz, suas bochechas vermelhas.

É fofo ver Jimin assim, já que vergonha não é algo que ele demonstra normalmente. Solto uma risada fraca, tocando em seu rosto com a minha mão.

- Não precisa ter vergonha de mim, hyung. - falo a mais pura verdade, focando em seus olhos escuros.

Jimin assente, voltando a acariciar minha coxa e continua:

- Então teve uma festa, muita gente da escola foi... E bem...

- O que houve? - pergunto, curioso.

- Eu e Jae nos beijamos.

Eu estou muito bêbado ou Jimin acabou de dizer que beijou Jae? Tipo, beijou Jae, o cara com quem está sempre trocando farpas e brigando... Eles se beijaram?

Minha reação é arregalar os olhos e perguntar, completamente confuso:

- Você e Jae...

- Nos beijamos.

- Então vocês dois... Se beijaram...

- Sim.

- Mas tipo... Vocês dois realmente se beijaram? Com língua e tudo mais?

- Claro, Jungkook!

- Certo, então se beijaram. Mas então vocês dois se bei...

- Não pergunte de novo! - ele pergunta, o rosto tomado por vergonha. - A gente se trombou na festa, em um dos quartos e começamos a discutir, como normalmente fazíamos... Trocar algumas ofensas idiotas, esse tipo de coisa... Até que, do nada, os lábios dele pareceram muito atraentes e, quando vi, já estávamos nos pegando.

- Meu deus, estou muito surpreso. - confesso e não contenho uma risada escapar de meus lábios.

- Não ria! - ele me repreende, um tapa fraco sendo depositado em minha coxa.

- Jimin, me desculpe, mas pensar que vocês dois brigam hoje e já se beijaram... - arregalo meus olhos, olhando fixamente para seus olhos - Vocês chegaram a transar?

- Transar? Não, claro que não! - responde rapidamente. - Nos beijamos e, quando nos demos conta do que tinha acontecido, nos afastamos. Prometemos nunca contar para ninguém o que havia acontecido... Foi vergonhoso.

- E o que aconteceu depois disso?

- Yoongi percebeu que eu estava estranho, ele sempre foi muito observador... Um dia eu acabei contando o que tinha acontecido para ele, estava me sentindo mal por conta de Joochan também. Mas o pior foi que Jae, por ser um idiota, acabou contando para Joochan sobre nosso beijo.

- Por que ele fez isso?

- Eu não sei, mas provavelmente para me irritar. E não foi só isso... Claro que Joochan ficou com raiva de mim, então ficou com Jae! Mas não apenas se beijaram como transaram também. Depois Joochan me contou o que tinha acontecido, ele estava se sentindo mal... Eu e Joochan não ficamos mais depois disso

- E você ficou bravo...

- Sim, muito bravo. Fiquei mais bravo por Jae ter feito o que fez sem razão alguma, só para me irritar... Não demorei para contar para Tae e Seokjin que Jae e Joochan transaram.

- Só que eles não sabem da história toda, por isso acham ele idiota, mas não como você e Yoongi. - pontuo, recebendo um assentir seu.

- Isso, eles não sabem que Jae contou para Joochan sobre o nosso beijo quando tínhamos dito para não falar para ninguém... - Jimin passa as mãos no cabelo, lentamente. - Mas foi basicamente isso que houve.

- Então vocês dois se pegaram, ele acabou contando pro cara que você gostava, transou com esse cara e hoje se odeiam.

- Exatamente isso. Entende por que não gosto de falar disso? Me faz lembrar que beijei Jae...

- E ele beija bem? - pergunto, a fim de irritar Jimin, que arqueia a sobrancelha, aparentando estar incomodado e pergunta:

- Por que quer saber? Você quer beijar ele?

- Por que você acha que quero beijá-lo, hein? - retruco, vendo Jimin dar de ombros.

- Você gosta dele, acha ele legal, sempre o elogia...

- E você fica enciumado com a ideia de eu beijar Jae porque quer ele apenas para você?

Jimin me olha com irritação e dá mais um tapa, um pouco mais forte que o anterior, em minha perna, o que me leva a rir, abraçando seu pescoço com meus braços.

- Para de falar essas coisas!

- É engraçado te ver irritado...

- Pronto, agora já sabe o que houve. Não vai me beijar? - ele me puxa, trazendo meu corpo até seu colo, onde me encaixo, uma perna de cada lado do seu quadril.

- Ainda não... - respondo, esfregando meu nariz no seu.

- Por que está me torturando? - Jimin pergunta, fazendo uma expressão de dor e suas duas mãos vão até minha cintura. Permaneço com meus braços envolvendo seu pescoço, deixando nossos rostos próximos e respondo:

- Porque eu posso.

A música, que não faço ideia de qual seja, é o único som que preenche o espaço, nossos olhares focados um no outro. Os traços de Jimin são tão bonitos... É como se ele tivesse sido milimetricamente desenhado para ser atraente. Mas, além de bonito, Jimin é ridiculamente interessante.

Eu gosto de ouvir Jimin contando sobre sua vida, sejam histórias antigas ou pensamentos que tem, assim como gosto quando ele me faz questionamentos mais sérios ou mais descontraídos. Eu acho que simplesmente gosto de falar com Jimin, seja sobre o que for.

Mas eu também gosto dos nossos momentos em silêncio, onde apenas ficamos nos encarando ou cada um na sua, fazendo o que quer. Agora, ficamos nos encarando e, provavelmente, em qualquer outro momento, isso me deixaria envergonhado. Não é apenas por ter bebido bastante que não sinto vergonha, mas é porque percebo que gosto que Jimin me olhe. Gosto de saber que ele me encara, que presta atenção em mim e parece gostar do que vê, já que o olhar que me lança não é de desânimo ou algo do tipo.

Tenho curiosidade para saber mais da vida amorosa de Jimin, mesmo que ele já tenha me dito que nunca antes se apaixonou, quero entender como ele se envolve com os caras. Por isso, pergunto:

- Joochan foi o único cara com quem se envolveu sério?

- Não foi bem sério que nos envolvemos... Mas sim, o único. Nem antes, nem depois dele houve algum. - ele responde, suas mãos acariciando minha cintura. - Você se envolveu com alguns, não é? Lembro de me falar isso...

- Então... - sussurro contra seus lábios, sorrindo de canto. - Eu meio que menti quanto a isso.

- Mentiu? - Jimin arqueia uma sobrancelha, confuso.

- Acho que, da maneira que eu falei, pareceu que foram muitos, mas na verdade, não foram. - sem inibição alguma, começo a contar, como nunca antes pensei que falaria com tamanha naturalidade: - Eu beijei e transei com Jaehyun, o primo de Hobi que já comentei contigo. Depois que ele terminou tudo comigo, porque percebeu que eu estava me apegando, teve Daesung, mas saímos algumas vezes só e ele começou a gostar de mim, mas não era recíproco, então paramos de nos ver.

- Coitado.

- Ele era um amor, mas simplesmente não batia... E logo depois veio Daeshin. - digo, sabendo que, quando eu lhe contei, dei a entender que eram mais caras do que a realidade. - Eu transei com dois caras na minha vida, hyung... Com Jaehyun e com Daeshin.

- Não é como se você fosse inexperiente. Você namorou por bastante tempo, tenho certeza que transou várias vezes. - ele fala, sem pudor algum. - E, mesmo que fosse inexperiente, qual o problema? Estamos para experienciar as coisas caso sejam da nossa vontade, não?

- Eu me sinto inexperiente perto de você. - confesso, sentindo seus lábios roçarem nos meus.

- Eu já transei com muitos caras, isso é verdade. Não sei te dizer com quantos foram, muito menos quantos caras eu já beijei. - Jimin confessa e a lembrança disso não é boa, mas foco no carinho que faz em minha cintura. - E o que isso muda, gatinho?

Não quero que me ache sem graça, hyung. É o que tenho vontade de responder, mas não digo nada, apenas encosto nossas testas, apreciando quando suas mãos vão para debaixo de minha roupa, tocando diretamente a pele da minha cintura.

- Eu quero te perguntar uma coisa sobre isso... - Jimin começa, com a voz arrastada. Respondo em um murmúrio e ele diz: - Naquele dia no seu quarto... Eu comentei aquilo de sentir vontade de te foder, lembra?

É quase cômico a maneira relaxada com que ele diz tais palavras e acabo rindo baixo, sentindo qualquer desconforto e insegurança desaparecer. Jimin ri comigo e assinto, dizendo:

- Eu lembro, hyung...

- Eu me precipitei, nunca conversamos sobre isso. O que você prefere na hora de transar? Gosta de ser o ativo, o passivo ou os dois?

Dessa vez, nem o álcool e a presença de Jimin ajuda a disfarçar minha vergonha diante sua pergunta, sentindo minhas bochechas vermelhas. O único com quem já conversei sobre isso foi Hoseok e somos amigos há uma década. Eu sinto vontade de falar de maneira mais aberta sobre esses assuntos, mas sou pego de surpresa quando Jimin me pergunta algo tão naturalmente e por isso digo:

- Ai, Jimin... Você fala de maneira tão natural.

- Mas é natural... É sexo, gatinho... Porém, como sempre: se não quiser, não...

- Eu sei que não precisamos falar sobre isso. - o interrompo, esfregando nossos narizes. - Mas eu quero falar sobre isso, só preciso ter mais coragem, porque tenho vontade...

- Sou eu, gatinho, pode falar comigo sobre o que quiser.

Jimin não sabe que é justamente por ser ele que meu coração dispara e fico ansioso, querendo que ele goste de mim. Mas ele está certo: ainda é meu colega de quarto e amigo aqui, meu Jimin.

- Com Jaehyun, eu fiz os dois. Ele me disse que era bom experimentar para ver qual gostava mais.

- E qual foi sua conclusão?

Não me inibo diante seu questionamento feito quase como um sussurro, sua voz descendo alguns tons. Mesmo que a resposta deixe meu rosto queimando, algo na maneira que seus olhos curiosos me encaram, suas mãos tocando a pele de meu quadril de forma tão gostosa, só me faz expulsar a resposta, com a voz também baixa:

- Eu gosto de ser o passivo, hyung...

É óbvio como Jimin parece gostar da resposta, voltando a apertar a minha cintura com força, trazendo meu rosto de encontro ao seu, quase arrancando um beijo meu, mas interrompo no último instante quando pergunto:

- E você?

- Eu também já fiz os dois... - ele sussurra contra meus lábios, seu toque me desconcertando. - Mas gosto de ser o ativo, gatinho...

- Sorte a minha.

Não sei porque digo isso, mas a resposta é bastante óbvia: Jimin me faz ser impulsivo e com menos amarras em minha mente turbulenta, além do fato de termos bebido muito. Não consigo impedir a minha imaginação de lembrar dos toques de Jimin quando nos beijamos pela primeira vez, o toque de sua mão em meu corpo, descendo até alcançar meu pau... Assim como o toque da minha mão em contato com o seu, sentindo toda a extensão sendo masturbada por mim e os gemidos roucos que deixavam seus lábios.

- O que está pensando? - a pergunta de Jimin arranca um suspiro meu, porque o seu timing é inacreditável.

Sem receios em ser sincero e verbalizar meus pensamentos, digo:

- Em seu pau, Jimin... Estou pensando no seu pau e em como eu gostei de tocar nele aquele dia.

É imediato o efeito que minhas palavras ocasionam em Jimin: consigo ver traços de surpresa e excitação em seus olhos, além de sentir suas mãos em minha cintura ajeitando meu corpo em cima do seu, deixando exatamente sentado em cima de sua virilha. Mordo meu lábio, sentindo meu quadril se movimentar involuntariamente, começando a rebolar sem força. Seu toque é mais firme que antes, suas mãos descendo até encontrar minha bunda e a aperta, por cima da calça que visto, me arrancando um ofegar surpreso e excitado.

- E o que gostaria de fazer com meu pau, gatinho?

- Muitas coisas, hyung... - sussurro, meus olhos semicerrados encarando os seus atentos. Sinto meu próprio pau endurecer com as imagens que se formam em minha cabeça, sem que eu queira controlá-las. - Mas sinto vontade de senti-lo contra meus dedos novamente... Sinto vontade de sentir não apenas com minhas mãos, mas com minha boca também...

- Ah, é? Sente vontade de me chupar, Jungkook?

O fato de falar meu nome de forma tão rouca e o tom carregado de tesão apenas contribui para meu quadril se mover lentamente em cima do seu corpo, todo meu peso sendo depositado em seu colo, sem me importar se sou muito pesado ou não. Apenas quero sentir Jimin de verdade, sentir seu membro endurecendo abaixo de mim e respondo, a voz baixa assim como a dele:

- Sim... Eu quero muito te chupar, Jimin...

- Sabe que é uma das coisas que mais imagino com você? - Jimin morde lentamente meu lábio inferior, um gemido baixo escapando de minha boca. - Eu gosto de te imaginar ajoelhado para mim, gatinho, com esses seus olhos redondos me encarando ali de baixo enquanto me chupa com vontade...

- Não fala isso, hyung... - meu quadril se movimenta com mais força em cima dele, sentindo seu membro ainda mais desperto.

Jimin parece que quer acabar com meu psicológico quando diz algo assim, porque só consigo gemer ao imaginar seu olhar superior ao meu, comigo ajoelhado à sua frente. A cena me faz latejar, arfares saindo de meus lábios.

- Você gosta de imaginar isso, Jungkook? - sua voz provocadora é acompanhada de sua mão que solta minha bunda para ir até meu pau, apertando-o por cima da calça e um gemido mais alto escapa. - Do jeito que está duro, acho que gosta bastante, não? - solta uma risada fraca e sinto minhas bochechas corarem por ficar duro tão rapidamente, mas gosto da sensação que suas palavras me causam e com a voz mais séria diz: - Levanta o quadril.

Tomo um impulso e me apoio em meus joelhos, ansioso para o que ele vai fazer. Não demora para Jimin levantar o próprio quadril, desafivelando o cinto de sua calça e a cena me faz morder o lábio, excitado. Depois de tirar o cinto, ele abre o zíper, descendo-a alguns centímetros, mostrando sua boxer vermelha cobrindo seu pau e percebo que sua situação não é diferente da minha, ele também está completamente duro.

Meu próprio pau pulsa com a imagem, quase implorando por algum tipo de alívio e, ouvindo ou não meu arfar frustrado, Jimin leva suas mãos até o zíper de minha calça, descendo-o. A ansiedade me faz ficar observando suas mãos pequenas, segurando minha calça e começando a descê-la, sem pressa. Quando desce o suficiente para revelar minha boxer preta, ele segura em minha cintura, voltando a sentar meu corpo em seu colo.

Minha bunda se encaixa exatamente onde está seu membro coberto apenas pela boxer que veste e o contato é óbvio, consigo sentir perfeitamente a sua dureza. Minhas duas mãos vão até seu peitoral, sentindo os músculos cobertos pela camisa que veste. Porém, ainda não é o suficiente, não quando tenho as lembranças de sentir seus toques em mim e poder tocá-lo diretamente, querendo repetir urgentemente.

- Você não me respondeu. - Jimin fala sério, suas duas mãos voltando a se alojar em minha bunda. - Gosta de se imaginar me chupando, gatinho?

- S-Sim, hyung, eu gosto... - falo um pouco atordoado pelo beijo que deixa em meu pescoço, suspirando.

- Gosta do que? Me fala com as palavras exatas...

- Gosto de imaginar seu pau na minha boca, Jimin. - falo sem pudor algum, sentindo minhas bochechas quentes, assim como meu corpo está. Meus olhos semicerrados capturam o instante em que Jimin arrastada meu quadril, me posicionado em suas coxas e solta minha bunda, levando suas mãos até sua boxer e a abaixando, mostrando seu pau rodeado por veias e tão molhado quanto duro, evidenciando sua excitação. A imagem me faz salivar, lembrando da sensação de senti-lo tão próximo e contenho o impulso de o tocar, pressionando minhas mãos em seu peitoral.

- E o que pensa em fazer com ele, Jungkook?

- Eu... - me perco nas palavras ao ver sua mão começar a movimentar seu membro, para cima e para baixo num ritmo lento, enquanto seu olhar se mantém fixo em meu rosto. Ele vai se tocar na minha frente? Só de imaginar que é isso que está para acontecer, um gemido baixo me escapa, quase me fazendo praguejar comigo mesmo por me atingir com tão pouco vindo de Jimin.

- Responde, gatinho. - aperta com sua outra mão minha coxa, como em um ato de repreensão.

- Primeiro, eu quero tocá-lo lentamente, hyung. - mesmo com as bochechas vermelhas, a excitação que flui em mim é maior que qualquer vergonha, talvez resultado do álcool que bebemos juntos e tesão que sinto me dominar nesse momento. - Porque eu quero sentir mais uma vez o seu pau bem devagar...

- E depois? - sua voz rouca é acompanhada do ritmo de sua mão, trabalhando constantemente em sua extensão, mas ainda de forma lenta. Meu deus...

- Como você é gostoso... - verbalizo meus pensamentos em um sussuro, meus lábios sendo maltratados por meus dentinhos grandes, incapaz de me manter parado diante a cena que se passa à minha frente. Meu quadril age sozinho, rebolando sem força em suas coxas grossas e malhadas.

- Sou? - a maneira que Jimin pergunta deixa óbvio que ele sabe bem a resposta, recebendo um assentir meu. - Então me responde, gatinho.

- Eu... - a acústica de sons que saem de seus lábios e do barulho de sua masturbação não ajuda em minha concentração, mas ainda assim tento: - Eu quero me ajoelhar para você, pronto para fazer o que você quiser que eu faça. O que quer que eu faça, Jimin?

Mais uma vez, sua mão aperta minha coxa com mais força, gesto esse que me faz olhar para seu rosto, encontrando seu olhar escuro e sério em minha direção, então diz:

- Olha para mim, Jungkook.

Não é a primeira e com certeza não é a última vez que penso em como Jimin é bonito. É provável que minha opinião esteja enviesada por conta dos meus sentimentos por ele, mas sem dúvidas Park Jimin é a pessoa mais bonita que eu já conheci. Há algo em seu rosto bonito que me chama atenção como nenhum outro, levando a meus olhos não desviarem dele.

Suas bochechas estão pintadas de vermelho, mas sei que, diferente de mim que é por vergonha, Jimin está vermelho por conta do vinho e do tesão que sente. Há alguns filetes de suor em sua testa, seus cabelos loiros bagunçados apenas lhe dão um ar ainda mais sensual e os lábios tão cheios...

- O que eu quero que você faça? - sua voz me traz novamente a realidade e quase levo meu olhar até seu pau, mas o mantenho fixo em seu rosto, descontando meu tesão em seu abdômen, descendo minhas mãos lentamente.

- I-Isso...

- Eu quero sentir meu pau sendo engolido por essa sua boquinha bonita, Jungkook... - a mão, antes em minha coxa, sobe até meu rosto, tocando meu lábio inferior e suspiro, anestesiado pelo toque. - Bem devagar, até tocar na sua garganta... E depois quero foder sua boca, gatinho, bem fundo e bem forte...

Ah, meu deus...

Praticamente choramingo diante suas palavras, tanto por tesão quanto porque não obtenho nenhum alívio e vê-lo se tocando tão descaradamente na minha frente não ajuda. Com a voz baixa, quase sussurrada, peço:

- Eu quero, Jimin... Me deixa te olhar...

O pedido sai como uma súplica e consigo notar como seus olhos parecem ainda mais desejosos diante minhas palavras. Ele assente devagar, levando sua mão novamente para minha coxa e suspiro aliviado, descendo meu olhar até suas mãos trabalhando com afinco em seu pau, punhetando com ainda mais intensidade que antes. A imagem só me faz pulsar e quase levo minhas mãos até minha boxer, mas contenho minha vontade. Em resposta, subo minhas mãos até seus cabelos da nuca, os puxando sem muita delicadeza, vendo o sorriso mínimo que surge em seu rosto.

Mas, para minha surpresa, os movimentos em seu membro param e franzo as sobrancelhas, confuso. Sua mão, antes em minha coxa, vai até seu pau e o indicador rodea lentamente sua glande, capturando todo o pré-gozo, me fazendo subir meu olhar novamente para seu rosto.

Jimin mantém a expressão séria, mas praticamente letárgica, dominando suas feições, enquanto larga seu pau, fazendo seu dedo completamente molhado por pré-gozo pairar frente ao meu lábio. É como se ele analisasse meu rosto esperando algum sinal de desagrado, mas apenas consigo sentir meus olhos brilhando olhando para seu dedo e é o suficiente para sentir o toque do seu indicador em meu lábio inferior.

Ele esfrega seu dedo molhado em meu lábio, como se me passasse um batom, bem devagar. Em resposta, meu corpo todo reage: minha ereção enrijece um pouco mais (como se fosse possível), meu quadril se movimenta um pouco mais rápido sem que eu controle e um gemido baixo escapa de minha boca, o mais audível até agora.

Nem se eu quisesse conseguiria frear essas sensações, não quando seu olhar firme em minha direção, observando o próprio dedo molhando meus lábios, me dá ainda mais tesão. Meu corpo todo pega fogo, como se houvesse um ardor queimando-me por completo, mas a sensação não é assustadora, ao menos não nesse instante. Agora, eu sinto calor e tesão, em uma mistura perigosa, mas tão boa. É um desejo fugaz, intenso que me faz mover meu quadril ainda com mais força, meu corpo todo reagindo ao seu toque.

- Eu quero esfregar meu pau assim em você. - Jimin quebra o silêncio, empurrando seu dedo para dentro de minha boca. Sinto o gosto do pré-gozo em minha língua, não contendo a vontade de chupar seu dedo, rodeando-o com minha língua. É a vez de Jimin morder seu lábio e dizer: - Depois quero te ver me chupando dessa maneira, Jungkook...

Suas palavras me servem de incentivo para chupar seu indicador com ainda mais intensidade, imaginando que é seu membro ali. Talvez seja porque não transo há um bom tempo; talvez seja porque estou bêbado e, consequentemente, com mais tesão; talvez seja porque é Park Jimin quem está aqui comigo, me deixando chupar seu dedo como se estivesse chupando seu pau. Não sei dizer o motivo exato, se é que existe um apenas ou se é uma junção de todos esses, mas sei que é como se o tesão em mim começasse a ganhar ainda mais força e acabo por não me conter, levando minha mão até minha boxer, baixando-a até encontrar meu membro.

O mínimo contato entre minha mão e meu pau é o suficiente para um gemido ser engolido pelo dedo de Jimin, que se movimenta em minha boca. O som parece lhe causar um efeito positivo, já que ele une ao seu dedo indicador o dedo do meio, os dois explorando minha boca. O ritmo de minha mão em meu pau não é lento, já começo a me punhetar com força, sentindo o quão molhado estou.

- Não consegue se conter, não é mesmo, Jungkook? - uma risada cínica sai de sua boca e minha bochechas queimam de vergonha, mas é uma excitação que gosto. - É só ter algo na boca que fica desse jeito...

Vejo sua mão voltando a masturbar seu pau e a junção tanto física, quanto sonora e visual que tenho no momento me faz ter a certeza que não vou demorar para gozar. Jimin movimenta seus dedos em minha boca como se realmente a estivesse fodendo, minha saliva saindo em abundância e molhando não apenas seus dedos, mas também os cantos de minha boca, por onde ela escorre.

Após isso, os gemidos que saem de meus lábios e os de Jimin, além do típico som que a masturbação que fazemos em nossos membros, é o suficiente para meus olhos quase fecharem, uma sensação conhecida por mim começando a tomar meus sentidos. Forço os meus olhos a se manterem abertos, não desviando do rosto bonito de Jimin, capturando seus detalhes, servindo como incentivo para mim.

- Goza pra mim. - assim que as palavras deixam seus lábios atraentes, é como se meu corpo todo reagisse, chegando a um ápice abrupto. Um gemido arrastado e manhoso escapa de minha boca, abafado pelo movimento ainda presente de seus dedos, meus olhos não desviando dos de Jimin, semicerrados, mas atentos às minhas expressões enquanto a consequência desse momento íntimo entre nós se faz presente e deixo todo meu gozo sair, minha mente sendo tomada por um estado de quase estupor diante o prazer súbito e intenso que sinto, irradiando por cada parte de meu corpo.

Não demora para ouvir a masturbação de Jimin tornar-se mais afoita, assim como seus gemidos serem mais altos e, no exato instante que seus lábios soltam um gemido mais grave, entendo que ele gozou também, nossas respirações atrapalhadas e a música de fundo sendo os únicos sons no ambiente. Seus dedos param de se mover em minha boca, escorregando para fora dela lentamente, parando em minha coxa.

- Ei.

- O que foi? - pergunto, quase jogando meu corpo por cima de Jimin.

- Temos que limpar essa bagunça. - Jimin diz, a respiração ainda tentando se regular. Fecho os olhos, negando com a cabeça.

- Vamos ficar um pouco quietos...

- Para um cara organizado, você é bastante preguiçoso depois que goza. - o tom divertido em sua fala me faz sorrir pequeno, mas tento manter uma expressão fechada.

- Você é chato comigo! Também está bêbado, por que não entende meu sofrimento para sair daqui nesse momento?

- Eu sei que gosta de ficar em meu colo, gatinho, saiba que gosto também de sentir você em cima de mim. - Jimin não perde a chance de me deixar envergonhado, arrancando uma risada baixa minha. - Mas precisamos nos limpar...

- Você é muito chato. - repito minha fala, arrumando minha calça enquanto saio do seu colo.

- Não fala assim. - ele puxa minha blusa, deixando um beijo em meus lábios. - Agora, vamos.

Caminhamos até o banheiro, lavando as mãos e arrumando nossa roupa. Assim que estamos, na medida do possível, limpos, voltamos para a sala e percebo como o orgasmo acabou completamente com minhas energias. Dessa vez, sentamos no sofá e Jimin coloca um filme de terror para assistirmos, não demorando para que eu encoste minha cabeça em seu ombro.

- Eu amei essa noite. - acabo dizendo, completamente sonolento, mas feliz demais para guardar esse sentimento apenas para mim.

- Gostou tanto da punheta assim?

- Não é isso, chato. - reclamo, batendo fraco em seu peito. - Eu gostei de estar com você.

É, certeza que estou bêbado. Não porque não falaria algo assim sóbrio, embora ser sincero com Jimin acerca dos sentimentos que sua companhia me traz seja ainda algo difícil. Mas a serenidade e bem estar que sinto agora é maior do que qualquer medo que normalmente tenho, por isso não inibo as palavras sinceras saírem de minha boca.

Como não consigo ver o rosto de Jimin na posição que temos, não sei dizer como ele reage diante minha fala, percebendo que ficamos alguns segundos em silêncio. Temendo ter dito algo errado e fora de hora, começo a repensar minhas palavras, mas Jimin interrompe meus pensamentos ao dizer, baixo:

- Eu amo estar com você, Jungkook.

A sua escolha em dizer meu nome ao invés do apelido que meu deu é como se fizesse uma diferença gigantesca para mim. Porque, ouvir meu nome sendo dito de maneira tão sincera e séria, juntamente com as palavras que fazem meu coração acelerar e um sorriso pequeno nascer em meus lábios, é absurdamente aconchegante.

É com suas palavras fixas em meus pensamentos que adormeço, sentindo a ressaca invadir meu corpo quando meus olhos se abrem, além de sentir meus músculos. Aos poucos, percebo que a causa da dor é pela posição que me encontro: deitado no sofá, com Jimin atrás de mim, seu braço envolvendo minha cintura e seu rosto enterrado em meu pescoço.

Estamos deitados de conchinha?

O sol invade as janelas da sala, iluminando o ambiente e consigo sentir a minha cabeça apenas doer ainda mais diante a luminosidade. Por que ressaca existe?

- Gatinho?

A voz rouca de mim em minha orelha arrepia meu corpo, deixando um sorriso pequeno em meu rosto. Murmuro em resposta, recebendo um apertar um pouco mais forte em minha cintura e sua voz dizendo:

- Que horas seus pais chegam?

- Acho que mais para tarde, umas cinco horas, não sei? - ainda sonolento, sinto o carinho que seus dedos deixam em minha cintura, com os olhos fechados.

- Se aquele seu relógio ali estiver certo, já são quase quinze para às três da tarde...

Imediatamente, meus olhos se arregalam e olho para o relógio em cima da prateleira, vendo que ele marca duas e quarenta e dois da tarde, sentindo meu corpo imediatamente ficar alerta.

Meus pais chegam em menos de duas horas...

- Meu deus, temos que nos mexer! - digo, acabando por sair do abraço de Jimin, sentindo minha cabeça rodar assim que sento no sofá. - Tem que arrumar ainda essa sala, tomar banho, meu deus...

- Ei, gatinho, calma. - Jimin diz, sentando ao meu lado no sofá. Observo seu rosto bonito com algumas olheiras marcando embaixo de seus olhos e seu rosto inchado, sem deixar de notar como ele ainda é bonito, mesmo tendo acabado de acordar. - Dá tempo de fazer tudo isso...

- Eles podem chegar antes, Jimin, não podem nos pegar assim. - falo, sentindo meu estômago roncar de fome e acho que Jimin também escuta, já que ele segura meu rosto, mantendo-o olhando para si e diz:

- Vamos fazer assim: vai tomar banho enquanto eu arrumo algo para comermos, pode ser?

- Tudo bem. Nesse banheiro aqui embaixo, tem algumas escovas de dente fechadas, pode usar uma. - respondo, vendo o sorriso de Jimin e fico por alguns instantes parado, esperando ele me beijar, mas Jimin apenas fica me olhando como se não entendesse minha reação e suspiro, indo até meu quarto.

Meu banho é relativamente rápido, sentindo meus músculos se relaxarem pela noite mal dormida no sofá. Mal dormida em partes, já que dormir perto de Jimin tornou-se um dos meus conceitos favoritos.

Sorrio enquanto passo o shampoo, lembrando dos toques de suas mãos em mim, seus beijos e os sorrisos trocados durante a noite. A felicidade misturada com excitação é demais para mim, meu coração, ao mesmo tempo que parece calmo e relaxado na presença de Jimin, acelera sempre que ele me lança seu sorriso de canto. Meu deus, essas sensações são fortes demais para mim.

É mais do que consigo lidar.

De banho tomado e dentes escovados, visto uma bermuda que vai até um pouco acima do meu joelho e uma camiseta leve, sabendo que vou sentir calor. Ao descer as escadas, percebo que a sala já está arrumada, sem sinais de garrafas de bebida, como se não tivesse sido usada. Jimin está na cozinha e fico alguns instantes parado na entrada, observando ele terminar de cortar alguns morangos.

- Que susto, Jungkook! - ele exclama assim que pousa os olhos em mim.

- Achei que eu fosse mais bonito. - comento, caminhando até a bancada.

- Você é lindo, mas anda de forma muito silenciosa. - claro que minhas bochechas coram diante seu elogio, observando as frutas cortadas em dois pratos. - Vamos comer de maneira saudável hoje, certo? Para recuperarmos dessa ressaca, temos que comer bem e beber muita água.

- Está certíssimo. - pego água para beber, tomando três copos seguidos. - Não percebi que estava com tanta sede.

- E continue tomando. Aqui, seu prato. - ele me estende um prato cheio de frutas em pedaços: morango, banana, uva e laranja.

- Obrigado, hyung. - sorrio pequeno, pegando meu prato. - Vamos comer lá na sala de jantar.

Sentamos lado a lado e percebo como estou com fome, devorando as frutas com gosto. Ele come de maneira mais contida, pouco a pouco, então me sinto um tanto envergonhado pela forma quase desesperada que coloco as frutas em minha boca, mas estou com fome demais.

- Você dormiu rápido? - questiono, tomando água.

- Um pouco depois que você. - responde, como se estivesse feliz por isso e explica: - Tenho um pouco de dificuldade para dormir, então dormir rápido sempre me deixa feliz.

- Eu já notei que você acorda cedo e vai dormir tarde. - normalmente Jimin acorda antes que eu, raramente acontece o contrário. - Precisa dormir bem, hyung. Que bom que conseguiu dormir rápido ontem...

- Eu durmo rápido quando estou com você. - sua voz é baixa, mas as palavras são claras e me deixam corado. - Todas as vezes que dormi ao seu lado, não demorei para cair no sono.

Nossos olhos não se desgrudam e observo os traços bonitos de Jimin parecendo transmitir algo que não consigo identificar, logo desviando o olhar de mim ao dizer:

- Agora é melhor eu ir.

Apesar de saber que Jimin precisa ir embora, talvez por ter me acostumado a dividir o quarto com ele ou apenas porque gosto de sua presença, fico triste ao perceber que nos separaremos.

Acho que sou muito emocionado, meu deus.

- Eu te levo até a porta. - falo, vendo Jimin se levantar da cadeira e imito sua atitude, nós dois caminhando em silêncio até a porta. Eu a abro e Jimin sai, virando o corpo para mim, nosso olhar grudado um no outro.

Eu quero dizer que ontem foi especial para mim, por tudo que aconteceu. Quero dizer como sua companhia é importante para mim, como me faz bem e me arranca sorrisos genuínos. Dizer como gosto de ouvir suas histórias e conversar contigo, que beber com ele é sinônimo de diversão garantida. Mostrar que seus toques em minha pele tornaram-se essenciais para mim e que seu gemido é um dos sons que mais gosto de ouvir.

O olhar que dou para Jimin tenta transmitir todos esses pensamentos que parecem íntimos demais para serem compartilhados. Acompanho o sorriso de canto surgir em seus lábios que tanto beijei ontem e fala:

- Posso te beijar?

Diante meu silêncio por conta de minha surpresa, ele completa:

- Juro que escovei os dentes...

- Claro que eu quero te beijar. - acabo rindo de sua fala, vendo suas mãos irem de encontro a minha cintura, como sempre faz e eu levo minhas mãos até seus cabelos. Nosso rosto se aproxima e nossos lábios se tocam, conseguindo sentir o gosto das frutas que comemos no beijo que trocamos, nas nossas línguas se entrelaçando e suspiros baixos sendo deixados por mim.

Nossos lábios se afastam quando o ar faz falta e encostamos nossas testas, permanecendo assim por alguns instantes.

- Então até mais, gatinho. - Jimin sussurra, seu carinho em minha cintura me relaxando.

- Até, Jimin. Me avisa quando chegar. - peço, recebendo um assentir seu.

Jimin larga minha cintura, sorrindo para mim enquanto dá alguns passos para trás e meu coração aperta, porque já sinto sua falta. Seus cabelos bagunçados ficam ainda mais bonitos no sol e ele acena, andando de costas para mim até virar a rua e fico alguns instantes parado, pensando apenas em uma única coisa.

Eu estou fodido.

E não é nem da maneira que gostaria de ser, é fodido no sentido de meu coração continuar acelerando que nem um louco na presença de Jimin e não deveria ser assim. Ele já deveria estar acostumado a Jimin, começando a deixar esse sentimento ir embora, não? Essa foi minha intenção ao aceitar me relacionar com Jimin dessa maneira.

Fecho a porta, indo até a cozinha e assim que pego nossos pratos para lavar, ouço a porta se abrindo, não demorando para ver a figura de Jina surgir na entrada da cozinha.

- Não sabia que viria hoje. - comento, indo até a pia.

- Seus pais me pediram para vim, já que estaria sozinho e poderia precisar de algo. - ela comenta e algo em sua voz me faz olhá-la, vendo como seu olhar está sério em minha direção.

- Está tudo bem? - questiono, incomodado.

- Quem é o rapaz que estava beijando na porta?

Meu corpo gela e não digo nada, só pensando em como realmente estou fodido.

Jina é estranha, a maneira que me olha, como sempre parece estar à espreita esperando o momento de atacar. Meu coração acelera, não da maneira que o faz quando estou com Jimin, mas sim da maneira ruim.

- É um amigo meu. - tento ser vago, não demonstrando que o assunto me incomoda. Continuo a lavar a louça, mas obviamente Jina não se convence, caminhando para perto de mim.

- Seus pais o conhecem?

- Meus pais não precisam conhecer os caras com quem me relaciono, não é? - um tanto grosseiro, solto o questionamento, mas ela não parece nada incomodada.

- Você brinca com fogo, Jungkook. - sua voz não é grosseira, mas sim fria e estranho ela não me chamar por "senhor", como costuma fazer. Além disso, é como se sua pose de "boa moça", sendo reservada e quieta, sumisse, dando um espaço para uma figura muito mais séria. - Parece que não conhece os pais que têm.

- Do que está falando? - pergunto, desligando a torneira e viro meu corpo para Jina.

- Aquele era Park Jimin, não era? - minha falta de resposta parece ser o suficiente para ela, que continua: - Óbvio que é Park Jimin. A maneira que reagiu quando seu pai citou o que descobriu sobre a vida de Park Jimin foi bastante clara...

- Você estava ouvindo? - sem acreditar, cruzo os braços.

- As paredes têm olhos e ouvidos. - Jina responde, não se afetando pela minha irritação. - Se eu fosse você, tomava cuidado, Jungkook. Conselho de uma pessoa que sabe do que está falando...

- O que quer dizer com isso?

- Não é óbvio? - ela dá uma risada fraca, incrédula. - Acha mesmo que seus pais vão lidar bem com o fato de você estar aos beijos com um cara que não é do mesmo ciclo que vocês?

- Não tenho porque discutir isso com você. - falo, mas continuo parado, olhando bem para seu rosto.

- Se fosse inteligente, repensaria o que está fazendo. Park Jimin não é o cara com quem você quer se envolver, Jungkook.

- Você nem o conhece. - acabo falando, irritado em ouvir comentários assim destinados a Jimin. - Nem você, nem meus pais o conhecem.

- Não, eu não o conheço. - Jina dá de ombros, mantendo a expressão neutra em seus traços bonitos. - Mas acho que nem você o conhece de verdade, não é, Jungkook?

Claro que fico incomodado com sua pergunta, quase soando como uma retórica, já que ela está certa. Há tantas camadas não conhecidas em Jimin que engulo em seco, sabendo que ela tocou em um ponto sensível.

- Você não sabe o que está falando. - é só o que consigo dizer, sabendo que não passo segurança alguma em minha voz.

- Não, você que não sabe. - ela dá alguns passos para frente, sem desviar os olhos de mim. - Preste atenção no que vou dizer, Jungkook, não estou falando isso para seu mal, mas sim para o seu bem.

Ela faz uma pausa e algo em sua voz faz com que eu preste atenção no que diz, porque Jina parece estar falando sério como nunca antes vi e sua expressão não carrega mais neutralidade, mas sim algo como desespero, continuando:

- Seus pais são pessoas inteligentes e que fazem tudo que podem para se manterem no topo. Se eles acham que o seu relacionamento com esse rapaz pode prejudicar a imagem que criaram da família de vocês, eles não vão medir esforços para querer vê-los separados. Se abrir seus olhos, vai enxergar as coisas.

- Mas...

- Me escuta, Jungkook. - Jina toca meu braço, com urgência, seu tom de voz descendo, quase sussurrando. - Termine tudo com Park Jimin se não quiser lidar com as consequências...

- Precisa ser mais clara...

- Mais clara do que isso? - Jina balança a cabeça, puxando meu corpo de encontro ao seu, o que me deixa assustado, mas nada me assusta mais que seu olhar sério em minha direção. - Saber que Park Jimin tentou uma queixa contra seu próprio pai não foi a única coisa que seu pai descobriu, Jungkook.

- O que mais ele descobriu? - assustado e curioso, questiono.

- Estamos interrompendo algo?

Quase dou um pulo para trás, encontrando meus pais nos olhando da entrada da cozinha, o olhar variando de mim para Jina e vice e versa. Engulo em seco, vendo como a postura de Jina se metamorfa imediatamente, tornando-se a Jina que sempre conheci: com um sorriso doce nos lábios e postura submissa, embora consiga notar alguns traços de apreensão em seu olhar.

- Estava ajudando o Jungkook a lavar a louça. - ela comenta, sorrindo fraco.

- Bem, você pode fazer algo para comermos mais tarde. Vou me deitar um pouco, estou cansada. - minha mãe diz, a expressão neutra como sempre é. O olhar que ela me lança é estranho, um lampejo de raiva sendo observado em seus olhos, até que ela nos dá as costas, saindo de meu campo de visão.

Meu pai já permanece com as mãos nos bolsos da calça que veste, a expressão simpática em seu rosto bonito me deixando levemente assustado por parecer muito falsa. Seu olhar se demora em Jina e digo, tentando quebrar o clima estranho:

- Não ouvi vocês chegarem.

O seu sorriso torna-se estranho e Hayuni dá de ombros, então diz:

- Bem... Se abrir seus olhos, vai enxergar as coisas.

É com essas palavras que meu pai termina nossa conversa, dando as costas para mim e Jina, nos deixando em silêncio. Meu coração se acelera ainda mais, nervoso pelas palavras de meu pai e Jina não parece estar diferente, olhando-me com apreensão.

Porque as palavras de meu pai foram as mesmas que Jina me disse.

Isso só me faz questionar: ele ouviu nossa conversa? 

📷


Eai, tudo bem, amores? Como prometido, aqui está o capítulo 18 adiantado! 

Tivemos finalmente a revelação do que houve entre Jimin e Jae rs E aí, me contem, era o que esperavam? 

Nosso Jikook teve mais um momento de paz... E Jina foi bastante misteriosa nas coisas que disse para o Jungkook... O que acham que vai acontecer? 

Não esqueçam de votar e comentar muito! Até a próxima, pessoal :)

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