CARTAS PARA MEU NOIVO ( Mpreg...

By LadyFelipe19

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Ano 1892. 4 anos após a abolição da escravidão, uma cidade bem do interior, começava a sofrer com as crises d... More

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By LadyFelipe19

Boa leitura amores 💗🔵💗🔵💗🔵💗🔵












— O que quer dizer com isso?

— Que a senhora fará suas trouxas, e sairá desse solar agora mesmo. - Urraca mal podia acreditar.

— Quem pensa que é, para me expulsar do meu próprio solar? Essa casa é minha!

— Na verdade, mamãe, lembra daquela maldita pasta, que me mostrou no dia que fui à pensão e briguei? Todas aquelas dívidas foram pagas por mim, inclusive a quitação da hipoteca, portanto, o solar agora me pertence. - Urraca ficou chocada. 

— Meu filho! É claro que não fará isso, com essa pobre mulher indefesa, que lhe pariu, não é?


No meio da rua todos olhavam para Urraca, que estava descalça, o cabelo bagunçado e carregava duas malas ao seu lado. Ela senta na praça e começa a lamentar.

— SENHOR! EU NÃO FUI UMA MÃE RUIM, MEREÇO TAL CASTIGO? SE EU MERECER, QUE UM RAIO CAIA AGORA EM MIM!! - O céu deu um trovão, e um raio desceu atingindo Urraca, que caiu no chão soltando fumaça.

Samuel viu de longe, alguém ser acertado, e saiu correndo, e se espantou. Urraca estava com o cabelo cheio de fumaça, e a pele torrada, mas estava bem, ela abre os olhos arregalados, e olha para todos os lados.

— Me alevanta aqui! - Pediu dando a mão e Samuel e Alonso levantaram ela. Ela olha todos ao redor olhando para o estado dela e só sabe chorar no colo de Samuel.

— Eu não mereço isso! Senhor é muita humilhação para uma pessoa só. - Se lamentava no ombro dele, que não entendia nada.

— Calma Dona Urraca! Vai ficar tudo bem. - Todos realmente estavam sem entender o que houve.


Enquanto isso, no casarão, Elias ia formar um buraco no chão se não parasse de andar em círculos, tamanho era seu nervosismo.

A companhia tocou, era o momento ele só respirou fundo, Alaor foi atender a porta, e a Viscondessa entrou toda sorridente.

— Senhor! Essa senhora já saiu entrando....

— Como saiu entrando? Era para ela entrar mesmo, é a senhora Úrsula, a Viscondessa de Três Rios. - Alaor nem sabia onde enfiar a cara.

— Não precisa se sentir assim, já estou acostumada com esse tipo de reações! - Falou para Alaor que se desculpou. - Como está, Senhor Elias?

— Eu ... eu ... estou ... bem! - Falou todo nervoso. - A minha família... Saiu!!!

— Não tem problema, podemos almoçar somente nós dois. - Eles ouviram um relâmpago e estranharam.

— Estranho, nem parecia que ia chover! - Elias comentou.

— Ora! Ora! Conseguiu falar comigo sem gaguejar, já temos um progresso. - A Viscondessa brincou, e Elias riu de nervoso.

— Desculpa! É que eu não esperava que iríamos almoçar sozinhos.

— É melhor para nos conhecermos!

— Aceita alguma bebida?! - Elias perguntou educadamente.

— Um vinho tinto seco! - Alaor serviu a ela e ao barão.

— Bom, porque não me conta mais sobre vosmecê? - Elias perguntou para tentar quebrar o clima tenso.

— Perdi meu marido muito cedo! Fui escrava durante um tempo, e recebi de suas mãos minha carta de alforria, antes da abolição, cuidei de sua esposa até ela falecer de causas naturais, então o Visconde mostrou interesse até que nos casamos.

— Deve ter sido muito difícil encarar o preconceito das pessoas, quando ia em algum baile!

— Com certeza! Mas sempre soube lidar com isso, e hoje estou aqui, feliz e tendo uma agradável conversa com vosmecê. Mas agora é sua vez, me conte mais sobre ti.

— Bom, eu vim de uma cidade bem do interior, chamada Freguesia Brasiliense, saí de lá e me tornei um grande homem de negócios, ajudei muitos a prosperarem, e por isso recebi o meu Baronato, me tornando Barão de Vista Alegre, que é o mesmo nome do lugar de onde ajudei mais, conheci a minha esposa lá também, mas ela foi acometida por uma doença, e faleceu antes mesmo de podermos ter filhos, e há pouco tempo, adotei meu sobrinho em minha casa, e agora recebi a visita de todos.

O papo foi seguindo bem agradável, o almoço foi servido, uma carne de pato, com molho rústico, e aspargos frescos, estava uma delícia. 

— O que a fez sair de Três Rios, e se estabelecer aqui em Virtuosa?

— Como disse em meu baile, gosto de me aventurar, e saiba que estou achando que minha vida de aventuras pode ter pousado em um local seguro. - Falou olhando fixamente para Elias, que ficou envergonhado, mas sorriu.

— Gostaria de dançar? - Úrsula sorriu pelo convite, aceitou. Elias colocou uma música no rádio, e os dois iniciaram um bolero, calmo e romântico, seus olhos não se desgrudaram um do outro.


Do lado de fora da mansão, Urraca e toda a família de Samuel chegaram.

— Senhora Urraca, não é garantia, vou tentar olhar com meu tio se ele permitir que a senhora fique um tempo aqui.

— Não se preocupe! Somos velhos conhecidos, tenho certeza que o barão não me negará abrigo. - Urraca falou toda confiante.

— E porque seu filho a expulsou? Na verdade, não imagino porque um filho expulsaria a própria mãe de casa! - Madalena perguntou confusa, e Urraca suou frio.

— Porque é um ingrato! A gente sofre para parir um estafermo deste, para que quando cresça apunhala a mão pelas costas, preferiu aquele imoral, do que a própria mãe!

— Melhor se conter, Baronesa! Da última vez que fez esse drama todo, acabou sendo acertada por um raio, na próxima, pode vir um furacão. - Samuel riu, e Urraca ficou olhando para cima com medo de outro raio. A porta foi aberta por Alaor, e o pessoal entrou e ficou em silêncio admirando os dois dançando, estavam bem distraídos que nem perceberam a chegada de todos, mas assim que Urraca viu, seu sangue ferveu.

— Tire suas garras do meu Barão!!!!! - Urraca foi até a sala, bradando de raiva ao ver Úrsula e Elias tão próximos.

— Dona Urraca se controle por favor. Olha com quem está falando.... - Elias tentou remediar, mas Úrsula interrompeu.

— Não preciso que me defenda dessa senhora, afinal ela sabe muito bem o que acontece com quem tenta me prejudicar. O vexame que ela passou em meu baile, foi consequência de uma arapuca que ela fez para mim, queria que eu perdesse a compostura no meu próprio baile.

— Fiz e não me arrependo! Vosmecê é a coisa mais ridícula que eu já vi, uma negra fantasiada de gente, eu não consigo entender como é aceita nesse palacete, ou melhor dizendo, como é aceita nessa cidade como grande dama.

— O que eu acho engraçado é que a senhora é a última pessoa que pode falar isso, afinal não demonstra ser uma mulher de bom recato, ao contrário, mostra que a sua podridão não é só no cheiro, mas na alma.

— Hahahaha! Quer me fazer rir? Conseguiu. Quer mesmo me comparar a vosmecê, eu sou uma Baronesa, uma mulher de requinte, já vosmecê é só uma negrinha insignificante, que conseguiu arranjar um bobão para tomar a fortuna dele, e agora quer fazer o Barão como um gigolô barato.......

— AGORA CHEGA! - Elias gritou que assustou a todos, que nunca viram ele tão nervoso. - A senhora não tem o direito de falar assim com a minha convidada nem com ninguém, pois ela merece muito mais respeito que a senhora. Quem pensa que é para entrar na minha casa, e ofender a minha convidada?

— Tio... Desculpa, mas... A Dona Urraca foi expulsa de casa, e eu me compadeci com a sua situação, e iria perguntá-lo se ela poderia ficar aqui por um tempo, mas depois de presenciar tal absurdo, nem se o senhor permitisse, eu jamais deixaria essa mulher aqui dentro.  - Samuel aproximou de Urraca. - A senhora é a pessoa mais podre, que eu tive o desprazer de conhecer, e eu não digo isso pela sua falta de banho, mas sim por desvio de caráter. Viscondessa eu peço mil perdões por esse inconveniente e jamais poderia imaginar tamanha descortesia da parte da Baronesa.

— Não precisa se desculpar por essa daí, sei que suas intenções foram nobres, pena que foram gastas na pessoa errada.  - A Viscondessa provocou mesmo.

— Agora, por favor senhora Urraca, se retire do meu palacete! - Urraca endureceu e chegou próximo a Viscondessa.

— Aposto que essa negrinha o enfeitiçou com algo, Barão! Esses cativos aprendem muita bruxaria para prender e enfeitiçar os homens, deve ter cuidado! Se duvidar ela fez isso com o idiota do falecido que enfeitiçado casou com essa daí... - Dona Urraca foi calada com um tapa de Úrsula.

— Eu não vou permitir que uma mulher sem moral alguma, ouse falar inverdades sobre mim, e me respeite não só pela minha posição, mas porque eu sou uma pessoa, uma pessoa que tem todos os direitos que vosmecê também tem, e jamais volte a me insultar ou ao meu falecido marido. - Úrsula tinha os olhos marejados. Urraca olhou com ódio para ela, pelo tapa.

— Como teve coragem de me bater? Rameira! Sua crioula vulgar, em outros tempos esse tapa te leva... - Tomou mais um tapa, que chegou cair no sofá da sala.

— EU NÃO VOU MAIS PARA O PELOURINHO! NUNCA MAIS! - Elias segurou Úrsula que estava extremamente abalada, nunca havia sido atacada tão diretamente.



Continua….



[••]

Entre idas e vindas, finalmente cheguei, tirei um tempo pra mim, e agora tô voltando pessoal.

Espero terminar esse livro primeiro, e conto com o voto e comentários de vocês.

Ps: se essa história aparecer domínio público é bug do wattpad. Todos os direitos autorais da história são meus!!!

Aviso dado, espero vosmecês no próximo capítulo.

Bjs na bunda 💋💋💋

# deve ser horrível dormir sem mim

[••]

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