Um Amor Em Meio Ao Caos

By Rebeca_norberto

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É capaz encontrar paz em meio ao caos? Julie encontrou calmaria em John e vice versa e juntos se sentiram mai... More

*Nota da autora*
Epígrafe
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Epilogo

Capítulo 30

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By Rebeca_norberto

Julie

Por volta das três e meia da manhã, John me deixou em casa.

Ana estava dormindo, o que já era esperado.

Tomei um banho rápido e fui fazer o mesmo, mas antes as lembranças das poucas horas passadas reavivaram em minha memória.

Todas a sensações que eu senti e o quanto aquele momento significou.

Me dei conta de que John Salt, já tinha uma parte de mim e que talvez Paul houvesse perdido seu lugar em minha vida, mas ainda estava repleta de incertezas e de "e se".

E se o que eu estivesse sentindo por John, fosse apenas uma atração?

E se eu apenas estivesse carente e meus sentimentos estivessem confundindo tudo?

E se Paul ainda fosse a pessoa que eu realmente amava, mas eu estava me enganando?

Eu tinha tudo, menos certezas.

E foi com essas incertezas e questionamentos que peguei no sono.

***

Saí do quarto com pressa e fui até o quarto de Ana.

— Você pegou o meu vestido? — Ela levou um leve susto.

— Que vestido?

— O azul bebê. Aquele vestido nem é a sua cara, vive reclamando da cor dele.

— Não peguei não. — Me encarou séria.

— Tem certeza? — Perguntei desconfiada.

— Sim. Veste qualquer outra roupa, Clarissa já está vindo, quando a gente voltar você procura. — Suspirei e voltei para meu quarto.

Vesti um outro vestido, talvez eu fosse apegada demais as minhas coisas, mas o vestido azul bebê havia sido da minha mãe e eu amava usá-lo.

Em pouco tempo estávamos no carro de Clarissa.

O almoço foi tão divertido, rimos, as meninas se estranharam, é claro, mas já era normal.

Estava tudo indo bem, até demais, até o meu celular vibrar e o nome de Vivian piscar na tela, desliguei automaticamente e o coloquei na mesa, as meninas não pareceram perceber, permaneceram no assunto que estavam.

— Tyler vai tirar minhas fotos na semana que vem. — Ana contou animada. — Em breve vocês terão uma amiga modelo!

— Se já se acha sem fama, imagine famosa. — Clarissa comentou.

— E vocês vão ter que aturar. — Rimos. — Julie, nos conta o que realmente tem rolado entre você e o John. — Me encaram curiosas.

— Não sei, seria loucura, se eu já estivesse atraída por ele?

— Claro que não, até porque vocês têm passado muito tempo juntos. — Ana comentou.

— Mas eu ainda não tenho certeza do que estou sentindo, do que é real e do que é apenas uma ilusão.

— Olha, você tem estado radiante de umas semanas para cá e toda vez que o John entra naquele bar, você coloca um sorriso bobo no rosto. — Clarissa comentou. — Talvez você já esteja mais do que atraída.

— Ainda estou tão confusa.

— Logo você vai descobrir o que realmente está sentindo. — Ana apertou a minha mão. — É só uma questão de tempo. — Sorriu para mim.

— Vocês são o máximo. — Elas sorriram e Clarissa segurou a minha mão também.

E então naquele momento lindo onde nos olhávamos e sorriamos, o celular vibrou, era ela outra vez.

Nos soltamos e Ana encarou o celular.

— Queria atender. — Confessei.

— Mas e se for ele? — Ana perguntou. — Não permita que ele estrague esse momento.

— Sinto falta dela, queria saber quem de fato é.

— Você bloqueou o número dele, a chance de ser ele é grande. — Encarei Clarissa e o que ela falou fazia todo o sentido.

— O que eu devo fazer? — O celular parou de vibrar.

— Bloqueia também. — Ana falou como se fosse óbvia a resposta.

— Eu bloqueei as mensagens, fiquei chateada com ela, mas nem se quer ouvir a história dela.

— Eu bloquearia, pelo menos por um tempo. — Clarissa afirmou.

— Eu também, mas no meu caso o tempo seria indeterminado, talvez não desbloquearia nunca. — Foi a vez de Ana.

— Ok, preciso pensar sobre isso.

— Tudo bem. — Clarissa deu de ombros.

Ana apertou minha mão e voltou sua atenção para o prato e em pouco tempo estávamos em um outro assunto.

***

Levantei revigorada, havia conseguido descansar o que não tinha descansado na noite anterior.

As ligações de Vivian continuaram e quando o celular tocou pela quinta vez, atendi.

— O que você quer? — Perguntei quase berrando.

— Bom dia, Julie. — A voz de John soou em meus ouvidos me deixando surpresa. — Só queria confirmar o almoço, mas acho que já tenho a resposta.

— Não, desculpa. Eu achei que era outra pessoa. — Avisei.

— Então posso passar para te pegar daqui a uma hora?

— Pode sim.

— Então até já. — Desligou.

***

O cheiro maravilhoso do bife, estava espalhado no apartamento.

Estava sentada em cima do balcão da cozinha, enquanto John mexia nas panelas de costas para mim, Melanie era a ajudante quando cheguei, mas minutos depois se entreteve com algo em seu tablet na sala e abandonou o irmão.

Observei ele que estava focado nas panelas a sua frente, não parecia sentir meu olhar, analisava ele de ponta a ponta, talvez eu nunca houvesse parado para observa-lo, naquele dia eu realmente notei a sua beleza física.

— Uma bela imagem, não? — Perguntou, mas ainda de costa para mim.

Senti meu corpo esquentar e se eu fosse branca, teria ficado vermelha.

Não via seu rosto, mas sabia que estava com aquele sorriso debochado no rosto.

Virou-se e lá estava o maldito sorriso.

Revirei os olhos, ainda sem graça e ele caminhou até mim.

— O seu reflexo no micro-ondas te entregou. — Olhei para onde ele estava e lá estava o micro-ondas espelhado, voltei o olhar para ele, tentando esconder meu constrangimento. — Você envergonhada é uma graça. — Chegou mais perto e acariciou meu rosto.

— Já chega. — Pedi com a voz baixa.

— Não fiz nada. — Se defendeu, levando a mão para longe de mim.

— Você está se divertindo com o meu constrangimento. — Molhou os lábios e aquela ação fez meu corpo aquecer.

— Tudo bem, parei. — Sorriu de forma divertida, voltou até o fogão, tirou a panela e a colocou em cima da pia e então virou-se outra vez. — Mas confesse, sou colírios para os olhos. — Revirei os olhos.

— Não acredito muito em signo, mas se fosse para chutar o seu, diria que é um leonino. — Voltou para perto de mim.

— Está tão óbvio? — Perguntou em tom de brincadeira e eu apenas assenti.

— Sou libriana, levo em consideração o fato de ser indecisa, mas também não me dou o trabalho de pesquisar muito e ver que outras qualidades ou defeitos é culpa do signo.

— Nossos signos combinam? — Perguntou com o braço apoiado no balcão, próximo as minhas pernas e o corpo inclinado em minha direção.

— Não pesquiso sobre isso, acabei de falar. — Ele sorriu.

— E se tentarmos descobrir? — Ergui as sobrancelhas, sem resposta.

Em uma fração de segundos, ele estava mais próximo do que eu esperava e antes que ele começasse com os movimentos lentos até chegar na minha boca, eu me apressei em beija-lo, de uma forma mais quente e gostosa, de início ele pareceu ter sido pego de surpresa, mas de forma rápida se inteirou do beijo e correspondeu agarrado meu quadril e me aproximando dele, enlacei sua cintura com minhas pernas, desejando aquele corpo o mais perto possível de mim, uma de suas mão alcançou meu cabelo, me fazendo suspirar ainda naquele beijo.

— Eu sabia! — Melanie gritou nos assustando, involuntariamente empurrei John para longe, que encarou a irmã assustado. — Vocês namoram! — Saltou sorrindo.

— Mel, por favor. — Ele caminhou até ela.

Desci do balcão, tentando controlar a respiração.

— Porque não me contaram? — Perguntou ainda animada.

Ele me olhou perdido.

— Ainda estávamos nos resolvendo, precisávamos ter certeza. — Falei e ele suspirou.

— Estou tão feliz! — Os olhos dela brilhavam.

— Não conte para ninguém, ainda é um segredo. — Ele pediu a ela.

— Está bem. — Falou sorrindo.

— Agora vai lavar as mãos, enquanto vou colocar a mesa. — Assentiu e saiu saltitando.

— Julie, me desculpa. — Pediu meio tenso.

— Você não teve culpa. — Sorri para ele, que pareceu relaxar. — Vou te ajudar a arrumar a mesa. — Sorriu e assentiu.

Arrumamos a mesa em silêncio e depois sentamos para comer, de início ficamos um pouco tensos, ainda pelo que havia acontecido, mas logo depois passamos a conversar de forma tranquila.

Melanie sugeriu que assistíssemos algo pela parte da tarde e foi o que fizemos, assistimos uma comedia romântica, escolhida por ela mesma, John dormiu no meio do filme, mas a gente nem percebeu de tão envolvida que estávamos com o filme, no fim precisava ir para casa, afinal de contas ainda tinha que trabalhar.

John acordou jurando ter assistindo o filme e ainda teve a audácia de querer comentar sobre o final dele ter sido bastante emocionante.

— Pode parar de mentir na frente de uma criança? — Ele revirou os olhos.

— Péssimo exemplo, John. — Ela falou com os braços cruzados frente ao corpo.

— Vocês são chatas. — Ele falou arremessando uma almofada em nossa direção.

— Seria muito bom continuar ouvindo suas mentiras, mas eu preciso ir para casa. — Avisei, ele revirou os olhos.

— Mel, pega suas coisas. — Pediu ele e a mesma saiu da sala. — Vou deixar logo ela em casa, ou prefere que te leve primeiro?

— Tanto faz. — Melanie voltou com uma mochila nas costas.

— Vamos. — Falou ela ao parar no meio da sala.

John se apressou, estava um pouco em cima da hora e ainda precisava me arrumar, mas chegamos a tempo.

— Obrigada pelo almoço, você cozinha muito bem por sinal.

— Julie, você precisa entender uma coisa. — Falou em um tom sério, como se fosse me repreender por algo, o olhei confusa. — Não há nada que eu não faça bem. — Piscou para mim, revirei os olhos.

— Tchau. — Abri a porta.

— Ei! — Virei para ele. — O beijo significou algo desta vez? — Apertei os lábios, não esperava aquela pergunta.

Resolvi ser sincera comigo e com ele também.

— Sim. — Um sorriso se formou em seus lábios. — Preciso ir. — Ele se esticou até mim e beijou meu rosto.

— A gente conversa depois. — Assenti e saí do carro.

***

No início da semana, eu e John nos falamos por mensagem, podia sentir a empolgação dele pela forma como escrevia e pelos áudios que mandava, ele estava bastante ocupado, mas praticamente implorou para me ver na quinta-feira.

Ana me cedeu a folga dela na sexta, para que eu pudesse comparecer a inauguração, estava tudo indo como o planejado.

— Ela continua ligando. — Avisei a Ana quando cheguei na sala.

O número de Vivian havia ligado mais naquele dia do que todos os outros dias juntos.

— Bloqueia logo, vai ser melhor. — Suspirei um pouco irritada e fiz isso.

— Pronto, já era.

— Porque você enrola tanto para tomar uma decisão, quando você já sabe o que quer fazer ou o que se tem que fazer? — Perguntou com as sobrancelhas erguidas.

— Sabe que eu não sei. — Ela revirou os olhos e o celular vibrou avisando ter mensagem. — Ele chegou, até mais tarde.

— Até.

Desci e entrei no carro.

— Está linda. — Comentou dando partida.

— E quando não estou? — Brinquei.

— Está andando muito comigo.

— E isso é ruim? — Ele me olhou de relance e sorriu.

— Nem um pouco. — Sorri.

Pensei que íamos no restaurante, mas na realidade fomos para seu apartamento.

— Vou ser sincero. — Avisou ao entrar no estacionamento do prédio. — Comprei a comida, estava sem tempo para cozinhar e não vamos ao restaurante porque tem algo que quero te dar.

— Tudo bem.

Comemos e ele contou como estava indo à preparação e o quanto estava empolgado com o jantar que havia aumentado o número de convidados.

No final do almoço ele pediu que eu esperasse na sala que ele iria buscar algo, pouco tempo depois voltou com uma caixa branca com um laço vermelho em volta e uma sacola na mão.

— Queria que usasse amanhã no jantar. — Me entregou a caixa.

Abria a caixa e tirei o vestido de dentro, era vermelho, a parte de cima era rendada e as mangas que iam até os cotovelos, deixaria minhas costas inteira amostra e a saia era lisa e rodada, no mesmo modelo dos meus vestidos, era a coisa mais linda.

— Você gostou? — Tirei os olhos do vestido e o encarei.

— Eu amei, é tão perfeito. — Ele sorriu.

— Estou louco para ver você vestida nele. — Sorri. — E aqui está o seu vestido, Ana me ajudou a pegar emprestado. — Me entregou a sacola de papel que estava em sua mão.

Assim que abri vi o vestido azul.

— Estou feliz pelo vestido que me deu, mas ainda mais feliz em ver esse vestido. — Comentei.

— Importante? — Assenti.

— Era dá minha mãe, confesso que não usava ele até o ano passado. Estava um pouco fora do peso, nunca fui magra, mas emagreci e finalmente entrei nele. — Abri o vestido. — Ela comprou pouco tempo antes do acidente, era a cor favorita dela. — Ele me olhava com um sorriso fraco no rosto. — Pensei que tinham roubado na lavanderia. — Ri.

— Pegamos, mas foi por uma boa causa, precisava saber suas medidas. — Assenti e ele sentou ao meu lado. — Não aguento mais, Julie.

— O que?

— Me segurar. — Falou tocando o meu rosto. — Me diz o que sente por mim. — Pediu em um sussurro, meu corpo tremeu e minha boca secou. — Você me quer ou não?

Demorei alguns segundos para organizar o que ia falar.

— Tenho medo. — Confessei.

— Medo de que? — Acariciava meu rosto com o polegar.

— De tanta coisa. — Apertei os olhos e suspirei. — E se tudo que estou sentindo não for real?

— Se não fosse real não estaria sentindo. — Sorriu fraco.

— E se eu estiver me enganando? — Molhei os lábios. — Não quero te machucar.

— Te quero tanto, Julie, eu estarei aqui, para você quando tiver a certeza. — Mordeu os lábios e eu também o queria, mais do que tudo, de maneira automática a pergunta que Ana havia feito horas atrás voltou em minha memória:

— Porque você enrola tanto para tomar uma decisão, quando você já sabe o que quer fazer ou o que se tem que fazer?

Porque eu não fazia o que queria fazer logo de cara, mesmo sabendo que no final ia fazer?

Então sem pensar muito o beijei, um beijo longo, desejoso de ambas partes, naquele momento eu realmente me entreguei, ignorando os medos, as incertezas, os "e se", dando espaço ao meu desejo, ao presente, me permitindo viver, ao menos uma vez, sem pensar no que poderia dá errado, sem supor nada, apenas viver e sentir, tudo o que precisasse sentir, sem medo.

Ele se afastou de meus lábios e ficamos apenas nos olhando, ofegante e desejosos um do outro.

— Eu também quero muito você. — Sussurrei.

— Você já me tem. — Sorri de forma involuntária. — Vamos nos arriscar? Aproveitar, mesmo que nada disso seja para sempre. — Acariciou meu rosto.

— Vamos! — Mordi os lábios e um sorriso apareceu em seu rosto.

Ele ia me beijar de novo, mas o celular tocou.

— Desculpa, preciso atender. — Assenti e ele se afastou de mim atendendo o celular.

Passou a falar sobre trabalho e eu fiquei lá, extasiada com tudo aquilo.

Pela segunda vez em minha vida, eu estava loucamente apaixonada.

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