Um Lugar para Nós Dois

By mylendo

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Camilla é uma garota extrovertida, cercada de amigos e que está sempre frequentando festas e bares ao redor d... More

Prólogo
Um encontro Perfeito
Revelações
O Festival
O jantar desastroso
Segredos
De volta a rotina
Girassóis
Boas notícias
Brigadeiro e Mojito
Cativeiro
Plantação de Girassóis
Capítulo Especial: O início
Resgate
Jonas
Amigos
Outro Lado da História
Um copo de whisky ou dois
De volta ao quase normal
Uma tarde no parque
Mais um ponto de vista
Uma folga nos problemas
A Fuga
Telefonemas
Um acordo
Parceiros
Família
O pai e o irmão
Redenção
Conversa Sincera
Despedidas
Formaturas e presentes
Epílogo
Agradecimentos

Hospital

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By mylendo

Os policiais chegaram na minha casa, seguidos dos meus pais. Rastrearam o último número a me ligar e descobriram se tratar de um telefone público localizado em uma cidadezinha próxima. Havia toda uma equipe da polícia na sala da minha casa buscando a localização de onde partiu o telefonema enquanto se comunicavam com outras viaturas que faziam a busca. Enquanto isso meu pai esbravejava pela sala e minha mãe tentava acalmá-lo.

Eu estava cansada de tanta movimentação, quanto mais olhava para aquelas pessoas, mais aflita eu me sentia. Passei pela cozinha e vi o bolo de milho que Glorinha fez, cortei dois pedaços servindo em um pratinho e me sentei na entrada da lavanderia. Apenas um dos seguranças fazia uma ronda pelo muro dos fundos, mas não era capaz de me ver. Eu não queria companhia alguma, queria apenas sentir que tinha alguma privacidade.

O vigilante caminhava próximo a piscina cuja água refletia o céu escuro e sem estrelas, ele observava atento o paredão que encerrava os limites do meu quintal, enquanto eu comia meu bolo sentada na soleira da porta. Após algum tempo ouvi meu telefone tocar, era Bernardo.

– Oi, meu amor – ele disse assim que atendi. – Estou indo para casa agora, já avisei a polícia e eles vão me encontrar assim que eu chegar no prédio, ok?

– Ótimo, eu fico conversando com você até chegar na portaria e encontrar os policiais.

– Cami, minha bateria está acabando. Talvez não dê para conversarmos muito. Prometo que entrando em casa eu coloco meu celular para carregar e aviso que cheguei. Tem problema?

– Assim que passar pela soleira da porta, ok?

– Assim que eu passar pela soleira da porta – ele repetiu confirmando.

Continuei no mesmo lugar por mais 15 minutos até que recebi a mensagem dele dizendo que havia estacionado na garagem do prédio, que estava tudo bem, mas a polícia ainda estava a caminho. Ele disse que entraria no elevador, tomaria um banho e depois me ligaria novamente para conversarmos. Respondi que tudo bem e resolvi também me encaminhar para o chuveiro.

Deixei meu celular sobre a cama e entrei no banheiro, não me preocupei muito com o horário já que Bernardo também demoraria para falar comigo novamente. Voltei para o quarto e comecei a desembaraçar o cabelo em frente ao espelho, pouco depois minha mãe bateu levemente à porta.

– Se for mais notícias ruins, eu passo – sorri levemente a olhando pelo reflexo do espelho.

– Filha, é o Bernardo... – ela começou.

– Ah, ele está em casa. Falei com ele um pouco antes de entrar no banho – Me virei para encará-la ainda sem entender a preocupação dela.

– Na verdade não, filha... os policiais acabaram de nos avisar.

– Como não, mãe? Ele me ligou saindo do trabalho, depois mandou mensagem dizendo que chegou na garagem do prédio.

– E chegou, mas alguém interceptou ele antes de entrar no elevador.

– O que você quer dizer com "interceptou"? – As lágrimas já se formavam nos meus olhos.

– Um outro morador do prédio encontrou ele desacordado no chão da garagem, correu para avisar na portaria um pouco depois de a viatura que deveria acompanhar Bernardo estacionar em frente ao condomínio e...

– Desacordado? – Repeti interrompendo-a já começando a chorar.

– Filha, ele está bem. Ele estava sim desacordado, os policiais prestaram os socorros e ele acordou antes mesmo de ser encaminhado ao hospital. Bernardo foi agredido ao descer do carro, já dentro do prédio.

– Por quem? Foi o Soares? – Me lembrei da ligação e gritei – foi ele, mãe. Foi o Soares!

– Acreditamos que sim, mas ele não conseguiu ver quem foi antes de desmaiar. Ele foi encaminhado para um pronto socorro e não tem nenhuma lesão grave, os médicos estão fazendo alguns exames e vão mantê-lo em observação apenas por precaução.

– Em qual hospital ele está? – Fui em direção ao meu guarda-roupa para pegar um moletom.

– Camilla não é uma boa ideia ir até lá.

– Como não? O bandido que me sequestrou agrediu o Bernardo e eu não vou ver como ele está? Eu preciso ir até o hospital, mãe – implorei.

Minha mãe considerou por um tempo e acabou concordando, descemos as escadas e a sala continuava cheia de policiais, seguranças e meu pai andando de um lado para o outro, ao me ver nos degraus ele questionou:

– Onde você pensa que vai?

– Eu vou ao hospital ver o Bernardo – respondi com firmeza.

– Carlos, não podemos impedir que ela vá ver o namorado – minha mãe me ajudou.

– Mas não é seguro! – Ele rebateu.

– Não recomendamos que saia nesse momento, senhorita Camilla.

Olhei para o homem que havia falado, era o novo investigador do meu caso, eu sequer me lembrava o nome que ele deu ao se apresentar quando chegou.

– Agradeço sua recomendação, detetive. Porém não vou segui-la.

Irrompi pelas portas do hospital indo direto à recepção acompanhada de perto por dois guarda-costas e minha mãe, me apresentei perguntando sobre Bernardo e a resposta que obtive foi que era necessário aguardar, pois ele estava passando por alguns exames. Permaneci na sala de espera por quase 1 hora até que uma enfermeira de aparência bem jovem chamou:

– Acompanhante de Bernardo Costolli?

Caminhei até ela.

– Sou eu, sou a namorada dele.

– A senhorita pode vê-lo agora, me acompanhe, por gentileza.

Em uma breve troca de olhares, minha mãe assentiu para que eu fosse. Um dos seguranças me acompanhou sob olhares confusos da moça enquanto o outro permaneceu na sala de espera. Caminhei por um corredor buscando o quarto informado pela enfermeira, assim que cheguei à porta encontrei Bernardo deitado com diversos hematomas no rosto e um braço imobilizado. Ao me ver acenou com a mão me convidando a entrar.

– Be, como você está, meu amor? – Delicadamente dei um beijo em sua testa.

– Feliz que você veio me ver – ele sorriu.

– Também estou feliz em te ver, mas preocupada com você. O que aconteceu?

– Eu não me lembro de muito, depois que te mandei aquela mensagem saí do carro em direção ao elevador e no meio do caminho alguém me atacou. Fui pego de surpresa, o cara me jogou contra o chão, eu caí de lado em cima desse ombro, – apontou para a atadura – ainda caído comecei a receber alguns chutes, não dava para ver quem era porque estava com um capuz grande cobrindo o rosto. Depois de vários golpes eu já estava quase apagando quando ele disse que aquilo era só um aviso e saiu. Desse ponto em diante não lembro de mais nada, só de acordar com os policiais em volta de mim perguntando como eu estava e avisando que a ambulância estava a caminho.

– Meu Deus, Be! E o que você machucou? Você sente dor? – Perguntei aflita.

– Não muita, me deram remédio para a dor e agora está mais tranquilo de suportar. O ombro foi uma luxação, mas por via das dúvidas tiraram um raio-x, da costela também porque o médico desconfia que eu possa ter trincado na queda. Fiz também uma ressonância craniana, pode ser que tenha recebido algumas pancadas que levaram ao desmaio. Fora isso, só alguns hematomas.

– E quando sai o resultado?

– Daqui alguns minutos.

– Eu vou esperar aqui com você.

– Obrigado – ele voltou a sorrir. – Você falou com a polícia? Conseguiram ver as câmeras de segurança?

– Não conseguiram nada, amor. O porteiro informou que as câmeras da garagem estavam em manutenção, a única que estava funcionando é a da porta do elevador, mas não dá para ver quase nada. Se bem que já sabemos quem foi – senti um arrepio ao lembrar da ameaça.

– Não, Cami – Bernardo estava com os olhos arregalados. – Não foi o Soares, pelo menos não pessoalmente. Eu ouvi a voz dele nas ligações, no dia do teu resgate e não tinha nada a ver com a voz de quem me atacou hoje.

– E você reconheceu essa voz?

– Não, mas eu tenho certeza de que já ouvi antes.

Antes que eu perguntasse mais alguma coisa, ouvimos uma leve batida na porta e o médico entrou no quarto.

– Boa noite, sou o dr. Filipe – ele se apresentou estendendo a mão. – Sou o plantonista responsável pelo atendimento do Bernardo.

– Olá, eu sou Camilla – retribui o aperto de mão.

Sentei na poltrona ao lado do leito enquanto os dois conversavam.

– E então, saíram os resultados? – Be perguntou.

– Sim, tenho boas notícias – o médico continuou. – As radiografias mostraram que não há fraturas, nem nos ombros e nem mesmo nas costelas. São apenas luxações mais fáceis de tratar e recuperar. A ressonância também não apresentou qualquer dano no crânio, muito menos no cérebro.

– E quando eu saio daqui?

– Você passará a noite em observação, é uma precaução pelos golpes na cabeça. Se tudo correr bem, poderá receber alta amanhã mesmo.

Doutor Filipe fez algumas anotações na ficha aos pés da cama e se despediu antes de sair. Informei minha mãe que passaria a noite no hospital com Bernardo apesar dele insistir que não era necessário já que estava bem e a poltrona de acompanhantes era desconfortável. Eu sabia que não conseguiria dormir de qualquer forma, então preferi permanecer ao lado do Be.

Oi girassóis!

Meus horários estão meio malucos, mas estou fazendo de tudo para manter as 3 atualizações semanais. Não desistam de mim!!

Palpites do que vem a seguir? Comenta aqui.

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Beijos ;*

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