Uma suposta facção de balé •...

Oleh callmeikus

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☆CONCLUÍDA☆ longfic • colegial • jm!kitty gang & jk!bailarino Jungkook estava no último ano do ensino médio... Lebih Banyak

00 | Avisos
01 | Tendu
02 | Plié
03 | Coupé
04 | Déboulés
#ikusweek2021 crossover | parte 1
05 | Cambré
06 | Relevé
07 | Fondu
08 | Cloche
10 | Allegro
11 | Arrondi
12 | Avant, En
13 | Piqué
14 | Tombée
15 | Brisé
16 | Emboité
17 | Chainés
18 | Penchée
19 | Balancé
20 | Pas de Deux
21 | Battement
22 | Entrechat
23 | Dessus
24 | Glissade
25 | Rond de jambe
26 | Pas de valse
27 | Devant
28 | Échappé
29 | Raccourci
30 | Arrière, en
31 | Effacé
32 | Pirouette
33 | Écarté
34 | Passé
35 | Couru
36 | Dégagé
37 | Emboîté
38 | Tour
39 | Final | Changements
40 | Epílogo | Développé

09 | Chassé

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Oleh callmeikus

Oi, oi, meus faccionários!!

Que saudades que eu tava de vocês e de postarrrrr!! EU TÔ TÃO EMPOLGADA PRA ESSE CAPÍTULO!!!! OVÔ EXPLODIRRRR

(Stream em Butter e boa BTS festa procês <3)

Boa leitura e não se esqueçam de votar!

#EstrelandoOCoadjuvante

»»🩰««

— Desculpa o incômodo... — Jungkook pediu sussurrado, com a cabeça baixa.

— Que incômodo? — Park Jina, também conhecida como "mãe do Jimin", deu tapinhas nos ombros do garoto enquanto o guiava pelos corredores do hortifruti. — É um privilégio ter um jovem forte e saudável como você para ajudar a carregar as compras.

— Amor... Assim parece que você apoia trabalho infantil... — Bongcha suspirou ao lado, parando para escolher algumas berinjelas.

— Ninguém tinha pensado até você falar, querido! Não é mesmo, Kook?

Jungkook olhou para os lados, procurando alguma salvação daquela situação, tão natural e amigável que certamente não lhe era permitida. Não foi difícil encontrar Jimin, graças aos chamativos cabelos rosa, avaliando as verduras no canto do estabelecimento.

E, daquele jeito, Jungkook percebeu-se sozinho na situação mais ameaçadora de todas: ter uma companhia agradável. Jimin estava certo, seus pais eram bonzinhos demais e o bailarino não sabia lidar com tal fato. Estava completamente arrependido da decisão de ir às compras com a família Park.

— Posso fazer alguma coisa para ajudar? — perguntou, desesperado para ser algo além de um fardo. — Tem uma lista?

Jina avaliou o garoto longamente, penteando com dedos gentis os fios longos e soltos. Era impossível ignorar a aflição estampada no rosto jovem, e enquanto uma parte dela considerava fofa a timidez, a outra ficava preocupada.

— Hm... Por que você não vê se o Minnie precisa de ajuda? Ele vive escolhendo alface cheia de bicho, dá uma olhada nisso — contou em um tom de confissão junto a uma piscadinha, fazendo Jungkook rir.

Um pouco mais tranquilo com a ideia de encontrar figura que lhe ameaçava e fugir das garras gentis dos pais dela, Jungkook atravessou o hortifruti. Como não costumava visitar muitos supermercados, muito menos hortifrutis, estava encantado. A cada instante daquele dia, o cenário em que Jimin realmente vivia delineava-se ao seu olhar e finalmente parecia combinar com aquele garoto que tinha a comida mais deliciosa que já provara e vestia o avental de "melhor mãe do mundo".

— Precisa de ajuda? — perguntou quando aproximou-se de Jimin, que já tinha empilhado as verduras que escolhera em uma das prateleiras e agora analisava uma couve com uma seriedade quase cômica.

— Obrigado, gracinha, mas acho que tenho neurônios suficientes para enfrentar esse enorme desafio chamado escolher verduras boas — retrucou. Apesar da frase ser provocativa como sempre, o tom de voz não acompanhava de tão distraído com a atividade. — Por que você não leva o que eu já escolhi até o carrinho?

Jungkook concordou, verificando rapidamente entre as folhas se não havia algum bicho antes de pegá-las. Percebeu, com um suspiro que interrompeu pela metade, que iria voltar aos pais do Jimin... e àquela bondade desconcertante deles.

Seria uma compra longa.

-💋-

A missão de pagar pelo que comeria durante a semana deu certo, depois de uma longa discussão com os Park. Verdade seja dita, Jungkook só conseguiu levar a conversa até o final porque realmente sentiria-se muito mal em não pagar seus custos. Ficou até impressionado com o próprio ímpeto, já que era do tipo que perdia discussões antes delas sequer começarem. Recebeu nas costas um tapinha orgulhoso de Jimin.

Pagou com o próprio salário suado, pois não encontrara os pais em casa para que pedisse um cartão. Deveria enviar um e-mail a eles, teria mais chances de ser respondido. É, faria isso. Obviamente não aprovariam que gastasse tempo fazendo balé, então precisava disfarçar, dificilmente ligariam que almoçasse na casa de alguém. Na verdade, seria bem conveniente, desde que não soubessem que era na casa de um garoto que vestia roupas da seção feminina.

E a mãe do Jimin estava certa. Fez mesmo um ótimo trabalho ajudando a carregar as compras, tão numerosas que nem parecia que aquilo serviria apenas para a semana. Ficou impressionado também ao perceber que a maioria vinha do hortifruti, sem biscoitos, salgadinhos e coisas parecidas. Era assim a vida da família de um nutricionista? Se bem que Bongcha não fez nenhum comentário, talvez só estivessem acostumados.

Jungkook tentou fugir do convite para o almoço, mas falhou na hora de mentir que teria comida em casa. Seus pais resolveram viajar, então nem o final de semana, que costumava ter um almoço ou jantar comprado de algum restaurante, estava garantido. Tinha que aprender a mentir urgentemente.

Tentou ajudar na cozinha, mas os três habitantes daquela casa aconchegante já ocupavam quase todo o espaço, preparando a comida em uma sincronia impressionante. Além disso, também carecia de habilidades culinárias, então apenas ficou olhando, envergonhado, enquanto planejava o que faria para conseguir ao menos cuidar das louças.

— Tira essa cara de cachorro que caiu da mudança, gracinha — Jimin interrompeu suas atividades apenas para sussurrar-lhe isso, provocativo como sempre. Tocou o queixo de Jungkook, erguendo-o. — Onde já se viu reagir assim a um aroma tão gostoso?

De fato o cheiro era delicioso, a ponto da boca de Jungkook aguar.

— Faz tanto tempo que o Minnie não traz ninguém pra almoçar com a gente! — Jina comentou empolgada enquanto recebia a ajuda de Jungkook para pôr a mesa, farta. Ao contrário dos almoços com Jimin, em que tudo ficava no prato, com os pais dele todas vasilhas e travessas de comida eram colocadas na mesa para servirem-se depois. Aquilo era algo tão icônico de uma família que Jungkook quase engasgou. — Venha mais vezes, Kook, a gente gosta de companhia.

Jungkook apenas assentiu, observando impressionado a mesa já pronta. Uma tigela enorme com salada fresca estava no centro, ao seu lado repousava uma vasilha grossa com um peixe que foi ao forno junto com legumes e agora tinha uma grossa camada de creme de espinafre por cima. Também havia quinoa, uma espécie de molho caseiro para a salada e copos cheios de chá de hibisco com limão. O que lhe era mais surreal foi ter visto tudo aquilo sendo preparado pelos três.

Jimin o empurrou até que sentasse em uma das cadeiras, acomodando-se ao lado logo depois. Jina e Bongcha sentaram na frente, parecendo animados com a refeição. Jungkook ficou em silêncio, observando a movimentação deles cuidadosamente, cheio de medo de cometer alguma gafe e estragar aquele momento incrível. Ficou tão quieto que tomou um susto quando teve seu prato roubado pelas mãos de Jimin.

— Você gosta de quinoa? — perguntou ele, já com uma colher bem cheia na mão. Jungkook notou que Jimin também estava sem seu prato, tomado pelas mãos de Jina, que servia um pouco do peixe. Concordou com a cabeça e observou Jimin arrumar sua refeição, as unhas rosas destacando-se. — Me diz quando já estiver bom.

Quando menos percebeu, Jungkook tinha um prato completamente montado em sua frente, mesmo sem ter tocado em nada. Jimin riu da cara de bobo dele e começou a comer.

— Como foi a semana de vocês, meninos? — Bongcha perguntou.

— O mesmo de sempre, aulas chatas e balé. — Jimin deu de ombros.

— O Kook te acompanha nas aulas? — Jina foi quem questionou daquela vez, e Jungkook lembrou que os dois achavam que quem fazia as aulas era Jimin. Ficou quieto, não saberia mentir e deixaria aquela tarefa para o gênio maligno que sentava ao seu lado.

— Ele é o que gosta mesmo de balé. Comecei a fazer junto porque aparentemente ele é tímido — explicou.

— Entendi. Quando começou a se interessar por balé, Kook? — O coração de Jungkook acelerou de nervosismo ao ter recebido um questionamento tão direto da mulher. Pelo menos não precisava mentir, mas falar em alto e bom som que gostava de dança, principalmente para adultos, parecia estranho.

— Quando eu tinha uns oito anos... Teve uma vez que eu estava em uma praça e teve uma apresentação de balé, achei muito bonito — Jungkook contou, omitindo os detalhes. Os pais fizeram ele esperar na praça enquanto resolviam algum problema relacionado ao trabalho. Pequeno do jeito que era, os primeiros dois segundos de solidão foram suficientes para inundar-lhe de medo. Quando eles iriam voltar? Eles iriam voltar? Os pais o detestavam? A espera parecia uma eternidade. A beleza da apresentação de balé literalmente impediu que afogasse em angústia. — Mas só comecei a fazer aulas agora, por causa do Jimin...

— Que bom que vocês estão fazendo isso juntos. — Bongcha sorriu e observou o filho orgulhosamente, consciente do que estava acontecendo ali. — É legal ter alguém pra fazer as coisas junto, né?

— Convide a gente para todas as apresentações, tudo bem? — Jina pediu. — Eu realmente quero te ver dançar, Kook.

— Ah, não, eu sou muito ruim... — O rosto de Jungkook corou.

— Talvez te falte técnica, mas é algo que vai vir e você tem paixão, que é o mais importante — Jina retrucou. — Estou falando sério, eu fiz balé quando era mais nova, mas achava horrível. Era visível a minha diferença das outras meninas. Querido, se você fizer alguma piadinha sobre meu equilíbrio, vamos ter uma crise matrimonial — ameaçou quando observou o marido abrir a boca, que fechou rapidinho porque não era bobo nem nada.

Jungkook apenas assentiu para as palavras acolhedoras, sentindo seu peito quente como se tivesse recebido um abraço. Continuou comendo, apreciando tanto a refeição que já não entendia como um dia considerou aquele ato de cuidado tão básico uma perda de tempo.

— Me perdoe a pergunta, mas é que como eu disse, faz tempo que o Minnie não traz ninguém aqui... Como ele é na escola? — Jina perguntou.

Jungkook ponderou, virando-se para encarar Jimin ao seu lado, que tinha vestido uma expressão desafiadora. Mesmo que fosse da mesma sala, sentia que sabia muito pouco sobre Jimin na escola, assim como todos os outros alunos. Mas tinha uma característica que ele inegavelmente carregava com orgulho em qualquer ambiente que estivesse, seja na escola ou fora dela: sua aparência.

— Acho que do mesmo jeito que fora... — murmurou, ainda encarando Jimin. Era difícil achar palavras que o representassem devidamente. — Uma flor no meio do asfalto.

Jimin, pego de surpresa, corou antes de recompor-se com uma cara de tédio, mas seus pais, obviamente não deixaram aquilo escapar de seu olhar, rindo discretamente. Jungkook, ao perceber o quão ridículo aquilo soou, tentou disfarçar a vergonha com uma garfada de comida.

— É uma comparação justa. — Bongcha sorriu gentil, observando Jimin e seus cabelos cor de rosa. Ficava feliz em saber que o filho conseguia ser ele mesmo na escola também, por mais difícil que fosse.

— Eu concordo plenamente! Eu sei que eu sou meio coruja assim, mas eu tenho que valorizar também o talento do meu útero. Como que uma pessoa tão bonita, gentil e inteligente saiu de mim? Surreal.

— Mamãe!

— É verdade, filho! Ei, Kook, sabia que o Minnie tem as melhores notas da sala? O diretor sempre manda uma carta cheia de elogios pra gente manter o Minnie lá, porque é sempre ele que representa a escola nesses torneios de conhecimento. Não sei de onde ele saiu tão estudioso com dois pais bobos.

— Diga por você! — Bongcha reclamou.

— Querido... A gente começou a namorar depois que se conheceu nas aulas de recuperação. Não dá pra fugir do fato que fomos péssimos alunos. — Lembrou e Bongcha aceitou perder aquela luta. Ter aulas de recuperação estava longe de ser agradável, mas gostava das vezes que ia para a praça comprar algodão doce e dividir com a garota que virou a mulher ao seu lado.

O almoço foi regado de conversas bobas que aqueciam o coração de Jungkook sem que ele soubesse direito o porquê. Talvez a culpa fosse da comida, igualmente quentinha. Insistiu em lavar a louça e, depois de muito custo, conseguiu vencer a discussão sob a condição do Jimin ajudar a secá-las, porque tinham tantas que não caberia tudo no escorredor.

Arregaçou as mangas e começou a lavar os pratos enquanto Jimin abria espaço no escorredor, guardando as louças já secas que ainda estavam lá. Jungkook o observou de canto de olho. Jimin parecia bem à vontade na própria casa. Bem, aquilo deveria ser normal, certo? Ele que era estranho em não saber direito onde ficavam as coisas na própria casa.

— Ei, gracinha — Jimin sussurrou ao aproximar-se porque seus pais estavam assistindo um filme na sala ao lado e poderiam ouvir. — Desculpa se meus pais te incomodaram de alguma forma, tá?

Jungkook franziu a testa, comicamente confuso. Onde ter sido tratado bem encaixava-se em "incômodo"? E por que Jimin pediria desculpas por aquilo? Jimin, no máximo, deveria pedir desculpas pelo próprio comportamento, já que o chantageava e o provocava. Ao perceber o quão absurdo soou, Jimin balançou a cabeça, como se tentasse espantar as desculpas que já tinha dado.

Ficaram em silêncio por mais um tempo, Jimin esperando Jungkook enxaguar a primeira leva de louças para poder secá-las, o pano de prato já em mãos. Ao contrário dos dias da semana, Jimin não estava tão arrumado, o que deixaria ainda mais engraçada a cena dele segurando um pano de prato.

De maquiagem, usava apenas seu fiel gloss, que no momento já tinha ido parar em seu estômago junto ao almoço. Usava um vestido preto simples, de alcinha e com estampas de margarida. Era discreto comparado às roupas usuais, mas não deixou de chamar atenção enquanto faziam compras. E mesmo que um garoto usando vestido não fosse algo costumeiro, Jungkook não conseguia achar estranho. Combinava muito com Jimin.

— Seus pais não estão em casa? — Jimin perguntou baixinho.

— Viajaram pra algum lugar. — Jungkook deu de ombros, interessado até demais na louça.

— O que você vai fazer hoje à tarde?

— Estudar, você incluiu os finais de semana no planejamento, lembra?

— É verdade — Jimin concordou. Jungkook precisaria estudar um pouquinho pelo menos aos finais de semana para compensar a falta de tempo nos outros dias. Começou a secar os pratos que Jungkook enxaguou, guardando cada um em seu lugar.

Depois de secar e guardar todas as louças que não caberiam no escorredor, Jimin guardou o pano e encarou os pais na frente da TV. Assistiam algum filme que não conhecia e só o topo das cabeças recostadas uma na outra era visível. Ele não sabia o que seria dele se seus pais não fossem daquele jeito.

— Ei, gracinha... — chamou, um pouco tímido, o apelido soando estranho já que o seu tom zombeteiro falhou. — Não quer estudar comigo hoje então? Eu posso tirar suas dúvidas, se precisar...

Jungkook ponderou a proposta. A resposta deveria ser óbvia: seria burrice negar a ajuda do garoto que descobriu ser o melhor da escola. Mesmo assim, só conseguia pensar que já tinha sido inconveniente demais interrompendo a manhã e o almoço daquela família tão unida.

Como se conseguisse ler os pensamentos de Jungkook, Jimin chegou mais perto para falar mansinho:

— Meus pais iam ficar felizes também... Eles ficam preocupados com minha falta de amigos, uma mão podia lavar a outra, não?

Jungkook acabou concordando com a ideia antes mesmo de pensar melhor, só por impulso. Por que sentiu tanta necessidade de aceitar... não sabia. Jimin sumiu, subindo as escadas.

Voltou bem quando as louças terminaram de ser lavadas e puxou Jungkook pelo pulso até a sala, o acomodando em uma das poltronas e atraindo a atenção de seus pais. Sentou no canto oposto e mostrou um baralho de UNO em suas mãos.

— Vamos jogar? — perguntou, e o casal desligou a TV de imediato, competitivos que só em jogos de cartas. Jungkook observou confuso, sem entender o que aquilo tinha a ver com estudar. — Eu e Jungkook vamos estudar juntos mais tarde... mas vamos jogar umas partidas primeiro, fico com sono demais depois do almoço.

Aquela mensagem foi muito mais para Jungkook do que para o casal Park, que estava mais preocupado em observar as cartas distribuídas e afastar-se de um jeito que ninguém diria que ambos estavam grudados poucos minutos antes. Jungkook observou preocupado, será que Jimin queria acabar com o casamento deles?

— Não olha minhas cartas, seu trapaceiro! — Jina resmungou, empurrando o marido com os pés. Bongcha riu, porque já sabia que ela tinha tirado um +4 só pelo brilho no olhar. Ainda bem que o jogo começava em sentido horário... e esperava muito que ninguém revertesse o fluxo.

— O Jungkook pode começar, já que é nosso convidado... — Bongcha sugeriu.

O começo da partida foi tranquilo. A pilantragem deu as caras quando a primeira carta +2 apareceu na mesa, jogada por Jimin para Jungkook comprar. Mas Jungkook também tinha um +2, o que fez com que Bongcha fosse o próximo da lista. Ele olhou no fundo dos olhos da esposa, puxando-a para um último beijo antes de jogar um +2 também. Jina xingou tão alto que quase ensurdeceu Jungkook, que já estava em choque ao perceber que o casal Park ainda beijava na boca; achava que o casamento matava aquele tipo de afeto.

Jimin morreu de rir até perceber sua mãe repousar a mão acima do útero, o prelúdio de seu belo +4. E, pela enésima vez naquela casa, Jimin ressuscitou a discussão sobre ser proibido ou não jogar +4 em cima de um +2, acabando por decidir que era proibido e fazer sua mãe comprar seis cartas, com ódio no coração. O de cabelos rosas tratou de inverter a ordem da roda, porque não queria mesmo levar aquele +4 ou o que quer que houvesse dentro da mão agora enorme de sua mãe. Seu pai que levasse o pato.

Quem ganhou a primeira partida foi Jungkook, simplesmente porque a família Park estava tão preocupada em tentar se sabotar que saiu ileso. A segunda, por outro lado, foi Jina, que esfregou sua vitória na cara de todos "que tentaram sabotar seu sucesso".

Quando cansaram do jogo, Jimin puxou Jungkook apressadamente para seu quarto antes que seus pais voltassem a assistir o filme e resolvessem fazer suas pazes entre beijos íntimos até demais. Tinha observado o choque na cara do Jungkook com um simples selinho... Não sabia se ele conseguiria sair sem traumas se os visse quase se comendo em cima do sofá.

Levaram junto com eles uma das cadeiras da mesa de jantar escada acima, que Jimin depois ajeitou ao lado da que ficava na frente da escrivaninha, chamando Jungkook para sentar ao seu lado enquanto já pegava seus materiais. Jungkook apenas obedeceu, cada vez mais acostumado com o ritmo natural e gostoso dos acontecimentos que orbitavam Jimin.

— Você não tá com suas coisas, né? — Jimin percebeu, pegando algumas folhas avulsas e um lápis para ele. — Consegue lembrar do planejamento de cabeça?

— Hoje era geografia, matemática e inglês. — Observava com uma atenção tremenda Jimin assentir e pegar os livros e cadernos da matéria, lembrando da conversa com os pais dele durante o almoço. — Então... na verdade você consegue se manter no colégio mesmo quebrando o manual de conduta por ser um bom aluno, não por ser rico ou ameaçar os outros?

— Gracinha... — Jimin vestiu sua usual expressão de deboche e desafio. Jungkook tentava entrar em um território perigoso. — Não pense demais sobre mim, você tem sua própria vida para cuidar, não?

— Isso é injusto! — Jungkook estava tão frustrado que as palavras não tinham dificuldade de sair. Não era justo, não mesmo, Jimin saber tanto dele e ele mesmo continuar afundado em ignorância, continuar tentando entender como o mesmo garoto tão mal visto pelo colégio que lhe chantageava era aquele que gargalhava feliz jogando UNO com os pais. — Você pensa sobre a minha vida e cuida dela também, por que eu não posso fazer o mesmo?

— A vida não é justa mesmo... — Tomou o queixo dele com os dedos, observando-o como se fosse uma presa. Engoliu em seco ao constatar que os olhos grandes de Jungkook não refletiam a vergonha de sempre, e sim uma frustração melancólica. Mas logo voltou ao controle. — E você obedece às minhas ordens. Eu tenho o seu vídeo, simples assim.

— Jimin... — A voz de Jungkook voz saiu fraca, tomada de melancolia, porque tinha entendido tudo. — Mesmo se eu não concordasse com sua missão, você não ia vazar, ia?

— Eu não teria tanta confiança assim nisso. — Deu uma risadinha esnobe.

— Eu quero assumir esse risco. — Não sabia de onde tinha tirado tanta firmeza, mas aproveitou. — Vou continuar dançando porque é meu sonho. E continuar recebendo seu apoio porque meu sonho casa com seu objetivo de prejudicar Hoseok, sabe-se lá por quê... Mas eu quero saber, Jimin, quero saber sobre você...

— Gracinha, você não deveria se achar tanto assim... — Jimin falou entredentes, mas soltou o queixo dele. — Imagina que agradável seria para seus pais descobrirem que o filho másculo faz balé no meio da viagem importante deles...

— É muito difícil ser incompreendido? — Os olhos de Jungkook eram tomados por um brilho de compreensão dolorosa e afável. Jimin prendeu a respiração. — Por que mesmo sendo tão forte, você aceita as mentiras que contam de você?

Jimin empurrou a cadeira para trás, afastando-se de Jungkook. Ao perceber que fraquejou, levantou-se rapidamente da cadeira e fingiu que estava buscando alguma coisa dentro de seu armário. Sim, conseguia enxergar que aos poucos Jungkook percebia que tinha algo de errado, mas não percebeu que ele tinha desvendado tanto assim. Droga, estava ferrado, completamente ferrado!

— Que mentiras, gracinha? — Cruzou os braços e ergueu o queixo orgulhosamente. — Sou exatamente isso que todos vêem.

O coração de Jungkook pesou com cada uma daquelas palavras. Jimin, sempre tão alto, inalcançável e invencível em cima de suas plataformas pretas, parecia estranhamente frágil; encurralado dentro do quarto cor de rosa, do ambiente tão carinhoso quanto ele seria se o mundo externo não se recusasse a ver aquela sua beleza gentil. Jungkook sabia que falava com o Jimin de verdade.

Levantou-se também, movido pelo ímpeto de não querer deixar sozinho aquele Jimin, que parecia tão triste e solitário quanto Jungkook antes do Jey. Ao perceber tal movimentação, Jimin tentou recuar, mas bateu as costas na porta do próprio armário e, antes que pudesse contra-atacar com palavras ácidas, teve seus ombros abraçados.

— Jungkook, não toca em mim! — ordenou, mas a confiança dissolvia-se junto com aquela máscara que já fazia parte do próprio rosto. Logo, sua reclamação parecia mais um murmúrio de um pedido. Um pedido que não queria que fosse acatado.

O cheiro doce dos cabelos rosa já entorpecia a mente de Jungkook, que não quebrou o abraço. Aos poucos, sentiu o corpo menor relaxar, e o encaixe de braços, ombros e coração ficou mais natural. Jimin apoiou a cabeça no peito dele ao perceber que, em poucos segundos, tinha sido completamente derrotado. Um ataque surpresa era golpe baixo.

— Por que os professores te odeiam se você é tão inteligente e sempre senta nas primeiras cadeiras? — Jungkook começou a cuspir todas as dúvidas que carregava e que lhe mostraram a resposta que só agora tinha percebido. — Por que ninguém sabe que você é um bom aluno? Que você cozinha bem? Que gosta de passar o final de semana com seus pais? De ajudar um bunda mole que nem eu, fingindo que é durão?

— Jungkook... não é óbvio? É por eu ser desse jeito...

— Inteligente? Teimoso? Debochado? — Jimin riu amargamente ao ouvir aquelas sugestões de Jungkook. Ninguém do colégio sequer sabia que ele carregava qualquer um daqueles adjetivos.

— Uma bichinha... — Sua voz falhou. — Agressivo, só porque sei me defender. Vulgar, só porque me visto como me convém.

Os dois permaneceram em silêncio por mais um tempo. Jimin, já sabendo que tinha entregado o jogo, apenas desistiu e enterrou o rosto no peito de Jungkook, abraçando-o de volta em um anúncio não-verbal de seu xeque-mate. Não tinha mais o que esconder, já era aquele garoto fraco que precisava de abraços.

— Acho que uma flor no meio do asfalto chama atenção mesmo... Pena que a gente vive em uma sociedade que prefere destruir os rastros de cor que existem por aí...

— Jungkook, por quê? — Jimin choramingou, desolado. Sentia-se tão miserável... não pensou que era tão fácil de ler.

— Porque às vezes parece que você é muito sozinho. E eu sei reconhecer isso, a solidão.

— Por quê? — repetiu, inconsolável como estava. — Seria tão mais fácil para você ignorar isso, que nem todos os outros ignoram...

— Porque eu sei que, mesmo que você finja que não, você está sendo essa pessoa para mim. Eu queria poder ser de volta. Jimin... Eu não conseguia acreditar que alguém que trouxe tanta cor pros meus dias fosse ruim de verdade.

— Merda, Jungkook, merda! — Sua revolta era abafada pelo peito de Jungkook, que sentiu sua camisa umedecer enquanto a voz tão firme do garoto embargava. Abraçou os ombros com mais força. — Por favor, vamos voltar à situação de antes. Por favor, finge que você não viu isso.

— Jimin, não dá... e por que você iria querer isso?

E Jimin desmontou, deixando que Jungkook sustentasse seu peso no abraço enquanto chorava, vulnerável, ao perder a sua armadura. Usava ela há tanto tempo que parecia fazer parte de sua derme e, agora, parecia que a pele em que vivia tinha ido junto. Era uma dor excruciante.

— Porque, desse jeito, eu perdi...

»»🩰««

O Jungkook caçou o Jimin para fora da armadura dele 😔 ngm me toca pq eu fico sensível demais com os boiolas, puta merdaaaa

Espero que tenham gostado, eu amei escrever esse capítulo e tava ansiosa pra postar hsauhasu Qual foi a cena favorita de vocês? A minha é esse final mesmo do Jungkook juntando os pontinhos, mas é até difícil não ser

Muito muito obrigada pra quem tira um tempinho pra ler, votar, fazer comentários lindos aqui e na #EstrelandoOCoadjuvante, sério!! Me dá um gás e uma felicidade tão grandeee, vocês são tudo!

MUITO STREAM EM BUTTER

Bem, é isso! Beijinhos de luz e até dia 18/06 às 19:00!


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