Jujutsu Kaisen - Orbitando um...

By adri_bertolin

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Aprisionado no Reino da Prisão, Gojo Satoru inicia um processo de fragmentação sobre os conceitos em relação... More

Vazio
Grandes olhos negros
Caos
Propósito
Igual
Ciúmes
Domínio incompleto
Entorpecência
Consumo
Anseio
Posse
Retaliação
Fôlego
Engrenagem
Escolha
Capítulo Extra: Sequestro
Paz artificial
Busca
Renúncia
Receptáculo
Liberdade
Esperança
Destino
Resgate
Surgindo das cinzas
Surto

Bolha

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By adri_bertolin

Gojo nunca havia entendido totalmente o propósito de deixar que outros tivessem poder literal sobre o seu corpo. A resistência sobre isso era o que transformava amaldiçoar alguém em uma tarefa de sofrimento garantido. O que torna o impedimento do livre arbítrio algo tão imoral. Por que permitiria essa ação prejudicial acontecer espontaneamente?

Uyara era diferente dele e de Geto quanto ao orgulho em relação a própria força. Não que ela não o possuísse, mas era a dona de um poder muito mais difícil de se controlar e que poderia fazer pessoas implorarem pela misericórdia da morte com pouco mais de um pensamento. Isso, de acordo com ela e não com o julgamento de Gojo, não era um dom que deveria ser deixado sobre a responsabilidade de um único indivíduo.

A brasileira não era muito fã da lei do mais forte, apesar de ser completamente beneficiada por ela. Sua amiga tendia a não fazer muito sentido nesse aspecto.

Isso lhe fazia pensar sobre o que a levou a chegar nessa conclusão. Kioku tinha uma família antes de se tornar parte do mundo jujutsu, não é? Pais idiotas que aproximaram ela da morte para exorcizar suas habilidades anormais, vovó legal que salvou sua vida...

Uyara não mantinha relações próximas com pessoas que considerava fracas, porém nunca foi pelo mesmo desprezo que o amigo possuia por elas. Algo que o fazia refletir sobre quantas mentes humanas ela destruiu antes de aceitar com gratidão uma coleira que estabelecesse limites.

Sua amiga era tão boazinha. Com um comportamento distorcido pela má influência que ele era na vida dela, mas dona de um coração bom.

Empatia com certeza justificaria sua submissão, o que não tornava a escolha menos ridícula no seu ponto de vista.

Mas, mesmo com todas as opiniões negativas fornecidas pelo seu conhecimento limitado, a ideia de que ela nunca tentou se livrar de seu acordo de restrição não era algo que passava por seus pensamentos com frequência. Afinal, a garota nunca teve motivos para ativa-lo em sua presença.

Essa linha de raciocínio reapareceu apenas agora, quando viu pela primeira vez o corpo dela sendo paralisado pelos termos do pacto.

Uyara não descobriu sobre a certeza de Utahime em relação à Kenny imediatamente. Satoru não contou. Ele preferia informa-la quando houvessem provas concretas sobre o que aconteceu, mas os dias foram se passando e nada mudou, portanto tinha em mente que deveria abordar o assunto.

Algo que não fez.

Gojo poderia perder seu tempo inventando desculpas para isso, mas a verdade é que não queria que ela soubesse. Ele desejava esquecer que aquele problema existia, detestava ser o portador de notícias ruins e com todas as suas forças não queria arruiná-la.

Sabia exatamente qual o tipo de perturbação isso traria para a amiga e valorizava demais a dinâmica que havia estabelecido para quebra-la.

Todos já viram feiticeiros demais perdendo o brilho da vida em seus olhos, apenas para virarem uma casca da existência que representavam antes. Jamais deixaria isso acontecer com aqueles dois.

E o que seria da relação que haviam estabelecido sem ela com sua habilidade de saber exatamente o que precisavam? Não era porque não estava entorpecendo seus sentidos que não poderia agir de forma humana para amenizar a carga de cada um, já que isso reduzia sua própria dor.

Satoru sabia que Kioku nunca parou de cuidar deles desde que os encontrou cobertos de sangue no quarto do Geto. Que por mais que se sentisse melhor, havia se tornado uma pessoa diferente naquele dia e ela era a única coisa que o encaixava de volta a normalidade.

Sabia que Suguru pensava da mesma forma e protegia o sorriso dela com a mesma dedicação. Afinal, não estava tão alheio ao ponto de não perceber como o brilho dele estava acabando. Eram ótimos amigos e amantes maravilhosos, mas nunca aprenderam a lidar com emoções como a garota faz e jamais desejariam que ela se sentisse tão perdida como eles faziam.

Que Uyara se distraisse e se divertisse com coisas tão interessantemente condizentes com suas vontades era apenas um bônus em relação à vontade de deixa-la bem. Ela proporcionava treinos que os levava a exaustão, nocauteava maldições como arte e possuia uma disposição para sexo criativa e curiosa que era de tirar o fôlego. Não era nem um pouco difícil se manterem entretidos.

Haviam criado uma forma de fazer aquilo realmente funcionar e nada era mais desejado do que deixar aquele mundo de merda por fora do paraíso que estavam cultivando.

Gostava de pensar que eram uma trindade única, que esse vínculo compartilhado era o que os mantinha indestrutíveis e invencíveis, uma coisa especial que ia muito além do poder em suas veias.

Mas, nada disso importa muito agora...

Estavam em uma aula de cura, com a supervisão de Shoko, Layla e Yaga-sensei. Essas eram sessões terrivelmente chatas, mas sempre podiam contar com a conversação mental estabelecida pela brasileira para se divertirem em segredo. Estava tudo bem.

A colega de classe também fazia parte da fuga do método rigoroso dos adultos. Realmente gostavam de Ieiri, ela era provavelmente a única pessoa além de seus dois vínculos mais preciosos que considerava uma amiga e, agora que haviam ido além no relacionamento triplo, não parecia ser tão estranho pensar nela dessa forma.

Eles estavam comentando sobre a moralidade duvidosa imposta no que estavam fazendo, já que o estudo se consistia em aplicarem energia reversa em uma maldição ferida para recupera-la. A espécime estava no comando de Geto, que a impedia de se regenerar sozinha, e Kioku foi quem abordou o tópico, ela com certeza já havia feito muito pior para aprimorar suas técnicas nos inimigos principais, mas não gostava de prolongar sofrimento desnecessariamente. 

Aquilo parecia mais um modo de tortura do que um aprendizado de medicina. Não que se importassem com as maldições e não houvesse um prazer macabro em vê-la agonizar, conforme avançavam nas melhorias individuais, porém aquele poder de controlar a estabilidade de uma forma de existência consciente era perturbador em de uma maneira que ainda não conheciam.

As meninas eram mais sensíveis a isso e não compartilhavam do divertimento distorcido dos outros dois, embora pudesse dizer que essa fragilidade não vinha de um horror pelas próprias ações e sim pela exaustão de terem feito isso um milhão de vezes. Fazia sentido que a mentora brasileira estivesse ali, era um lembrete constante de que o cansaço não poderia tornar a pupila mais piedosa.

Foi então que Uyara soltou o comentário que o fez quebrar a proteção contra o dom dela.

Se você não quer que um amaldiçoador de mentes saiba o que você está pensando, suas barreiras precisam ser muito sólidas e você não pode trazer seus segredos para a superfície em nenhum instante.

Mas ela disse "Eu não gosto de saber que agora tenho outra forma de destruir uma pessoa e restaura-la tão bem que ninguém saberia o que aconteceu. A aula com certeza não está alimentando o lado bom da minha criatividade." e não conseguiu levar sua mente para algo que não fosse Kenny.

A forma com que ele havia sido assassinado de uma maneira tão grotesca que não conseguiram atribuir outra solução para a causa de sua piora gravíssima além de sua habilidade questionável em cura. Como a pessoa que fez isso saiu sem punição e por quanto tempo ela pode ter mexido com o sistema do rapaz, trazendo-o e tirando-o da sanidade antes dele ter parado de resistir.

Isso trouxe um nojo incomum para seus sentidos e é óbvio que Kioku, estando em uma ligação direta com seu cérebro, percebeu e foi investigar o motivo instintivamente. Provavelmente procurando por algo que pudesse ser motivo de riso a suas custas.

Ele viu a expressão dela mudando, a sentiu forçar suas paredes para juntar os pedaços de informação e percebeu que havia entregado tudo antes de sequer tentar reagir contra a invasão.

Era ridiculamente fácil para a garota fazer isso tanto consigo quanto com o controlador de maldições, ambos confiavam tanto nela que, mesmo que seus instintos gritassem perigo, ainda assim demorariam demais para combate-la.

Eles fizeram contato visual. Mesmo que não pudessem enxergar os olhos um do outro por ambos estarem escondidos por óculos escuros, o efeito ainda era o mesmo. A energia dela tremeu conforme suas mãos se fecharam em punhos e Satoru acenou devagar, apenas para confirmar que não havia a mergulhado em memórias falsas ou fantasiosas.

Geto, que sabia de suas suspeitas e concordou que era seu dever alerta-la no devido tempo, quebrou a ligação mental que os conectava no instante que percebeu o que estava acontecendo. Gojo fez o mesmo, saindo dali assim que Uyara teve o suficiente. O de cabelos negros se posicionou atrás dela, como se quisesse conforta-la ou discutir um plano de guerra conforme ela encarava o amigo de infância sem realmente enxerga-lo.

Houve uma ondulação de poder na sala, o suficiente para amedrontar tanto a maldição que ela calou a boca e o suficiente para avisar aos adultos que algo estava errado.

Seu corpo se moveu para ajudar Shoko no momento em que ela começou a se contorcer de dor por ter ficado no domínio conturbado daquela mente poderosa. A incrível usuária de maldição reversa não tinha experiência ou poder o bastante para conseguir lidar com aquilo sem sofrer no processo, só podia imaginar o quanto isso tornava cada instante daquilo terrível.

- Ieiri, Ieiri! - Sua voz chamou com urgência, mas a garota demorou tanto para responder com qualquer reação que duvidou que ela estivesse o ouvindo corretamente. - Hey! Olhos em mim, isso, olhe só para mim!

Seu Infinity se expandiu para envolve-la, em uma tentativa um pouco útil de aliviar o impacto. Foi só quando viu os olhos da mais baixa voltando a ter foco que se dignou a prestar atenção no que estava acontecendo ao seu redor. Por isso e pelo barulho de impacto que ressoou por todo o lugar.

Kioku ficou parada exatamente no mesmo lugar, com Suguru ao seu lado como um guarda-costas.

Ela estava dando atenção aos senseis agora e, embora seu companheiro parecesse inclinado a não disposição de lutar contra os dois, era visível que a brasileira não mantinha nem uma gota de hesitação, afinal ela já estava agindo.

O barulho de antes foi Yaga caindo desacordado, por ter tentando para-la sem especificamente entender o que deveria fazer.

Supondo pela forma com que suas expressões mudavam sem que uma palavra fossem dita, Layla e Uyara estavam discutindo. Todo o medo pela mais velha desaparecendo agora, por causa do ódio que a informação havia despertado.

Porém, o pior era ver que a mulher não havia demonstrado surpresa em nenhum momento, ela estava sendo confrontada com uma hipótese gravíssima e agia como se já soubesse.

Como se não fosse nada demais no grande jogo das coisas.

Aqueles indícios de culpa e comportamento com sinais de luto já haviam desaparecido a bastante tempo. Gojo imaginou que tudo não passava de uma superação rápida causada por uma vida de traumas, o que seria normal, ou que ela havia voltado a ser cem por cento babaca, também normal. Não esperava por toda aquela frieza ao receber a noticia de que um de seus alunos foi possivelmente brutalmente assassinado com o intuito evitar que seu conhecimento caísse em mãos erradas.

Sua amiga de infância deu um passo a frente, com certeza havia encontrado algo na qual valia a pena insistir.

Foi nesse momento que aconteceu.

A sensei leu sua agressividade e intenção de machucar, o suficiente para dar sua resposta. Ela levantou a mão com os dedos torcidos em um sinal de feitiço e a reação foi imediata.

O tempo passava diferente aos seus olhos e isso fez com que fosse rápido o bastante para captar mudanças no corpo da garota antes do encantamento ser concluído. Ela se encolheu minimamente em pavor por um verdadeiro trauma daquela visão, mas ousadamente se projetou para frente, laçando energia amaldiçoada o bastante para derrubar a megera como um grande felino lutando antes de uma poderosa anestesia fazer efeito.

O golpe nunca chegou perto de alcançar a mulher de cabelos verdes. Kioku desabou no chão com força o bastante para quebrar o piso e se manteve lá, rigidamente paralisada, como se houvesse perdido todo o controle sobre si mesma.

A aura violenta na sala desapareceu e Yaga-sensei acordou desorientado. Shoko também voltou a normalidade e iniciou um processo imediato de auto reparação dos danos, o que fez com que retornasse o Infinity para uso exclusivo.

Layla olhou para Ieiri como se a avaliasse e, parecendo satisfeita com o que viu, se abaixou para erguer Masamichi fornecendo o próprio corpo como suporte para tira-lo dali.

A mulher saiu da sala virando as costas para eles, como se sua ação fosse tão comum para ela quanto manipular a própria energia amaldiçoada. Isso fez com que suas emoções se tornassem turbulentas por puro rancor.

Quando ele surtasse e decidisse matar todo mundo que não o seguisse, porque nesse instante não duvidava nem um pouco que isso aconteceria, ele se certificaria de deixar aquela maldita filha da puta por ultimo, apenas para que ela tivesse a dor de ver tudo aquilo em que ela acredita ser destruído diante de seus olhos.

Sua atenção se voltou para Uyara com uma urgência que o levou a simplesmente e literalmente aparecer na frente dela. Geto estava pálido de preocupação, abaixado ao lado da amiga sem ter a menor ideia do que fazer. Além disso, ao observar o fluxo de energia no corpo da brasileira, ele chegou a conclusão de que ela estava lutando contra aquela condição, o que piorava tudo aquilo.

- O que você pensa que está fazendo, sua maluca? - A reprimenda veio apressadamente, junto do impulso de querer nocauteá-la para que a idiota parasse de agir de forma suicida.

Mas ele percebeu que os olhos do controlador de maldições haviam se abaixado para a mão da garota e por sua mudança de expressão, havia algo muito bom ali. Satoru ficou curioso o bastante para manter a consciência dela conforme sentia Shoko se aproximando igualmente aflita.

O dedo mindinho da amiga estava erguido.

Apenas isso.

Todo aquele esforço por um único dedo mindinho...

Aquele pacto restritivo era poderoso o bastante para simular coma ou tetraplegia, quando não aplicado em todo o seu potencial. Era o golpe mais poderoso de Uyara, sem potencial assassino, aplicado contra ela mesma.

Portanto era o suficiente para a compreensão atingi-lo.

As vezes as pessoas criam fraquezas para transforma-las em força.

Porque, pelos céus, se algum dia a garota conseguisse suportar aquilo com o mínimo de danos possível, ela teria autocontrole o suficiente para ter um poder destruidor mundos, como o seu, e ser capaz de aplica-lo com a leveza do pousar de uma borboleta ou como o impacto de um meteoro, variando apenas a sua intenção.

Não sabia se essa compreensão fazia parte da motivação dela, ou se era apenas um bônus que só os espectadores de fora conseguem contemplar. Mas era fodidamente magnifico.

(...)

Conforme crescia junto de sua melhor amiga, Gojo Satoru as vezes era confrontado com duvidas com relação a quanto tempo o envolvimento dos dois iria durar. Pessoas não tendiam a permanecer em sua vida, ele não se lembrava dos rostos dos próprios pais, não possuia outros laços e não se preocupava mais em decorar os nomes das pessoas que eram designadas para serem suas serviçais.

Que Kioku tenha permanecido uma presença constante em sua vida foi uma agradável surpresa, mas isso não impedia sua mente mais jovem de pregar-lhe peças sabotando sua confiança relacionada a esse vinculo.

Uyara eventualmente consideraria sua personalidade insuportável, ficaria ocupada demais com seus próprios interesses para lhe dar atenção, encontraria coisas mais importantes para valorizar, faria novos amigos que fossem menos complicados e se apaixonaria!

O ultimo ponto em especifico era o que mais o assombrava, porque sempre poderia prender a garota em um porão até convence-la a mudar de ideia em relação às outras coisas, usando o método de tortura muito eficaz conhecido como cócegas. Porém o amor era mais delicado de se lidar, ele funciona como uma maldição e infelizmente não pode ser exorcizado como tal.

Não que acreditasse que ela desenvolveria sintomas de paixão tão facilmente, considerando seu modelo perfeito de comparação para os demais relacionamentos. Mas de nada adiantaria se ela fosse amaldiçoada por algum verme inferior ou percebesse que nunca havia gostado de caras dessa maneira. Era uma merda pensar nisso.

A diabinha ainda costumava provoca-lo por isso, se divertindo com seus ciúmes óbvio, como se a hipótese de estar com outra pessoa fosse ridícula.

Mas com o tempo ele percebeu que havia acontecido mesmo assim. De uma forma que conseguia lidar muito bem e que de certa forma era tão afetado quanto.

Geto Suguru entrou naquela bolha agradável que criaram desde novos e reivindicou um grande espaço para si mesmo.

Foi Satoru quem se apaixonou por ele primeiro. Algo novo, como uma chama que queimava suas entranhas de uma maneira gostosa e satisfatória. Era emocionante e bom, causava-lhe estranhas reações que nunca havia experimentado e o tornou tão viciado por aqueles olhos mundanos quanto era pelas órbes escuras.

Era reciproco e nunca deixaria de ser maravilhoso. 

O que não diminuiu a estranheza de ver o mesmo acontecendo entre os dois. Suguru e Uyara se entendiam de uma forma que não conseguia compreender, o que eles possuíam podia ter o mesmo nome daquilo que compartilhavam com ele, porém nunca foi a mesma coisa.

Era comum que estivessem juntos no caos, na dor, na gloria, na felicidade e na estupidez que os levava até circunstâncias inesquecíveis. Ou melhor dizendo, nunca antes havia reparado que poderia existir algum momento em que eles poderiam se unir de uma maneira que não conseguia se envolver.

Mas os dois começaram a compartilhar o silencio depois que ela descobriu sobre Kenny.

Algo apenas deles, algo que queria destruir.

Porque toda vez que aqueles dois malditos idiotas encontravam tempo para se sentarem sozinhos em algum lugar, fumando cigarros roubados de Shoko, ele sentia uma aura sombria sendo alimentada em ambas as almas. Como um câncer dominando seus corpos. Uma coisa terrível que os consumia lentamente.

Era lamentável que eles parecessem tão pacíficos dessa forma, encontrando conforto em um tipo de sofrimento mútuo intenso demais para conseguir tira-los de lá ou participar.

A única coisa que o aliviava era saber que essa besteira não diminuia a alegria que ainda conseguia despertar em ambos os corações, então em geral Satoru apenas não os deixava sozinhos e os incomodava até que estivessem em um humor menos deprimente.

Ele nunca foi bom em lidar com esse tipo de situação.

(...)

As vezes, quando a noite chegava e estava exaustos demais para transarem, mas inquietos demais para dormirem, Geto lia para os dois em voz alta.

Gojo normalmente o envolvia por trás com seus braços e pernas, descansando seu rosto no ombro do amigo de forma que pudesse visualizar sua face e acompanhar seus lábios conforme cada palavra vinha. Kioku gostava de ficar de bruços na frente deles, observando-os enquanto prestava atenção na narrativa.

As vezes ele sabia que ambos haviam apenas fechado os olhos, imaginando-se no lugar dos protagonistas e deixando que cada paragrafo trouxesse mais significado a um cativante mundo fictício. Relaxando com aquela voz maravilhosa de uma forma que podiam saudavelmente contemplarem uma fuga de realidade muito necessária.

(...)

Os três gostavam de serem bem cuidados, então não era estranho que se encontrassem fazendo isso um com o outro. Seja arrumando os cabelos, embelezando as unhas, ou massageando a pele, sempre encontravam um momento para se dedicarem a esse tipo de prazer.

O que não diminuia a frequência de outro tipo de prazer carnal, mas os tornava deslumbrantes.

Era bom, era revigorante e fazia com que se sentissem menos quebrados.

(...)

Vocês já ouviram aquele famoso questionamento, normalmente dito por mães, sobre "se o seu amigo se jogar em um buraco, você pulará também?"?

Nessa situação, Uyara responderia sim porque o amigo é quem trás emoção à sua vida. Suguru seria quem deu a ideia e Satoru o idiota que foi primeiro.

Isso explicava várias confusões em que se meteram, na verdade.

E também explicava o agora.

De que outra maneira teriam ficado bêbados o suficiente para não se lembrarem de como chegaram até esse ponto?

Estavam em um lago agraciado com uma linda cachoeira, água transparente, localização indeterminada no meio de alguma floresta e temperatura agradavelmente quente.

Não faziam a menor ideia de como chegaram até ali, naquela bonita noite estrelada de lua cheia. Apenas sabiam que parecia uma boa ideia mentirem suas idades para conseguirem bebidas e fugirem de toda aquela merda de mundo.

Haviam se livrado de suas roupas fedidas com o sangue de maldição no instante em que contemplaram a ideia de um mergulho. Suguru foi o mais normal e racional, optando por simplesmente entrar na água, já Gojo foi instigado a desafiar a queda de trinta metros em uma performance magnífica e Kioku o acompanhou porque não queria permitir que ele morresse sozinho.

Eles saltaram nus e de mãos dadas. Uma pena que registrar a cena só tenha passado pela mente de Geto quando os outros dois já haviam finalizado a maluquice.

Satoru chegou a bater a cabeça em uma pedra, mas algo em sua mente nublada o lembrou de manter o Infinity e quem morreu foi a pedra.

Ele não gostava de beber. Não realmente. O álcool deixava seus sentidos confusos, o que significava muito considerando que sua sensibilidade era o que o tornava tão diferente. Para piorar, conseguia a proeza de ser consideravelmente fraco a bebida e, por isso, mesmo sendo quem menos exagerou, estava longe de ser o mais sóbrio.

Ainda assim ele conseguia registrar algumas coisas importantes com coerência.

Como, por exemplo, como era quente e sufocante estar dentro de Uyara ao mesmo tempo em que Geto a reivindicava por trás.

Como a melodia de todos os "A-ah ah!" que escapavam de suas gargantas o incentivava a ir além, mais forte, mais fundo.

Ela também gravou aqueles quatro olhos banhados de luxúria o observando com tanto carinho e desejo que se sentiu completo.

Registrou como era a textura e o sabor de suas peles molhadas, os marcou de toda as formas que conseguiu e se deliciou com aquele banquete como fazia em todas as vezes que tinha a mesma oportunidade.

Ele se lembra de ter gozado em uma bagunça poderosa que o cegou por alguns segundos.

Mas também se recorda de terem se deitado nas pedras geladas da margem antes que se afogassem, de terem se embolado um no outro em busca de um calor que a noite parecia querer roubar a força.

Ele lembra de ter recuperado força o suficiente para motivar um preguiçoso Suguru a se animar, de tê-lo montado com força e de ter deixado que os outros dois assumissem o ritmo quando Kioku juntou-se a brincadeira e cavalgou em seu pau com uma dominância que ela gostava de usar.

O que ele mal sabe dizer se foi parte de sua imaginação ou não, foi uma percepção de seu cérebro sonolento e satisfeito.

- Nos vamos matar todos eles, não vamos? - Uyara questionou rindo como se estivesse anestesiada.

- Pode apostar que vamos. - Aquele Satoru insuportavelmente alegre e grudento respondeu, mesmo que não soubesse exatamente do que ela estava falando.

Suguru ficou quieto, no meio dos dois, acariciando suas nucas apenas para manter as mãos ocupadas. Como ele queria ter prestado mais atenção nisso.

(...)

Uyara era a porra de uma criança louca no parquinho. O que não perdia a graça independentemente de quantas vezes foram na Disneylândia.

Satoru tinha essa energia infantil acumulada que extravasava sempre que tinha a oportunidade, então ficava para Suguru o fardo de suporta-los ligados no auge de seus ânimos. Ele parecia muito divertido com isso e os acompanhava contente, não parecia ter fugido de um hospício como os outros dois, mas poucas vezes na sua vida havia se divertido tanto.

Eles terminaram aquele dia assistindo o por do sol. Gojo comia um algodão doce grande demais para parecer atraente aos olhos dos não viciados em açúcar e a brasileira havia finalizado um milkshake de cereja que ela comprou em algum tipo de alucinação induzida por Geto dizendo que amava beijar Satoru depois que ele consumia balas de cereja.

A garota simplesmente odiava o gosto, mas parecia um filhote de cachorro feliz com a atenção que ganhou por isso.

O controlador de maldições estava segurando as compras que não resistiram em fazer, enquanto mimava a amiga e aproveitava o momento. Haviam presentes para Shoko e os calouros ali, além de vários novos itens pessoais que alimentavam o consumista interior de cada um. Mais um pequeno detalhe de um bom dia.

Essa era uma variação de rotina que sempre se recordariam com muito carinho e saudade.

Era um instante em que a felicidade se tornava algo palpável nessa bolha de vida melhor que criaram.

Algo tão raro nesse lixo de sociedade que não parecia real.

(...)

Kioku tinha medo de terremotos.

Não o mesmo horror que possuia em relação a tsunamis, mas sempre que a terra começava a tremer ela parecia entrar em um estado de turbulência que a impedia de raciocinar direito. Então era comum que a pegasse no colo, permitindo que ela escondesse o rosto em seu peito e e fosse envolvida pelo Infinity para se sentir segura até que as placas tectônicas voltassem a ficar em paz.

O feiticeiro que estavam enfrentando pareceu levar isso como um insulto, por algum motivo.

Não era como se não estivessem prestando atenção nele. Que um tremor de grau quatro assustasse a mulher mais do que suas técnicas de manipulação do ar não era exatamente culpa deles.

Suguru não estava colaborando com o humor do homem com sua dedicação em forçar uma maldição a fazer movimentos ridículos para divertir Uyara. Que sua atenção tenha preferido aquilo do que um idiota qualquer querendo se passar por poderoso era apenas um detalhe.

Talvez eram culpados de terem esquecido da existência do cara enquanto estavam muito ocupados com a urgência maior. Porém ele era apenas mais um pouco da merda de sempre, não poderiam ser julgados por estarem tão despreocupados.

O homem aparentemente tinha uma carência de atenção pior do que a de Gojo. Ele não conseguiu ficar lá, esperando para morrer por mais alguns minutos que levariam ao fim do terremoto, teve que ataca-los.

- Ryōiki Tenkai.

Seus olhos se desviaram das brincadeiras de Geto conforme o domínio se espalhava.

Tudo bem, pode ser que dessa vez não estava enfrentando um feiticeiro qualquer e que tenha sido ele a ser tão azarado ao ponto de ter cruzado o caminho deles antes de poder fazer qualquer coisa significante.

Quase teve pena.

O chão desapareceu de seus pés e ele se viu voando acima de uma queda que poderia sim tê-los matado se não fossem, bem... eles. O outro adolescente sem o seu suporte caiu junto de seu fantoche, mas isso não o preocupou.

Suguru retornou em um distorcido pássaro no seu controle segundos depois. Ele também estava mais intrigado agora.

Enquanto isso, o feiticeiro maligno falava alguma coisa sobre mata-los dolorosamente um pouco longe dali. Não estavam ouvindo. Afinal, esse cara havia lhes dado um prazer que era difícil de encontrar.

Sendo os mais fortes, eles gostavam de destruir essas pessoas com alto potencial que optavam por uma vida mais fácil usando seus poderes para coisas ruins sem nenhum propósito relevante. O homem provavelmente tinha algum problema de visão, ele não estava reconhecendo que haviam três pares de olhos o encarando como se fosse um brinquedo novo.

Afinal a graça não era apenas em matar como fariam normalmente. Era quebrar cada pingo de dignidade e orgulho que o levava a ser responsável pela sua má escolha.

Uyara fez uma avaliação rápida e alargou o próprio sorriso. Ela ainda tinha pena de brincar com pessoas que ainda possuíam algum nível de bondade, então esse parecia ser um dia de sorte.

- Quem vai ter a honra? - Ela questionou, olhando de um para outro.

- Vamos decidir por jokenpô. - Geto sugeriu, se aproximando.

Vale dizer que enquanto eles se moviam e conversavam, o feiticeiro estava desperdiçando sua energia em ataques que, por regra, sempre acertam, mas que não fazia um efeito mais significativo do que obriga-los a falar mais alto. O homem não precisava saber que uma certa amaldiçoadora de mentes havia mudado sua percepção sobre onde eles estavam e o fazia mirar errado todas as vezes.

- Jo-Ken-Pô! - Eles falaram  juntos.

- Yay! - Kioku ergueu os braços em comemoração, praticamente se soltando no processo.

- Isso não é justo se você sabe o que nós vamos escolher! - Satoru reclamou irritado, fechando a expressão para ela.

- Como se vocês dois não fossem impulsivos o suficiente para nunca pensarem sobre o que vão escolher antes de jogarem.

Era verdade, porém não dariam o gostinho da admissão.

Ela agora tinha três opções para vencerem. Lutar contra o domínio, convocar o seu próprio ou tentar fugir. E é óbvio que, assim como os outros fariam, a brasileira optou pela forma mais humilhante.

O feiticeiro deve ter ficado realmente confuso quando o portador dos seis olhos simplesmente soltou a amiga para ela cair daquela altura imensa e Suguru não fez nenhum movimento para salva-la. Gojo fez questão de prestar atenção nele agora.

O homem tinha um cabelo loiro bem curto, era muito magro e tinha uma cicatriz que fazia uma linha horizontal em seu nariz. Ele estava suando frio como se houvesse começado a entender a dimensão da ameaça que estava enfrentando.

Estava acertando seus ataques agora, muito preocupado com pessoas que tinham a frieza de descartar uma aliada dessa forma e sem a influência da própria para faze-lo errar.

Perturbado por como eles ignoravam seus danos sem nem mesmo lutarem contra eles, não percebeu o que estava acontecendo até que já estivesse acabado.

Uyara ganhou maior impacto com a velocidade proporcionada pela queda, mas teria conseguido um resultado semelhante mesmo sem essa vantagem. Embora talvez ela tenha exagerado, afinal sua energia amaldiçoada se chocou com o limite do domínio com tanta força que, além de quebra-lo, ainda causou danos na rua em que o conflito ocorria.

Um estrago maior do que o feiticeiro havia feito antes de se envolver em uma luta com eles.

Era difícil de se descrever. Estavam em um patamar absurdo demais para a compreensão humana.

(...)

O aniversario dos dois chegou e eles montaram uma pequena comemoração como faziam em todos os anos que conseguiam estar juntos na data.

Kioku e Satoru fizeram um bolo de chocolate com recheio de brigadeiro de chocolate branco e morango, algo que agradava a ambos e trazia boas memórias, já que sempre repetiam a mesma receita desde que decidiram tornar a data mais pessoal e fazerem tudo que iriam consumir.

Enquanto a garota se ocupava tentando fazer Geto ajudar com mais do que apoio moral e torna-lo útil na produção do resto de comida que serviriam aos convidados se ela sobrevivesse até lá, Gojo tomou a função de transformar o bolo em uma obra de arte.

Tudo de acordo com os planos e perfeito, exatamente como apenas aqueles dois conseguiam fazer em sua vida.

Foi muito bom tê-los ali, fazendo um caos no refeitório da escola, junto de Ieiri, Haibara e Nanami. Trazia uma sensação de normalidade que sentia com pouca frequência e que mataria para conseguir mais. Até Yaga-sensei apareceu para parabeniza-los e presenteá-los com seus estranhos bichos de pelúcia, unidades que realmente não passavam de brinquedos e não eram corpos amaldiçoados como os outros.

Panda, o filho do professor, veio com ele. O pirralho era um filhote tão fofo que acabou sendo mais mimado do que os motivos da pequena festa. Uyara o machucaria se exigisse que o foco voltasse a ser o dia de seu nascimento, então o deus mortal não fez nada além de olhar emburrado para o animal adorável de um canto afastado, junto de Suguru.

Apesar disso, não podia deixar de observar com adoração toda aquela bagunça das pessoas na qual mais se importava reunidas.

(...)

Nunca antes um aeroporto pareceu tão triste.

- Não. Eu não vou soltar. - Satoru sentenciou, agarrado na amiga como se fosse um animal selvagem protegendo sua comida. 

Ele estava ridiculamente implorando para que ela ficasse. Se deixassem aquilo continuar por mais tempo provavelmente acabaria no chão se arrastando enquanto segurava os pés dela. Não seria uma surpresa. Já havia acontecido uma vez.

Kioku teve a coragem de olhar para Geto em busca de ajuda, sendo que o outro claramente só não estava fazendo um vexame de igual tamanho no salão de embarque porque ainda tinha alguma dignidade para manter.

- Por que você faz isso sempre que estou indo embora? - Ela choramingou. - Faz eu me sentir um monstro por te deixar aqui.

- É exatamente essa a intenção. - Ele sorriu travessamente, antes de voltar a forçar a expressão de choro e sufoca-la em um abraço outra vez.

- Você é terrível, não sei porque ainda me submeto a isso.

No entanto, a garota se agarrava a blusa dele como se fosse uma tábua de salvação que não queria soltar por nada no mundo e mantinha uma mão entrelaçada com a do controlador de maldições como se isso pudesse de alguma forma concede-la a permissão de ficar por mais tempo.

Ao fundo, os outros intercambistas estavam rindo audivelmente da cena. Felizmente não era difícil ignora-los.

Layla-sensei estava lá também, como em todos os anos anteriores. Os observando de longe com uma expressão relaxada demais para o ser horrível que ela era. Era provável que a trouxesse satisfação ver duas pessoas tão poderosas quase se ajoelhando para a sua aluna, independentemente compaixão questionável.

Isso, ou Inumaki Toge, o pequeno usuário de fala amaldiçoada em seu colo, a trazia mais humanidade. Ela era o melhor exemplo que os pais do garoto poderiam encontrar, moralidade duvidosa ou não.

Porém esse não era o ponto! Uyara passaria pelo ritual de formatura no ano seguinte. O que significava que ela ficaria completamente incomunicável durante todo o ano letivo, em um processo de evolução completamente desnecessário no seu ponto de vista.

A ideia de que ela não estaria apenas longe, mas ausente em totalidade ainda não havia sido muito bem compreendida em seu cérebro. Quase como se fosse uma sugestão abstrata, fruto de sua imaginação. Pela cara de imbecil que Suguru estava fazendo a situação dele era a mesma, ou até pior, considerando que ele não estava acostumado com o fato de que ela nunca ficava muito tempo no Japão.

Podia prever que ficariam perdidos e deslocados no momento em que ela partisse.

Com isso, no mínimo, esperava que, durante seu tempo de dedicação à ficar ainda mais forte, a garota tivesse a oportunidade de investigar sobre Kenny e fazer cada um dos responsáveis sangrarem lentamente. Adoraria estar lá para ajudar, mas não se opunha a deixar que a justiça viesse pelas mãos dela.

Foi então que Layla optou por finalizar todo aquele show, colocando a criança no chão para que ela pudesse voltar para a própria família e caminhando na direção deles com um sorriso divertido que o fazia querer rosnar.

- Soltem-na. - Ela ditou simplista e a maldição o atacou com tanta força que não teve escolha além de abrir os braços para deixar que Kioku fosse embora. Geto também perdeu todo o controle sobre a mão que a segurava.

A brasileira se afastou, claramente de má vontade, conforme sua mentora ia em direção ao embarque junto com os outros e acenava levemente para o pequeno Toge. Mas antes que também precisasse partir, Uyara reivindicou os lábios de Satoru com intensidade, apenas para em seguida fazer o mesmo com o controlador de maldições. Ambos não conseguiram responder com mais do que a movimentação da boca, já que estavam com a ordem de mantê-la livre, porém aproveitaram cada instante mesmo assim.

- Vou sentir mais falta de vocês do que vocês vão sentir de mim, tendo um ao outro. Então esperem por mim, ok? Juro que volto na primeira oportunidade de fuga que encontrar.

Isso não tinha o efeito de uma maldição, pacto ou juramento, era apenas verdade.

- Não me obrigue a aperfeiçoar meu teleporte ao ponto de ir até o Brasil apenas para te buscar. - Ele resmungou contrariado.

- Você vai acabar fazendo isso de qualquer forma. - Ela lhe sorriu como se gostasse da ideia. - Até logo!

- Até logo... - Eles responderam, juntos e com um aperto no peito que não conseguiam explicar.

Conforme a viram virar as costas e ir embora, ao som da criança gritando "Okaka" enquanto se despedia de sua semelhante, lhes veio uma sensação de vazio que não poderia ser preenchida de uma forma que não fosse com a mulher por perto.

.
.
.

Se soubesse o que aconteceria depois disso, teria se esforçado para suprir a insuficiência que se estabeleceu na relação e a dor que seu próprio distanciamento trouxe.

Teria tentado fazer diferente.

Porém, no fundo, sempre souberam que suas verdadeiras naturezas não poderiam ser eternamente suprimidas pela bolha irreal que criavam estando juntos.

Sempre foi uma questão de tempo.

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