𝐈𝐌𝐀𝐆𝐈𝐍𝐄𝐒, harry potte...

By povsmoony

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"Me diga uma última coisa" disse Harry "Isso é real? Ou esteve acontecendo apenas em minha mente?" Dumbledore... More

𝗜𝗡𝗧𝗥𝗢𝗗𝗨𝗖𝗧𝗜𝗢𝗡
𝗯𝗲 𝗺𝗶𝗻𝗲, draco malfoy.
𝗶 𝗹𝗶𝗸𝗲 𝘂 𝘁𝗼𝗼, ron weasley.
𝘆𝗼𝘂'𝗿𝗲 𝗮 𝘀𝗰𝗼𝘂𝗻𝗱𝗿𝗲𝗹, 𝗽𝗼𝘁𝘁𝗲𝗿, james potter.
𝗳𝗼𝗿 𝗵𝗲𝗿 𝘀𝗮𝗸𝗲, hermione granger.
𝗶'𝗺 𝗰𝗿𝗮𝘇𝘆 𝗳𝗼𝗿 𝘆𝗼𝘂, ginny weasley.
𝗶𝗻𝗲𝘅𝗽𝗹𝗶𝗰𝗮𝗯𝗹𝗲 𝗶𝗻𝘁𝗲𝗻𝘀𝗶𝘁𝘆, harry potter.
𝗺𝘆 𝗹𝗶𝘁𝘁𝗹𝗲 𝗳𝗼𝘅, remus lupin.
𝘁𝗼 𝘁𝗵𝗲 𝘀𝘁𝗮𝗿𝘀 𝘄𝗵𝗼 𝗹𝗶𝘀𝘁𝗲𝗻, cedric diggory.
𝗳𝗿𝗶𝗲𝗻𝗱𝘀, sirius black.
𝗽𝗶𝗰𝘁𝘂𝗿𝗲𝘀, draco malfoy.
𝗶'𝗺 𝗮𝗹𝘄𝗮𝘆𝘀 𝗵𝗲𝗿𝗲, 𝗶𝗳 𝘂 𝗻𝗲𝗲𝗱, harry potter.
𝗽𝗲𝗿𝘀𝗼𝗻𝗻𝗲𝘀 𝗱𝗲 𝘁𝘆𝗽𝗲 𝗺𝗮𝗶𝘀𝗼𝗻, harry potter.
𝗳𝗼𝗿 𝘆𝗼𝘂, 𝗯𝗮𝗯𝘆, 𝗶'𝗹𝗹 𝘁𝗮𝗸𝗲 𝗮𝗻𝘆𝘁𝗵𝗶𝗻𝗴, regulus black.

𝗱𝘂𝘀𝗸 𝘁𝗶𝗹𝗹 𝗱𝗮𝘄𝗻, harry potter.

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By povsmoony

do crepúsculo ao amanhecer - harry potter

narrado na primeira e terceira pessoa!

harry potter x your name

𖡼.𖤣𖥧 𖡼.𖤣𖥧𖡼.𖤣𖥧

ESTAVA um frio sangrento em Hogwarts naquele dia. Faltavam apenas duas semanas para darem início aos jogos de quadribol e Harry era o mais novo capitão da Grifinória, visto que Angelina havia completado seus estudos no colégio, não podendo mais liderar o time.

S/n, como melhor amiga do moreno, estava o auxiliando na seleção de novos jogadores para preencher as posições que ainda faltavam.

S/n e Harry se conheceram no Expresso de Hogwarts, uma vez que ela estava sozinha em uma cabine, chorando por algum motivo e as unhas cravadas fortemente contra as palmas. Enquanto Ron e Hermione cumpriam suas tarefas de monitores pelo trem, Harry resolveu se sentar ali e conhecer a jovem que estava deixando-o ligeiramente preocupado. Ela percebeu sua presença e rapidamente se adiantou a limpar suas lágrimas, sorrindo para o moreno como se nada tivesse incomodando-a. Mas Harry tentou e tentou convencê-la a contar o que a estava deixando daquele jeito. Não descobriu de primeira, mas assim que a amizade de ambos foi fortalecendo, ele foi enxergando o que havia por trás daquele lindo rosto que era o dela.

Eles se conheceram, conversaram, se aproximaram, fizeram duplas em várias aulas quando foi necessário, e hoje sempre apoiam muito um ao outro em diversas ocasiões, com S/n muitas vezes não perdendo a oportunidade de enchê-lo com vários sermões pelas coisas estúpidas que o moreno faz de vez em quando. Para duas pessoas que haviam se conhecido há quase um ano e já eram próximos desse jeito, não haviam dúvidas de que eram melhores amigos.

A grifinória anotava atentamente em uma prancheta todos os alunos que se destacavam até agora como melhores no desempenho dos testes. Harry tinha acabado de dar um fora em Cormac McLaggen, por querer se sobressair mais uma vez, implorando para ser o goleiro.

- Você teve a sua chance. Defendeu quatro. Ron defendeu cinco. Ele é o goleiro, conquistou o lugar honestamente. Saia da minha frente - Potter falou entredentes, não fazendo questão de se rebaixar ao olhar mortal de McLaggen.

S/n estremeceu ligeiramente ao ver o tom autoritário que Harry usou, mas logo se recompôs. Cormac ficou mais algum momento encarando Harry, olhou para S/n com uma carranca no rosto e se afastou, resmungando ameaças para o ar. A garota riu baixinho e Harry esfregou as mãos nas têmporas, impaciente.

- Não aceito de forma alguma que ele subestime Ron - falou, respirando fundo. Logo depois, ele se virou para a amiga e deu uma breve olhada na prancheta com os nomes dos alunos que tinham conseguido os lugares que faltavam - Excelente.

Harry pareceu que ia falar mais alguma coisa, mas parou ao ver Ron descendo da vassoura, entusiasmado com o que havia feito. Todos do time se viraram, sorrindo, para Harry.

- Parabéns - disse rouco, aparentemente por ter gritado tanto - Vocês voaram realmente bem.

S/n viu Hermione descer correndo das arquibancadas e Lavender Brown sair do campo com um semblante mal-humorado.

- Você foi genial, Ron! - a Granger exclamou e o ruivo pareceu muito mais orgulhoso de si mesmo diante do elogio, sorrindo para Hermione e para a nova equipe.
S/n sorriu ladino e olhou ansiosa para Harry, que estava com seus olhos brilhando.

- Vou marcar nosso primeiro treino para essa quinta-feira de agora, tudo bem para vocês? - ele perguntou. Murmúrios e acenos de concordância foram escutados - Brilhante!

(...)

S/n tinha se tornado uma das artilheiras, visto que tinha se saído muito bem nos testes. Como esperado - já que sempre acontecia com todo mundo - isso consequentemente atraiu a atenção de bastante gente. Incluindo garotos.

A grifinória cruzava os corredores sempre ouvindo incentivos para o jogo que ocorreria em breve, e elogios também. Era Roger Davis, da Corvinal, que a parava nos corredores para a dar boas dicas para o jogo, deixando-a realmente surpreendida; Ernest McMillan, da Lufa-Lufa, que sempre se oferecia para carregar seus livros e mochila até sua aula; Vale ressaltar também que até o sonserino Blaise Zabini lhe lançava piscadelas discretas sempre que cruzava com ela nos cantos do colégio. Mas S/n nunca dava mole para eles ou qualquer outro, porém também não os impedia de continuarem com as paqueras, afinal, isso era algo meio que impossível. E isso estava deixando Harry enfurecido de ciúmes.

- Harry! - S/n exclamou, enquanto se sentava ao seu lado na mesa da Grifinória do Salão Principal - Acabei de descobrir que o Malfoy não vai mais jogar como apanhador no time del- Está tudo bem? - se interrompeu ao ver que o garoto mexia distraidamente no seu cereal, sem dar a mínima para o que ela falava.

- Por que não estaria? - questionou com indiferença, sem fazer contato visual com S/n. Ela franziu o cenho.

- Harry, eu te conheço muito bem para saber que com essa indisposição, você com certeza não está bem! - brigou e o de óculos deu uma risada sarcástica.

- Só me deixe em paz, S/n - rosnou, se levantando do seu assento e saindo do Salão. A grifinória estava boquiaberta com o que havia acabado de acontecer e se virou para Ron e Hermione, que também estavam surpresos com a atitude do amigo.

- Sabem por que é que ele está assim? - ela perguntou preocupada. Ron fez um barulho com a boca sinalizando que não e Hermione olhava fixamente para uma das grandes janelas dali, aparentemente pensando, enquanto balançava a cabeça negativamente.

E foram semanas assim, Harry a ignorando completamente, quase nunca fazendo contato visual com ela e sempre inventando uma desculpa para fugir de sua companhia. S/n já estava começando a ficar desesperada, sempre tentando conversar com o garoto grifinório que fazia questão de a evitar.

Tudo isso resultou em algo que ela não passava há alguns anos: Crises de ansiedade.

Costumavam acontecer durante noite, onde a garota não conseguia dormir direito. Quando conseguia, eram somente por causa das poções relaxantes que Hermione fazia para ela. A Granger também estava a ajudando a passar por isso, começando a ficar zangada com Harry, pois sempre que ela tocava em um assunto relacionado à S/n, ele ignorava. Ron tentava conversar com o amigo também, mas era tudo em vão, já que ele não sabia por onde começar. Hermione já estava frustrada com isso também.

- Você pode simplesmente falar que ele deveria conversar com a S/n! Esse ciúmes estúpido não vai levá-lo a nada. Vocês garotos, são uns idiotas! - vociferou Hermione para o ruivo, que a olhava com raiva. Eles já estavam em mais uma de suas inúmeras brigas na comunal da Grifinória. Já Harry, estava na sala de Dumbledore, por conta das misteriosas aulas particulares que tinha com o diretor algumas semanas.

- Acha que é tão simples assim?! Ele nunca quer falar de algo que tem a ver com ela! - revidou. S/n engoliu em seco ao ouvir isso.

- Parem de brigar, por favor. Se ele não quiser conversar, isso é problema dele. Não vou ficar indo atrás - ela murmurou baixinho, fazendo Hermione e Ron se calarem, mas olharem fumegantes um para o outro.

Hermione ajudou a amiga a se levantar e conduziu-a ao dormitório feminino, deixando um Ron mal-humorado na comunal.

- Isso é tudo ciúmes da parte do Harry, tenho certeza. Eu simplesmente não consigo entender essa possessividade dele com você, como se não pudesse se relacionar com qualquer outro garoto - resmungou, mas parou de falar assim que ouviu uma fungada da parte de S/n - É melhor você descansar, amanhã é o dia do primeiro jogo de vocês. Tem certeza de que vai querer jogar assim? - perguntou, olhando preocupada para a amiga que estava pálida e com leves olheiras abaixo dos olhos.

- Absoluta. Se eu não jogar, não terá mais ninguém para me substituir - falou baixinho enquanto entrava no dormitório e deitava na sua cama, se cobrindo com a coberta até a altura do pescoço. Hermione quis questionar ao que S/n confirmou, mas desistiu ao ouvi-la acrescentar - E não, eu não vou mudar de ideia.

S/N POV

Faltavam apenas alguns minutos para o jogo dar a partida. Agora eu estava sentada em um dos bancos do vestiário, esperando algum sinal para nos direcionarmos ao campo.

Harry parecia cansado hoje quando o vi tomando café no Salão. As aulas com Dumbledore com certeza estavam exigindo muito da saúde mental dele, mas eu continuo fingindo que não dou a mínima. Harry é orgulhoso e tem dificuldades em admitir os próprios erros, porém eu não vou ficar correndo atrás dele por conta de algo tão ridículo. Ele agora está escorado na porta de uma das cabines dali enquanto conversa algo com Ron, cuja a face está mais branca que a neve lá de fora.

Harry desviou o olhar do amigo e o fixou em um ponto por trás dos ombros do ruivo. Antes que eu pudesse raciocinar, seus olhos encontraram os meus. Estudei seu rosto por alguns segundos e o garoto não exibiu nenhuma expressão, o que me fez quebrar o contato visual. Engoli um nó na minha garganta que eu nem sabia que havia se formado para impedir que lágrimas começassem a descer.

Ouvi o barulho da porta do vestiário se abrindo e a cabeça de Katie Bell apareceu.

- Madame Hooch falou que já podemos ir - anunciou. Me levantei rapidamente, pegando minha vassoura e correndo para a porta, sendo uma das primeiras a sair dali.

- E também tem aquele artilheiro da Sonserina, Vaisey, que levou um balaço na cabeça durante um dos treinos e não vai poder jogar! - ouvi a voz de Ginny ecoar atrás de mim e sorri um pouco com a notícia - E você já deve saber que o Malfoy também não vai jogar, não é, Harry? - meu sorriso desapareceu à menção do nome de Potter.

- Fiquei sabendo, mas essa coisa de que ele está doente não cola comigo, tem algo no meio disso aí. É o tal do Harper que vai substituir ele? - ouvi a voz do moreno perguntar. Apertei meu passo para me afastar depressa dali e logo me posicionei no meu lugar do campo. Ouvi os sons conhecidos de aplausos e assobios vindo das arquibancadas assim que nossa equipe entrou e os sonserinos já estavam ali, nos olhando presunçosos.

Os comandos básicos foram dados. Montamos em nossas vassouras enquanto Harry e o novo capitão da Sonserina, Urquhart, apertavam as mãos. Ri baixinho quando vi que o sonserino pareceu que ia esmagar a mão de Harry.

- Todos já montaram as vassouras? Muito bem. Quando eu apitar... três... dois... um...

O apito soou e logo dei impulso para subir, tentando acompanhar as goles que se erguiam na mesma velocidade que nós.

- Ora, começou a partida e acho que todos estamos surpresos com a equipe que Potter reuniu este ano... - ouvi uma voz diferente ecoar por entre o estádio e virei minha cabeça ligeiramente para ver que Zacharias Smith era o locutor dessa vez. Ouvi ele falar alguma coisa sobre Ron e Harry, mas não dei muita atenção, me concentrando em arremessar o máximo de goles possíveis nas balizas sonserinas.

Uma, duas, três das bolas foram arremessadas. Uma delas o goleiro pôde defender, mas as outras duas passaram facilmente pelos aros, para a grande infelicidade de Smith e gritos de alegria das arquibancadas da Grifinória. Sorri minimamente ao ver minha conquista.

- Arrasou, S/n! - Ginny gritou há uma pequena distância de mim, antes de também voar com tudo em direção às balizas. O goleiro conseguiu defender e vi Ginny fechar um de seus punhos em indignação.

- Não se preocupe, você está indo muito bem! Continue arremessando até que uma delas passe! - gritei para a ruiva e vi ela sorrir um pouco, levantando seu polegar em confirmação. Para nossa insatisfação, o placar agora indicava que a Sonserina estava na frente, por 15 pontos a mais.

Minutos e mais minutos passaram, e finalmente a nossa equipe começou a reerguer. Ginny marcando nove, Katie marcando seis e eu, onze gols. Com isso, vinte seis sendo marcados no total.

- É óbvio que Coote não tem realmente o físico de batedor - a voz arrogante de Zacharias entrou em meus ouvidos novamente e arreganhei minhas narinas com raiva.

- VÁ À MERDA, SMITH - berrei, lançando o dedo do meio para o lufano, que apenas riu debochadamnete da minha ofensa.

- Os grifinórios conseguem ser estressados de vez em quando, não é? - falou. Consegui ouvir vaias e aplausos vindo das arquibancadas sonserinas em aprovação ao comentário implicante do garoto. Revirei meus olhos e voltei a ajudar Ginny e Katie nos gols incessantes que elas faziam.

- Manda um balaço nele! - Harry gritou há uma pequena distância dali quando Coote disparou para atacar Smith. Mas o garoto, dando um grande sorriso malicioso, preferiu mirar o balaço em Harper, que ia fazer menção de esbarrar propositalmente em Harry. Sorri um pouco ao ouvir o baque surdo indicando que o balaço atingiu o alvo.

Mais minutos se passaram. Ron defendia com tudo as balizas, tentando impedir o máximo que as bolas sonserinas passassem por elas. Harry e Harper giravam o estádio à procura do pomo, que até agora não tinha sido visto. Coote tentava rebater o máximo de balaços que ameaçavam atingir eu, Katie e Ginny e assim foi... Sem contar também que a plateia da Grifinória gritava ainda mais alto aquele velho refrão "Weasley é o nosso rei" encorajando Ron ainda mais, com o grande chapéu de leão de Luna Lovegood rugindo entre o coro.

Até que, depois de arremessar uma goles que por sorte entrou em uma das balizas, vi de soslaio um vulto passar velozmente ao meu lado.

- E acho que Harper da Sonserina avistou o pomo! - Zacharias anunciou pelo megafone - Sim, senhores, ele decididamente viu alguma coisa que Potter não viu!

Senti meu estômago revirar e a raiva subir à minha cabeça, devido a mais uma das implicâncias daquele lufano ridículo.

- S/N, NEM PENSE NISSO! - Katie gritou quando comecei a dar meia volta, mas não dei-lhe atenção.

- S/N, PRESTE ATENÇÃO AQU- NÃO! - Ginny berrou quando voei em direção a Zacharias para dar-lhe uma boa de uma rasteira com a vassoura, quando algo atingiu fortemente a parte de trás do meu pescoço.

As vozes da plateia começaram a ficar abafadas. A última coisa que ouvi foram os gritos de Ginny e Katie e uma voz masculina berrar meu nome.

E lentamente, tudo apagou.

(...)

Dor. Era dor o que eu estava sentindo.

Na cabeça, pescoço, nuca... Tudo doía.

Mas daí, as coisas começaram a entrar um pouco em foco.

- S/n? S/N?! - uma voz falou e... Harry? - ELA ACORDOU! ELA ACORDOU MADAME POMFREY, ELA ACOR...

E de repente tudo apagou de novo, a escuridão tomando conta da minha total visão.

(...)

Abri meus olhos lentamente, piscando algumas vezes.

Gemi baixinho ao sentir um leve incômodo na parte de trás do meu pescoço e suspirei pesadamente.

Estava escuro lá fora, haviam algumas estrelas e a Lua brilhava intensamente. Algumas janelas estavam um pouco abertas e a única coisa que entrava por ali era a leve brisa da noite. Fechei meus olhos por um momento, refletindo sobre tudo o que havia acontecido, mas os abri novamente ao sentir um peso na região da minha barriga.

Inclinei um pouco meu pescoço com uma certa dificuldade e vi uma cabeça morena encostada ali.
Era Harry.

Seu rosto estava virado para mim e me assustei quando ele deu um profundo suspiro, mas logo voltou a dormir. O garoto estava sentado em um pequeno banco, seu peitoral escorado na maca que em que eu repousava e seus óculos estavam ligeiramente tortos. Ele também usava o habitual uniforme de Hogwarts.

Analisei o garoto com meus olhos c/o. Seu cabelo, para variar, estava daquele jeito perfeitamente imperfeito que só ele sabia fazer. Seu estava com uma leve tonalidade laranjada, devido às velas que ficavam penduradas ali na ala hospitalar. A gravata do seu uniforme estava torta e me deixei observar cada curva e detalhe da sua mandíbula perfeita.

O rosto de Harry se destaca somente pelos olhos verde-esmeralda que ele tem. Eu sou apaixonada por esses olhos.

Apaixonada.

Harry também tem um sorriso lindo. É possível ver as pequenas covinhas se formarem em suas bochechas e suas sobrancelhas se arquearem toda vez que ele o faz. É adorável o jeito que ele coça a nuca com vergonha toda vez que eu faço algum elogio a ele ou à alguma atitude dele. Eu sou apaixonada por isso.

Apaixonada.

Eu sempre reviro os olhos com jeito que ele sorri para mim toda vez que eu conto alguma coisa que havia me deixado muito feliz ou ansiosa. Eu sempre fico com borboletas no estômago com um simples toque dele, seja na cintura, nos ombros, no cabelo... Até um abraço de Harry me deixa com frio na barriga. Eu sou apaixonada por cada mínimo detalhe desse idiota.

Apaixonada.

Eu decididamente estava nutrindo sentimentos por Potter. Na realidade, eu não estava nutrindo. Eu tenho nutrido, a cada dia que passa.

Respirei fundo mais uma vez olhei em volta à procura de uma relógio, eu precisava saber precisamente que horas eram da madrugada. Bufei chateada ao não achar nenhum e, olhando para os antebraços de Harry, vi um pequeno relógio preso em seu pulso.

Estiquei minha mão para agarrar seu braço sem a intenção de acordá-lo, mas foi tudo em vão, pois o garoto começou a se espreguiçar lentamente.

Observei enquanto ele levava suas mãos para baixo dos óculos, esfregando seus olhos para espantar o sono e engoli em seco, desviando meu olhar para o teto.

- Três e quatro da manhã, droga... - o ouvi resmungar - S/N?! - perguntou incrédulo ao se virar para mim. Fitei o garoto com um pequeno sorriso.

- Boa madrugada para você também, cicatriz - murmurei brincalhona e Harry deu uma risada fraca, ainda me contemplando espantado. Segundos depois, o moreno suavizou seu rosto e deitou sua cabeça no meu ombro, sem tirar seus olhos de mim.

- Pensei que tinha perdido você - sussurrou e vi suas orbes lacrimejarem. Meu coração se partiu com a cena, mas não me segurei em questionar:

- Por quanto tempo eu fiquei... assim?

Harry desviou o olhar.

- Três semanas. O porra do Bole, batedor da Sonserina, acertou o bastão na sua cabeça dizendo que achou ser um balaço. Só um otário acreditaria - Harry murmurou e trincou seu maxilar - Você ficou em coma por três semanas, eu vim aqui todos os dias, faltei aula quando foi preciso... Você até chegou a abrir os olhos no quarto dia em que estava aqui, mas depois apagou - ele olhou para mim novamente com um semblante preocupado - Está sentindo dor?

- Depende... - deixei em aberto, desviando o olhar. Harry segurou meu queixo suavemente entre seu polegar e indicador, virando meu rosto para si novamente. Mordi a parte interna da minha bochecha, tentando evitar que qualquer reação ou corrente elétrica passasse pelo meu corpo devido ao seu toque.

- Olha S/n, se não quiser me perdoar pelo o que fiz, eu vou entender perfeitamente. Eu fui tão... idiota por ter parado de falar com você e-

- Você foi um babaca - interrompi e o garoto afastou lentamente sua mão da minha pele, acenando para que eu pudesse continuar - Você com certeza soube das crises que eu tive, todas foram por sua causa. Hermione e Ginny estavam me dando o máximo de apoio, tentavam conversar com você o tempo todo, tentavam instigar você a se reconciliar comigo, mas para variar - dei uma risada de escárnio - Você continuava a me ignorar.

Harry agora estava sentado na beirada da maca e não tirava seus olhos de mim um segundo sequer. Ele não falou nada, o que foi uma deixa para eu continuar.

- Eu sei sobre o seu passado, Harry. E você sabe do meu... Só pelo fato das crises de ansiedade serem algo muito ruim, elas me lembram uma parte muito sombria da minha vida. Você sabe disso.

Eu estava me referindo à morte da minha avó. Meus pais não haviam aceitado o fato de eu ser uma bruxa, ainda mais grifinória, por conta de eu ter quebrado a descendência sonserina da minha geração. Então, quando meus onze anos chegaram, eles simplesmente me abandonaram. Me expulsaram de casa, para ser mais precisa. Porém minha avó materna, ao me encontrar sozinha à porta da sua casa, em Londres, me acolheu e cuidou de mim como uma verdadeira mãe faria.

Minha avó morreu anos depois, quando eu estava no meu quarto ano. Os trouxas não descobriram o motivo da morte, fizeram exames e mais exames e não acharam nenhum registro de assassinato, seja por objetos perigosos, envenenamento ou problemas pulmonares... Literalmente nada.

Mas no meu quinto ano, Dumbledore me contou uma hipótese que possivelmente foi o real motivo do falecimento da minha avó. Meu pai era comensal da morte há muitos anos atrás, estava tentando fugir desesperadamente do mundo bruxo. Talvez esse foi um dos motivos dele ter me... Me mandado embora.

"Sua avó, srta. S/s, muito provavelmente faleceu pois os comensais não conseguiram encontrar seu pai, para darem uma espécie de lição nele. Tudo isso, com certeza, às ordens de Voldemort, por ele ter escapado de suas mãos. Acharam que, atacando sua avó, pudessem atingir seu pai de alguma forma, para talvez fazê-lo se aproximar novamente, o que infelizmente não foi o caso."

Foi nesse meio tempo que as crises começaram a surgir.

Ao sair dos meus devaneios, vi de soslaio Harry se aproximar de mim, passando seus polegares em minhas bochechas para limpar as lágrimas que desciam dos meus olhos.

Me sentei lentamente na maca, ignorando o incômodo que senti na região da minha nuca e olhei brevemente para Harry antes de passar meus braços pelo seu pescoço, abraçando-o com toda a força enquanto eu posicionava meu queixo em seu ombro. As lágrimas continuavam insistindo em cair, escorrendo do meu rosto, caindo no meu queixo e pingando levemente no uniforme de Harry, que havia passado seus braços em minha cintura, me transmitindo aquele conforto que só ele sabia transmitir. Somente ele.

Me permiti ficar ali por alguns minutos, fungando de vez em quando, enquanto o moreno sussurrava palavras tranquilizantes para me acalmar. Ele levou uma de suas mãos à minha direita, correndo seus dedos por entre os nós dos meus e entrelaçando sua grande mão com a minha, fazendo um carinho suave com seu polegar na minha palma. Não impedi que um sorriso surgisse em meus lábios e afastei meu rosto um pouco para observar o moreno à minha frente.

Suas orbes esverdeadas logo se encontraram com as minhas c/o e percebi que suas mãos não haviam saído da minha cintura.

- Às vezes me sinto insuficiente e que não mereç-

- Shh... - Harry chiou, fechando seus olhos a medida que seu rosto se aproximava do meu, com nossos narizes já se encostando, causando-me arrepios. Não tive escolha a não ser fechar minhas pálpebras também - Me deixe beijar você. Por favor - murmurou suplicante, suas grandes mãos me puxando cada vez mais perto pela cintura. Sorri animada.

- Faça, Harry.

Mal terminei de falar quando senti seus lábios se chocarem contra os meus, uma conhecida corrente elétrica insistindo em passar pelo meu corpo. Passei minhas mãos pelos seus ombros até chegar em seus cabelos onde dei suaves puxadas, sentindo-o suspirar baixinho em minha boca enquanto apertava minha cintura, puxando-me para mais perto, se é que era possível. Antes que eu pudesse perceber, eu já estava em seu colo, então me aconcheguei ali sem quebrar o beijo.

Quando o ar se deu feito, Harry chupou levemente meu lábio inferior e eu puxei o seu entre meus dentes, dando três selares logo em seguida e encostando minha testa na sua, ambas as respirações descompassadas.

- Eu te amo, S/n. Você nunca, nunca estará sozinha nisso - Harry sussurrou e eu abri meus olhos, perdendo de vez o fôlego ao ter suas orbes esverdeadas - agora mais escuras e intensas - tão perto de mim, captando cada detalhe do meu rosto. Abri um sorriso de orelha a orelha.

- Eu te amo, Harry. Também estarei com você... Sempre - sussurrei de volta e ele sorriu de canto.

- Do crepúsculo ao amanhecer? - questionou enquanto agarrava minha cintura novamente, sem quebrar o contato visual.

- Do crepúsculo ao amanhecer - confirmei firmemente, vendo-o sorrir mais ainda antes de distribuir selinhos carinhosos no meu rosto inteiro, me arrancando uma risada.

Com um último beijo em meus lábios, Harry posicionou sua cabeça na curvatura do meu pescoço e automaticamente levei minhas mãos aos seus cabelos, acariciando-os suavemente.

- Me desculpa pelo o que eu fiz, de verdade - murmurou contra minha pele e eu sacudi minha cabeça em negação.

- Sem problemas, só não me faça ter essas crises de novo, por favor.

Harry assentiu com a cabeça, sussurrando um "eu prometo".

Naquele momento, eu não quis saber quem ganhou ou perdeu no jogo. Ignorei qualquer dor que estivesse sentindo, qualquer angústia, qualquer sentimento ruim. Eu sabia que, talvez em breve, Harry teria que passar por momentos muito difíceis, porém eu estaria ali com ele e para ele, independentemente da situação. Fizemos um juramento e com certeza o levaríamos até o dia da nossa morte, até um dia podermos nos encontrar na eternidade.

Mas por enquanto, por enquanto, eu ficaria ali com ele assistindo o sol nascer, esquecendo durante alguns minutos qualquer tipo de dor que pudesse haver, com eu e ele nos apoiando fisicamente e psicologicamente, como sempre foi e sempre será.

Sempre.

𖡼.𖤣𖥧 𖡼.𖤣𖥧𖡼.𖤣𖥧

001. oi caras, espero de verdade que tenham gostado! fiquei com tanta raiva do harry no início mas no final fiquei ass🦋🦋🦋🦋🦋🦋

002. resolvi começar me inspirando nessa música limda com m de maravilhosa, que também é mto importante pra mim <3

003. se gostou, não esquece de votar! me motiva mto a continuar escrevendo :))

imagine revisado
palavras: 4,29k

xoxo, gio

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