Desvenda-me

By LaurihDias

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Benjamin, um homem sistemático, não admite erros e tem tudo sobre controle em sua vida. O CEO de uma das maio... More

Resumo
Personagens
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Personagens II
Capítulo Bônus
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Bônus
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo Bônus
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Capítulo 43
Capítulo 44
Capítulo 45
Epílogo

Capítulo 29

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By LaurihDias


Olá minhas leitoras lindas!!! Desculpem a hora. Mas tive um compromisso e me atrasei toda! Mas antes tarde do que nunca.




Dou um gole no meu café enquanto passo os olhos por todos os membros que participam da reunião. Minhas pernas balançam em baixo da mesa. Estou nervoso e contrariado, pois não consegui encontrar uma razão plausível para ter minha presença exigida por um cliente que se encontra insatisfeito. Então é de se supor que estou puto, porém minha raiva não é somente pelo cliente que, em minha opinião, está se mostrando excessivo em suas considerações. Minha frustração se deve ao fato de ter meus planos prejudicados.

Eva encontra-se na cobertura, pois é seu dia de trabalho e não a vejo faz três dias. Tinha planejado surpreendê-la, chegando cedo, mas a porra do cliente, ou melhor, seu representante, queria uma reunião direto comigo para expor o problema sobre a falha de uma entrega, a qual atrasou a produção de PEAD.

— Senhor Dantas, entendo seu nervosismo, afinal o atraso de matéria-prima prejudica consideravelmente seus negócios, mas o senhor deveria, no mesmo dia da entrega, já que a mesma não chegou no horário combinado, ter entrado em contato com o nosso departamento de expedição, e não ter esperado mais de 48 horas com a exigência de falar diretamente comigo — aponto insatisfeito.

Ele me olha com aborrecimento e não me afeto.

— Acredito que o senhor, como o CEO, deva estar a par de todos os acontecimentos em sua empresa, não apenas para propagar seu negócio quando quer atrair um cliente em potencial, afinal quando pensávamos em contratar a Clarke Lisboa como nossa fornecedora de matéria-prima, lembro-me de tê-lo visto em todas as reuniões, então agora que fechamos um contrato somos negligenciados? — manifesta um tanto exaltado, para o meu gosto.

Volto a olhar para os funcionários que participam da reunião, e todos me observam, preocupados, pois sabem da minha intolerância com pessoas mal intencionadas, mesmo sendo um cliente.

Assim volto-me para o homem que conseguiu acabar com o meu dia.

— Senhor Dantas, eu não preciso de ninguém me ensinando quais são minhas obrigações — começo e inclino o corpo para frente e estreito os olhos. — Se o senhor se desse ao trabalho de ler o contrato veria que nele consta o setor responsável caso haja qualquer tipo de problema, e a partir daí seria encaminhado para a pessoa responsável, no seu caso, seria o Renato Carvalho, o nosso gerente do setor de expedição, este aí sentado a sua frente — declaro irônico e aponto para o referido funcionário, sem desviar o olhar. — Outra coisa: por que o José Carlos, presidente da indústria a qual o senhor representa, não está aqui? Já que a minha presença como CEO foi exigida?

Dantas até tenta se mostrar seguro, porém noto que está preocupado, e não é pouco.

— Ele está viajando a negócios.

— Quero que me diga o que pretende com essa reunião ridícula? Por acaso quer rescindir o contrato? Por que se for esse o caso, se tivesse lido o contrato com atenção veria quais medidas tomar.

— Não quero uma ação drástica — diz e se remexe na cadeira. — Exijo a punição do funcionário que cometeu o erro.

— Quem decide o que fazer com algum funcionário meu sou eu, e para constar: Não tomo medidas com base apenas nas palavras seja de quem for. Qualquer fato deve ser averiguado, e com precisão — acrescento.

Sua face fica avermelhada e o vejo suar.

— Eu sou o cliente, o senhor tem que por obrigação acatar minha vontade.

O homem é muito mais ridículo do que eu poderia imaginar. Eu coço a testa e solto um riso e continuo a encará-lo.

— Eu não tenho obrigação nenhuma com o senhor, e se acha que vai com sua conversa descabida conseguir alguma coisa de mim está enganado.

Ele se levanta e bate a palma das mãos na mesa, eu permaneço em minha cadeira e o encaro com calma.

— Sim, a sua empresa tem a obrigação de prestar seus serviços com propriedade e posso muito bem pedir uma indenização por prejuízos causados pela falta de comprometimento de vocês — esbraveja.

— O senhor queira se sentar e se acalmar, aqui não é sua casa e não tolero selvageria de ninguém, sendo cliente ou não — demando com voz baixa, porém com precisão.

Ele engole a seco, pega um lenço do bolso e volta a se sentar enxugando a testa.

— Perdoe-me, estou nervoso, pois posso perder um grande negócio por conta do atraso de vocês — afirma.

Olho para Renato que até o momento permaneceu quieto, a meu pedido. Pois chegamos a conversar antes dessa reunião e quando começou a explicar o que de fato ocorreu fomos interrompidos pela chegada de Dantas.

— Renato, você sabe me explicar o que aconteceu? — pergunto.

Ele acena e abre uma pasta sobre a mesa e me entrega.

— O senhor Dantas está certo em afirmar que não fizemos a entrega — informa.

Eu pego o documento e olho, ali consta o pedido do nosso produto e no final um carimbo de cancelado em vermelho, olho para a outra folha e leio. Sacudo a cabeça e me volto para Simone, a gerente do setor financeiro.

— Você tem o relatório do banco? — questiono.

— Antes de vir para essa reunião enviei tudo para o e-mail da Maria Eugênia — conta e na mesma hora minha assistente me estende a impressão do e-mail e alguns anexos. — Está tudo em ordem e não há erro, senhor Clarke — completa.

Analiso a documentação com cuidado, mesmo sabendo que minha equipe não iria cometer um erro grave, ainda mais em um caso onde o cliente quer arrumar um culpado para alguma merda que fez.

Volto a olhar para Dantas.

— O senhor leu o contrato? — Indago.

— Não sei por que isso é relevante — elucida nervoso.

Respiro fundo. Não vejo outra saída a não ser ter uma conversa com José Carlos. Meu faro diz que Dantas está enrolado, ele fez alguma coisa errada e está tentando se safar nos atacando.

— Bastante relevante, já que no contrato diz que a falta de pagamento suspende todos os serviços por nós prestados — argumento enfático e quando ele pensa em falar algo, levanto a mão e o impeço. — Eu tenho uma ótima memória senhor Dantas, lembro que em uma de nossas reuniões José Carlos revelou que você era seu braço direito, além de tomar conta de tudo em sua ausência, era o principal responsável pelas finanças, então deve saber que não houve pagamento nos dois últimos meses.

— É claro que efetuamos os pagamentos! — Ele ainda tenta se defender.

Eu sorrio.

— Não. E o senhor sabe disso, e tenho certeza que está tentando encobrir algum erro seu nos acusando. No mínimo você deve estar tentando ganhar tempo, pois deve saber que em uma empresa de grande porte como a nossa, tudo é muito bem apurado, talvez você não contasse que seriamos tão rápidos.

— Não é nada disso...

Mais uma vez levanto a mão o impedindo de falar.

— Nós não costumamos fazer distinção de clientes, tratamos todos iguais e muitas das vezes, como forma de incentivo, pegamos algumas indústrias menores a fim de gerar uma economia para o país, temos até um contrato especifico, com algumas facilidades. Temos departamentos específicos para tratar com o cliente, caso haja alguma dificuldade, procuramos ser uma empresa humana. No entanto, não admitimos erros e falcatruas, então meu caro, não ter vocês como clientes não fará falta, mas garanto que para vocês a perda será ainda maior — digo e me levanto. Olho para os integrantes da reunião. — Vocês estão de parabéns, não é a toa que trabalham para mim. — Olho para Ricardo, o advogado que está representando o setor jurídico. — Deixarei que resolva todo o resto. Só me mantenha informado.

— Tudo bem, senhor Clarke — responde fazendo algumas anotações.

— O que o senhor vai fazer? — Dantas questiona nervoso.

Volto a olhar para ele com seriedade.

— Neste momento irei para minha sala voltar a trabalhar, pois já atrapalhou meus planos e não temos nada a conversar. Sinta-se um afortunado, afinal poderia neste momento ligar para José Carlos e contar o que aconteceu, mas lhe darei a oportunidade de falar você mesmo com ele — anuncio e pego o meu celular e vejo que tenho uma mensagem, olho uma última vez para Dantas. — Nem pense em criar mentiras nos usando, ou eu pessoalmente farei com que pague caro.

Despeço-me da equipe e peço a Maria Eugênia que me acompanhe, já em minha sala passo algumas coordenadas e ela confere a agenda do dia seguinte comigo. Assim que sai pego o meu celular e verifico a mensagem.

Fiz uma comida muito especial para você. E uma sobremesa melhor ainda.

Leio com um sorriso. Eva me deixa louco com suas mensagens e logo me lembro do último sábado, onde ela me surpreendeu com sua sobremesa. Só em pensar em sua boca, meu pau endurece na hora. Se não fosse o Dantas eu poderia estar com ela agora mesmo. Melhor nem pensar muito ou volto para a sala de reuniões.

Por que você insiste em passar mensagens?

Onde você está neste momento?

Envio duas mensagens de uma só vez e logo vem a resposta.

Resposta 1: Porque é uma ótima forma de comunicação.

Resposta 2: Com seu motorista a caminho de casa.

Penso em escrever de volta, mas decido ligar e ela atende ao primeiro toque.

Olá, tudo bem com você? — diz com voz baixa.

— Estaria melhor se você me desse essa sobremesa pessoalmente.

Ela solta uma risada.

Não se acostume com minhas sobremesas especiais — comenta com riso na voz.

Eu olho para a parede de vidro e vislumbro o crepúsculo. Nunca fui de sentir a falta de alguém, no entanto sinto a falta de Eva, de sua presença.

— Tarde demais, já me acostumei. Principalmente quando a sobremesa é a soma de sua boca e meu pau juntos — comento tranquilo.

Eva tosse do outro lado da linha e imagino que esteja vermelha.

Benjamin, meça suas palavras — sussurra.

— Querida, com você a única coisa que quero medir é o tempo que você leva para gozar.

Ela solta um bufo.

Você não tem jeito — resmunga —, esqueceu que estou no carro com Duarte? E se ele ouvir? — Sua voz sai abafada, posso visualizá-la pondo a mão na boca para falar ao celular.

— Se ele ouvir problema dele. Não devo nada ao Duarte. E ele não é nenhum imbecil, já sabe que estamos dormindo juntos — falo e viro a cadeira para verificar meu e-mail. — Você poderia ter ficado hoje. Posso saber por que não ficou?

Meu irmão Luigi contou que uma das melhores instituições que trata de crianças e adolescentes com autismo entrou em contato para falar sobre o Thomas, fiquei tão eufórica que estou indo para casa, pois ele quer a família reunida para nos contar tudo. — Por sua voz noto o quanto está feliz e eu sorrio satisfeito.

— Isso é muito bom, Eva.

Ouço-a fungando e sei que está emocionada.

Isso é maravilhoso, uma das coisas que mais quero nesse mundo é ver meu irmão bem. Ninguém sabe o quanto me dói vê-lo tão distante e não poder fazer nada — confidencia, e sei que esta é a primeira vez que deixa escapar sua angustia.

Sinto uma vontade imensa de estar ao seu lado e abraçá-la, para então dizer que tudo ficará bem.

— Não fique triste, sei que a partir de agora seu irmão terá o tratamento que merece — asseguro.

Ela funga mais uma vez.

Sim, ainda não sei o que aconteceu, ou como chegaram até nós, talvez seja pela ONG que Luigi tentou uma vez, sei lá. Mas seja o que for é maravilhoso — completa.

— Sim, é maravilhoso — repito.

Já estou chegando em casa. Adorei falar com você. Desculpe-me por desabafar — pede.

— Nunca se desculpe por isso, Eva. Você pode me falar qualquer coisa. Não se esqueça disso — reafirmo com um sorriso. — Mais tarde nos falamos.

Eu te passo mensagem — fala faceira.

— Eva...

Ela desliga e eu sorrio. Sinto-me feliz por saber que ela está esperançosa e animada por conta do seu irmão. Preciso agradecer a Maria Eugênia, ela foi bastante eficiente. Nem esperava que conseguisse uma solução tão rápida.

Jogo o telefone sobre a mesa e ele volta a apitar, pego-o e quando olho, para minha surpresa, há outra mensagem. Abro-a no mesmo instante.

Só para você saber que se pudesse lhe daria a sobremesa de hoje pessoalmente, mas fica para a próxima...

Não seguro a gargalhada que me escapa.

— Eva... Eva! Você não existe.

***

Minha noite foi cheia de sonhos com Eva e muito chocolate, mesmo distante ela sabe me atiçar. Se não fosse tantos compromissos daria um jeito de vê-la, mas estou atolado de trabalho.

Uma das reuniões que tenho é com os advogados da firma jurídica que cuida da parte tributária da Clarke Lisboa, Charlotte participa da reunião e como é de se esperar é muito competente e direta, realmente ela é uma ótima profissional. Assim que nossa reunião se finaliza ela vem falar comigo e me entrega a pasta contendo os últimos relatórios.

Ela sorri.

— Espero que esteja satisfeito — comenta.

Pego a pasta e aceno.

— Não tenho do que reclamar, vocês sabem fazer um ótimo trabalho.

— É nossa obrigação, temos que manter nossos clientes felizes — diz e olha em volta, quando percebe que não há ninguém por perto volta a me olhar. — Semana que vem é o evento do Gerard, recebi o convite hoje pela manhã, será um jantar com algumas atrações no Hotel Unique, você irá?

Estou lendo um e-mail e ergo os olhos.

— Sim, eu sempre compareço, afinal é por uma boa causa — respondo.

— Então... a pessoa que vai com você é alguma amiga sua?

Encaro Charlotte, ela deve estar bastante curiosa para não ser capaz de se conter.

— Mais que amiga. Por que pergunta?

Ela ri retraída.

— Por nada. É que desde que te conheço nunca o vi com ninguém.

— Já fui em muitos jantares e eventos com você, Charlotte. Não entendo a surpresa — digo seco.

Ela me observa com olhar frio.

— Aí está. Imaginei que tivéssemos um acordo — expõe.

— Nunca prometi nada a você Charlotte, pode ser que eu tenha dado esperança quanto a termos um acordo, mas nunca levei a diante tal ideia.

— Charlotte, o motorista está nos esperando. — O outro advogado, que a acompanha, nos interrompe. O que para mim está ótimo.

Ela sorri como se nada acontecesse e estende a mão. Eu a cumprimento.

— Caso precise de alguma coisa é só nos procurar, Benjamin. Nos veremos no jantar do Gerard, até lá.

Eu a cumprimento e quando sai da sala balanço a cabeça. Achei muito estranho Charlotte me questionar. Caminho para a minha sala e Maria Eugênia me entrega o convite do jantar de Gerard, preciso falar com Eva. Ainda tenho que convencê-la a me acompanhar.

No mínimo dirá que não tem o que vestir, mas para mim isso não é problema. Sento-me em minha cadeira e imagino como Eva ficará em uma dessas roupas de festas. Ela tem uma beleza natural e com certeza ficará ainda mais linda. Precisarei ficar o tempo todo com ela, pois os homens ficarão enlouquecidos diante de sua beleza. Isso sem contar seu ar de inocência. Sei que terei trabalho para manter os lobos distantes.

Passo a mão por meu cabelo. Não acredito que estou com ciúmes. Isso é impossível. Mas, quando penso em algum homem se aproximando dela sinto meu coração pular de angustia.

Levanto para beber água com a cabeça cheia. Eu gosto da Eva, todo o meu corpo vibra quando ela está por perto, não nego que ela me fascina e me atrai como nenhuma outra. E não é somente isso, eu gosto de estar com ela, saber sobre sua vida e sonhos, além de ter um grande instinto em protegê-la.

Agora me pergunto: O que eu sinto realmente por Eva? Só o tempo poderá responder.


PEAD – Material opaco devido à sua maior densidade e alto grau de cristalinidade. Possui maiores propriedades mecânicas que o PEBD e PEBDL. É resistente às baixas temperaturas, leve, impermeável, rígido, com ótimas resistências química e mecânica. Muito resistente quimicamente o que permite sua aplicação em embalagens de produtos de limpeza e produtos químicos. Utilizado também na fabricação de autopeças.




Capítulo mais leve para não ficarmos com tanto calor! (Embora tenha dado um pouco de calor! kkkk)

Bem, sábado estarei de volta, mas isso claro se tiver bastante comentário.

Agora uma pequena enquete:

Vou fazer um bônus e vocês vão escolher, o mais votado ganha um capítulo contado por sua visão dos fatos..

1 - Charlotte

2 - Sandro

3 - Cora

4 - Nilza...

Votem nos comentários. Quem ganhar terá a versão em um capítulo extra na próxima quinta-feira.

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