One-shots Mevie/Malvie e Dofi...

By GabbyGrimhilde

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Neste livro, estarei traduzindo uma coletânea de oneshots Mevie - As mesmas poderão ser voltadas tanto para r... More

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Um novo rubor
3:15

Prom Queen - Dofia

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By GabbyGrimhilde

Autora: 27Summer
• Tags: Romance, ciúmes
Personagens: Sofia/Dove
Palavras: 8.1K

~🦋

O olhar no rosto de Sofia dizia a Dove que ela não seria capaz de escapar daquela conversa dessa vez, mas que ela tinha ao menos que tentar.

— Sof, por favor. Não é grande coisa.

— Oh. Então não é grande coisa o fato de que minha namorada irá sair com outra pessoa? — Sofia colocou as mãos na cintura, olhando para a mais baixa furiosa.

— Não vou sair com o Thomas. Só iremos ao baile de inverno juntos. Como amigos. Prometo que é só isso... Eu avisei a ele que não será um encontro. Não significa nada. — Chloe disse calmamente. Ela esperava que manter o tom calmo evitasse que Sofia ficasse ainda mais brava.

— Não significa nada? Então, por que irá fazer? — a morena perguntou e a mais baixa suspirou.

— Você sabe como é esse lance de ser popular. Se eu aparecer no baile sem um par, vou receber todos os tipos de perguntas.

— Claro, e Deus salve a rainha do baile, que ele não permita que a líder das torcedoras tenha que responder algumas perguntas. — Sofia falou de maneira sarcástica.

— Não faz assim. Eu sei que isso é estúpido, mas a minha imagem é importante para mim. Por favor, me diga que entende isso. — Chloe se aproximou da mais alta e parou a alguns metros dela.

— Sei que se importa com a sua imagem. Mas não entendo o porquê de você pensar que está tudo bem o fato de sair com outro. — ela negou com a cabeça. — Não consigo. Nunca vou estar de acordo com isso.

— O que posso fazer para melhorar isso? — a de olhos verdes pegou as mãos da morena e a apertou.

— Você sabe o que deve fazer. — Sofia a olhou com expectativa. — Não deve sair com o Thomas Doherty.

— Não posso cancelar. Eu já disse que sim. Não posso fazer isso com ele, não seria justo.

— Mas é justo fazer isso comigo. — Sofia murmurou, retirando as mãos da outra.

— Oh, Sof. Você disse que estava de acordo com como as coisas estão. — a mais baixa agarrou o ombro de Sofia, impedindo-a de se virar. — Por favor, fale comigo e me diga como resolver isso.

— Não vejo uma razão para falar sobre isso. Não vai mudar nada.

— Sofia, por favor. — ela acariciou os ombros de Sofia, tentando fazê-la se acalmar.

— Chloe, eu não me importo de manter nossa relação em segredo. Mas nunca esperei ter que ver minha namorada saindo com outra pessoa. — Sofia olhou para Dove com tanta dor em seus olhos, que a mais baixa quis abraçá-la e nunca mais soltá-la.

— Eu não estou saindo com ele! — ela soltou a morena, sentindo-se exasperada. — Eu estou com você. Eu amo você. Não quero ninguém mais.

— Eu sei que me ama. Não duvido disso. — Sofia sorriu levemente, envolvendo os braços ao redor da mais baixa.

— Bom, porque não tem razão para isso. Eu amo muito você. — ela retribuiu o abraço, sentindo o perfume de sua amada.

— Eu também amo você, mas isso não muda nada. Eu ainda não quero que vá ao baile com o Thomas. — a latina se afastou da loira e fitou os olhos dela. — Precisa se decidir.

— O que isso significa? — perguntou Dove, o temor tomou conta de seu corpo. Observou em silêncio enquanto Daccarett pegava a mão dela e beijava os nós de seus dedos.

— Significa que minha namorada não vai ao baile com o Thomas. — Sofia falou com firmeza.

— O que isso significa? — a loira repetiu, com o pânico se apoderando dela.

— Pode sair publicamente com o Thomas ou pode sair comigo em segredo. Mas não pode fazer os dois. — a de olhos âmbar deu de ombros e se afastou levemente. — Não serei seu segredinho sujo, Chloe.

— E você nunca foi. Você é perfeita. Não quero que ache que sinto vergonha de você. — ela fez uma careta, horrorizada por ter feito Sofia se sentir daquela maneira.

— Como eu deveria me sentir então? Todos os dias na escola, vejo garotos babarem por você, flertarem contigo. Mas isso não importa, porque você está comigo, pois em segredo sou eu que seguro as suas mãos, que te beija e que te ama...  — Sofia olhou para Chloe como se a desafiasse a contradizê-la.

A mais baixa escondeu o rosto em mãos, antes de voltar a olhar a morena.

— Você nunca me disse nada sobre isso antes. Não pensei que te incomodaria.

— E não me incomodava. Pelo menos não muito. — a de cabelos escuros voltou a dar de ombros. — Mas agora sim.

— Mas porque? O que mudou? — Chloe prendeu a respiração, sentindo que este era um ponto de mudança no relacionamento delas.

— O que mudou foi o fato de que você irá sair com outra pessoa. — Sofia ergueu a mão para que não fosse interrompida por Dove. — Uma coisa é as pessoas pensarem que você está solteira. Outra totalmente diferente é que pensem que você está com o Thomas. Não posso fazer isso, Chloe. Simplesmente não consigo.

— É isso? Está me dando um ultimato e eu deveria escolher? Isso não é justo, Sofia. — ela gemeu em frustração, tentando não perder as estribeiras. Não faria bem nenhum perder o controle e se irritar com Sofia.

— Bom, e o que é justo, Chloe? Eu ter que me esconder?

— Você disse que não se importava! — Exclamou Dove.

— Não me importava me esconder. Agora isso? Isso sim me importa. Não tenho certeza se consigo ver você com ele. — a morena disse em voz baixa.

— Não sei o que fazer. Você significa muito para mim, Sofia. — os olhos da loira se encheram de lágrimas enquanto lutava para não chorar.

— Mas parece que não o suficiente. — A mais alta usou o polegar para limpar as lágrimas da loira.

— Eu não quero te perder, mas também não quero perder todo o resto. — Dove se afastou de Sofia, tentando se acalmar e conter as lágrimas. — Ouça, sou a mais popular, a líder das torcedoras. Agora parece idiota mas...

— Não é. Entendo porque tudo isso é importante para você. Mas Chloe, eu não tô pedindo para deixar isso de mão ou para você sair do armário. Só estou pedindo para não sair com o Thomas. — Sofia foi em direção a de olhos verdes, fazendo-a olhá-la.

— Por favor, não faça isso. Eu te amo, quero ficar contigo. — Dove abraçou a morena e a apertou com força. — Não posso fazer o que está me pedindo. Se eu voltar atrás, irão comentar. Irão querer saber os motivos. Não quero ouvir as pessoas falarem mal de mim e muito menos virar motivos de piadinhas.

— Certo. Tudo bem. — Sofia abraçou a mais baixa com força, antes de soltá-la. Ergueu a mão dela e a beijou suavemente. — Você deviria ir embora agora.

— Sofia, não. Por favor. Eu amo muito você. — a loira empalideceu, observando a expressão determinada no rosto de Sofia. Não ia conseguir mudar a opinião dela.

— Desculpe, Chloe. Não consigo, eu... simplesmente não consigo ver isso dando certo. Eu teria ciúmes, você se irritaria e terminaríamos nos odiando. É mais fácil dessa forma. — Disse Sofia, enquanto lágrimas começavam a encher seus olhos.

A mais baixa fungou.

— Fácil? Você acha que isso é fácil?

A morena negou com a cabeça.

— Foi uma palavra errada. O que eu quis dizer é que eu não quero te odiar, Chlo. Eu te amo demais para querer isto.

— Eu nunca te odiaria. — Dove disse, suas lágrimas começando a dominá-la. Isso não podia estar acontecendo, elas não podiam estar terminando.

— É ótimo saber disso, mas ambas sabemos que isso é o que acabaria acontecendo. — Sofia se afastou. — Por favor, não torne isso mais difícil do que deve ser.

— Eu... eu... tem razão. Não quero te magoar mais do que já tenho feito. Vou embora. — a garota se virou, mordendo o lábio afim de conter o choro que queria descer.

— Adeus, Chloe.

A loira se arriscou a olhar uma última vez para Sofia, e seu coração se quebrou ainda mais ao ver as lágrimas descerem pelo rosto da latina.

— Adeus, Sofia.

Dove fechou a porta atrás dela e correu até seu carro, antes de entrar no veículo e por fim desmoronar.

•🦋

Aquele dia havia sido ridiculamente longo, pensou Sofia, quando finalmente subiu na cama. Na verdade, seus pais estavam em casa para jantar e ela teve que fingir que estava bem. Havia conseguido sobreviver ao jantar sem que eles suspeitassem que algo estava errado com ela, mas ainda assim se sentia exausta. Ela não queria falar sobre Dove. Ela só queria descansar. Doía. Havia sido o correto, mas ainda doía. O olhar no rosto da loira quando ela pediu que ela fosse embora... Sofia pensou que tinha morrido com aquela visão. Não foi fácil para ela não cuidar de Dove, mas ela não tinha outra escolha. Não tinha como cuidar dela e se proteger também. E não podia continuar sua relação com ela, se a mesma saía com outra pessoa. Ela tinha muita auto-estima para isso. Ela sabia que não era a garota mais popular na escola, a mais bonita ou como fazer amizade facilmente. Porém, não acreditava que fosse tão indesejável ao ponto de ter que assistir a garota que mais amava, a flertar com Thomas Doherty e aceitar quieta. Ela valia bem mais do que isso.

Enquanto pensava sobre, Sofia sabia que não estava sendo justa com Chloe. Isso não estava acontecendo porque a loira tinha vergonha dela. Estava assustada e Sofia realmente não podia culpá-la por isso. A relação de Dove com a mãe era incerta e a mesma se preocupava em fazer algo que pudesse irritá-la. Mas, só porque Sofia entendia, não significava que era o correto. Não significava que ela podia permitir que Dove a magoasse e isso era o que acabaria acontecendo.  Mesmo que indiretamente. Então, as coisas seriam melhores daquela maneira. Seria mais fácil conforme o tempo passasse.

No dia seguinte, as duas participaram das aulas matinais, mas Sofia se sentou na fileira da frente e não pôde vê-la. Porém, só o fato de poder olhar para Sofia, causou uma onda de felicidade em Dove que ela nem conseguia negar. Mesmo que soasse idiota, era tudo o que tinha restado para ela. Teve que destruir a melhor coisa que havia em sua vida, por conta de sua imagem. Não que sua imagem fosse mais importante do que Sofia, por que isso não era verdade.

O coração da loira parou, quando viu a morena do outro lado da sala. Não estava preparada para aquilo, para ver Sofia rindo com outra pessoa. Elas geralmente almoçavam juntas, escondidas no auditório. Ela não sabia o que fazer consigo mesma. Teria que lutar contra o impulso de arrastar Sofia até um lugar privado e lhe pedir perdão. Aquilo era um desastre. Ela era uma idiota ao pensar que poderia sobreviver perdendo Sofia, sem perder a razão.

— Olá, Hosterman. O que está fazendo? — Olivia acotovelou Dove. — Faz tanto tempo que não vem ao refeitório, que se esqueceu onde fica nossa mesa?

— Cala boca. — a loira ralhou, enquanto seguia Olivia até a mesa das torcedoras.

— É sério. Por onde você andou? — Olivia olhou para Dove com expectativa.

— Estudando. — Dove franziu o cenho, contente por ter conseguido dar uma boa desculpa. A última coisa que ela precisava era que Olivia suspeitasse de algo.

— Ah, tenho certeza de que suas notas estão ótimas. — Olivia rolou os olhos e assentiu. — Escutei que o Thomas vai te levar ao baile.

— Como amigos. — disse a loira com impaciência. Ela não queria ter aquela conversa. Ela não queria pensar na razão pela qual sua relação com Sofia havia acabado.

— Claro. — brincou ela. — Ele sabe disso? Porque ele te olha como se você já tivesse mostrado os peitos para ele ou algo assim.

— É realmente assustador. — adicionou Peyton. — Mas ele é melhor do que o Ryan.

— Com certeza é melhor que o Ryan. — Olivia disse.

Dove as deixou falando, voltando a pensar em Sofia. Isto era muito mais difícil do que havia imaginado. Ela e Sofia haviam se tornado tão próximas, que confiava nela de muitas maneiras. Conversavam sobre a escola, música, sobre coisas estúpidas e bobas. Ela não queria renunciar nada disso, mas não havia outra opção. A loira não conseguiu encontrar uma maneira de se reconciliar com Sofia e ter o resto de sua vida. Então, talvez Sofia tivesse razão. Talvez fosse melhor ter cortado as coisas agora, antes que doesse ainda mais. Ainda que ela não conseguisse imaginar uma dor pior do que a que estava sentindo agora.

•🦋

Sofia afastou o livro de química. Ela simplesmente não conseguia se concentrar. Continuava pensando em Chloe. Ainda amava tanto a loira, que simplesmente doía e já não conseguia ignorar.

Com a cabeça apoiada na mão, Sofia pensou em seu verão com Dove. Tinha sido muito engraçado a forma que tudo começou. Depois que seu relacionamento com Ryan terminou, Sofia encontrou Dove um dia, enquanto corria ao redor do estádio de futebol e começaram a conversar. O que as levou a verem filmes e passarem o tempo juntas e logo a se apaixonarem. Aconteceu antes que Sofia pudesse notar, era tão fácil amar a Dove. Encaixavam tão completamente, era como se fossem feitas uma para outra, mesmo que parecesse algo bobo.

Balançando a cabeça, ela secou as lágrimas que haviam caído. Ela não precisava estar pensando assim. Recordar os bons momentos com Chloe não ajudava em nada, havia feito ela se sentir pior ainda.

Mesmo sabendo que tinha feito o correto, era difícil estar longe de Dove. Havia passado todo o dia na escola evitando-a, e agora estava se deprimindo após o êxito. Aquilo era horrível. Desejava poder mudar as coisas, mas não podia.

Uma semana depois, Dove se apoiou contra a pia do banheiro. Havia sido uma longa semana. A treinadora tinha iniciado os treinos, haviam sido 12 horas diárias sem parar. Ela estava exausta, mas também agradecida.  Havia pego no sono todas as noites sem tempo para sentir saudades de Sofia. Claro, ela ainda sonhava com os olhos âmbar, doces beijos e toques suaves, porém, isso era um ponto de escape para conseguir sobreviver.

A porta se abriu e entrou a mesma garota que Dove vinha tentando não pensar. Sofia também parecia surpresa em vê-la.

— Oh, olá Chloe. Não tenho te visto ultimamente.

— Sim, a treinadora tem exagerado nos treinos para a competição de líderes de torcida. Tá meio doida. — disse Dove e uma leveza entrou em seu corpo quando Sofia se aproximou dela.

— Meio doida? — Sofia perguntou.

— Tem razão, ela está completamente doida. — a loira deu uma risada.

— Sim. — A morena trocou o peso de uma perna para a outra, como se estivesse pensando no que dizer. — É estranho não te ver.

— Sim, é. — concordou a mais baixa. — Mas é mais fácil não sentir saudades quando não te vejo todos os dias.

Sofia assentiu com a cabeça.

— Certo. Uhm, queria te pedir desculpas.

— Pedir desculpas? Não tem porque se desculpar, Sofia. A culpa foi toda minha.

— Não, não foi. — Sofia negou com a cabeça.

As duas se olharam de maneira incômoda por alguns segundos. Dove queria dizer algo, mas não tinha ideia de como melhorar as coisas. Parecia que tudo o que ela era boa ultimamente, era em tornar as coisas difíceis. Queria desesperadamente encontrar uma maneira de que as duas fossem felizes, mas não podia. Dove se conformaria em apenas fazer Sofia feliz, porém ela sabia que não teria a coragem suficiente para isso.

Finalmente, Sofia se afastou da pia e assim, Chloe continuou:

— Seria melhor eu ir agora. Não quero que a treinadora pense que estou pulando o treino.

Sofia assentiu e fez menção de abraçá-la, mas se deteve assim que Dove se afastou um passo.

— Uhm... Foi bom falar com você.

— Sim. Tchau, Sofia.

— Tchau, Chloe.

A loira saiu pela porta, agradecida por Sofia não ter tentado impedí-la. Havia atingido seu limite. Não podia passar mais tempo com a morena sem ser afetada.

•🦋

Sofia se mordia de ciúmes no refeitório enquanto via Dove junto com as amigas torcedoras. Não era justo, ela pensou. Era ela que costumava almoçar com a loira e a fazia rir. Balançando a cabeça, ela obrigou os olhos a desviarem-se, afinal, ela que havia dito que ambas deveriam se afastar. Ela que havia dito para terminarem. De fato, ela não estava chateada pela mais baixa não parecer depressiva ou algo assim, até porquê isso nem seria certo. Ela sabia que a loira não estava feliz, as poucas vezes que ambas haviam interagido mostraram isso e ela não queria que a ex-namorada se sentisse péssima. Ela só queria poder tê-la consigo novamente.

Sofia remexeu distraidamente seu almoço na bandeja. Ela tinha que parar de pensar em Dove, ela tinha feito o correto. Só precisava continuar se lembrando disto até que ficasse gravado em sua mente. Não podia deixar o belo rosto da garota atraí-la. Por mais que isso doesse e por mais que ela sentisse falta da loira, era melhor assim. Ela só precisava aprender a lidar com a dor.

— Uhm, quê? — Sofia olhou para Sabrina, que a fitava com expectativa.

— Você vai ao baile de inverno? — perguntou a de olhos azuis.

— Não. Definitivamente não. — a morena falou com o cenho franzido. — Ninguém além do Mitchell me chamou, e isso não vai funcionar.

— Bom, isso não importa. Pode ir sozinha.

— Ou você pode aceitar e ir com o Mitchell. Não entendo o porquê de você ter negado quando ele te perguntou se queria ir com ele. — falou Cameron.

Sofia rolou os olhos.

— Mitchell e eu não somos um para o outro. E não irei aumentar as esperanças dele quando não quero estar com ele.

— Poderiam ir como amigos. — Sabrina sugeriu. — Thomas e Dove irão como amigos.

— Amigos, claro. — Sofia disse com sarcasmo, antes que pudesse pensar.

— Sei que ele está louco por ela, mas a Dove não parece estar interessada nele. Na verdade, acho que ela só não quer ir sozinha. — Cameron falou.

— Ah, Cam, a Dove é uma torcedora. A líder, para ser mais exata. E essas garotas nunca duram muito tempo sem um namorado. — disse Sabrina, rodando os olhos. — Ela mudou, mas não tanto. Já passou da hora dela arrumar um novo namorado.

— Podemos mudar de assunto? Quem se importa com quem a Dove sai ou não? Não é da nossa conta. — ralhou Sofia, incapaz de evitar a chateação em seu rosto.

— Tá bem... — Sabrina e Cameron trocaram olhares confusos. — Mas, voltando ao meu ponto inicial; você deveria vir ao baile. Vai se divertir.

— Ela tem razão. Eu também não tenho um par. Podemos ir juntos, nós três. — adicionou Cameron.

— Vou pensar. — Sofia sorriu para eles, mas na verdade não estava falando sério. Ela não precisava ouvir sobre Chloe e Thomas, ela precisava esquecer. E nada sobre "ir ao baile de inverno" ajudaria nisto.

•🦋

Olhando-se no espelho, Sofia suspirou tristemente. Não fazia ideia de como se deixou ser pega pelas palavras de Sabrina e Cameron. De alguma forma, a convenceram de ir ao baile. Mas agora que estava realmente pronta para sair, parecia uma má ideia. Inclusive se por algum milagre evitasse a Dove, não conseguiria deixar de pensar nela, afinal, quando havia ouvido sobre o baile, ela pensou que iria com a loira.

Sofia negou com a cabeça, aquele tinha sido um pensamento idiota. Ela sabia que as duas não poderiam ir como um casal normal, mas pensou que iriam juntas. Até tinha escolhido um vestido em que achou que Chloe iria adorar. Mas obviamente a reputação da garota era mais importante do que qualquer outra coisa.

Sofia se afastou do espelho. Ela estava ressentida com Dove, inclusive pensou que não queria fazer isso. Nunca lhe passou pela cabeça sobre obrigar a loira a sair do armário, mas havia uma pequena parte dela que queria significar mais para Chloe do que qualquer outra coisa. Estava sendo egoísta e injusta, mas isso não lhe importava. Era assim que ela se sentia.

Pegando a bolsa, ela desceu as escadas. Quanto mais cedo chegasse naquele lugar, mais cedo poderia ir embora. O fim da noite era o que ela mais esperava. Só teria que aguentar até lá.

•🦋

O lugar era um tanto pequeno, pensou Dove. Olhou ao redor do mal decorado ginásio e respirou fundo, talvez tenha sido pelo fato de Thomas não a deixar em paz. Toda vez que ela tentava escapar, ele a seguia como um maldito cachorro. Essa tinha sido uma má ideia, ela havia pensado que tinha deixado claro que eram apenas amigos, mas Thomas não estava agindo como se não fosse um encontro.

Ele havia encantado a mãe dela, quando a buscou de carro. Céus, ele foi tão aprovado por sua mãe, que só faltou sair de uma caixa de presente. Ele até mesmo tinha levado flores tanto para ela quanto para a mãe dela e o brilho nos olhos da mais velha tinha sido ridículo. Sabia que ganharia pressão em continuar saindo com Thomas.

Ela não havia pensando nisso. Realmente pensou que poderia passar por aquela farsa e nada mudaria. Tinha sido bem ingênua. Isso não acabaria como queria. Havia acabado a relação com Sofia e sua vida continuava ainda mais complicada.

— Quer dançar? — Thomas sorriu e ela tentou devolver um sorriso.

— Claro. — Dove o seguiu até a pista de dança, feliz por ser uma música agitada. Pelo menos conseguiria se distrair da confusão que sua vida estava por um tempo.

— Estou muito feliz por ter vindo comigo. — disse Thomas, enquanto se aproximava quando a música se tornou lenta.

— Certo. — Dove assentiu antes de seus olhos notarem Sofia. Não havia pensado que a veria, mas ali estava ela, com um vestido preto e justo. Ela não conseguia desviar o olhar.

Como era possível alguém ter pernas tão longas e bonitas?

— O que está olhando? — o escocês perguntou.

— Oh, eu... acabei de ver a Sofia. — ela respondeu incerta.

— Quê? — Thomas olhou por cima da loira. — Nossa, ela está linda!

— Uh, sim. Ela está. — a loira mordeu o lábio, mas se recordou de que a morena não pertencia mais a ela.

— Suponho que o Mitchell conseguiu convencê-la. Ele vinha dizendo sobre querer ficar com ela de novo, mas ela não estava aceitando.

— Na verdade, não acho que ela goste dele tanto assim. — a mais baixa falou, tentando manter a voz calma.

— Sim, mas, como você saberia disso? Vocês duas nem são amigas.

— Uhum. — Dove se enfureceu por ciúmes, enquanto via Mitchell rodear a cintura da morena.

Era óbvio que Sofia estaria dançando com alguém. Porque ela pensaria que a mais alta estaria sozinha? Ela era incrível e alguém diferente estava prestes a descobrir isso. Mas doía. Doía de uma forma que ela nem conseguia descrever e não podia acreditar que alguma vez fez Sofia passar por isto. Não era de se esperar que a morena lhe dera aquele ultimato. Ela sabia que era uma pessoa horrível e que a morena estaria melhor sem ela. Ela poderia encontrar alguém que a merecia.

Depois de muito tempo, o corredor se esvaziou e Dove começou a caminhar de volta para o ginásio, quando enfim conseguiu que Thomas a deixasse sozinha por meio segundo, fazendo-a se sentir melhor. Ela ainda tinha a imagem de Sofia dançando com cada membro do grupo de canto, mas não tinha mais vontade de matar todos que olhavam para a morena. Só precisava de um tempo para se recuperar e se lembrar de que aquela situação era culpa dela mesma.

Assim que entrou no ginásio, ela procurou automaticamente por Sofia e não pelo seu par. Quando a viu, seu coração saltou em sua garganta. A mais alta estava com Nolan Hotchkiss, com as mãos dele em sua cintura e a boca do mesmo na de Sofia e a loira não conseguiu respirar. Seu peitou apertou e de repente percebeu como era ter um ataque cardíaco.

— Acho que vou morrer.

— Dove, está tudo bem? — Thomas colocou uma mão sobre seu ombro.

— Não. Eu me sinto mal, tenho que ir para casa. Pode me levar? — ela mordeu o lábio, tentando evitar as lágrimas.

— Sim, claro. — Thomas rodeou a garota com o braço e a levou para fora. A loira apenas conseguiu chegar até o carro, para que seu coração se quebrasse. Nunca imaginou que seria superada tão facilmente.

•🦋

Depois de dizer boa noite para seus pais, Sofia subiu as escadas até o quarto, ansiosa para tirar aquele vestido. A noite não havia sido tão ruim quanto pensou, mas ainda estava feliz por ter terminado. Não teve que assistir Chloe com o Thomas, porém, chegou a vê-los quando chegou no baile, mas decidiu ignorá-los. Aquilo tinha sido estranho, mas não podia se queixar. Na verdade ela havia se divertido ao dançar com o pessoal da aula de canto. Com excessão de Mitchell, que a perseguiu quase a noite toda perguntando se não queria voltar a namorar com ele. Haviam se passado meses e ele não parecia entender que tudo havia terminador entre eles. Ela não queria magoá-lo, mas teve que deixar bem claro de que não mudaria de opinião. E outra coisa irritante, foi Nolan ter flertado descaradamente com ela e tê-la beijado. A morena não teve pena dos sentimentos dele e simplesmente o negou, pois não queria um beijo dele. Sabia que ele considerava tudo um jogo e ela não estava afim de jogar. Estava realmente irritada, ela só queria a Chloe.

Ao se enfiar na cama, Sofia permitiu seus pensamentos voltarem para a loira. Estava tão bonita, com um vestido azul claro e os cabelos presos num coque bem feito. A morena amava o pescoço da mais baixa, adorava quando o pescoço dela estava amostra, quando podia tocá-lo, arranhá-lo e beijá-lo. Dove era impressionante e Sofia gostaria de ter ido com ela, para abraçar e dançar com ela.

A latina suspirou. Esperava que o final do baile de inverno servisse para ela seguir em frente, mas não. Ela continuava tão apaixonada como sempre e não queria seguir em frente. Sabia que não poderiam voltar a ser como eram antes, mas não acreditava que estava pronta para renunciar seus sentimentos por Dove ainda. Pelo menos não ainda.

•🦋

Dove parou o carro em frente a casa de Sofia e o temor preencheu seu corpo. Ela não queria fazer isso, mas depois daquela noite, sabia que era o correto. Era hora de deixá-la ir. Ela nunca quis fazer nada para machucá-la. Era meio tarde para evitar isso, mas talvez ela pudesse tornar as coisas um pouco mais fáceis. Recolheu a caixa que estava no banco do passageiro e seguiu até a porta principal. Quanto mais rápido fizesse isso, mais rápido poderia voltar para casa e chorar.

Após bater na porta, esperou impaciente, torcendo para que Sofia atendesse e não um de seus pais ou irmã.

— O-o quê? Olá, Chloe. — Sofia parecia surpresa e nervosa, enquanto olhava a mais baixa.

— Olá. Desculpe vim sem avisar. — a loira moveu a caixa nos braços, afim de não demonstrar o quão nervosa estava.

— Não, só estou surpresa. Sempre é bom ver você. — Sofia sorriu e o coração de Dove errou uma batida, como sempre. — Quer entrar?

— Não, eu só vim te dar isso. — ela entregou a caixa para a morena. — Aí estão todas as coisas que você deixou no meu quarto e no meu carro. Roupas, fotos e tudo mais.

— Oh... — O sorriso de Sofia se desfez e Dove se apressou em tranquilizá-la.

— Eu não queria te incomodar. Mas achei que fazer isso seria melhor.

— Melhor? Então, me expulsar da sua vida de vez é o melhor? — perguntou Sofia.

— Não! Não é isso. Eu.... te vi hoje no baile... com o Nolan. Você... está seguindo em frente. Só estou tentando ajudar. — as lágrimas brotaram nos olhos de Dove. Ela não queria que Sofia a superasse e beijasse outra pessoa.

— Com o Nolan? Oh, Chlo, não. Naquela hora-

Dove levantou as mãos e deu um passo para trás.

— Por favor, não faça isso. Sei que tudo é culpa minha, mas não consigo ouvir você falar de outra pessoa.

— Chloe, eu-

— Por favor, Sofia. — implorou Dove, enquanto as lágrimas continuavam enchendo em seus olhos. — Não preciso que me diga o quão fácil é, me superar. Simplesmente não consigo suportar isso.

— Nada disso tem sido fácil.  — Sofia largou a caixa e saiu para a varanda.

— Isso, isso deveria terminar nosso relacionamento e fazer com que parasse de doer. Não quero me machucar ainda mais. — Dove se virou e começou a se afastar, tentando deter o fluxo de lágrimas. Ela não queria que Sofia sentisse dó dela. Na verdade, a pena de Sofia por ela, poderia fazê-la desmoronar completamente.

•🦋

Dove estava entorpecida quando voltou para casa. Não sentiu o vento frio e nem as lágrimas no rosto. Ela não sentia nada. Estava acabado. Ela e Sofia haviam terminado de vez. Sabia que em algum momento a perderia por completo, mas havia detido suas crises eminentes por enquanto. Havia acabado com a melhor coisa que havia tido, por algo que agora nem parecia importar. Sua reputação, que uma vez parecia ser o mais importante, era inútil.

Ao sair do carro, Dove entrou em casa e rolou os olhos ao ver sua mãe. A mulher já estava bebendo e ela esperava poder ir para o quarto sem ter que conversar.

— Chloe?

É claro, a mencionada se deteve nas escadas e olhou para a mãe.

— Quê?

— O que houve? Você está bem? Aconteceu algo?

— Não aconteceu nada. — murmurou a mais nova, tudo o que queria era ficar sozinha, não conversar. — Esqueça.

— Fale comigo. Você parece chateada, quero te ajudar. — Bonnie deixou a bebida na mesa de centro e sinalizou para que a filha sentasse ao seu lado.

Dove bufou. Não era como se ela realmente pudesse contar algo para a mulher. Se horrorizaria se Dove lhe contasse o porquê de estar desconsolada.

— Chloe, eu sou sua mãe e amo você. Me deixe te ajudar. — implorou Bonnie.

Dove olhou para a mãe bêbada e se deu conta de que havia agido como uma idiota. Havia gastado tanto tempo e energia em alguém que mal a conhecia, alguém que nem sequer tentou conhecê-la melhor. Naquele instante, bem ali, ela percebeu o que havia feito. Ela havia ficado tão concentrada na mãe que nunca estava lá para ajudá-la, que perdeu Sofia, que estava com ela até mesmo quando não merecia.

— Você realmente quer saber? — perguntou a jovem, segura de que não teria mais medo de ser ela mesma.

— Sim, meu amor. Não poderei te ajudar se você não me disser qual é o problema. — Bonnie olhou para a filha, com esperança.

A mais nova assim, se sentou ao lado da mulher e respirou fundo. Já havia perdido a Sofia, mas estava farta de ter medo.

— Eu e minha namorada terminamos, e ela já tem outro.

— O quê?!

— Eu sou lésbica, mãe. E meu coração está quebrado porque a Sofia já me superou. — Chloe falou, sabendo que sua mãe as vezes necessitava ouvir as coisas duas ou três vezes, para entender.

— Sofia? Aquela sua amiga que te dava aulas de espanhol? Ela é tão amável. — Bonnie olhou para a loira, um tanto confusa.

— Ela é. — respondeu Dove com um leve sorriso. — E eu amo ela.

— Mas você namorou com o Ryan por bastante tempo.

A mais baixa rolou os olhos.

— Sim, porque eu estava fingindo ser hétero. Para ser essa garota americana perfeita que você e meu pai queriam que eu fosse. Mas eu tenho todos esses sentimentos que não irão desaparecer. Por que essa sou eu de verdade.

— Não. — Bonnie negou com a cabeça. — Você não é assim.

— Sou. — insistiu, com os olhos brilhando e repletos de raiva. — Eu amo a Sofia e eu destruí minha relação com ela, porque estava muito preocupada com o que você e os demais pensariam a respeito.

— Se vocês terminaram, então você pode voltar a ser normal. Pode deixar de ser... lésbica. — Bonnie pegou as mãos de Chloe, porém ela se afastou com irritação.

— Não. Não dá para você fingir que nada disso aconteceu. Porque está acontecendo. Mãe, estou na sua frente dizendo que gosto de garotas. E te peço que seja minha mãe e não deixe tudo debaixo do tapete como sempre fazem nessa família. Por favor, mãe. — a raiva da mais nova se esvaiu conforme implorava a sua mãe. Ela sabia como as coisas iriam ser, mas ainda assim esperava uma ação surpreendente da parte da mulher.

Bonnie sacudiu a cabeça.

— Não consigo escutar isso. Você... isso não está certo.

— Mãe, por favor. — ela olhou para Bonnie, que se levantou e saiu do cômodo.

Assim, a loira foi até o próprio quarto, onde se lançou sobre a cama e deixou o rosto no travesseiro. Aquilo havia sido tão ruim quanto havia pensado. Qualquer relação frágil que ela e a mãe tinham, havia sido arruinada. Mas, não doeu tanto como ela achou que doeria. Provavelmente porque ainda tinha a imagem de Sofia e Nolan colada em sua mente. Sua vida já era horrível, então era difícil imaginar que poderia piorar ainda mais.

— Dove, preciso de mais tempo. — Bonnie estava ansiosa na porta.

— E o que isso significa? — perguntou ela, sentando-se.

— Que eu não consigo lidar com isso. Necessito que me dê um pouco de espaço por um tempo.

— Claro. — a garota rolou os olhos. — Eu tenho ao menos alguns minutos para arrumar minhas coisas ou preciso sair agora?

— Tome o tempo que precisar. E Chloe, eu te amo, você é minha filha, porém eu não sei como assimilar isso. — disse Bonnie com tristeza.

— Bom, entendo... Pode me deixar em paz? — a garota disse de modo rude, enquanto pegava uma mala e começava a enchê-la.

— Está bem.

A loira esperou que sua mãe se retirasse, antes de permitir que as lágrimas caíssem. Havia esperado isso, mas ainda assim doía e ela nem tinha a Sofia para consololá-la. Pois havia arruinado tudo.

•🦋

Sofia subiu as escadarias do estádio de futebol, respirando com dificuldade até enfim chegar no topo.

— Ei, Chloe.

— Ei... — Dove falou, até notar de quem se tratava o cumprimento. — O quê... O que você faz aqui? — disse surpresa.

— Eu queria falar com você. — a morena iniciou, colocando uma mecha de cabelo atrás da orelha. — Eu fui na sua casa e...

— Foi na minha casa?! — a loira a interrompeu preocupada. — Minha mãe não te fez nada, certo? — ela perguntou, escaneando a mais alta em busca de possiveis machucados.

— Não. Eu estou bem. — respondeu Sofia, encantada pela demonstração de preocupação da parte da de olhos verdes. — Mas ela me contou o que aconteceu.

— Ah. Ela me pôs para fora de casa por um tempo, eu acho. — Dove deu de ombros, desviando os olhos para o campo de futebol vazio.

— Eu sinto muito, Chloe. — Sofia colocou uma mão sobre o ombro dela. — Mas eu não entendo. Pensei que tudo aquilo era porque você não queria que a sua mãe soubesse.

— Estou cansada de tudo. Eu contei a ela depois de ir te ver, porque já havíamos terminado. Eu ferrei com tudo porque estava preocupada com a opinião alheia e ainda assim não me sobrou nada. — a mais baixa confessou.

— Eu não queria que isso tivesse acontecido, eu sinto muito. — Sofia resistiu ao impulso de abraçar Dove. Ela parecia tão pequena e frágil, porém sabia que a mesma precisava de espaço quando estava chateada.

— Que seja. Eu sabia que ela ficaria com raiva e eu nem sequer estou pensando nela. Estou mais brava por causa de você e Nolan. — Dove apertou a mandíbula.

— Dove, não há nada entre o Nolan e eu.

A loira ao ouví-la, deu uma risada sem humor.

— Eu os vi se beijando na noite do baile. Não sou idiota.

Sofia ficou realmente surpresa. Ela nem sequer havia pensado na possibilidade da garota tê-los visto, já que estava concentrada em dar uma bronca em Nolan por tê-la beijado sem o consentimento dela.

— Eu nunca disse que é uma idiota. Mas foi ele quem me beijou. — a morena explicou. — A-acabamos de terminar. Você realmente achou que eu ficaria com outra pessoa assim tão rápido?

— Não queria, mas todos sempre me deixam. Aparentemente sou bem fácil de superar. — a loira colocou as mãos nos olhos, enquanto as lágrimas caíam.

— Não, você não é. Eu não te superei. — Sofia cedeu a seus instintos, tomando a mais baixa em seus braços. Ela encostou a cabeça de Dove em seu pescoço e acariciou as costas da garota, enquanto sussurrava coisas no ouvido dela. Ela não sabia o que fazer. Normalmente, ela sempre tinha controle, sempre tinha um plano para tudo, mas Chloe tinha uma forma de mudar as coisas. A amava muito, mas não fazia ideia de como ajudá-la.

Após alguns longos segundos, a loira se afastou, olhando para Sofia com os olhos vermelhos.

— Desculpe por isso. Não quis chorar em você.

— Não se desculpe. Eu me preocupo com você, Chlo. E eu só quero que fique bem.

— Eu não estou bem. — Dove mordeu o lábio, claramente tentando não voltar a chorar.

— Eu sei. — Sofia tomou o rosto da mais baixa em suas mãos. — Quero que venha para a minha casa comigo.

— Não. — Dove negou com a cabeça, separando-se da mais alta. — Você não tem que cuidar de mim. Eu não preciso da sua pena.

— Eu não sinto pena.

— Ou culpa. Eu tenho meu orgulho.

— Ah, disso eu sei. — disse Sofia, agarrando a mão de Hosterman. — Mas ainda assim você está se fazendo de forte nesse momento. Eu estou aqui, quero te ajudar.

— Porquê? Estamos separadas. Eu arruinei tudo. Estou completamente sozinha e isso é o que eu mereço.

— Pare, Chloe. — a morena suspirou, soltando a mais baixa.

— Deveria ir embora, Sof. Eu não valho a pena. — ela olhou para o chão.

— Não vou ficar escutando isso, Dove. Eu te amo e quero cuidar de você. Por favor, me deixe fazer isso. Vamos para minha casa e conversaremos sobre tudo. — Sofia esfregou as mãos nos braços da mais baixa. — Você está congelando. Onde está a sua jaqueta?

— Devo ter esquecido enquanto fazia a mala. — ela disse e negou com a cabeça. — Bom, não importa. Eu estou bem.

— Claro que importa. Agora, levanta. — Sofia puxou a outra e a conduziu para fora do estádio. — Me dê suas chaves. Eu vim te encontrar, mas posso te levar para minha casa.

— Tá doida? — Dove perguntou incrédula, mas entregou as chaves a ela.

— Eu não dirijo tão mal. — Sofia disse, entrando no carro junto da loira, ligando o veículo.

— Sofia? — chamou, quando o carro já estava em movimento. — Como você sabia onde me encontrar?

Ao ouví-la, a morena apenas sorriu.

— Bom, como eu fui a sua casa e você não estava lá, deduzi que estivesse no ginásio, já que costuma ficar ali quando quer pensar.

— A gente se conheceu lá, no verão passado. Foi aonde nos tornamos amigas e tudo mais. — disse Dove, com um leve sorriso no canto dos lábios.

— Eu lembro. Lembro de tudo que aconteceu naquele verão. Foram os melhores dias da minha vida. — Sofia estendeu a mão e entrelaçou os dedos nos da loira.

Aqueles últimos dias haviam sido horríveis e Sofia se sentia mal pela dor de Chloe, mas estava contente por poder ajudá-la e estar perto dela. Sentia como se pudesse respirar pela primeira vez em muito tempo. Simplesmente gostava de ter a mais baixa consigo.

•🦋

Haviam se passado algumas poucas semanas em que Dove estava na casa de Sofia, mas parecia muito mais tempo. A loira se sentou na cama da mais alta, vendo a latina parar na frente dela, claramente tentando ser paciente com a garota.

— Eu estou realmente bem, Sofia. Só estou com calor.

— Está bem. — a morena assim, mordeu o lábio inferior enquanto olhava para a mais baixa com certa ansiedade. — O quê eu posso fazer por você?

— Hmm... — ela pareceu pensar, antes de dizer: — Pode se sentar aqui comigo?

— Sim, é claro. — Sofia simplesmente fez o que lhe foi pedido, esperando que a outra dissesse o que queria.

— Eu realmente não pensei nas coisas. Eu nunca penso nas coisas. Não sei o que fazer. — Dove encolheu os ombros, realmente perdida.

— Me diga como se sente. — Sofia a olhou.

— Estou basicamente entorpecida. Não sei como entender tudo isso. Me dói o fato da minha mãe ter me rejeitado, mas eu esperava isso. Eu fico feliz por estar aqui com você, mas não entendo o porquê. — a loira se virou para Sofia com os olhos cheios de lágrimas. — Por que eu estou aqui? Por que você se preocupa tanto?

— Não consigo te explicar o porquê, eu... só faço. Eu sou apaixonada por você e isso não mudou só por termos nos separado. — os olhos de Sofia também se marejaram.

— Eu te machuquei. — Dove disse em voz baixa.

— Sim. — Sofia concordou, segurando o rosto da mais baixa com carinho.

— Eu sinto muito. — Dove se inclinou ao toque da mais alta.

— Eu sei que sente.

— Eu me senti péssima todo o tempo. O Thomas não saía do meu pé e tudo que eu queria era estar com você. — ao explicar, Dove virou o rosto e plantou um beijo na mão da morena.

— Isso não me faz sentir melhor. Eu nunca quis que você ficasse infeliz. — Sofia falou.

— Eu sei. Você é muito boa para mim. Boa demais para mim...

A morena negou com a cabeça.

— Não, não me diga isso. Eu não sou perfeita e você não é uma má pessoa. — Sofia acariciou a bochecha da mais baixa. — Eu amo você e não estou mais brava. Só quero estar sempre com você.

— Como amigas? — Dove se afastou para poder olhar a mais alta de melhor maneira, tentando reprimir suas esperanças.

— Eu... não sei. — ela disse vacilante. — Eu senti sua falta nessas últimas semanas. Não quero ficar longe de você, mas não acho que possamos voltar ao que éramos antes.

— Sim, tem razão. — Dove tentou evitar que sua expressão se tornasse devastada, mas Sofia conseguiu ver através dela.

— Isso não significa que — antes de terminar a frase, foi interrompida pela mão da loira sobre a boca.

— Não precisa explicar, eu já entendi.

Sofia negou com a cabeça, retirando a mão da garota de sua boca.

— Não, não. Nem eu entendo o que quero dizer, então como você sabe?

— Sofia, eu não sei o que estou fazendo. Tá bom? — Dove se levantou e se afastou. A ansiedade que vinha sentindo ultimamente, estava borbulhando. — Eu só quero ficar com você, mas arruinei tudo. Finalmente contei as coisas para minha mãe e ainda assim não posso estar com você. Nada é o que quero que seja!

— E você acha que isso é o que eu quero? Eu nunca quis nada disso! — Sofia foi até Dove, ficando com o rosto próximo ao dela. — Você não é a única magoada!

— Eu sei! Eu não sou boa para você. Eu te machuquei
Eu-

Chega. — Sofia a calou ao por os lábios sobre os delas, num beijo rápido, se separando antes da falta de ar. — Você me magoou, mas eu fiz o mesmo com você. Eu não pensei em como você se sentiria ao me ver dançando com todos aqueles garotos.

Dove rolou os olhos.

— Sofia, eu não te culpo por isso. Você queria que eu te visse como Nolan. É claro que você queria se vingar de mim.

— Isso não era o que eu estava fazendo. — ela negou com a cabeça. — Estou falando sério. Estava tentando me distrair da minha própria dor e tentando evitar te olhar. Não foi por vingança.

— Céus, eu erro o tempo todo, né? — Dove suspirou.

— Não quero insistir no passado. Quero que a gente siga em frente.

— O quê isso significa? Acha que a gente pode....? — Dove deixou a frase morrer, desviando os olhos de Sofia.

Sofia sustentou o rosto de Chloe nas mãos, obrigando-a a olhá-la. Aquilo era importante. As conversas entre elas eram tão vagas as vezes, então a morena queria estar segura de que ela entendesse.

— Não sei o que vai acontecer entre nós duas. Eu quero que voltemos a ficar juntas, mas as coisas não serão mais as mesmas. Não podemos voltar a ser como antes.

— Não, claro que não. Eu nunca voltaria a fazer isso. Eu fui tão egoísta, nunca deveria esperar que você ficasse bem comigo estando com o Thomas. — Dove jurou.

— Eu sei disso. E tenho certeza de que você nunca mais faria isso. Mas, esse não foi nosso único problema.  — disse Sofia. — Você não me disse o que estava pensando e eu não perguntei. Você vinha agindo meio estranho e eu também não mencionei, deixei passar em branco por que achei que você ficaria bem logo e eu não deveria ter feito isso.

— Isso não é grande coisa. — Dove afastou o cabelo que havia caído sobre os olhos de Sofia, olhando-a atentamente.

— É sim. Por que isso leva a problemas maiores. — a morena fitou os olhos verdes. — Precisamos conversar sempre.

— Está bem, conversaremos e não esconderei mais a nossa relação. Eu já contei a minha mãe então —

— Eu nunca quis que você saísse do armário. — Sofia a interrompeu suavemente. — Não sem você estar pronta antes. Simplesmente não queria ser seu segredinho sujo.

— Nunca. Você nunca foi isso e eu lamento tanto por fazê-la se sentir dessa forma. — Dove segurou as mãos dela.

— Chlo, não quero que você concorde comigo por se sentir culpada ou por querer me deixar alegre. Eu realmente quero que conversemos e pensemos sobre isso. Sobre o que queremos uma da outra e se podemos ser felizes juntas.

Ao ouvir essa frase, a mais baixa respirou fundo permanecendo em silêncio até encontrar os olhos da morena.

— Eu não planejei nada disto. Thomas me convidou para o baile e eu neguei no início, até que ele me perguntou o por quê e eu tive que encontrar uma desculpa que não tivesse a ver com você e eu entrei em pânico. Daí eu escolhi o caminho mais fácil como sempre.

— Eu... entendo. Não gosto muito, mas entendo. — Sofia não conseguiu decifrar o olhar no rosto de Hosterman. De certa forma era algo assustador não conseguir lê-la, mas ela não sairia dali até ter tudo esclarecido.

— Tudo saiu do controle, Sof. Eu aceitei o convite, eu e você terminamos e eu fiquei péssima. Aí eu te vi beijando o Nolan e te devolvi suas coisas... minha mãe perguntou o que havia acontecido e eu contei tudo a ela. — Chloe negou com a cabeça, incrédula. — Eu fiz tudo sem pensar e não deveria. Teria sido bem mais fácil negar ao Thomas.

Daccarett sorriu com ternura para ela.

— Provavelmente é bom pensar nas coisas antes de fazê-las, mas eu gosto de você agir por instinto.

— Bom, depois de pensar sobre isso, o que eu quero é você. O restante da minha vida não é tão importante quanto você, quero ficar contigo. — Dove a olhou com esperanças.

— Eu também quero isso. — Sofia sorriu diante ao sorriso bobo que apareceu no rosto da mais baixa.

— S-se você quiser que eu me assuma, eu acho que estaria tudo bem. — a loira comentou com nervosismo.

Sofia negou com a cabeça.

— Isso não é importante. Não quero me centrar nisso. Você é a que terá mais a perder caso isso aconteça, mas eu estarei de acordo caso você esteja pronta para se assumir na frente de todos, mas a decisão será sua, Chlo.

— Tem certeza? Porque eu já não quero mais te esconder. Não quero que minha reputação seja mais importante que você, porque ela não é... eu fiquei tão infeliz quando abri mão de você para proteger minha reputação.... — Dove escondeu o rosto no pescoço da morena.

— Eu tenho certeza de que você não precisa me provar nada e não quero que faça, só preciso que me ame. — a mais alta olhou para a loira... havia sentido tanta falta dela.

— E eu te amo. — Chloe mordeu o lábio. — Estou sendo honesta, não quero fazer uma declaração exagerada. Mas, acho que deveríamos ficar sempre juntas e se alguém vier e perguntar, simplesmente lhes diremos a verdade. Caso contrário, não falamos nada. O que acha?

— Ótimo. Realmente não é da conta de ninguém o que fazemos ou deixamos de fazer. — Sofia deu um selinho na de olhos verdes. — Ah, só mais uma coisa, vamos ter que contar aos meus pais.

— Tudo bem. Não acha que eles vão me odiar, certo? — Dove perguntou preocupada.

— Não quando eles verem o quão feliz você me faz. — a morena beijou as bochechas da outra, na esperança de tranquilizá-la. — Vai dar tudo certo, vamos ficar mais do que bem.

Sofia voltou a sorrir e Chloe não pôde deixar de devolver o sorriso. Na verdade, pela primeira vez desde que podia se lembrar, ela sentiu que ficariam bem.

_______________________

Olá pessoas, obrigada por lerem e me desculpem a demora. Estive meio desanimada nesses últimos meses, mas prometo que farei o meu melhor por vocês!

Querem que eu traga mais fanfics Dofia, ou preferem Mevie?

Não esqueçam de votar por favor e até a próxima.




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