Eu e Thor voltamos a nossos quartos depois de vermos onde fica a sala com as escrituras. Logo o jantar vai estar servido e pelo que entendi isso era bem importante pra eles.
Seus reis e príncipes eram literalmente Deuses, então entendo o porquê de ser assim.
Quando ia me deitar em minha cama para descansar já escuto batidas na minha porta
_ sim? _ pergunto
_ viemos te ajudar a se arrumar para o jantar de cumprimentos
_ podem entrar _ respondo me levantando
Uma mulher trazia algumas maletas de couro que ela coloca em cima da penteadeira no canto do quarto
Outras duas mulheres traziam uma caixa de veludo preta mais ou menos do tamanho de uma palma e outra trazia uma caixa alta, no tamanho de um caixa de sapatos.
E por fim entraram pela porta duas pessoas trazendo um manequim com rodinhas na ponta de baixo e todo coberto por um pano que escondia o vestido que eu sabia que estava embaixo.
Lá todas essas pessoas se reunem para me arrumar. A mulher das maletas fazia minha maquiagem enquanto uma das que havia trazido uma caixa de veludo preparava meu cabelo. Reparo que ela abre a caixa de veludo e dentro tem um enfeite de cabelo dourado que ela prende no penteado que havia feito.
Depois dessa parte pronta, duas mulheres me levam a uma sala separada que tinha no quarto e tiram este vestido que eu estava usando, trazendo depois um saiote ainda maior e por fim o vestido. E foi aí que eu reparei que não fazia ideia do quanto era especial este jantar.
No fim, tudo ficou assim
Este era o sapato
E esse era o vestido
Eles me guiam até chegar na frente de uma porta alta toda dourada.
Um guarda que esperava na porta entra para dentro da sala e consigo escutar um pouco do que dizia
_ vossas altezas, a senhorita Stark pede sua licença para juntar-se a vocês no jantar
Ouço um murmurou mais ao longe concordando e então dois guardas abrem as portas douradas a minha frente. Vejo um salão de jantar tão grande que minha vista se embaça no final dele. Uma mesa que ia de uma ponta a outra do salão.
Seis lustres com velas que iluminavam o ambiente foram pendurados no teto.
E na ponta da mesa mais longe da porta quatro pessoas me esperavam de pé. Frigga, Odin, Thor e Loki.
Um guarda me oferece a mão para descer a pequena escada que tinha a minha frente e eu aceito. Vou andando até chegar próxima a eles (ao lado de Thor) e quando chego perto eles fazem uma reverência como um cunprimento e eu retribuo com o mesmo movimento.
_ sente-se conosco por favor _ Odin fala e um criado puxa a cadeira para me sentar
Me sento com eles e Frigga toma a fala
_ espero que não se importe com as cordialidades que temos, mas é a tradição quando recebemos alguém de outro planeta. Além do mais, soubemos que seu pai é uma figura importante em Midgard, como o "dono" de coisas importantes para os humanos _ ela fala na falta de um palavra melhor
Tento prender uma risada, ele teria adorado ouvir isso, ainda vindo de uma rainha
_ De forma alguma me incomoda, adoro descobrir como funciona a cultura de vocês
_ como conseguiu seus poderes? _ Loki pergunta. Ele parecia de alguma forma desconfiado, e posso ter certeza que ele não foi com a minha cara
_ Loki, seja mais sutil _ Odin o repreende
_ eu prefiro não comentar, mas foi a partir de alguns experimentos com a joia do poder
_ e em Midgard, seus pais..._ Frigga espera eu completar
_ meu pai é... ele é _ como vai explicar que ele tinha uma indústria de armas mas hoje em dia ele é rico meio que porque é rico _ ele tinha uma indústria, um empresa, sabe?
_ ah, do que? _ ela pergunta interessada
_ de tecnologias, como... _ merds eles não tem nem um telefone ou rádio aqui _ vocês sabem o que é energia elétrica
Ao fundo consigo ouvir Loki rindo escondido
_ a energia dos campos magnéticos _ ela completa tentando entender onde quero chegar
_ como posso explicar pra eles o que é tecnologia da terra? _ pergunto mais baixo para Thor
_ eu não sei, até hoje eu não entendi _ ele responde
_ é como, eles usam essa energia e colocam em objetos que eles carregam por aí _ Thor tenta me ajudar explicando
_ mas o que fazem esses objetos _ Odin pergunta
_ eles servem pra.. pra se comunicar com outras pessoas, tipo, o meu objeto elétrico pode se comunicar com o do Thor se ele tiver um _ tento ao máximo explicar
Eles estavam com uma expressão de que não tinham entendido nada
_ e sua mãe o que faz? _ Frigga fala tentando mudar de assunto
_ ela.. gerência a empresa do meu pai _ digo perdendo o entusiasmo durante a fala
_ tem irmãos? _ Odin tenta novamente mudar de assunto
_ só de consideração, não biológicos._ respondo
_ gostou do povoado? _ Frigga pergunta
_ é lindo, as pessoas são muito gentis e as crianças encantadoras
_ estamos ansiosos em conhecer sua família, Thor falou que em duas semanas eles virão, é isso? _ Oddin pergunta
_ exato, espero que não os incomodem _ digo insegura
_ de forma alguma, adoramos isso, quanto mais gente melhor
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O jantar já havia acabado e eu voltado aos meus aposentos, estava esperando mais um pouco para ir ver as escrituras sobre os poderes, não tinha nem trocado de roupa por estar ansiosa.
Sai do quarto com uma lamparina na mão e segui o caminho que Thor tinha me mostrado, este castelo é gigante, espero não me perder
Cheguei na passagem com uma porta de madeira grande toda trabalhada em pedras preciosas. Entro e consigo sentir a energia do lugar, sentia meus poderes mais nitidamente dentro de mim.
Me aproximo da gruta que tinha ao centro da sala de tamanho médio, me abaixo para ficar da altura de onde ele estava, à minha frente tinha um livro de capa antiga, sentia vontade de toca-lo, o peguei na mão e me sentei mais confortavelmente no chão em perna de índio por baixo do grande vestido. O livro estava trancado, mas não havia fecho para abrir. Na capa estava escrito só uma palavra... "sinta"
Este era o livro
Fiz o que me pedia, fechei os olhos e procurei sentir meus poderes, como na primeira vez que controlei eles, nos últimos tempos não tenho parado para senti-los, faço as coisas no automático, mas por um momento, os procuro dentro de mim
É difícil explicar o que se passou, eu percebia aquela energia, e muito claro na minha cabeça veio "toque a pedra do centro". Abro meus olhos e como sabia o que tinha que fazer, toquei a pedra que tinha no meio da capa.
Toda a pedra se enche de uma luz branca e o livro se abre sozinho na primeira página, olho para ela e está em branco, toco meu dedo sobre ela e as letras começam a aparecer magicamente
Mesmo assim, estavam em uma língua estranha, não eram nem as letras convencionais. Mas de novo, não sei como, mas sabia o que fazer. Deixei meus poderes me dominarem, meus olhos agora brilhavam um azul esbranquiçado e meus cabelos estavam totalmente brancos, eles brilhavam no meio da sala escura
Diversas imagens e pequenas lembranças vieram a minha cabeça. Eu me vi quando pequena, bem nova, talvez 6 ou 7 anos, brincando. Com certeza era inverno, consigo sentir o frio. Estava nevando levemente e um vento batia. O lago que tinha próximo a minha casa estava todo congelado, e como eu fazia desde pequena, peguei meus patins, e fui patinar. E eu estava muito feliz.
_ filha, a mamãe vai pegar chocolate quente para nós duas lá dentro, eu já volto, tudo bem? _ Pepper dizia se levantando do banco onde me observava brincar.
Eu concordo com ela e volto a colocar um pé em frente ao outro. Meu pai tinha me ensinado a patinar, mas hoje ele estava viajando então não podia estar aqui comigo.
Eu me distancio um pouco das bordas e vou para o centro do gelo. Olhei para baixo e pude jurar que vi algo roxo, ou talvez seja rosa, brilhando dentro do lago um pouco ao longe. Fui um pouco mais perto e quando cheguei bem próxima do estranho brilho ouço um barulho em meus pés.
Olho para baixo e o gelo tinha começado a rachar, eu tento sair dali mas a navalha do patins tinha ficado presa na rachadura. Com minha tentavmtiva de puxar meu pé pra fora o gelo acabou se quebrando mais até se rachar completamente e fazer com que eu caísse na água.
Quando minha pele entrou em contato com aquela temperatura foi como se milhões de facas se enfiassem no meu corpo de uma vez. Uma dor ardente toma conta de mim. Tento respirar mas acabo apenas me afogando. Meu olhos ardem em contato com aquela água, fecho eles e tudo que vejo é a escuridão.
Eu era uma criança, mas sabia que dali eu não sairia mais. Mesmo de olhos fechados eu consegui ver fracamente o brilho roxo vindo de algum lugar a minha frente. Esse ponto se transformou em uma mancha maior, que foi se expandindo ficando cada vez maior e cada vez tomando mais minha visão. Até que tudo que eu via era o brilho roxo.
Algo na minha cabeça me dizia 'abra os olhos' mas eu sabia que ia doer ' mas na minha cabeça continuava gritando forte 'abra os olhos' então eu os abri, e eu vi uma cena linda, mesmo não a entendendo exatamente.
Eu via uma mulher, e toda essa magia vindo para dentro do seu corpo, e conseguia sentir o que ela sentia. O desespero de não saber o que vai acontecer, mas saber que precisava fazer aquilo. Sentia como se isso fosse uma visão do futuro, mas não sei de quem é esse futuro.
Já não sentia mais a dor no meu corpo, ou a falta de ar, nem mesmo me sentia molhada. Então pisquei os olhos por um momento e como se eu acordasse de tudo aquilo me vejo de pé, no mesmo lugar em que fui ver a pedrinha que brilhava, no mesmo lugar em que o gelo tinha rachado. Mas a pedrinha brilhante não estava lá, e o chão abaixo de mim estava intacto
_ querida, vem, eu trouce o chocolate quente _ escuto minha mãe gritando e olho para ela na beira do lago. Volto a patinar até chegar na borda e é como se toda aquela cena nunca tivesse acontecido.
Abro meus olhos e tiro minha mão do livro a minha frente que se fecha sozinho. Respiro fundo confusa tentando entender o que tinha acontecido. Eu não tenho essa lembrança, e mesmo assim sei que ela aconteceu, sei que aquela era eu criança patinando, e que era eu no final tomando chocolate quente com minha mãe. Mas, é como se aquela meu específica tivesse sido apagada.
Parando pra pensar agora existem diversos momentos da minha vida que sinto que deveria lembrar de mais do que realmente me lembro.
Pego o livro de novo na mão e tento abri-lo, eu precisava saber de mais, eu precisava me lembrar. Mas ele não abria, e o puxava, tocava na pedra, e como uma voz baixinha na minha cabeça me dizia 'você não está preparada agora, precisa voltar amanhã se quiser saber mais'
Entendo que seria inútil continuar ali. Então deixo o livro no lugar dele e me levanto do chão de pedra. Volto em direção ao meu quarto e apenas tiro aquele vestido e vou dormir. Ainda pensando naquela memória.
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Acordo no outro dia com a luz vindo da janela iluminando todo o quarto, escuto algumas batidas na porta e ainda deitada permito a entrada. Uma criada entra e organiza algumas coisas, trazendo também o vestido de hoje.
_ o príncipe requer sua presença _ a mulher fala
Afundo minha cabeça no travesseiro _ qual seu nome? _ pergunto
_ o que? _ ela me olha surpresa
_ não é uma pergunta frequente aqui? Qual seu nome, vamos conviver durante um bom tempo, quero saber qual seu nome _ digo gentil
_ me chamo Efélia
_ lindo nome... mas então, o que temos de vestido pra hoje?
Me sento na cama e ela tira a capa que estava por cima do vestido.
Me visto e Efélia me acompanha até uma mesa cheia de comidas diversas, pego algo leve para comer e vou seguindo caminho até onde ela sinalizou que Thor estava.
_ bom dia vossa alteza _ digo chegando atrás dele
_ para de graça vai, me conta, você foi ontem de madrugada? Conseguiu ler?
_ foi.. estranho na verdade. Primeiro que eu não conseguia realemnte ler, meio que vinha direto pra minha cabeça. Segundo que... acho que aprender mais sobre meus poderes não é aprender truques e formas de usa-los, e sim sobre meu passado com ele.
_ mas não tem muito passado não é? Faz pouco tempo que os tem _ Thor fala confuso
Respiro fundo frustrada por não saber tudo
_ é, parece que não.. mas não quero falar do que não sei. Aonde vamos?
_ Tem uma sala embaixo do castelo com alguns dos tesouros do meu pai, achei que você ia gostar de ver
_ eu com toda certeza vou gostar
_ ótimo, é por aqui
Vamos andando por mais corredores intermináveis até chegar em uma escada e descer a um salão aberto com artefatos em mostruário. Parecia um museu
_ esse aqui é o olho do bruxo _ Thor fala me descrevendo as peças dali _ esse é o diapasão, ali é a tabuleta da vida e do tempo _ ele me descreve mais alguns artefatos e fico empolgada com cada um deles
Minha atenção é atraída para um cubo azul claro que brilhava. Eu sinto que já o conheço de algum lugar. A voz de Thor vai ficando mais de distante e começo a me aproximar desse cubo.
Eu escutava alguns sussurros ao meu redor. Aquilo me atraia de uma forma que nunca vi antes.
Chego bem perto dele e levanto minha mão aproximando do objeto luminoso. Assim que encosto minha mão nele flashs extremamente rápidos passam pelos meu olhos. Vejo imagens que não consigo definir. Parecia uma luva feita de metal, depois alguém equilibrando um tipo de faca pequena no dedo, um equilíbrio perfeito, barulhos de espadas e gritos de agonia, rapidamente vejo passar as seis joias juntas, as luzes delas ficam tão fortes que tudo se ilumina e fica completamente branco, mas depois de repente fica tudo preto, e uma voz grossa no fundo dizia "um morre, para que outro sobreviva"
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