Meu "Babá"? (Completo)

Autorstwa miin_sntos13

1.6M 114K 86.1K

(#1 em Diverso 13/07/2020) (Você gosta de romance? Bastante drama? Uma boa quantidade de hot e muita tensão s... Więcej

Oieee
Personagens
Cap 1 - "Babá"?
Cap 2 - Pedaço de Mau Caminho
Cap 3 - Previsível
Cap 4 - Dedo Duro!
Cap 5 - Circo Pegando Fogo
Cap 6 - Fatality
Cap 7 - Nova Oportunidade
Cap 8 - Grande Aproximação
Cap 9 - Péssima Brincadeira
Cap 10 - Cartela de Calmantes
Cap 11 - A Viagem
Cap 12 - "Amante de Quinta"
Cap 13 - Doce Piscina
Cap 14 - Ignorada
Cap 15 - Caixinha de fósforos
Cap 16 - Luau (Part 1)
Cap 17 - Luau (Part 2)
Cap 18 - Doce Vingança
Cap 19 - Natal
Cap 20 - Proposta
Cap 21 - Sim ou Não?
Cap 22 - Compras
Cap 23 - Milkshake da Verdade
Cap 24 - Piscina?
Cap 25 - Bêbados Demais Para Lembrar
Cap 26 - Preparativos
Cap 27 - Ano Novo Part 1
Cap 28 - Ano Novo Part 2 (Por Um Segundo)
Cap 29 - Luz Do Luar
AVISO KKKK
Cap 30 - Um Grande Problema
Cap 31 - Acerto de Contas
Cap 32 - Pós Briga
Cap 33 - Dúvidas
Cap 34 - Complicated
Cap 35 - Voltando Para Casa
Cap 36 - Irmãos Rossi
Cap 37 - Namoro? Sim ou Não?
Cap 38 - Malditas Mudanças
Cap 39 - Conexão
Cap 40 - Um Brinde
Cap 41 - Fria Verdade
Cap 42 - Atrás da Porta
Cap 43 - Pedido Ofegante
Cap 44 - Dor da Despedida
Cap 45 - Um Segredo Escuro
Cap 46 - Convite
Cap 47 - Grande Incentivo
Cap 48 - Hora da Verdade
Cap 49 - Autoaceitação
Cap 50 - Porto Seguro
Cap 51 - Ruínas
Cap 52 - Mundo Cinza
Cap 53 - Lembranças Amaldiçoadas
Cap 54 - Sangue, Sangue e Sangue
Cap 55 - Cores Neon
Cap 56 - Bolha
Cap 57 - "Meus Sentimentos"
Cap 58 - A História de Nathalina
Cap 59 - Saudades de Casa
Cap 60 - Pequenos Momentos
Cap 61 - "Adeus"
Cap 62 - Rivalidade
Cap 63 - Nova Rota
Cap 64 - Embarque
Cap 65 - Minha Garota
Cap 66 - Pequeno Cômodo
Cap 67 - "Seria Capaz?"
Cap 68 - Plateia de Estrelas
Cap 69 - Happy Birthday
Cap 70 - Revolta
Cap 71 - Imprevisto
Cap 72 - Pequeno Começo
Cap 73 - Mariposa Preta
Cap 74 - Última Luz
Cap 75 - "Com Amor, Vovó"
Cap 76 - Chapéus Voando
Cap 77 - Baile de Formandos
Cap 78 - Águas Luminosas
AAAAAAAAA
Cap 79 - Perdição
Cap 80 - Doce Final.
Cap Extra²
Top 10 Curiosidades "Mb"?
Livro novo ❤️
Lançou!!!
Livro novo!!!

Cap Extra¹

9.7K 603 366
Autorstwa miin_sntos13

~ Dener ~

Encarei o relógio em meu pulso e dei um suspiro cansado. Achei que sair do trabalho, passar em casa para me arrumar e pegar a Judith ia levar mais tempo do que o necessário, porém, fico tranquilo em saber que não estou atrasado apesar de não ter comido nada o dia todo. Hoje fazemos exatamente quatro anos de namoro, o que significa que há três dias foi o aniversário da Amber. Ultimamente ela está andando distante, talvez seja por estar no penúltimo período da faculdade e estar com a cabeça cheia, ou porque Nathalina faleceu há quatro anos também, justamente nessa mesma semana. Minha namorada não costuma ficar tão tranquila nessa época, então eu decidi leva-la para jantar fora.

Estou na minha moto, de frente da grande casa dos Hurley's, a mesma que coincidentemente me fez conhecer a mulher da minha vida e também onde foi o meu primeiro emprego. Tantas lembranças ruins e boas, mas estou aqui hoje, trabalhando na empresa da minha sogra e em um relacionamento longo com uma pessoa totalmente complicada que sempre tem surtos comigo. Passou tudo tão rápido e ainda estamos aqui, firmes e fortes. Okay, nem tão fortes pois o que eu mais faço é receber tênis voando na minha cara. Descobri que Amber não é tão paciente assim.

Nada que eu já não soubesse antes de pedi-la em namoro.

Saí da moto e fiquei encostado na mesma, de braços cruzados olhando para a casa. Estou com uma calça preta, uma blusa azul e minha jaqueta de couro dobrada sobre o guidão. Não demorou muito para a Amber passar pelo portão usando um short jeans, uma blusa prata decotada e de alça, com um tênis branco. Seu longo cabelo está escorrendo pelas suas costas e a mão da garota está apertando a pequena bolsa ao seu lado. Dei um sorriso grande quando a puxei para os meus braços. O cheiro do seu cabelo me fez respirar fundo e entrar em êxtase.

  - Feliz aniversário de namoro, amor

  - Feliz aniversário de namoro. - Disse, me soltando em seguida com um sorriso sem mostrar os dentes.

Subimos na Judith e fui pilotando no caminho do restaurante movimentado. Amber falou que preferia algo tranquilo, nada muito caro. Só pude agradecer, porque não aprendi a usar aquela quantidade enorme de garfos e colheres que os garçons trazem para a mesa. Pra que tanto daquela merda se vai tudo para o mesmo lugar? Rico é um bicho muito exagerado.

Estacionamos a moto e seguimos até a recepção, onde um homem alto ergueu o olhar e nos observou de forma tranquila. Dei os detalhes da reserva e fomos guiados para o canto do lugar, onde um pequeno jarro com uma flor vermelha está. Nos sentamos e vi o olhar de Amber rodando por todo restaurante meio perdido e sem expressar nada. Ela está bastante quieta desde que chegamos. Será que foi uma escolha de lugar ruim ou ela só preferia estar em casa? A preocupação começou a me atingir com força. Não hesitei, pondo minha mão sobre a sua. Seus olhos castanhos me atingiram.

  - Está tudo bem? Ficou quieta o caminho todo e ainda nem me ofendeu

Minha namorada ergueu uma sobrancelha e seu sorrisinho irônico me atingiu. Cansaço brilhou no seu olhar em questão de segundos.

  - Sim, só, sei lá, a faculdade está cansativa

  - Prefere ir pra casa?

Ela negou com a cabeça na mesma hora que uma garçonete se aproximou anotando os nossos pedidos e saindo em seguida.

  - Como foi o trabalho hoje? - Perguntou.

  - Desgaste. Sua mãe está investindo mais no pessoal da empresa do que nos acordos do exterior. Foi uma decisão boa, mas está fazendo o lucro cair um pouco. Ela diz que está esperando até ter certeza que um dos comerciantes é realmente confiável já que a maioria é apenas um bando de sangue sugas. Espero que não demore para aparecer um. Tenho que ficar indo nas reuniões e até ajudando um pouco no inventário. Não que seja difícil, mas é coisa para os contadores

  - Você não trabalha como um contador lá também? - Apoiou ambos os braços sobre o pano branco da mesa.

  - Não exatamente. Eu só organizo as coisas até chegar na mão deles. Separo os papéis, vejo as notas, arquivo, jogo fora e esse tipo de coisa. Ver sobre os investimentos é coisa deles e calcular também, eu fico com a parte da leitura e organização.

Amber sorriu.

  - Fofo ver você trabalhando tanto. É bom que fica cansado demais para cortar o cabelo

Fiz careta, negando com a cabeça. Ela riu.

  - Meu cabelo precisa mesmo de um corte

  - Precisa ficar escuro novamente, isso sim. Você moreno fica um tesão absoluto

  - Vou pensar no seu caso.

Nosso pedido chegou e começamos a comer calmamente, ou devo dizer que eu comecei a comer. Amber, por outro lado, ficou cutucando a comida enquanto pressionava os lábios e engolia a seco, o que me fez começar a suar frio. Ela nunca fica assim e muito menos procrastina a própria fome. Não sei o que está acontecendo, mas com certeza não é o nosso normal. O normal dela.

  - Me diz o que houve - Chamei sua atenção.

Amber nem foi capaz de me olhar.

  - Eu quero ir embora...

Meu estômago revirou e toda a fome que eu estava, foi completamente para o bueiro. Tem algo muito ruim acontecendo, e isso está me deixando fora de órbita. Se tem algo que eu não saiba havendo em nosso relacionamento que esteja fazendo a Amber mudar de ideia sobre isso... Não consigo nem imaginar sem entrar em desespero, então apenas respirei fundo, tentando segurar as pontas. Pedi para colocarem nossa comida para a viagem e assim fizeram. Enquanto íamos até a minha moto, coloquei o braço em volta da cintura da garota, querendo assegura-la de que independente de tudo, eu estou aqui.

(....)

Paramos no grande portão principal da casa dos Hurley's. As luzes acesas entregaram que eles ainda não foram dormir, mas não é isso que está me preocupando no momento. Amber saiu da moto e suspirou enquanto destrancava a porta, abrindo caminho para que eu pudesse entrar com Judith em seu jardim. Nem fiz questão de colocar a mesma na garagem, apenas deixei no canto e fui até a minha namorada que sentou em baixo de uma árvore média. Fechou os olhos ao encostar no tronco, conforme me sentei ao seu lado com medo de começar qualquer conversa que possa piorar tudo.

Estou nervoso demais e não estou sabendo o que fazer. Um flashback do que fiz essa semana toda passou pela minha cabeça e não consegui achar nenhum erro meu para deixa-la assim. Okay, não venho lhe dando muita atenção, afinal as coisas na empresa estão puxadas, só que, achei que ela fosse entender. Amber sempre entendeu. Se não tem a ver, então estou totalmente perdido e sem noção das coisas.

Meu coração quebrou quando Amber colocou ambas as mãos no rosto e começou a soluçar. Não pensei duas vezes em a puxar para o meu colo.

  - O que está acontecendo, meu amor? Conversa comigo. Preciso te entender

  - Eu... - Sua voz saiu embargada e foi cortada por outro soluço. - Dener...

Apertei mais seu corpo contra o meu. A garota sentou e seus olhos marejados me fitaram com medo e dor. O pavor me atingiu com um golpe certeiro no estômago.

  - Eu sinto muito, Den - Amber colocou ambas as mãos no meu rosto. Pressionei o punho, tentando buscar força. - Não foi algo que eu... Nem é culpa sua...

Segurei seus pulsos. Esse suspense está me deixando fora de controle.

  - Diz de uma vez, por favor - Tentei soar o menos rude possível.

Os braços da garota rodearam o meu quadril e o rosto dela foi para o meu pescoço quando suas lágrimas começaram a cair desesperadamente. A abracei de volta.

  - Estou grávida.

Meu mundo parou por um minuto, uma hora, um dia, um mês. Minha mente virou um zumbido que ecoou por todo o meu corpo. Se a minha namorada continuou falando, se ela gritou, me xingou, saiu de perto, quebrou a Judith ou socou a minha cara, eu não sei pois fiquei impossibilitado de sentir alguma coisa. Tudo o que eu vi foi a idade da Amber. Ela acabou de fazer vinte e um anos. Eu tenho vinte e cinco. Não moramos juntos. Ela não terminou a faculdade. Ainda ajudo a sustentar a minha família e os meus irmãos. Tudo isso passou pela minha cabeça, mas a principal coisa foi:

Puta que pariu, o James vai me matar e comer o meu...

Nada fez mais sentido e eu só lembro de ter visto tudo preto e sem foco. Minha visão se tornou um grande borrão sem cor e eu senti o meu corpo mais pesado do que nunca. Só sei que desmaiei porque cérebro foi capaz de capitar o grito da Amber quando ela chamou os seus pais.

Estou tão, mais tão fodido.

(....)

Abri brevemente um olho e vi um teto todo branco, com a voz da minha mãe de fundo que me fez gelar. Fingi que estava dormindo, e o alívio de ver que não era comigo que ela falava foi grande. Quando as últimas memórias bateram com tudo na minha mente, eu só consegui pensar em como a minha mãe vai me esfolar vivo, o James vai tirar a minha virgindade - e nem estou falando da que eu perdi com quatorze anos - e a Milla vai corta meu escroto fora. Meu corpo começou a tremer um pouco involuntariamente, não apenas pelo frio da sala, como também pela palavra que está passando milhares de vezes pela minha cabeça. Pai.

Engoli a seco uma última vez antes de abrir os olhos. Minha cabeça está latejando e parece que eu levei três socos no rosto. Bom, se o James sabe da história, então eu não duvido nada que isso realmente tenha acontecido. Fito o teto branco, tomando coragem para dizer alguma coisa. Qualquer coisa. Só consigo ouvir a voz de Rita conversando com não sei quem no canto da sala e a voz de uma outra mulher. Estou com sede e me pergunto há quanto tempo estou aqui. Sem mais delongas, sentei na cama, sentindo tudo à minha volta girar e girar.

  - Olha só quem acordou - A voz que estava conversando com a minha mãe disse se aproximando.

Ela é jovem, tem o cabelo loiro preso em um rabo de cavalo e está com um jaleco branco.

  - Se sente melhor?

  - Parece que a minha cabeça vai explodir - Murmurei.

A mulher sorriu.

  - Não se preocupe, você deve ter batido a cabeça na hora do desmaio já que ficou o dia inteiro sem comer. Nada sério. - Pegou a sua prancheta e começou a escrever alguma coisa que não fui capaz de identificar. - Vou pedir para trazerem um analgésico. - Falou por fim antes de sair.

Rita veio na minha direção, sentando na poltrona ao lado. Meu sangue gelou pensando na possibilidade dela já saber sobre a gravidez, mas assim que a mesma suspirou de forma cansada, posso ter certeza de que não, ela não sabe sobre nada.

  - Todos os dias eu envelheço uns dois anos por causa desses sustos que você me da, Dener. Já pensou em fazer terapia? - Ergueu uma sobrancelha. Revirei os olhos.

  - O que aconteceu?

  - Amber me ligou dizendo que você estava no hospital. Falou que não era nada demais, que desmaiou por fraqueza por não ter comido hoje. Te deram soro na veia, mas de resto está tudo bem.

Olhei para a minha mão e não vi nenhuma agulha presa na mesma e que não estou usando a roupa do hospital.

  - Fiquei quanto tempo aqui?

  - Só algumas horas. Seus irmãos estão na recepção porque se negaram a ficar em casa. James te trouxe as pressas com a Ana e a Amber, e falaram que você ia acordar logo então te deixaram com sua roupa normal

  - Era só ter colocado álcool perto do meu nariz que eu acordava

  - Álcool? Minha vontade era te acordar na base da porrada! - Franziu as sobrancelha. Pisquei repetidas vezes.

Que mulher grossa.

  - Seus sogros já foram embora, mas a Amber está lá fora com os gêmeos. Disse que assim que você acordasse, era pra chamar ela.

Abaixei o olhar, encarando a coberta no meu colo e apertando a mesma. Não sei se quero enfrentar isso agora, ter essa conversa. Não que eu esteja com raiva da situação, só estou... Confuso. Foi um choque e tanto pra eu saber que, bom, engravidei a minha namorada de vinte e um anos. Ela não é tão nova assim, mas caramba, Amber estava cheia de planos, doida para terminar a faculdade e viver a vida de forma independente em uma casa sem os pais. Isso não poderia ter acontecido em uma hora menos conveniente. Não consigo sequer acreditar que essa história é mesmo real.

Sei que a minha namorada vai ser perfeita como mãe, só que, como eu posso achar que vou ser um bom pai? Não tive nenhum exemplo bom de paternidade e cuidar dos gêmeos sempre foi fácil pois minha mãe estava lá também. Ela sim sabe o que é isso. O que eu sei, afinal? Estou trabalhando com Diana não faz muito tempo e mal ajeitei minha vida.

  - Aconteceu alguma coisa entre vocês?

  - Sei lá... - Respirei fundo. - Algumas coisas apenas complicaram

  - Prefere deixar pra ver ela outro dia?

Ergui o rosto, vendo o olhar azul e compreensivo de Rita. Meu coração palpitou mais rápido. Como será que ela vai reagir? Para ser sincero, não sei se estou pronto para saber a resposta.

  - Não seria justo, não é?

Minha mãe encostou na poltrona, apoiando ambos os braços no acento da mesma.

  - Bom, todos merecem um tempo pra si, filho. Se achar que deve ter um tempo para você mesmo, está na sua razão, porém, se for alguma coisa entre vocês dois que também está prejudicando a Amber, acho que devem conversar. O que não é justo é ela ficar na ansiedade enquanto você tenta organizar os pensamentos

  - Tenho medo de dizer a coisa errada

  - Acho que é melhor do que não dizer nada, embora eu não possa opinar muito. Acho que você quem deve dizer qual é a melhor opção no momento, filho.

Concordei com a cabeça lentamente.

  - Pode chamar ela?

Rita me observou por mais alguns segundos antes de sair do quarto. Olhei para o teto e fechei os olhos em seguida, sentindo o peso cair todo sobre os meus ombros. Não posso acreditar que isso esta acontecendo, e a pior parte é saber que está de fato acontecendo agora. Eu nunca quis ser pai e já havia dito isso antes tanto para minha mãe como para a Amber, que disse apenas que era um assunto precoce demais para ser discutido naquele momento. Eu sabia que ela ainda não tinha uma opinião formada, pude ver a incerteza e a cautela brilhando em seus olhos castanhos. Se soubéssemos que esse momento não demoraria para chegar, que realmente ia chegar, aquela conversa nunca ia ser adiada.

Eu não a culpo de nenhuma forma. Por muitas vezes esquecemos o preservativo já que fui incapaz de deixa-la ter uso dos anticoncepcionais, sabendo exatamente dos problemas que podem ser adquiridos com o passar do tempo. Amber já tinha dito que ia marcar para por o diu por ser menos radical e trazer menos riscos, só que, ela estava tão atolada com a faculdade e a empresa que o tempo foi passando. Eu errei em não ter lembrado de por a camisinha várias vezes e de não ter ido com ela de uma vez marcar para por o diu. Devia ter ficado mais presente, devia ter feito a minha parte e cuidado para que a Amber fizesse a dela também. Um descuido foi o suficiente para chegarmos até aqui e eu não poderia me sentir mais culpado.

Quando a porta do quarto foi aberta, meu estômago se revirou sabendo que não é apenas uma pessoa nessa sala, são duas e uma delas ainda está no útero, possuindo o meu DNA. Meu sangue gelou.

  - Den? - Não precisei abrir os olhos para saber que Amber estava chorando antes de entrar.

Ouvi a mesma sentar no pequeno sofá perto da cama e virei o rosto em sua direção, observando seus olhos marejados e sua feição mostrando pavor, mas ao mesmo tempo, sei que ela está tentando manter a postura e ser forte. É muito a sua cara fazer isso.

  - Amber... - Minha voz saiu rouca. Engoli a seco, negando com a cabeça devagar. - Me desculpa...

A mulher abaixou a cabeça, fazendo sua cascata de cabelo negro deslizar sobre o seu rosto. Minha vontade é de puxa-la para os meus braços, dizer que está tudo nem, dizer que vai ficar tudo bem, porém, estou ruborizado na cama. O choque se instalou no meu corpo e ele simplesmente não me obedece. Se está difícil pra mim aceitar e entender isso, imagine ela.

Fiz um breve esforço, o suficiente para pegar a mão da mesma com a minha. Rapidamente sua cabeça foi erguida. Ela me observou com cuidado.

  - Não devia ter te contado daquele jeito. Eu sinto muito

  - Amor, não foi por sua causa, eu só não estava preparado para essa notícia. Ficar sem comer o dia todo também não ajudou.

Amber respirou fundo e mordeu o lábio, possivelmente fazendo força para não chorar.

  - Não quer ter esse bebê? Se realmente preferir, vamos atrás de quem faça de um modo seguro. Podemos dizer para os meus pais que vamos viajar por algum motivo e lá damos um jeito se não quiser o risco de fazer por aqui e alguém souber...

Aborto. Eu vi a hesitação em seus olhos para não dizer essa palavra. Mesmo sendo a favor ou não, essa palavra ainda tem um peso enorme, principalmente para quem está agora enfrentando uma situação que pode optar por um. Amber poderia tomar essa decisão sozinha, poderia simplesmente dizer que ela não quer ter esse filho e ir operar sem o meu consentimento, contudo, Amber viu o outro lado da moeda. Ela é mãe, mas eu também sou o pai. Ela não quer me excluir disso, sabendo exatamente que mesmo o maior peso sendo inteiramente seu de natureza, eu ainda tenho cumplicidade nisso.

É uma decisão radical demais para ser tomada sozinha.

Sabendo disso, sinalizei para que a mesma chegasse mais perto. Amber não mediu esforços antes de sentar na minha cama hospitalar, deitando a cabeça no meu peito em seguida. Ela ergueu o rosto para cima, deixando visível seus lágrimas que não param de sair. Meu coração apertou de tantas formas que só fui capaz de aperta-la contra o meu corpo e dar um beijo em sua testa.

  - Não quero que se arrependa de tomar essa decisão. Ela é mais sua do que minha - Falei.

  - Dener, você é o pai...

  - Eu sei, mas o fardo maior vai pra você por motivos naturais. O resguardo, o parto, amamentação, licença maternidade, as dores, a gestação... É você quem vai enfrentar tudo isso enquanto eu vou estar ao seu lado, apenas dando apoio. Esse é o meu papel nessa parte antes do bebê nascer. Se acha que não está pronta para ser mãe, faremos isso quando achar melhor, só que, se ainda tem alguma parte sua que te faz repensar sobre isso, podemos fazer acontecer, amor. Não estou preparado para ser pai então talvez eu fique um pouco neurótico e assustado

  - Isso você já é. - Ela ergueu uma sobrancelha com um sorriso bobo nos lábios. Não evitei retribuir - Mas...

  - Mas, ainda sim estou disposto a tentar. É o mínimo que posso fazer.

Amber apoiou o cotovelo esquerdo sobre o colchão, colocando o queixo em cima do meu peito. Seus olhos castanhos me deixaram sem ar. Coloquei seu cabelo atrás da orelha.

  - Acha que serei uma boa mãe? - Sussurrou. - Nem terminei a faculdade ainda e fui uma adolescente que só deu problema. O que será que o bebê vai pensar de mim?

Dei um sorriso tranquilo.

  - O bebê vai te amar tanto quanto eu te amo. Você será uma ótima mãe caso queira ser e ninguém pode dizer o contrário, Amber.

O toque dela repousou sobre o meu rosto. Fechei os olhos no mesmo instante, deixando o calor da pele dela me irradiar. Meu Deus, eu amo tanto essa mulher que nem sou capaz de descrever. Se eu pudesse tirar toda essa dúvida, mágoa, medo e por pra cima de cima, faria sem pensar duas vezes. É incrível ver que independente dela ter tudo isso em suas costas, ainda consegue ser forte e sorrir. Cada dia me sinto mais um bobo apaixonado por esse sorriso.

Não demorou para eu sentir os lábios dela sendo pressionado contra os meus. A puxei para mais perto e virei a mesma contra o colchão em baixo de nós dois, ficando no meio das suas pernas. Ela sorriu entre o beijo, me fazendo sorrir também. Me afastei, só o suficiente para desfrutar do seu olhar está brilhando com malícia.

  - Como consegue transformar qualquer momento em uma fornalha, Dener Rossi?

Repuxei os lábios com um sorriso de canto, levando minha boca para o seu pescoço. Amber arfou, segurando a minha nuca.

  - É um belo de um dom, não acha? - Murmurei contra sua pele quente, depositando beijos lentos na região.

O corpo da mulher arqueou instantaneamente. Voltei minha atenção para a sua boca, deixando minha língua explora-la. Amber me puxou mais para frente, fazendo meu corpo grudar bastante no seu, o suficiente para o meu volume ser pressionado contra o seu short. Óbvio que a mesma sentiu, afinal, mordeu o meu lábio em resposta, mas em seguida, saiu de baixo e ficou em pé do lado da cama. A encarei com o olhar pegando fogo.

  - Alguém pode entrar aqui a qualquer momento. - Disse por fim.

Abri a boca para protestar, só que, a mão da mulher agarrou o meu braço, me puxando para fora do colchão. Demorei para entender que fui guiado até o banheiro do quarto. Meu corpo entrou em colapso e minhas pernas ficaram bambas. Ela me empurrou para dentro da cabine e fechou a porta atrás de si, ficando com as costas contra a mesma. Amber ergueu o rosto de modo desafiador como uma ordem que não hesitei nem dois segundos para cumprir. Avancei em sua direção, levando uma mão para a porta e a outra para a cintura da garota, onde apertei com força, arrancando um gemido insatisfeito dela.

A boca da Amber foi para o meu pescoço, deixando uma mordida ali, mas por poucos segundos. Antes que eu sequer pudesse perceber, ela ajoelhou. Demorei um tempo para raciocinar. Tempo suficiente que a garota levou para abrir o botão da minha calça e puxar a minha cueca para baixo, ficando de cara com meu membro já ereto. Engoli a seco.

  - Amber...

  - Shhh, faça o seu trabalho que eu faço o meu. - Disse antes cobri-lo com a boca, seu olhar ainda preso ao meu.

Fechei o punho com força, pressionando os lábios para conter os grunhidos. Encostei a testa contra a porta fria, observando a mulher agachada na minha frente com meu membro em sua boca. A língua dela começou a me circular, deixando minha respiração cada vez mais intensa. Levei meu toque até seu cabelo e o envolvi na minha mão. Amber começou a ir para frente e para trás, com sua língua se movimentando e a outra mão segurando a quantidade que não deu em sua boca. Mordi o lábio com brutalidade, sentindo o gosto do sangue me invadir.

Como se sentisse minha inquietação, ela agarrou a minha cintura e cravou as unhas ali, me impulsionando para fazer os movimentos. Não questionei e comecei a me mover, meu olhar ainda fixo no seu rosto, mas em seguida recaiu para seu decote, o que me fez salivar. Me imaginei dentro de si e aumentei a velocidade, ouvindo o gemido de aprovação que mal conseguiu escapar dos lábios dela. Não devíamos ter esperado até chegarmos em casa?

Sentindo minhas pernas começarem a ceder, dei três passos para trás, saindo da boca da mesma. Ela me olhou como se já soubesse a resposta disso.

Incapaz de esperar, a deixei de pé e me embaralhei ao abrir os botões do seu short e o puxar para baixo, dando de cara com uma renda preta que com certeza não precisei pedir permissão para rasgar. Tirei minha blusa azul e o olhar de Amber foi com rapidez para as minhas tatuagens. Lhe dei um beijo molhado e intenso antes de agarrar suas coxas com vontade e faze-la pular para o meu colo. Me aproximei da parede e a pressionei contra a mesma, mordendo seu pescoço. A mulher começou a se mexer lentamente em volta do meu quadril. Meu corpo pediu mais. Meu corpo pediu ela.

Ajeitei meu membro em sua entrada e não dei aviso antes de me enterrar de uma vez. Amber colocou a cabeça contra a parede, evitando um grito de prazer. Agarrei sua cintura, batendo seu corpo contra o meu. Sei que o barulho está ecoando possivelmente pelo quarto, mas não me dei o trabalho de pensar sobre. Ver esse corpo em minhas mãos sem poder usufruir é quase um pecado. Ela está tão incrivelmente deliciosa nessa roupa.

As mãos da mulher foram para as minhas costas, com suas unhas deixando um rastro de ardência na minha pele. Grunhi sem hesitar, até Amber levar sua boca para o meu ouvido, fazendo com que apenas eu escutasse seus gemidos. Motivo mais do que suficiente para me desenterrar de dentro da mesma.

  - Den... - Saiu como uma súplica.

  - Fica tão maravilhosa quando diz o meu nome, amor.

Seu olhar foi felino.

Me empurrei nela de novo, sentindo suas pernas tremerem. Nossos movimentos começaram a ser rápidos e precisos, sem nenhuma demora e muito menos delicadeza. Sabemos que não podemos demorar, porém, sabemos mais ainda que queremos isso.

Os últimos segundos chegaram como uma avalanche. Me enterrei em Amber uma última vez antes de soltar tudo dentro, já sabendo que o que poderia acontecer já aconteceu de qualquer forma mesmo, né. Precisei ficar um tempo parado com ela ainda me prendendo dentro de si para respirar fundo com meu coração acelerado. Estou tonto e a respiração dela está se misturando com a minha. Voltei meu olhar para seu rosto.

  - Vamos ficar bem, okay? Daremos um jeito, eu prometo.

Ambas as mãos de Amber foram para cada lado da minha bochecha e ela me puxou para perto. Trocamos um beijo calmo e tranquilo, os dois ofegantes. Minha língua está dormente.

Ao se afastar, o rosto corado pelo momento da mulher concordou.

(....)

Já estamos no quarto e eu fui de volta para a cama depois de me limpar, afinal, decidimos dar a notícia para a minha família enquanto estamos aqui no hospital, porque se minha mãe quiser me enfiar a porrada, pelo menos aqui tem testemunhas.

  - Pediram para me chamar? - Harry e Hannah perguntaram em uníssono.

Olhei para Amber que me olhou de volta. Demos um sorriso nervoso e unimos as mãos. Minha vida nunca começou de uma forma tão errada e tão certa.

Agora eu sei que apesar de tudo, tomei o caminho certo. Serei pai e mal posso esperar por isso. Como tudo mudou tão rapidamente?
----------------------------------------------------
AAAAAAAAAA

Pra quem reclamou que não teve hot na cena em que os dois estavam no banheiro, recompensei KKKKKK

Capítulo grande demais, socorrooo

Estou pensando em fazer uma narração curta da Ayla na adolescência, o que vocês acham? Só um capítulo mesmo, mas sei lá

Enfim, opineeemm

Espero que tenha  gostado, amores. Último pov do Den e coincidentemente da Amber.

Agora posso dormir em paz sz

Obrigada pelo apoio, sério, ainda não creio que essa história chegou no final, mds

Ponham meu novo livro na biblioteca, por favooorr. Não vão se arrepender, prometooo

Curtam e comentem.

Amo vocês 💜

Miin.

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