Ensina-me A Viver Novamente [...

By NerwenHydrefShadow

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[EM PAUSA TEMPORARIA] Estelwen é uma meia-elfa que já viveu longos anos na Terra-Média. Devido sua origem com... More

Prólogo
Capítulo I - Retome Seu Reino
Capítulo II - O Condado
Capítulo III - Uma Festa Inesperada
Capítulo V - Uma Noite Conturbada
Capítulo VI - Correnteza Perigosa
Capítulo VII - Florescer De Uma Nova Amizade?
Capítulo VIII - Perigo Ao Nosso Encalço
Capítulo IX - A Última Casa Amiga
Capítulo X - A Revelação
Capítulo XI - Cirth Ithil
Capítulo XII - Última Noite Em Valfenda
Capítulo XIII - Sombras do Passado
Capítulo XIV - Da Frigideira Para O Fogo
Capítulo XV - Depois da Tempestade Vem a Calmaria
Capítulo XVI - Irmão Urso
Capítulo XVII - Uma Dança Inusitada
Capítulo XVIII - Melancolia
Capítulo XIX - Uma Surpresa Inesperada
Capítulo XX - Até Logo Irmão Urso
Capítulo XXI - Sombras na Floresta
Capítulo XXII - O Reino da Floresta
Capítulo XXIII - Poeira Estelar
Capítulo XXIV - A Fuga
Capítulo XXV - Bard o Arqueiro
Capítulo XXVI - Esgaroth, A Cidade do Lago
Capítulo XXVII - Lealdade, Honra e um Coração Disposto
Capítulo XXVIII - Tudo de Acordo com o Plano
Capítulo XXIX - Onde quer que você vá...
Capítulo XXX- Inevitável Amargura
Capítulo XXXI - Para um Bem Maior
Capítulo XXXII - Na Soleira da Porta
Capítulo XXXIII - O Início de sua Queda
Nota de Esclarecimento

Capítulo IV - O Início da Jornada

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By NerwenHydrefShadow


Nota especial: Olá pessoal. Me desculpem a demora para postar o novo capítulo, essas últimas semanas foram bem difíceis para mim e minha família, minha avó pegou Covid e teve de ser internada e entubada e está lutando pela vida até hoje. O caso é grave mas graças a deus está melhorando pouco a pouco. Devido a isto não estava com muita cabeça para revisar o capítulo para poder postar para vocês. Espero que gostem. Divirtam-se

Quero agradecer mais uma vez Yvyliteraria21 , que amou minha Fanfic e me deu total apoio para continuar escrevendo. Também amei a sua continue assim ^^

Nota do autor: Pela primeira vez, tomei a coragem de escrever e publicar uma fanfic minha e devo isso ao meu maravilhoso marido Phillipe e a minha querida amiga iAltoSax que me incentivaram e me convenceram a escrever novamente depois de longos anos. Muito obrigado, meu amor e minha amiga, depois que comecei a escrever de novo minha vida ficou mais leve e me ajudou muito a enfrentar essa pandemia em que vivemos. Quero agradecer também a minha amiga Laurinha que amou minha história até então e também está me incentivando muito a continuar. Ela me ajudou a revisar os capítulos a procura de erros horográficos e gramaticais. Muito obrigada migs >< mais uma vez te devo uma. ><

Novamente, esta é minha primeira fanfic, então vão com calma, haha, e se vocês se sentirem confortável e quiserem fazer críticas construtivas eu ​​ficaria muito grata. Aproveitem. ^^

Isenção de Responsabilidade: Eu não sou a autora de O Hobbit. Todos os direitos pertencem a J.R.R. Tolkien (referências dos livros) e Peter Jackson (referências dos filmes). Eu apenas possuo minha OC Estelwen.

Qualquer coisa que você reconhecer do filme / livro pertence completamente a eles. O mesmo vale para possíveis referências de outros livros de Tolkien e outras referências aleatórias que vocês podem vir a reconhecer.

Eu também não possuo nem reivindico a foto da capa. A atriz é Gemma Arterton de Hansel and Gretel: Witch Hunter. Minha amiga minha (iAltoSax) encontrou fotos online que ficariam bem juntas e as combinou para corresponder à minha história.


Capítulo IV - O Início da Jornada


Como muitas pessoas na Terra-média sabem, ou para aqueles que não sabem, dormir não é essencial para os elfos. Portanto, não foi surpresa que eu já tivesse acordado antes do nascer do sol, mais cedo do que o combinado, e como agora eu tinha tanto tempo disponível, decidi retribuir a gentileza de Bilbo. Entrei sorrateiramente na cozinha e comecei a limpar e guardar os pratos de Bilbo tudo o mais silenciosamente possível, para não acordar nenhum dos anões e lhes permitir o descanso de que precisavam. Sou conhecida por ser a primeira a acordar antes que o sol surgisse no horizonte, por isso fiquei surpresa quando pude ouvir uma voz atrás de mim falando comigo ... aparentemente eu não era a única que acordava cedo.

"Elfa, quero falar com você. " Thorin falou em um tom autoritário e um tanto quanto alto.

Eu me viro para ele franzindo a testa e levo meu dedo indicador aos meus lábios indicando para que ele fale mais baixo "Primeiro fale mais baixo você vai acordar os outros e segundo a elfa tem um nome sabia? " Eu digo impaciente.

Ele então revira os olhos e marcha em minha direção reduzindo o espaço entre a gente, eu fico espantada com a reação dele e olho para ele atônita.

"Vi que meus sobrinhos parecem gostar de você, quero que fique longe deles. " Eu reviro os olhos e digo simplesmente.

"Posso até não me aproximar deles, mas se eles vierem falar comigo não vou afastá-los, falar comigo ou não é escolha deles e não sua. "

O rosto de Thorin ficou vermelho de raiva, mas minha expressão não mudou, eu apenas encaro o rei anão friamente. Ele então bufou e continuou com seus avisos.

"Vou ficar de olho em você elfa, se você machucar um deles ou qualquer um desta companhia eu vou acabar com você". O rei rosnou, e eu não pude deixar de zombar de sua pobre tentativa de me ameaçar enquanto me inclinava para olhar fundo nos olhos azuis do rei anão.

"Eu não sou uma presa fácil, vossa alteza, e além do mais, acredito que você não iria longe caso me matasse, pois Gandalf iria atrás de você até os confins da Terra-média e se ele o pega, Thorin, sua morte não será tão rápida." Thorin não tirou os olhos de mim, olhando perigosamente enquanto todo o seu corpo ficava tenso com o meu aviso. Tive a impressão de que ele estava assustado com a possibilidade de incorrer na ira de meu pai quando meus ouvidos ouviram seu coração acelerar, batendo descontroladamente contra o peito. Eu então dou uma risadinha genuína que o pega de surpresa.

"Bom agora já que está aqui, porque não me ajuda com essa bagunça? Quanto mais rápido limparmos aqui mais cedo saímos do Condado".

Thorin revirou os olhos e suspirou derrotado antes de, relutantemente, começar a me ajudar a limpar a cozinha, isto é ... até que Fili e Kili apareceram na porta da cozinha.

"Ora ora tio você ajudando a elfa a arrumar as coisas quem diria" Mesmo de costas eu podia sentir um ódio fulminante vindo do anão que estava atrás de mim. Os meninos que estavam rindo baixinho param de supetão e ficaram em silêncio, provavelmente apavorados.

Eu me virei para olhar para eles. "Porque os dois não param de falar bobagem e vem ajudar a gente? "

Eles acenam com a cabeça concordando e começam a ajudar.

Foi então que Thorin se aproximou de mim por trás e falou baixinho para que apenas eu ouvisse. "Não confunda o divertimento da noite anterior com uma ocasião de boas-vindas. Meu pessoal e eu nunca reconheceremos você como parte da companhia. Você está aqui apenas por causa de sua associação com o mago. Saiba que, se vier conosco, estará por sua própria conta ... responsável por sua própria segurança e bem-estar. "

Eu apenas aceno com minha cabeça concordando, sem tirar os olhos do que eu estava fazendo. Um início de tristeza começou a emergir em meu coração, mas aí penso que é melhor assim, assim não machucaria ninguém e não me machucaria também.

Aos poucos mais anões foram acordando e por último Gandalf. Assim terminamos de arrumar e limpar a casa o mais silenciosamente possível, para que assim Bilbo sinta como se nunca houvéssemos estado ali.

Ao sair da toca de Bilbo nos dirigimos a Taverna do Dragão Verde para comprar os suprimentos para viagem e para que eu e Gandalf pudéssemos pegar nossos cavalos. Beleza Negra se alegra ao me ver, a manta que colocamos nos animais foi uma salvação, mantiveram eles relativamente aquecidos e os protegeram um pouco da chuva de ontem. Eu a retiro e dou uma boa sacudida e então guardo em minha mochila amarrada na cela.

Após abastecermos, seguimos viagem deixando o Condado para trás. Thorin liderava o grupo, logo depois Gandalf, em seguida a tropa e por último eu, um pouco mais atrás para atuar como batedora. Pude ouvir uma agitação no grupo e Kili galopando para ao longo da fila falando com cada um, até chegar a mim.

"Elfa?! Você vai apostar também? " Ele me perguntou.

"Apostar no que? " Eu perguntei intrigada.

"Ora, se o Sr. Balseiro virá ou não. " Eu rio levemente com a forma que Kili chama o pobre Hobbit. No início, pensei em recusar a aposta, mas então a imagem da mãe de Bilbo apareceu em minha mente. Lembrei-me da pequena Belladonna sentada no toco de uma árvore, ouvindo atentamente minhas aventuras e me contando sobre as que ela tinha vivenciado no Condado, nada muito extravagante, mas para ela eram incríveis.

"Acho que darei um voto de confiança para o Hobbit, ele virá sim". digo a Kili com um sorriso.

"Ah mais dinheiro para o nosso bolso então" Eu olhei para ele e ele entendeu minha pergunta. " Ora elfa, ele não virá, com toda certeza, ele é muito medroso para isso. " Terminou de falar e incitando seu pônei de volta a seu lugar na fila.

O tempo passou e comecei a achar que minha bolsa ficaria mais vazia logo logo, até que bem ao longe pude ouvir gritos e passos apressados, o que para minha surpresa eram mais ágeis do que eu imaginava. Eu então solto uma gargalhada e todos da companhia olham para mim com olhares espantados e sem entender do que eu estava rindo.

"É Kili, acho que dessa vez você perdeu a aposta" falei enquanto continuei rindo, todos os anões se entreolharam sem entender, mas Gandalf também sorriu genuinamente.

É então que as dúvidas de todos são sanadas quando ao longe podíamos ver um Hobbit correndo e gritando com o contrato desenrolado e balançando-o por cima de sua cabeça, é então que Kili e alguns outros ficam desapontados. Bilbo passou por mim com um sorriso que não pude deixar de retribuir. Eu o observei entregar o contrato para Balin que olhou a assinatura do hobbit com um monóculo e acena com a cabeça assertivamente, dizendo que está tudo em ordem.

"Dê a ele um pônei." Thorin ordenou e retomou a viagem. Ouvi Bilbo protestar, dizendo que não tinha necessidade de um pônei que ele andava muito bem a pé, mas antes que ele terminasse é de repente içado para um pônei. Ele segura as rédeas sem saber muito o que fazer com o animal enquanto isso os outros vão passando por ele até que ele se posiciona ao meu lado e resolve me imitar para conseguir conduzir o animal.

Gandalf então resolve se juntar a nós nos fundos. É então que sacolas começam a passar de um anão para outro pagando as apostas, Bilbo nos perguntou do que se tratava toda aquela comoção e eu disse que apostamos se ele viria ou não, ele então perguntou o que apostamos.

"Hmm ..." Gandalf começou a responder, mas no mesmo instante duas bolsinhas são lançadas em nossa direção e eu e Gandalf as agarramos no ar sorrindo, enquanto as guardamos ele termina sua frase. "Meu caro, eu nunca duvidei de você por um segundo".

Poucos minutos se passaram e Bilbo iniciou um ataque de espirros "Ugh, crina de cavalo. Estou tendo uma reação alérgica." Bilbo disse enquanto vasculhava os bolsos em busca de um lenço. Quando ele não o encontra, grita "Espere, espere. Pare, pare!" Bilbo chamou, fazendo com que a companhia parasse repentinamente. "Nós temos que voltar." Todos olham incrédulos para ele por se agitar desta forma por algo tão banal, é então que eu retiro um lenço de um dos meus bolsos e estendo para ele sorrindo " Tome, use o meu."

Ao ver que estava tudo resolvido, Thorin retoma o trajeto tocando a turma para continuar. Bilbo agradece humildemente. "Muito obrigada Srta. Estelwen, assim que passarmos por um córrego vou lava-lo e devolvê-lo para a senhorita. "

" Está tudo bem Sr. Bolseiro, pode ficar e por favor, me chame apenas de Estelwen" Eu disse a ele sorrindo e ele sorriu de volta. "Está bem, mas isso vale para a Srta... para você também Estelwen. " Eu sorri consentindo.

Nossa viagem se manteve em silêncio por boa parte do tempo, até que burburinhos de conversas começaram a surgir no grupo mais a frente, os anões olhavam para trás em minha direção e voltavam a conversar entre si. Queria não poder escutar, mas minhas orelhas me traiam. Eles falavam todo o tipo de atrocidades possíveis sobre elfos, e como sabiam que eu podia escutá-los, vi que era proposital. Eu apertei as rédeas do meu cavalo, repetindo na minha cabeça que é melhor assim, mas percebi que meus olhos me traíram, quando minha visão começou a embaçar com as lágrimas que ameaçavam cair. Bilbo esticou a mão para pôr sobre a minha. Eu sorri para ele fingindo estar bem. É então que senti uma forte energia mágica vindo mais à frente da companhia. Percebi que vinha de meu ada 'ele vai matar estes anões se eu não fizer alguma coisa' pensei. Dei um leve aperto na mão de Bilbo com um sorriso e a soltei, incitando Beleza Negra para frente. Eu estava certa, quando chego perto de Gandalf e olho em seus olhos, estavam cheios de ódio, uma fúria que eu temia que fosse explodir. Como ele ainda não tinha percebido minha presença, toquei seu ombro e ele desarmou, relaxando um pouco. Se virou para mim com os olhos cheios d'água, não de tristeza, mas de raiva e forçou um sorriso.

"Gandalf eu poderia fazer uma varredura da área?" Eu perguntei, assim talvez os anões parassem de falar de mim e a vida deles não correria mais risco. Ada consentiu com a cabeça, "Mas não vá muito longe. " Eu sorri e toquei meu cavalo para fora da fila.

Passam-se alguns dias na estrada. Até que uma noite Thorin decidiu montar acampamento na floresta perto de um penhasco. Eu me juntei a eles e ajudei Bilbo a montar sua cama no chão ao lado da minha, como ele havia pedido, conversamos muito durante a jornada até agora e estávamos começando a nos tornar bons amigos. Enquanto isso, Bombur e Bofur preparavam a comida.

Me sentei um pouco afastada do grupo para não incomodá-los, sempre atenta a qualquer barulho. A lua estava linda aquela noite e a floresta logo abaixo formavam um belo quadro. Resolvi tirar meu caderno de desenhos e meu lápis de carvão. Comecei a desenhar a paisagem.

Percebi que Ori me olhava com muito interesse, até que ele não resiste e se levanta vindo em minha direção, seus irmãos tentam impedi-lo, mas não conseguem.

"Com licença...ehh Srta. Estelwen..." Ele disse timidamente. Eu levantei minha cabeça para olhar para ele e sorri.

"Boa noite Ori, está tudo bem? E pode me chamar de Estelwen apenas" Ele pareceu mais desconcertado ainda mas tomou coragem e continuou falando comigo.

"O que está fazendo? Você desenha? " Perguntou.

"Sim, você quer ver meu caderno? " Ele ficou incrivelmente feliz com minha pergunta e estendeu a mão para pegar o caderno de minha mão estendida em sua direção. Estudou cuidadosamente meus desenhos e sorriu.

"São muito bonitos... Eu também desenho, gostaria de vê- los? " Eu sorri e fiz que sim com a cabeça. Ele correu até sua bolsa perto da cama para pegar seu caderno, seus irmãos olharam feio para ele, mas ele simplesmente os ignorou e voltou a sentar-se comigo.

Passamos um bom tempo analisando os desenhos um do outro enquanto conversávamos sobre sombreamento e outras técnicas artísticas.

. Ori desenhava incrivelmente bem e resolvemos desenhar um ao outro. De repente ele ficou um pouco inquieto e disse.

" Desculpe pelo nosso comportamento durante a viagem. Sempre fomos ensinados que elfos eram traiçoeiros arrogantes e gananciosos. Mas sinto que você não é assim. Será que eles estavam errados? " Ori disse envergonhado. Eu sorri e disse.

"Ori, não existem raças boas ou ruins, existem almas boas ou almas ruins, assim como há anões maus, também há elfos bons e que fariam de tudo para ajudar os outros. "

"Mas sempre foi nos dito que elfos são traidores que quando vêem os outros em perigo dão as costas e abandonam os necessitados. " Eu suspirei tristemente e continuei.

"Vocês têm todo o direito de suspeitar de nós, afinal, quando vocês mais precisavam aquele monstro virou as costas para vocês." Eu penso um pouco e continuo." Pense...já que vocês odeiam tanto os elfos, se eles precisassem de ajuda, vocês os ajudariam?

"Claro que não, elfos não nos ajudaram antes, porque ajudaríamos agora? "

"Mas não foram estes elfos que deram as costas para vocês. Dando as costas para eles, que não fizeram nada a vocês, vocês estariam sendo tão ruins quanto o Rei da Floresta. " Após ver o silêncio e o rosto do garoto ir de entendimento a tristeza eu continuo "É por isso que eu digo Ori, nem todos são assim. Como te falei o problema não é a raça e sim se a alma nasce cruel ou é moldada assim ao longo da vida.

"Mas e os Orcs? " Ele me perguntou. " Os Orcs não são genuinamente maus?"

"Orcs não são seres criados por Eru, meu amigo. Alguns acreditam que eles foram criados a partir do lodo e pedras e então reanimados pela magia de Morgoth, o grande mal da Primeira Era. Já outros, acreditam que eles originalmente foram elfos que foram torturados e corrompidos pelas mãos de Morgoth e Sauron no final da Primeira Era. O que se sabe realmente é que são seres infelizes, que odeiam a todos, incluindo a si mesmos e aos seus mestres, os quais eles servem por medo. Mas não tenha pena deles, pois eles não terão nenhuma de você. "

Ori que escutava atentamente finalmente diz. " Puxa Srta Estelwen, você sabe de muitas coisas...sei que elfos são imortais... a senhorita vive desde a criação do mundo? " Eu sorri e tomei o comentário como um elogio.

"Não Ori, eu nasci depois disso tudo, eu apenas amo adquirir conhecimento e tive sorte de ter pessoas muito boas que me ensinaram muito ao longo de minha vida. Aliás, me chame apenas de Estelwen por favor. " É então que Ori não conseguiu segurar e bocejou e então me olhou pedindo desculpas. Eu apenas ri e disse. "Esta tarde, descanse um pouco, temos um longo dia amanhã." Ele sorriu e me desejou boa noite. Se levantou e foi se juntar aos irmãos. Olho em direção ao penhasco e percebo que Thorin estava me encarando, aparentemente ouviu toda a nossa conversa. Achei que ele iria me repreender ou algo assim, mas quando olhei em seus olhos vi um pouco de remorso e acredito ter visto um leve sorriso em seus lábios antes dele se virar para se deitar.

P.O.V. de Thorin

Enquanto olhava para o penhasco perdido em meus pensamentos percebi que Ori se levantou para sentar junto a elfa. Ela sorriu para ele e eles pareceram conversar amigavelmente. 'Eu falei para ela não chegar perto de nenhum de nós, mas ela parece ser mais teimosa que um anão' pensei. Me levantei irritado e comecei a andar na direção deles, vi Ori levantar feliz e foi mexer em sua mochila, pegou seu caderno de desenhos e trouxe de volta para a elfa. O que diabos eles estão aprontando?!? Eu me aproximei mais um pouco e me sentei na pedra perto do penhasco para ouvir melhor.

Estavam conversando sobre...desenhos?! Pareciam bem felizes mostrando os respectivos desenhos um para o outro. Ela parecia tão feliz conversando com ele...Isto tudo deve ser apenas um teatro, logo logo ela irá nos apunhalar pelas costas. É então que eles iniciam outra conversa que me chama a atenção.

" Desculpe pelo nosso comportamento durante a viagem. Sempre fomos ensinados que elfos eram traiçoeiros arrogantes e gananciosos. Mas sinto que você não é assim. Será que eles estavam errados? " Ori porque diabos está se desculpando para ela? Ela é igualzinha a eles.

"Ori, não existem raças boas ou ruins, existem almas boas ou almas ruins, assim como há anões maus, também há elfos bons e que fariam de tudo para ajudar os outros. "

"Mas sempre foi nos dito que elfos são traidores que quando vêem os outros em perigo dão as costas e abandonam os necessitados. " Vi Estelwen suspirar tristemente.

"Vocês têm todo o direito de suspeitar de nós, afinal, quando vocês mais precisavam aquele monstro virou as costas para vocês." Eu penso um pouco e continuo." Pense...já que vocês odeiam tanto os elfos, se eles precisassem de ajuda, vocês os ajudariam?

"Claro que não, elfos não nos ajudaram antes, porque ajudaríamos agora? "

"Mas não foram estes elfos que deram as costas para vocês. Dando as costas para eles, que não fizeram nada a vocês, vocês estariam sendo tão ruins quanto o Rei da Floresta. " Após ver o silêncio e o rosto do garoto ir de entendimento a tristeza eu continuo "É por isso que eu digo Ori, nem todos são assim. Como te falei o problema não é a raça e sim se a alma nasce cruel ou é moldada assim ao longo da vida.

As palavras daquela garota me acertam em cheio. Eu faria exatamente o que Ori disse e ela tem razão, eu seria tão ruim quanto aquele que nos deu as costas.

"Mas e os Orcs? " Ele me perguntou. " Os Orcs não são genuinamente maus?"

"Orcs não são seres criados por Eru, meu amigo. Alguns acreditam que eles foram criados a partir do lodo e pedras e então reanimados pela magia de Morgoth, o grande mal da Primeira Era. Já outros, acreditam que eles originalmente foram elfos que foram torturados e corrompidos pelas mãos de Morgoth e Sauron no final da Primeira Era. O que se sabe realmente é que são seres infelizes, que odeiam a todos, incluindo a si mesmos e aos seus mestres, os quais eles servem por medo. Mas não tenha pena deles, pois eles não terão nenhuma de você. "

Ori parecia atento a tudo que aquela elfa dizia e então comentou. " Puxa Srta Estelwen, você sabe de muitas coisas...sei que elfos são imortais... a senhorita vive desde a criação do mundo? " Eu sorri e tomei o comentário como um elogio.

"Não Ori, eu nasci depois disso tudo, eu apenas amo adquirir conhecimento e tive sorte de ter pessoas muito boas que me ensinaram muito ao longo de minha vida. Aliás, me chame apenas de Estelwen por favor. " É então que Ori não conseguiu segurar e bocejou e então me olhou pedindo desculpas. Vi a garota rir um pouco. "Esta tarde, descanse um pouco, temos um longo dia amanhã." Então, vejo Ori se levantar para se juntar aos irmãos.

É então que os olhos do elfo encontram os meus. Normalmente, eu ficaria com raiva de vê-la olhando para mim, mas não pude sentir nada além de admiração por aquela mulher depois de ouvir suas palavras. Eu apenas desviei o olhar e me levantei para ir em direção à minha cama ... 'será que minhas crenças estavam erradas?'

P.O.V de Estelwen

O tempo passou e eu ainda estava sentada perto da árvore, não estava tão cansada então não conseguia dormir, resolvi ficar de vigia durante a noite. Todos estavam deitados em suas camas em sono profundo, alheios ao que estava acontecendo ao seu redor. Fili e Kili também estavam de vigia esta noite. Bilbo começou a se agitar na cama irritado com alguma coisa, e então decidiu se levantar e veio até mim, aparentemente sem conseguir dormir também.

"Não consegue dormir?" Eu perguntei a ele com um meio sorriso em meus lábios.

"Sim, esses roncos estão me dando nos nervos." Ele disse.

Eu ri baixinho. "Não se preocupe, você se acostuma com o tempo".

"E você?" Ele perguntou-me.

"Elfos não tem tanta necessidade de dormir. Então eu decidi ficar de vigia também."

"Entendo, bem, vou deixá-la com sua tarefa e vou dar uma pequena caminhada, talvez verificar como Myrtle está." Ele disse, ficando um pouco mais feliz ao mencionar sua nova amiga pônei. 'Ninguém consegue resistir ao encanto de um animal', pensei feliz comigo mesma.

"Tudo bem. Só não vá longe demais, ok? " Comentei, ele simplesmente acenou com a cabeça e saiu para seu pequeno passeio.

Ouvi uma comoção ao longe, vindo do penhasco à frente de onde havíamos acampado. Eu rapidamente me levantei e me dirigi para a beirada, inspecionando cuidadosamente a floresta por entre as nuvens. Thorin percebeu meu movimento e veio em minha direção.

"O que seus olhos de elfo veem? " Sua pergunta me pegou de surpresa, mas decidi apenas respondê-lo.

"Orcs, um bando, montado em wargs, pelo que consegui ver são 6 e estão caçando alguma coisa.

"Estão perto? " Thorin pergunta genuinamente preocupado.

"Não, eles não vão nos alcançar, eles tomaram o caminho errado." Eu respondo sem tirar os olhos da floresta.

"Acha que eles verão a fogueira acesa? "

"Não a esta distância, para nossa sorte, orcs enxergam muito mal de longe, e se nos vissem, levariam dias para achar a passagem que sobe o penhasco. Não se preocupe, estamos seguros. " Eu respondi.

Enquanto isso, Bilbo se aproximou de sua Pônei Myrtle e a acariciou enquanto falava docemente com o animal. Estendeu uma maçã para ela comer e pediu para ela não contar a ninguém sobre o segredinho deles. Eu dou um leve sorriso com a cena fofa que acabo de presenciar.

Um rugido pode ser ouvido na floresta e meu sorriso sumiu quando ouvi gritos do bando que vi a pouco na floresta. Eles estavam mais perto, mas graças a Mahal não podiam nos alcançar.

"O que é que foi isso?" Bilbo perguntou para nós enquanto a gritaria continuava.

"Orcs ..." Kili foi o primeiro a responder.

"Orcs?!" Bilbo perguntou enquanto caminhava rapidamente na direção do fogo, desviando dos anões que dormiam aos seus pés.

"Cortadores de garganta, devem ter vários por aí. As terras solitárias estão apinhadas." Fíli continuou enquanto fumava seu cachimbo.

"Atacam bem cedo quando todos estão dormindo, rápidos e quietos, sem gritos, só muito sangue." Kili acrescentou deixando o pobre Bilbo cada vez mais apavorado.

Enquanto Bilbo olhava na direção do outro penhasco, os dois irmãos olharam um para o outro e riram de sua própria piada.

Eu fechei minhas mãos em punho enquanto rangia os dentes. Respirei fundo para não explodir com as duas crianças. Acabei me envolvendo em meus próprios braços como se estivesse abraçando a mim mesma, enquanto todas as minhas cicatrizes pareciam arder ao lembrar do Orc Branco.

Thorin percebeu minha reação e o anão, que já estava irritado com os sobrinhos, ficou ainda mais irritado. "Acham isso engraçado?" A voz áspera de Thorin ao meu lado me faz sobressaltar, me tirando das lembranças que assombravam minha mente. Ele então se dirigiu aos dois irmãos que já não riam mais. "Acham que um ataque de orcs a noite é uma piada?" Ele disse com escárnio em sua voz, enquanto olhava para seus sobrinhos com desdém

"Nós falamos sem pensar." Kili disse olhando para baixo envergonhado.

"É não pensaram." Thorin deu um sermão enquanto se afastava de nós. "Vocês não sabem nada do mundo."

Eu acompanhei Thorin com o olhar, enquanto ele se distanciava do nosso grupo e suas palavras me atingiram profundamente. Elas continham tanto nojo, palavras de alguém que ainda estava de luto pela dor da perda de entes muito queridos. De um rei suportando as memórias de perder seus próprios parentes pelas mãos desses monstros. Pensei em ir até ele confortá-lo mas lembro de suas palavras antes de sairmos do condado e decidi ficar onde estava.

"Não se sinta ofendido." Disse Balin enquanto caminhava até o fogo. "Thorin tem mais motivos do que a maioria para odiar orcs."

"Depois que o dragão tomou a Montanha Solitária, o Rei Thrór tentou reivindicar o antigo reino anão de Moria." Balin fez uma pausa, repassando a terrível batalha em sua mente. "Mas nosso inimigo chegou primeiro. Moria havia sido tomada por uma legião de orcs liderados pelo mais vil de toda a raça, Azog, o Profanador. " Ao ouvir seu nome eu sinto um embrulho no estômago me dando vontade de vomitar, minhas cicatrizes começaram a arder mais e mais. "O orc gigante de Gundabad havia jurado destruir a linha de Durin." A expressão de Balin se entristeceu cada vez mais. "Ele começou ... decapitando o rei."

Ao ouvir isso meus olhos se encheram de lágrimas. A este ponto eu já não conseguia segurar mais e decidi me retirar antes que me vissem e subi na árvore em que Gandalf estava recostado. Ele me seguiu com o olhar preocupado e eu simplesmente o ignorei. Fiquei por lá para que não vissem minhas lágrimas escorrendo em meus olhos. Apesar disto ainda consegui ouvir as palavras de Balin por mais que não quisesse.

"Thrain, o pai de Thorin, ficou louco devido à perda. Ele desapareceu ... feito prisioneiro ou morto, não sabíamos. " Eu ouvia com um remorso crescendo dentro de mim, se eu não tivesse ido embora talvez eles... "Estávamos sem líder, a derrota e a morte eram iminentes." Balin disse, enquanto todos ouviam atentamente a história.

"Foi quando ... eu o vi." Balin disse, sorrindo em direção de Thorin. "Um jovem príncipe anão, encarando o orc pálido. Ele lutou sozinho contra o terrível inimigo. Com sua armadura partida e usando apenas um tronco de carvalho como escudo. Azog, o Profanador, descobriu naquele dia que a linhagem de Durin não seria destruída tão facilmente. "

Eu respirei fundo e olhei para baixo para ver meu pai me encarando com preocupação e tristeza. Eu sorri para ele desanimadoramente, mas afirmando que eu iria ficar bem.

"Thorin então assumiu a liderança e nos impeliu a continuar a batalha. Nossas forças se renovaram e então os orcs recuaram. E nossos inimigos... foram derrotados. Mas não houve festa nem música naquela noite ... pois nossos mortos estavam acima de qualquer luto. Poucos de nós sobreviveram", disse Balin tristemente. "e então pensei comigo mesmo... Aí está alguém que eu poderia seguir ... aí este alguém que eu chamaria de rei."

Ao terminar a história, todos do grupo haviam se levantado e olhavam admirados e respeitosamente para Thorin, seu Rei. Ninguém tirava os olhos dele enquanto ele passava pelo grupo...inclusive eu. Foi nesse momento que eu tive certeza, se haveria um rei que eu seguiria e daria a minha vida seria Thorin Escudo de Carvalho. Eu então decidi naquele momento que garantiria que aquele anão sentasse no trono, mesmo que isso levasse à minha morte.

Me sentindo melhor, resolvo descer da árvore posando ao lado de Gandalf que leva um susto a princípio, mas então me puxa para sentar ao seu lado me envolvendo com seu braço esquerdo e me puxando para perto dele em um abraço.

É então que Bilbo quebra o silêncio com uma pergunta. "E o orc pálido? O que aconteceu com ele? " Eu olho para o além tristemente enquanto relembro aquela figura nojenta rindo para mim.

"Ele fugiu, correu para o buraco de onde saiu. A criatura nojenta morreu devido aos ferimentos a muito tempo.

Fiquei olhando Thorin se afastar, um sentimento de pena cresce em mim. Ele realmente acreditava nisso? Eu conhecia aquele monstro, infelizmente, ele não morreria assim tão facilmente.

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