— Ei. — Harry sorri para o filhote assim que ele pisca os olhos azuis para o alfa.
O pequeno foi devidamente medicado, pegando no sono após a quantidade de remédios ministrados.
Deitado sobre a cama de hospital, Henry adormeceu por algumas horas, tendo Harry ao lado alisando a bochecha do filhote o tempo todo.
Harry sentia que seu coração iria saltar para fora do peito com tamanha adrenalina, ver seu filhote com dificuldade para respirar cegou os sentidos do alfa, banhando-o em desespero e instintos de proteção sobre a criança.
Sequer ouviu quando o menor o chamou de pai.
Brandon, o ômega, era estudante de medicina, Harry descobriu após o rapaz cumprimentar alguns residentes do hospital, explicando de forma técnica o que havia ocorrido com o filhote.
Alex estava deitado ao lado do ômega, cochilando com a bochecha no braço do aloirado.
— 'Arry? — ele resmunga, esfregando os olhos com as costas das mãos.
— Sim, filhote. Como você se sente? — o alfa sorri melancólico, esfregando a ponta do nariz contra o de botão da criança.
— Bem. — ele boceja, sorrindo sem mostrar os dentes. — Muito claro aqui, quero dormir no ninho.
— Nós vamos. — o alfa afirma, apertando o botão ao lado da cama, chamando a enfermeira.
Quando a ômega de jaleco adentra o espaço, ela sorri graciosa para o filhote manhoso brincando com os cachos do filhote alfa, que logo acordou sorridente, abraçando Henry desajeitado.
Harry sorriu terno, se levantando para que a enfermeira checasse seu filhote de perto.
Ele rosnou contido quando a mulher colocou o estetoscópio gelado contra o peito exposto de Henry, o fazendo choramingar, olhando para o pai com os olhos amuados. Alex fez seu trabalho de soulmate, mostrando as presinhas para a enfermeira que apenas sorriu, achando gracioso demais para revirar os olhos.
— Fofos. — ela suspira, alisando os fios das crianças. — Você está bem, Henry. Já pode ir para casa. — ela se vira para o alfa, levantando uma sobrancelha de forma reprovadora. — Sem camarões, alfa, seu filhote está liberado. — ela semicerra os olhos, saindo da sala depois de acenar para Brandon, que tinha a sobrinha dorminhoca entre os braços.
Ele pisca cansado, mas sorri para a mulher.
— Vamos pra casa, baby. — ele sorri, ajudando Alex a descer primeiro, logo vestindo a camiseta no filhote sentado na cama.
Henry agarra o pescoço de Harry, apertando o alfa com os braços miúdos.
— Obrigado por me salvar. — ele ronrona, esfregando o narizinho na glândula do alfa.
— Sempre. — Harry resmunga em resposta, beijando o topo da cabeça do pequeno ômega. — Vamos?
O menor assente, se recusando a descer e soltar o pai.
— Queria minha mamãe. — ele sussurra na orelha de Harry, brincando com os fios curtos da nuca do alfa.
— Na segunda-feira, tudo bem? — suspira desanimado. — Vamos nos divertir sem camarões e quando você menos esperar terá sua mamãe. — ele afirma, o filhote assentindo, apoiando o queixo no ombro enquanto observa Brandon cautelosamente, o ômega andando atrás de Harry com Jamie no colo.
O ômega sorri para Henry, sendo retribuído com um sorriso de covinhas, extremamente dócil.
-
Harry deixou Brandon e a sobrinha na casa do ômega, agradecendo o menor pela ajuda. Eles trocaram um selinho, o moreno deixando o carro em seguida junto com a garotinha.
Na casa do alfa, Styles deu banho nas crianças, se enrolando á eles no sofá com um pote de sorvete a pedido de Henry com seus olhos pidões e biquinho choroso.
Uma manha pós hospital que Harry atendeu prontamente.
— Podemos dormir juntos de novo? — Alex quem pergunta, olhando para o alfa com o nariz em pé. — Alfa quentinho.
— Claro. — ele sorri, bagunçando os cachos escuros do pequeno.
Alex assente sorridente, segurando a mão do ômega com carinho.
Quando ambos adormeceram, Harry os levou até seu próprio ninho, desligando a televisão e se juntando aos filhotes. Com sua criança manhosa sobre seu peito, Harry o aromatizou, pedindo desculpas em sussurros por deixar a criança ter um ataque alérgico.
Não era sua culpa, mas ele se sentiu mal por não conhecer seu filhote como deveria.
Quando o alfa fechou os olhos para dormir, seu celular tocou debaixo de um dos travesseiros, vibrando suavemente. Alex se remexeu no braço do alfa, que rapidamente utilizou o outro para pegar sem acordar as crianças, atendendo rapidamente, sem de fato ver quem era.
— Styles. — ele responde com a voz grossa, baixa e contida.
Segurando o celular contra a orelha enquanto tinha um filhote aninhado em sua lateral, deitado sobre seu braço, e o outro sobre seu peito com o nariz enfiado em sua glândula.
Henry realmente amava o cheiro de proteção que Harry emanava.
— Ei, é o Louis. Tudo bem? O que houve? — o ômega sussurrou, o eco no fundo soava como um banheiro. Ele parecia agitado e angustiado, provavelmente preocupado com o filhote.
Demorou, Harry pensou.
O alfa respirou fundo, o tremor em seu estômago o fazendo fechar os olhos com força, o maxilar travado enquanto liberava o ar gradativamente pelas narinas.
— Henry teve uma crise alérgica. — ele diz direto, evitando puxar assunto com o ômega que provavelmente aproveitara o tempo que o meia raça dormia para ligá-lo.
O pensamento o fez revirar os olhos.
— O quê?! Como? Ele está bem? O ponha na linha, Harry! — ele exclama, dando a imaginação ao alfa que o menor estaria andando de um lado para o outro, o polegar entre os lábios com o dente pressionando a carne com ânsia.
— Sim, está dormindo e não grite, ele está deitado comigo e Alex. — ele resmunga, verificando se o filhote ainda dormia.
— Merda, Harry. Ele chorou? Eu deveria estar com ele. — o ômega choraminga, os dedos massageando a própria testa. — Preciso falar com ele, por favor. — Louis suplica, amuado pela distância do filhote.
— Ele está bem. Jantamos massa com camarões e eu não sabia que ele era alérgico...São informações interessantes para um pai saber. — o alfa suspira, realmente não querendo criar caso sobre, mas incomodado o suficiente por não proteger sua criança. — Brandon me ajudou a socorrê-lo durante o caminho para o hospital, tudo sob controle.
— Quem é Brandon? — Louis indaga, a sobrancelha arqueada enquanto escorado na pia do banheiro. Ele batuca os dedos sobre o mármore, não sabendo se realmente desejava a resposta.
— Um ômega. — o alfa responde, recebendo um silêncio ensurdecedor como resposta.
Ele poderia dizer que eram amigos, ou que apenas estavam se conhecendo, mas realmente não disse nada.
Um pequeno som da garganta do ômega fez Harry suspirar, os olhos verdes marejados.
Ele ouviu Luke chamar por Louis, as batidas na porta se tornando constantes.
— Você está bem? — o alfa se vê perguntando, praguejando a si mesmo por se importar.
Por querer estar com o ômega.
— Cuide do nosso filhote, Harry. Diga á ele que eu o amo, eu preciso ir. — ele funga, terminando de partir o coração do alfa quando encerra a ligação.
O policial bloqueou a tela do celular, deixando-o de lado enquanto agarrado as crianças. Ele se recusou a chorar ou a sentir qualquer tristeza relacionada ao ômega, o lobo amuado, mas orgulhoso o suficiente para segurar suas emoções, não iria deprimir seu filhote com seu aroma tristonho.
Não mesmo.
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O fim de semana havia sido agitado, mas enfim havia chego ao fim. Harry auxiliou os filhotes na lição de casa, os banhou, alimentou e brincou por horas a fio, além de decorar no mínimo cinco músicas infantis.
Ele se sente no filme A creche do papai, mesmo que só houvesse duas crianças consigo, mas havia sido divertido o suficiente.
Ele morreria de saudades das crianças, ele sabe disso. Na segunda-feira ainda restava algumas horas com as crianças, horas que o alfa decidiu que seriam gastas no shopping.
Em um mês seria a festa do filhote, mas o alfa queria que o pequeno escolhesse seu próprio presente, mesmo que no dia pretendesse dar algo de sua própria escolha.
— E vamos tomar sorvete também? — o filhote pergunta, resmungando embaixo da camiseta quando o alfa o veste, assentindo pela milésima pergunta feita por um deles.
— Brandon vai? Eu gosto da Jamie. — Alex da de ombros, em pé no banquinho onde arruma os cachos em frente ao espelho.
Henry rosna baixo, o pai negando com a cabeça enquanto ajeita os cabelos da criança.
— Imagino que ele esteja trabalhando ou algo assim. — o alfa dá de ombros.
— Ótimo. — Henry dá de ombros, ignorando a sobrancelha arqueada do pai para si.
As crianças cantavam a plenos pulmões dentro do carro, o alfa dirigindo calmamente pela cidade rumo ao shopping. Quando chegaram, os pequenos saltaram do carro, segurando a mão do alfa um de cada lado.
— Cada um escolhe um presente, certo? — o alfa olha para as crianças que assentem empolgadas.
Eles adentram a grande rede de lojas, escolhendo uma de brinquedos porque era claro como a água que eles odiavam ganhar roupas de presente.
— Eu quero morar aqui! — Henry exclama, abraçando um urso de pelúcia maior que ele próprio. Harry sorri, olhando o filhote de cachos entretido com espadas de plástico.
— Escolham logo para que possamos comer e depois tomar o sorvete. — o alfa alerta, as crianças arregalando os olhos para procurar algo rapidamente.
Correndo pela loja, os filhotes mais brincaram do que procuraram algo. Harry corria atrás dos pequenos que gargalhavam se separando para atrapalhar a busca do alfa.
Quando se encontraram, ambos tinham seus brinquedos escolhidos em mãos.
Henry havia escolhido uma fantasia de policial com uma arma de água de brinquedo, ele chacoalhou a pistola amarela para Harry.
— Esse pode? — ele sorri de lado, sabendo que sua mãe diria não.
— O que sua mãe diria? — Harry pergunta, imaginando que seu pensamento era o mesmo do filhote.
O pequeno torce o lábio para baixo, dando de ombros.
— Acho que não...Mas é de água né? Eu poderia molhar as plantinhas dele. — o filhote sorri sapeca, arrancando uma gargalhada do alfa.
— Filhote inteligente. — ele sorri apaixonado — Vamos levar.
Henry comemora, combinando com Alex que preferiu a fantasia de bombeiro e um martelinho.
Depois de pago, as crianças insistiram para usarem as fantasias no shopping.
Harry não negou, ajudando os filhotes a se vestirem por cima da roupa.
Eles receberam atenção até demais, acenando para todos que passavam elogiando os pequenos sorridentes. Harry se sentia sortudo, e exibido quando ômegas o achavam um alfa "cuidadoso".
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Depois do lanche e do sorvete, Harry já se despedia de Alex em frente a casa dos Payne. Zayn quem o recebeu na porta, saudoso com o filhote ronronando em seu pescoço.
— Sentiu saudades da mamãe, baby? Hum? — ele brinca, fazendo cócegas na barriga do filhote.
Henry sorri, puxando a mão do pai para chamar atenção, Harry olha para o filhote que sorri tímido.
— Podemos ir? Quero minha mamãe também. — ele sussurra, o alfa assentindo rapidamente.
Eles se despedem da dupla, Harry arrumando o filhote na cadeirinha e logo tomando seu lugar no banco do motorista.
— Só preciso passar em uma farmácia primeiro, tudo bem? Pode ser uma perto da sua outra casa. — Styles diz olhando o pequeno pelo retrovisor, o filhote assentindo antes de começar a cantoria novamente.
— Henry tem duas casas! — ele mostra os dedos formados em um dois.
— Isso mesmo, baby.
O peito do alfa se enche de satisfação, alegria e muito amor em ter um espaço na vida do filhote.
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O alfa estaciona em frente à farmácia que tinha na rua do apartamento onde Louis morava. Ele desce com o filhote, adentrando o espaço claro demais para ser aconchegante.
Henry mexe o narizinho de botão, fungando o ar indiscretamente, Harry sente o mesmo cheiro, caminhando com o filhote que o puxa entre os corredores até a área onde tinha um farmacêutico.
Harry engole o rosnado, os olhos cerrados na direção do meia raça de costas para si.
Styles não precisa se aproximar para ouvir o que o alfa solicita ao ômega do outro lado do balcão, seus ouvidos apurados captam com facilidade a voz enjoativa do alfa.
— Sim, algo pra cicatrização e alguns curativos. — ele resmunga, batucando os dedos sobre o vidro do balcão. — Uhum, de marca.
Harry franze as sobrancelhas, arqueando a direita.
Cicatrização de marca? Ele não imagina que se precise de medicamentos para uma cicatrização, é natural como a cicatrização de um joelho ralado.
Seus pensamentos são interrompidos quando o filhote solta sua mão, correndo até o meia raça.
— Spider Luke! — ele grita, agarrando a perna do alfa que rapidamente o pega no colo, sorrindo para a criança.
Harry bufa pelas narinas, se aproximando contragosto.
Ele não sairia dali sem sua criança, Henry estava sob sua responsabilidade até que Louis o pegasse.
— Harry. — ele segura um rosnado ao ver o lobo próximo.
Styles não responde, apenas acena com a cabeça, o peito agitado com o filhote alegre em ver o outro. Ele quer revirar os olhos e rosnar, mas não deseja assustar sua criança.
— Vamos, baby? Mamãe está te esperando. — Harry diz contido, o filhote assentindo pra ele.
Luke o segura no colo.
— Eu já vou para casa, posso levá-lo. — o moreno diz firme, o maxilar marcado em evidência.
Se Harry se sentisse ameaçado, poderia arrancar a cabeça do homem em um movimento só.
— Louis o deixou comigo, eu entregarei ele. Meu filhote está sob minha responsabilidade, não se preocupe. — ele responde seco, estendendo os braços para a criança que se joga para si, agarrando seu pescoço.
Os alfas trocam um olhar duro, sendo cortados pelo ômega com os medicamentos em mãos.
— Precisa passar há cada 3 horas e esse aqui é via oral. — ele diz, perdido no clima tenso. — Senhor?
Luke se vira para o farmacêutico, Harry aproveitando o corte de clima para se afastar com a criança, realmente não se importando em deixar para depois suas compras.
Ele preferia não trombar com o meia raça novamente.
Mas iria, considerando a proximidade do aniversário do filhote.
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— Mamãe! — Henry pula no colo de Louis assim que o ômega abre a porta.
Ele abraça o filhote, enchendo-o de beijos parado no batente da porta com Harry de plateia.
— Meu filhote lindo e cheiroso, que saudade! Você está bem? Como foram seus dias na casa do papai? — ele pergunta, esfregando o nariz contra o da criança.
— Incrível! Comemos bastante, brincamos e passeamos, fizemos amigos novos também. — ele sorri brincando com os cabelos da mãe.
— Mesmo? Que amigos? – ele arqueia as sobrancelhas fingindo ciumes.
Realmente sentindo quando o filhote respondeu.
— Brandon e Jamie, bem legais. — ele murmura, o ômega encarando o alfa por cima do ombro da criança.
Os azuis do ômega nunca estiveram tão cortantes.
E apagados.
Harry limpa a garganta, as mãos enfiadas no bolso da calça preta.
— Preciso ir. Recebo um abraço, filhote? — ele pergunta, sorrindo quando Henry acena se estendendo para ele.
Eles trocam um abraço apertado, esfregando as bochechas juntas, mornas e macias.
— Eu te amo, ômega. — Harry murmura, abrindo os olhos e encontrando os azuis de Louis.
O menor desvia o olhar, ajeitando o cachecol.
Harry deixa o filhote no chão, que acena e corre para dentro da casa. Ele fica sozinho com Louis, juntando as sobrancelhas com o frio excessivo do ômega.
— Você está doente? — ele se vê perguntando, prensando os lábios numa linha fina.
— Não. Tchau, Harry. — ele ameaça fechar a porta, piscando em direção ao chão. — Entro em contato sobre o aniversário do Henry.
Antes que Harry diga algo, Louis fecha a porta, colando as costas na madeira branca.
Um suspiro corta os lábios do ômega.
Ele não estava doente.
Mas não estava bem.
-x-
Cap sem revisão.
EEEEI! Olá, pequenos gafanhotos.
Só pra avisar que o cap foi tranquilo por motivos de: o próximo tem fortes emoções...Seria um adiós para um certo meia raça? No sé.
Possivelmente tenha uma passagem de tempo no próximo....ESTÁ CHEGANDOOOO!
Obrigada pelos 2k! ❤️
Tommo way is all the love. X :)