Just a Year - (COMPLETA)

By alexia-macedo

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Rebeca mora em São Paulo e está no último ano do ensino médio. Tudo que ela quer é apenas aproveitar esse últ... More

Sinopse
Capitulo 1
Capitulo 2
Capitulo 3
Capitulo 4
Capitulo 5
Capitulo 6 (bônus)
Capitulo 7
Capitulo 8
Capitulo 9
Capitulo 10
Capitulo 11
Capitulo 12
Capitulo 13
Capitulo 14
Capitulo 15
Capitulo 16
Capitulo 17
Capitulo 18
Capitulo 19
Capitulo 20
Capitulo 21
Capitulo 22
Capitulo 23
Capitulo 24
Capitulo 25 (Especial 6 mil leituras)
Capitulo 26
Capitulo 27
Capitulo 28
Capitulo 29
Capitulo 31
Capitulo 32
Capitulo 33
Capitulo 34
Capitulo 35
Capitulo 36
Capitulo 37
Capitulo 38
Capitulo 39
Capitulo 40
Capitulo 41
Capitulo 42
Capitulo 43
Capitulo 44
Capitulo 45 (Final)
EPILOGO
Agradecimentos
Novidades para os leitores!

Capitulo 30

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By alexia-macedo

Seus olhos claros estão fixos sobre os meus e na sua boca brinca um sorriso que ele tenta esconder. Mordo meus lábios tentando também esconder meu sorriso. Coloco minha cabeça sobre seu ombro e vejo o sol nascer refletindo na água, fazendo aquela imensidão azul ficar com reflexos alaranjados, como o céu. Fechando meus olhos posso sentir o cheiro do seu perfume misturado com o cheiro salgado da água do mar. O som das ondas forma uma trilha sonora perfeita para o momento e desta vez não consigo conter meu sorriso. É como se meu coração estivesse sem chamas. 

- Nem acredito que você terminou com ela. – Digo, finalmente. E então posso, realmente, respirar aliviada. 

Ele se ajeita e eu levanto minha cabeça, abrindo os olhos. Seus olhos estão fixos novamente sobre os meus e sinto um arrepio percorrer minha espinha. 

- Eu nunca estive com ela. – Sua voz sussurrada é firme e calma, tudo ao mesmo tempo. – Eu sempre estive com você, aqui dentro. - ele pega minha mão e a pousa em cima do seu coração, que bate calmamente. Como pode seu coração bater tão calmo assim enquanto o meu está quase saindo pela boca? 

Ele se aproxima para perto de mim, seus olhos se fecham lentamente junto com os meus e quando nossas bocas já estão perto uma da outra, quando nossa respiração já se confunde e meu coração acelera ainda mais...

O despertador toca.

Bato as pontas dos dedos na janela do carro enquanto vejo gotas finas caírem pelo lado de fora. O inverno já começou a dar as caras, e não faço a menor ideia se isso é bom ou ruim. As músicas do Jorge e Mateus invadem o carro faz com que a Vanessa fique cantando e trocando olhares de cumplicidade com meu pai.  É meio estranho ver isso, mas depois de seis meses já me acostumei. 

Desde que cheguei tanta coisa vem mudando dentro de mim. Não são mudanças drásticas, da noite para o dia. São apenas coisas que evoluem em mim e que eu percebo aos poucos. Faz dois meses que a Vanessa conseguiu me convencer de fazer um contrato com uma agencia de modelo. Nem preciso dizer o quanto meu pai pirou. 

- E você acha que eu vou aceitar isso? – Ele deixa o garfo bater com força no prato, fazendo o olho vermelho do macarrão pingar em sua camisa, mas ele parece nem notar. 

- Eu disse que não ia dar certo. – Olho para a Vanessa e volto a comer. Foi até tranquilizador para mim quando vi sua desaprovação. Não era como se meu grande sonho fosse ser uma topmodel. Prefiro ficar por trás dos holofotes. 

- Para de ser careta, Otávio! – A Vanessa pousa delicadamente o gafo no prato, de forma tão elegante que nem chega a fazer barulho. – Sua filha é linda e tem talento. Você vai ver quando as fotos do Book dela chegar! 

- Não é questão de ser careta. Eu só quero que ela tenha uma profissão de verdade. Que use o cérebro ao invés do corpo. Não é para isso que pago uma escola cara para ela. – A voz do meu pai explodiu pela sala de jantar e pude ver o quanto suas palavras magoaram a Vanessa pela forma como ela se levantou da mesa e se trancou no quarto. Fazendo meu pai segui-la e bater por horas na porta. 

Ouvi depois alguns gritos abafados pela parede e algumas conversas sussurradas. No dia seguinte eu estava indo na agencia e tudo parecia ser esquecido. Mas sei que não foi. E sei que a Vanessa também não esqueceu. 

Esse é o problema quando falamos sem pensar: não podemos voltar atrás. Uma palavra dita fica para sempre marcada em nosso coração e sempre vai ser motivo de raiva ou tristeza. Sempre vai ser uma ferida, que se abre pelas lembranças e sangra a cada vez que sua memoria a traz a tona. 

Desde então já fiz dois trabalhos. Trabalhos pequenos, claro. Mesmo assim meu pai ainda insiste que eu faça uma faculdade, segundo ele pode ser até de Filosofia, desde que eu tenha um curso superior ele pode respirar aliviado. 

- Daqui a pouco você vai quebrar o vidro de tanto bater nessa janela! – Meu pai diz. Ele diz com um sorriso no rosto. Ultimamente ele e a Vanessa não conseguem tirar um sorriso do rosto. – Dá para você parar de tanta agonia, por favor?

- Se eu fosse feita de botões até que daria para desligar a ansiedade.  – Minha intenção não é ser grossa, mas quando estou a ponto de ter um ataque de nervos não consigo classificar o que é educado e o que é grosseria. Meu pai me lança um olhar pelo canto dos olhos e então volta sua atenção para frente. 

Depois disso tento me concentrar em não bater mais meus dedos na janela e nem em morder cada parte da minha boca. Na última semana já devo ter causado umas cinco aftas. Deixo que meus pensamentos me levem e em pouco tempo já estamos na frente da rodoviária. 

Minha vontade é de abrir a porta do carro e sair correndo, mas meu pai enlouqueceria (mais ainda!) se eu fizesse isso. Sem contar que tinha mais chances de me perder do que de achar. Por isso espero calmamente a Vanessa sair e ir comigo, enquanto meu pai fica no carro, porque segundo ele não tem razão nenhuma de mais uma pessoa entrar naquela correria e vai-vem de pessoas sem menor utilidade. 

Sentir o cheiro da rodoviária e ver aquele anto de pessoas rindo, se abraçando, chorando, correndo, saindo, entrando me dá uma enorme nostalgia. Me faz lembrar do dia que sai do único lugar que conhecia por casa e vim morar com meu pai e com a Vanessa, duas pessoas que eu desconhecia completamente. 

- Os passageiros que vem de São Paulo descem aqui. – A Vanessa diz enquanto se senta em uma cadeira azul, tem alguns lugares vazios ao seu lado, mas não consigo ficar sentada, por isso tento ver quem está saindo daquelas portas de vidro e a cada vez que vejo uma menina com cabelo curto meu coração acelera. 

Até que a Babi passa pelas portas e eu só falto gritar. Ela está com o cabelo vermelho! VERMELHO! É um vermelho muito forte, quase no vinho, mas a deixa completamente diferente. Faz com que pareça ter uns 22 anos e não seus humildes 17! 

- O que você fez com seu cabelo? – Digo assim que consigo voltar a respirar depois do seu abraço de urso. 

- Gostou? – Ela sorri e passa a mãos livre pelos pequenos fios vermelhos. – Foi a mesma coisa que senti quando você resolveu ficar uma barbie e resolveu pintar os fios de preto. 

- Nem foram mudanças tão drásticas! – Dou outro abraço nela e espero a Vanessa cumprimentar ela e dar as boas vindas. A Vanessa está nervosa, dá para ver pela forma como ela ri histericamente e balança as mãos. 

Sei que a Babi vai sacar logo de cara que isso é sinal de nervosismo, pois, ao contrario de mim, ela sabe ler a linguagem corporal de uma pessoa como ninguém. 

Assim que chegamos ao carro os cumprimentos se seguem e a boas vindas também. Meu pai coloca a mala preta e cheia de tachinhas prata no porta malas e eu e a Babi entramos no carro. Ela e meu pai engatam em uma conversa sobre como andam as coisas em São Paulo, transito e coisas de governo e, apesar de achar tudo isso uma chatice, presto atenção como se fosse a coisa mais interessante. 

- A Rebeca todo dia chegava perto de ter uma sincope com medo de você não vim. – A Vanessa diz assim que o debate do meu pai com a Babi acaba e poucos segundos de silencio toma conta do espaço. 

A Babi começa a me mostrar algumas fotos no celular e me coloca para escutar algumas músicas enquanto a Vanessa volta a ouvir Jorge e Mateus e meu pai dirige com o olhar fixado na rua a sua frente. 

Os olhos da Babi estão brilhantes e ela está com uma cara de criança ansiosa pra receber a sobremesa. E eu sei perfeitamente que toda essa sua ansiedade não é apenas para saber se eu gostei ou não da música, mas sim para saber do Brian. 

Eu e ele quase não nos falamos e nem nos vimos mais. Mudei todos meus horários para não ter que esbarrar com ele pelo elevador, muitas vezes pego a escada também como alternativa para fugir dele e sua namorada perfeita. 

Não é por causa da Cecilia que estou fazendo tudo isso. Por mais que ela tenha unhas mais afiadas que gato que nunca viu tesoura, eu não sinto realmente medo dela. Ela ataca para se proteger. E eu me escondo e evito para me proteger. Cada um usa as armas que conhece. 

O Brian causa em mim sentimentos estranhos. Faz meu coração disparar e nas poucas semanas que estive com ele parecia que nenhum tempo era suficiente juntos. Por isso me afastei. Para me proteger. Ele estava com a Cecilia e não sentia nada por mim.

- Seu quarto é incrível! – A Babi diz assim que abro a porta e faço uma reverencia de brincadeira. Ela passa a mão pela lombada dos livros e joga sua mochila em cima da poltrona da escrivaninha. 

- Barbara, você já viu meu quarto de trás para frente! – Digo rindo e me jogo na cama. 

- Mas não é a mesma coisa pela imagem turva do Skype, Becky. – Ela diz e sorri. Sua cara, e aposto que a minha também, demostra o quanto ela está feliz de estar aqui. 

Depois de mostrar a casa para a Babi, deixo que, finalmente, ela entre no banho e enfim comemos. A Babi elogia infinitamente a lasanha da Vanessa e ela parece ainda mais eufórica. Ver a Vanessa desse jeito me faz querer rir, mas contenho o riso para não deixa-la ainda mais nervosa.

- O que acha de irmos ao cinema? – A Babi diz enquanto passa uma linha reta, perfeita de delineador. Bagunça um pouco suas madeixas cor de vinho e se vira para mim. 

- Por mim, tudo bem. – Sorrio e fecho meus olhos para ela passa o delineador em mim também. 

A Babi está com um short preto um pouco rasgado, uma blusa branca cavada que mostra as laterais do seu sutiã preto com detalhes em renda. Ela usa isso e parece completamente estilosa. Se eu uso isso me sentiria completamente vulgar. Mas nela fica completamente perfeito. 

Quando estamos descendo o elevador meu celular vibra e vejo que a Babi está concentrada digitando alguma coisa no dela. Na tela do celular pisca que tenho uma nova mensagem no facebook, assim que consigo desbloquear vejo que a mensagem é do Brian. 

É apenas um “Oi, tudo bem?”. Mas só essas poucas letras já são o suficiente para fazerem meu coração disparar. As portas do elevador se abrem e a Babi guarda seu telefone. Também jogo o meu dentro da bolsa sem nem responder. Eu havia jurado para ela que não falava mais com ele e se ela vir essa mensagem vai achar que isso é mentira. Sorrio e então seguimos para o cinema, que, por sorte, é perto o bastante para podermos ir andando. 

Demoramos quase meia hora para escolher o filme e então eu consegui convencê-la de ver uma adaptação de um livro adolescente que eu amo. Estava já com minha pipoca na mão e sorrindo quando alguém cutuca no meu ombro. 

- Ei! – Ele sussurra no meu ouvido me fazendo arrepiar. Nem preciso me virar para saber quem é. 

Oláaaa leitores! Tudo bem? Vocês não imaginam a saudade que eu estava de escrever! Como comentei no "Hiatus", eu ando super sem tempo, nesse fim de semana pós-carnaval que o curso deu uma aliviada e eu consegui escrever! Espero que tenham curtido o capitulo e não esqueçam de comentar!

Agora uma coisa super importante: PASSAMOS DE 10.000 LEITURAS! Sério gente, vocês não imaginam a minha felicidade! Sou muuuuuuito grata a todos vocês que leem, comentam, votam e me ajudam a divulgar! Vocês são uns amores e espero que as minhas histórias (em poucos meses teremos mais uma por aí) agradem sempre vocês e que eu seja sempre digna desse carinho todo ♥

Ps: na foto é a Bia Arantes, a atriz que eu me inspiro para compor o visual da Babi.

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