Heartbreaker

By bizzleztz

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Addison Moore queria muitas coisas e uma delas era Justin Bieber, o garoto mais bonito do colégio e que para... More

Personagens
Prólogo
1 - Angel
2 - The most beautiful boy in the whole school
3 - My favorite girl
4 - Date
5 - The same boy and the same vacancy
6 - The heart wants what it wants
7 - You really like her?
8 - Damn, Angel
9 - A truce
10 - She is not so bad
11 - I'm in love with you
12 - Starting to feel attracted
13 - I hate this girl
14 - Company and embraced
15 - Bob is dog name
16 - Discussion between friends
18 - I need help
19 - I will still conquer him.
20 - Perfect match
21 - Proposal for Angel
22- First kiss.
23 - Call out my name
24 - Justin's party
25 - First Time
26 - Heartbreaker
27 - Cut You Off

17 - The vacancy is not her

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By bizzleztz

Justin Bieber

Canadá — 2016

"Eu estou tão cansada de mim mesma
Eu preferia ser, preferia ser
Qualquer pessoa, qualquer outra pessoa
Minha inveja, inveja começou a me seguir
Começou a me seguir
E eu vejo todo mundo conseguindo tudo que eu quero
Eu estou feliz por eles, mas então de novo, eu não estou"

— Agora é a minha vez, Justin — Chaz tomou minha manete e atrapalhou meu personagem a lutar, fazendo com que Nolan me derrotasse.

Eu e os garotos estamos no quarto de Nolan, jogando vídeo game como sempre fazemos pelo menos uma vez na semana. É nosso ritual, cada semana na casa de um. Jogamos vídeo game, basquete, falamos sobre garotas e até mesmo estudamos, mas isso é só às vezes.

— Só assim para vocês ganharem de mim — zombei, com o ar superior.

— Justin, até minha avó que não deve saber nem o que é vídeo game ganha do Nolan — Chaz respondeu e ganhou um tapa na nuca de Nolan. Eu ri.

— Ei, eu ganhei agora — Nolan resmungou.

— Porque eu tomei a manete do Justin — disse como se fosse óbvio.

— Isso aí — levantei os ombros e tombei um pouco a cabeça.

Me levantei e peguei a bola, jogando na pequena cesta que ficava pendurada na porta de entrada do quarto.

— Você anda muito felizinho, Nolan, o que aconteceu? — perguntei ao reparar que o garoto estava três vezes mais animado que o normal e até mesmo sorria sozinho. — Qual foi a vadia da vez?

Falar sobre isso me lembrou de Jazmyn, da festa. E por um segundo que fosse, ter desconfiado que eles estavam juntos. Aquilo era coisa da minha cabeça, os dois não teriam coragem de fazer isso, ainda mais debaixo do meu nariz. E eu e os garotos sempre fechamos um acordo: não mexer com a irmã um do outro.

Acho que se eu soubesse que um deles está com a minha irmã, eu surtaria.

— Eu também reparei isso, você anda sorrindo até para as paredes — Chaz comentou, pausando a partida no vídeo game. — Não acredito que vou perder mais um.

— Mais um? Como assim? — perguntei indo até a cama de casal e me jogando nela, com os pés para fora.

— É, ué, você já foi amarrado pela Angel e agora Nolan por essa daí — Chaz comentou.

Nolan bufou e se levantou, tomando a manete de Chaz e colocando sobre o armário.

— Não a chamem assim — rosnou.

— Então existe ela mesmo? — perguntei me deitando de lado e colocando as mãos debaixo da cabeça.

Já tinha visto Nolan recusar algumas garotas nas festas e sempre desconfiamos que tinha uma tal garota, só que ele guarda a sete chaves esse segredo. Não conta nem sob tortura.

— Sim... Não, quer dizer, não, mas isso não interessa a vocês.

— Somos seus melhores amigos — Chaz disse incrédulo. —, vocês sabem até quando eu cago.

— Puta merda! — fiz uma careta, com nojo.

— Eu sei, mas... — me encarou. — Ela é maravilhosa, uma garota especial e que me faz bem pra caramba. Eu realmente a amo.

Abri a boca, um pouco chocado, ele estava dizendo que ama essa tal garota. Amor é uma coisa mais forte, séria.

— Brigamos muito por não querer assumir nosso namoro e até mesmo por ciúmes, ela sabe me torturar quando eu sou um idiota — revirou os olhos e riu. —, mas ao mesmo tempo que eu quero me afastar porque sei que parece errada nossa relação, eu não consigo, sabe? É mais forte! Eu gosto de acordar e ver mensagens dela, na hora um sorriso cresce no meu rosto. Eu gosto de dormir só depois de falar com ela, gosto do beijo, do carinho. Eu amo ela toda.

Pisquei algumas vezes, refletindo sobre o que Nolan disse, a forma que ele falava com tanto carinho da tal garota. E algumas coisas eu até entendi, mas era uma situação diferente.

As mensagens de Addison já não me incomodavam mais tanto quanto antes, eu achava até legalzinho às vezes a forma que ela demonstrava seu carinho. E já era estranho quando ela sumia por algumas longas horas e não me dava um bom dia ou boa noite, como sempre fazia.

Balancei a cabeça. Que comparação estúpida, muito estúpida.

— Então por que você esconde ela? — Chaz perguntou, antes que eu pudesse fazer isso.

Nolan me olhou por alguns segundos e desviou o olhar.

— É complicado.

— Se você gosta, não é complicado — dei de ombros.

— Acredite, Justin, se você soubesse não estaria me falando isso — ele riu, mas vi que não tinha graça nenhuma.

— Como... — comecei, porém fui interrompido pelo celular.

Tirei o mesmo do bolso e vi algumas ligações de Angel, ignorei e então ele tocou com uma ligação de vídeo de Addison. Mordi os lábios, sem saber se atendia ou não.

— Já volto — disse me levantando da cama e indo até a porta.

Abri a mesma e saí, fechando atrás de mim. Atendi e logo ela apareceu na tela.

— Oi, Justin — levantou a palma da mão, mexendo os dedos.

Addison estava com o cabelo enrolado nas pontas e a maquiagem bem leve, suas bochechas estavam coradas. Ela sorriu de leve e parecia um pouco tensa, pelos ombros rígidos. Em pouco tempo eu já estava conhecendo mais sobre ela, entendendo seu jeito de agir, suas reações.

— Ei — disse enquanto andava pelo corredor da casa de Nolan —, o que devo a honra da sua ilustre ligação? — debochei já descendo as escadas.

— Hoje é o jantar na casa do Decano e eu estou tão nervosa — encheu as bochechas de ar enquanto mexia as mãos. — E merda! Você é lindo até por vídeo.

— Eu sou lindo de qualquer jeito — pisquei e ela revirou os olhos, assentindo. — Não fica assim. Você vai se sair bem, se ele te deu outra chance é porque acredita em você. Tenho certeza que a vaga é sua — me encostei na escada, ficando um pé em cima e outro no segundo degrau.

— Você acha? — pude ver seus olhos brilhando. — Você sabe que sua namoradinha também está concorrendo a vaga, né?!

— Sim, mas sei que ela é sua — disse a verdade, eu realmente achava aquilo.

— Isso quer dizer que você está torcendo por mim — Addison riu e eu revirei os olhos. —, pode assumir, Bieber. Eu não conto para ela — falou baixinho, como se fosse nosso segredo.

— Nem morto! Mas Angel começou isso errado, as pessoas podem até conseguir ganhar uma coisa ou outra na trapaça, mas no final não dá certo.

— Meu pai diz a mesma coisa, mas sei que vocês tem razão — mexi os ombros, com um sorrisinho convencido.

— Eu realmente gostei do seu pai — comentei, lembrando do homem.

— E ele de você, disse que você parece ser um bom garoto.

— Eu sou.

—Você está mais para bad boy, lutador.

Eu mordi o canto dos lábios, reprimindo o sorriso, por ter gostado dela ter me chamado assim.

— Realmente.

Addison suspirou e desviou o olhar.

— Estou uma pilha de nervos, conversar com você me acalma. Eu sei que às vezes eu te incomodo, mas eu não consigo ficar sem te chamar. E que isso é humilhante — tampou o rosto com as mãos, enquanto falava. —, mas eu gosto do pouco que você me dá.

Engoli seco, porque eu também me sentia assim, mas nem morto eu assumo. Caramba, ela ainda é a... Addison.

Ao mesmo tempo que eu gostava, algo dentro da minha cabeça ficava me lembrando toda hora que ela é a vadia do colégio, que ela passou pela cama de todos os meus colegas do time. Que todos tocaram no corpo dela.

Argh! Como gostar de uma garota que fodeu com meus colegas?

— Pouco? Com a fama que você tem, eu conversar com você estou fazendo é até demais — disse sério e Addison mordeu os lábios, olhando para o lado.

— Desculpa, não quero parecer ingrata, eu sei que você está se esforçando para a gente se dar bem — encolheu os ombros.

Suspirei, percebendo que talvez fui rude demais.

— Até que é legalzinho quando você me liga — contornei, mas não deixei minha pose de durão e ela riu, entendendo.

— Você é impossível, Bieber — negou com a cabeça, quando viu que eu estava me fazendo de bobo. Vi ela andar pelo quarto e colocar o celular em cima de alguma coisa, se afastando e dando-me uma visão melhor dela. — Onde você está? — mudou de assunto.

Addison tinha uma mania de sempre perguntar onde eu estava e com quem, mas aquilo não me incomodava de forma alguma. Eu não ligava.

— Na casa do Nolan, hoje é a noite dos garotos — contei.

— Bebidas, garotas e jogos. Adivinhei? — Addison jogou o corpo para frente, me dando a visão do seu busto no vestido, seu decote era pequeno, mas não deixou de chamar minha atenção para seus seios.

Passei a língua por cima dos lábios, mordendo em seguida e então subindo o olhar.

— Troca bebida por estudos — disse e ela fez um bico, me olhando desconfiada.

— Você, estudando? — perguntou, diminuindo os olhos.

Não faz isso...

— É nosso último ano, não tem jeito — dei de ombros. — Se fosse ano passado com certeza era bebida.

— E eu que achava que o único cálculo que você fazia era de física: qual o impacto do soco no rosto de alguém — neguei com a cabeça, rindo. — Foi boa, né?

— Sim. E é difícil de acreditar, mas minhas notas são boas — enruguei a testa. — Bom, não tão boas, porém pelo menos o suficiente para passar de ano é.

— O famoso passou raspando — se ajeitou, ficando totalmente em pé. — Como estou?

Ela passou a mão ao redor do corpo, me deixando ver o quão perfeito o vestido ficou nela. Addison então colocou a língua para fora, fazendo uma careta para mim. Ri e neguei.

— Está linda — cocei a garganta, sentindo minhas bochechas corarem quando vi o que falei — Quer dizer, você está bem.

— Obrigada, gatinho — foi até o celular e pegou, agora mostrando só seu rosto e busto. — Não precisa corar, Justin, você não vai morrer por me achar linda. E nem vem com "você está bem", não se elogia uma garota assim.

Revirei os olhos.

— Eu sei elogiar uma garota — disse ofendido.

— Contanto que não seja eu, né?! — abri a boca e fechei, negando com a cabeça. — Preciso ir, me deseja boa sorte? — tombou a cabeça para o lado.

— Boa sorte, a vaga já é sua.

Addison sorriu e agradeceu, me mandando um beijinho. Desliguei e abri as mensagens de Angel e bufei, por ver que as duas tinham me falado a mesma coisa. As duas estranhamente tem gostos e alguns jeitos parecidos.

"Hoje é o jantar. Me deseja boa sorte, amor?"

"Boa sorte." Mandei e bloqueei o celular logo em seguida.

— Até que fim hein — Nolan disse, assim que entrei novamente no quarto.

Dei de ombro e me sentei ao lado dele, me sentindo mais leve.

Addison Moore

Estacionei em frente à mansão e abri a boca, ao ver o quão grande era. Caramba, acho que em vez de artes eu vou abrir uma universidade.

Saí do carro e bati a porta, vendo vários carros estacionados no pátio da mansão, em frente à mesma.

Andei pelo lugar, observando algumas estátuas e o enorme chafariz de água. Era realmente lindo. Cheguei à porta e vi uma mulher com um tablet, parado na mesma.

— Boa noite — cumprimentei, parando alguns centímetros dele.

A mulher era morena e de cara parecia bastante simpática, pelo menos a primeira impressão foi essa.

— Boa noite — sorriu e eu retribuí. —, do Elite?

— Sim, Addison Moore — respondi tentando conter a animação em minha voz e a mulher logo procurou no tablet.

Era impossível, meu sonho estava perto de se realizar, Justin estava sendo mais legal comigo e até mesmo não me ignorava mais. Tem como não ficar feliz?

— Belo nome — elogiou. — Pode entrar, boa sorte.

— Obrigada, vou precisar — suspirei antes de entrar na casa.

Vi o total de dez alunos do Elite, por reconhecê-los e mais alguns de outros colégios, mas eles não teriam nada a ver com a gente. Isso me tranquilizou bastante.

Vi Dylan e ele me olhou de volta sorrindo, fui até ele.

— Ei — lhe dei um rápido abraço e ele corou. — Não sabia que você também queria Yale.

Fiquei feliz por Dylan e um pouco preocupada por mim, pelo fato dele ser nerd e ter grandes chances de pegar a última vaga que falta.

Por que eu sou tão azarada?

— N-nunca conversamos sobre m-mim — mexeu nos óculos, enquanto abaixava o olhar.

Tombei a cabeça para o lado, com um pouquinho de pena dele. Eu sei que ele gosta de mim e sempre tenta me agradar, ficar perto e eu insensível sempre fico falando de Justin, como eu gosto dele ou sei lá.

— Desculpa, Dylan — acariciei sua bochecha e ele corou como um menininho. — Eu sou uma péssima pessoa, né? Eu nunca nem me importei em te perguntar nada sobre você.

— Você é maravilhosa, eu que sou sem graça mesmo — encolheu os ombros.

Ele é tão tímido.

— Dy — o chamei pelo apelido. —, você é uma ótima pessoa, carinhoso e sempre atencioso, bom, pelo menos comigo — ri e ele fez o mesmo. — Você não é sem graça ou nada disso que o pessoal na escola fala.

— Eu não sei, Addison. De tanto ouvir coisas ruins sobre mim, eu acho que acredito, entende? — assenti. — Eu sou só o nerd feio e idiota.

Eu o entendia na parte de começar a nos ver como as pessoas nos pinta. Por várias vezes eu me vi como a Addison vadia, que não prestava e só servia de alívio para os garotos do time. Quer dizer, ainda faço isso. É uma coisa que mexe com a gente.

— Você não é feio, sério, nunca deixa ninguém te dizer isso — peguei em sua mão, falando com uma expressão séria. Sua mão estava gelada e ele ficava cada vez mais sem jeito perto de mim. — Você é lindo e eu não digo por dizer, eu realmente te acho lindo. Caramba, olha esses olhos azuis. — ele ri ainda acanhado.

— Assim você me deixa sem graça.

— Mais? É impossível — ri e virei a cabeça, então encontrei Ágatha Salvatore a alguns metros da gente. — Meu Deus!

— O que? — perguntou e virou o corpo, olhando na mesma direção que eu. — Nossa, é a cientista e pesquisadora Ágatha Salvatore.

— É a Ágatha Salvatore. Caramba! — comecei a ficar nervosa. — Eu não acredito que ela está aqui.

— Ela é uma enorme referência para Yale, se o laboratório de Yale tem ótimas referências é graças a ela e sua procura incansável contra a cura do HIV, câncer e diabetes por meio de vacinas.

— E ela é esposa do Decano — completei. — Eu vou escrever o nome dela, vou ser uma das primeiras mesmo pelo menos, acho que não vai ter problema.

— É uma boa, mas ao mesmo tempo também não, todo mundo vai querer falar dela e se destacar vai ser algo meio impossível.

— Bom, não vai ser um problema para mim, cheguei a ler o livro dela — dei de ombros.

— Sério? — assenti. — Boa sorte então.

— Obrigada. Pra você também, Dylan — pisquei e ele corou, desviando o olhar. — Vou lá.

— Boa sorte, de novo!

Depois de colocar meu nome na vasilha, soltei o ar sentindo meu coração quase sair pela boca de nervosismo. Andei até Ágatha e vi que ela estava conversando com alguns alunos de outras escolas, enquanto bebericava seu champanhe. Ela sorriu de leve e trocou o peso de uma perna por outra. Ela é muito elegante, caramba!

— Oi — disse sorrindo, quando vi os três garotos se afastarem dela, os mesmo que conversavam com Ágatha há minutos atrás. — Eu sou Addison Moore do colégio Elite.

— Olá — ela beijou os dois lados do meu rosto, colocando a mão em minhas costas. — O Elite é um ótimo colégio, já fiz palestras por lá.

— Eu sei, participei de uma e foi super importante para mim — disse lembrando da minha avó.

— E qual era o tema, mesmo? Não me lembro bem — perguntou e eu sabia que ela estava jogando comigo, para saber se eu sabia mesmo ou só estava tentando impressioná-la.

Mas eu sabia...

— Sobre diabetes, como já estão avançadas as pesquisas para o tratamento dessa doença por vacinas. Principalmente no... — fechei os olhos, buscando em mente. — No Brasil.

Ágatha sorriu e eu vi o quão satisfeita ela estava com a minha resposta. Isso me acalmou um pouco.

— Vejo que você tem uma boa memória e que prestou atenção mesmo na minha palestra.

— Eu tenho — ri fraco —, como eu disse; foi importante para mim porque minha avó paterna sofreu com isso e é hereditário. Meu pai sempre pega no meu pé e da minha irmã com isso.

— Sinto muito pela sua avó — tocou meu ombro. — Vejo que seu pai é um ótimo pai, hum?

— Ele é — eu sorri e tenho certeza que meus olhos brilharam.

— Mas o que pretende estudar em Yale? — Ágatha perguntou.

— Artes Visuais, é o meu maior sonho. Desde pequena eu amo desenhar e pintar, é um dom.

— Ótima escolha, tenho certeza que vai adorar o curso de Artes da Yale, os professores são ótimos.

— Sei que sim, mas isso se eu conseguir a vaga — disse com humor.

— Sabe, seu olhar me lembra uma... — ela não terminou, porque logo foi chamada.

— Ágatha Salvatore! — ouvi a voz irritante atrás de mim e me segurei para não revirar os olhos na frente de Ágatha.

Eu me virei, junto a Ágatha e forcei um sorriso para a ruiva que tinha um enorme sorriso nos lábios.

— Sim — Ágatha respondeu.

— Meu Deus, nem acredito que você está aqui. Quer dizer, eu sei que seu marido é o Decano, mas mesmo assim. Meu nome é Angel Grande e tenho certeza que você me conhece, já usou um dos modelos exclusivos da minha mãe.

— Não me recordo — ela respondeu e eu quis rir, ao ver o rosto de Angel ficar caído.

Ela corou e passou a língua entre os lábios, sem graça.

Angel sempre fazia a mesma coisa, com qualquer pessoa. Chegava, se apresentava e já falava sobre os pais, se vangloriando, mas no fim ninguém conhecia nenhum dos três e aquilo me fazia rir muito. A expressão dela de decepção então, era pura diversão.

— Ah, hum, bom — ela passou as mãos nos fios de cabelo, me ignorando ali.

— Agora preciso ir, tenho mais alguns alunos para conversar. Foi um prazer te conhecer Addison — segurou minha mão e eu tive um mini surto por dentro. — E... Angel — disse antes de sair andando.

— Meu Deus — sussurrei observando a Ágatha.

— Ela praticamente me ignorou — Angel disse meio chocada.

Eu ri.

— Claro, você só quer chegar e falar sobre essa sua mãe — dei de ombros.

— Eu não — ela se afastou, quando viu que estava próxima demais de mim. — Mas bem, pelo menos eu tenho uma mãe para falar sobre ela — deu um sorrisinho.

— Mas... — comecei a falar, porém parei, sentindo minha garganta fechar totalmente.

Justin... Eu não acredito! Eu não quero acreditar que ele contou isso para essa garota. Foi um momento de fraqueza que eu desabafei e... Caramba, Bieber!

— O gato comeu sua língua, Addison? — sorriu sacana. — Espero que na hora que Decano aparecer sua língua volte ao normal, você tem que fazer um belo discurso sobre Ruth J. Simmons. Você sabe, o G vem antes do M.

Enruguei a testa confusa e Angel balançou a mão, me dando um tchauzinho e saindo de perto de mim. Sorrindo como da última vez que ela me ferrou em frente ao Decano.

Ruth J. Simmons. Ruth J. Simmons. Ruth J. Simmons.

Esse nome martelou na minha cabeça.

Por que Angel falou sobre ela? Que eu sei, Ruth é presidente da universidade de Brown, que tem uma pequena rixa com Yale.

Os papéis. A atividade sobre nomes que fizeram diferença em Yale. A universidade que sempre está batendo de frente com Yale.

Eu senti minhas mãos começarem a tremerem e meu coração acelerar, fazendo com que eu ficasse até com certa dificuldade de respirar. Esfreguei meu peito lentamente tentando fazer com que aquela sensação de agonia fosse embora, porém não funcionou.

Eu senti mãos quentes segurarem meu ombro e pisquei, encontrando Dylan na minha frente.

— Addison, você está passando mal? — escorreu a mão pelo meu braço até a minha. — Você parece que está tendo um ataque, as pessoas vão acabar percebendo — sussurrou, olhando para os lados.

— E-eu preciso... — disse desnorteada. — Eu preciso trocar os papéis.

— O que? — me olhou confuso.

Dylan ao contrário das outras vezes perto de mim, ele parecia preocupado, bastante preocupado e não mais tímido.

— A Angel, ela trocou e colocou o nome da Ruth J. Simmons — sussurrei, ainda com dificuldade de respirar.

Meus olhos se encheram de lágrimas e puxei Dylan até a mesa no canto, que estava no cômodo ao lado, sabendo que eu não estava conseguindo me controlar.

— Como você sabe que ela fez isso? — neguei com a cabeça. — Addison.

— Ela me disse, entrelinhas, mas me disse — disse rápido e comecei a puxar os papéis de dentro e olhando nome por nome. — Vigia, para que ninguém veja.

— Você não pode fazer isso — ele disse baixinho, no meio da porta que dividia os cômodos. — Meus Deus, se alguém ver.

— Você está me deixando mais nervosa — disse com as mãos tremendo. — Me ajuda aqui, eu preciso achar mais rápido.

— Se alguém... — o interrompi.

— Fica quieto, você está me deixando nervosa — choraminguei e grunhi logo em seguida. — Me desculpa, Dy.

Dylan não disse nada e começou à procura comigo. Achei meu nome, depois de abrir vários papéis com nome de diferentes alunos e de Ágatha juntos. Abri e vi Addison Moore - Ruth J. Simmons.

Céus, como essa garota é nojenta, suja e mais trezentos adjetivos ruins. Ela não cansa de jogar sujo, de tentar se dar bem, até mesmo no último minuto.

— Eu achei o dela — Dylan disse alto e logo colocou a mão na boca.

— Aí meu Deus — peguei o papel dela.

Peguei novos papéis, que estavam ao lado da mesa e escrevi com um pouco de dificuldade, por estar tremendo.

— Você não pode fazer isso, Addison, é errado.

Fechei os olhos, mordendo os lábios. Eu sabia que era errado, mas ela tinha trocado os nomes só para me prejudicar, colocando um rival de Decano. Então, o mais certo é ela ficar com ele então, certo? Eu não gosto de trapaças, nunca fiz isso contra ninguém. Angel começou, eu só estou tendo uma reação da sua ação.

— Ela escreveu o nome da Ruth, então Angel que fique com ela.

Terminei e joguei os papéis de volta na vasilha transparente. Respirei fundo e fechei os olhos me encostando na mesa.

— Puxa o ar e solta, várias vezes — senti Dylan pegar as minhas mãos e entrelaçar as dele. — Você precisa fazer isso, faz comigo, ok?

Assenti com a cabeça, ainda sem abrir os olhos e sentindo as lágrimas caírem. Eu comecei a fazer o que ele me pediu, puxando e soltando o ar várias e várias vezes, enquanto ele seguia conversando e tentando me acalmar. Eu senti aquela dor e agonia diminuir, assim como minha visão melhorar, quando abri os olhos.

— Isso. — disse com calma. — Você está melhor?

Não respondi e abracei forte Dylan, apertando meus dedos contra sua camisa.

— Obrigada. Obrigada. Obrigada. — agradeci baixo, no seu ouvido.


•••

— Primeiramente, quero agradecer a todos que estão aqui. É uma honra ver que Yale é o sonho de muitos, que querem dar um passo tão importante e fazerem parte da minha universidade. Estou muito feliz por isso — todos o aplaudiram. —, então vou dar abertura à atividade.

Decano tinha discursado por quase uma hora e aquilo só nos fazia quase morrer de tanta ansiedade. Quando ele começou por letra alfabética pelo sobrenome, eu mal via a hora que chegasse ao tão esperado G, bom, pelo menos por mim e... Angel.

— Angel Grande — Decano chamou e fechou um pouco a expressão, olhando para o papel em sua mão.

Angel sorriu e puxou o ar, contente, começando a falar.

— Boa noite — disse primeiro. — O nome que eu escolhi é um grande exemplo para mim e tenho certeza que para todos aqui. Ágatha Salvatore é...

— Espere — Decano disse e Angel tirou o sorriso do rosto, encarando confuso. — Você não colocou Ágatha e muito menos nenhum exemplo a seguir de Yale e sim Ruth J. Simmons — terminou falando, com claro desgosto.

Então todos começaram a cochichar enquanto encarava Angel meio chocados, pela audácia dela. Dylan tremeu ao meu lado, ao menos me olhando, de tão nervoso. Angel se virou para o lado e me olhou com sangue nos olhos.

Ela sabe que fui eu. Ela sabe que trocou os papéis e que eu fui lá e troquei novamente, mas dessa vez com ela levando a pior. E ela sabe que a vaga pode até não ser minha, mas dela não vai ser nunca depois disso.

Acabou o plot universidade? eu ouvi um amém? hahah eu não aguentava mais, juro! mas finalmente veio aí. O que vocês acharam do capítulo? Para quem não entendeu muito bem, a Addison teve um ataque de ansiedade/pânico depois que a Angel falou sobre a mãe e deixou entrelinhas que tinha (mais uma vez) jogado sujo.
Não deixem de comentar e votar, próximo voltar logo logo <3

Betagem: Wonderful Designs - @isnandssb

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