CARTAS PARA MEU NOIVO ( Mpreg...

By LadyFelipe19

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Ano 1892. 4 anos após a abolição da escravidão, uma cidade bem do interior, começava a sofrer com as crises d... More

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By LadyFelipe19

Boa leitura amores 🤗♥️♥️♥️🤗🤗🤗




— Eu vou te avisar pela última vez! Fica longe do meu noivo! Do MEU Samuel! - Falou com raiva, enfatizando a palavra meu. Pegou Samuel e lhe beijou à força. Samuel se soltou e deu dois tapas no rosto dele.

— VOSMECÊ FICOU MALUCO!!? EU NAO SOU SEU, NAO SOU SEU OBJETO, EU FALO COM QUEM EU QUERO, E NAO TEM QUE SE METER EM NADA, VOSMECÊ É UM ESTÚPIDO!!! - falou com raiva e saiu andando para dentro. Alonso sentiu o remorso pela besteira que fez. Danilo se aproximou.

— Se ama realmente o Samuel, aprenda a confiar nele, não o veja com propriedade, ele é um cara livre, e que sabe perceber se alguém é desrespeitoso, e se tem tanto medo que eu me aproxime dele, sugiro que mude de atitude rápido, porque dessa forma, a gentileza e o amor que ele não encontra em seu noivo, vai procurar em outras pessoas. - Danilo deixou o recado e saiu, e Alonso ficou pensando na besteira que fez.

Samuel entrou com raiva e tremendo, seu tio percebe seu estado e vai até ele, Samuel não pensa duas vezes e se joga nos braços de seu tio.

— Meu querido! O que houve?

— O Alonso!! Ele é um idiota!! - falou com raiva

— Mas o que ele fez? - antes que Samuel falasse algo, Alonso entrou.

— Fui um idiota completo! Desconfiei da pessoa que ontem estava trocando juras de amor, eu te peço perdão, e acho melhor eu ir embora, assim poderá escolher alguém que lhe mereça. - Samuel ficou chocado.

No centro da cidade, Rosalinda olhava algumas correspondências pela rua, distraída. A Baronesa, estava andando com Gonzalina pela rua, até que viu uma botica de bebidas.

— Gonzalina! Disfarçadamente vá até a botica e me compre um galão de licor - a empregada ia, mas ela chamou de volta - melhor traga duas e fala que depois meu filho acerta, vá, vá - Urraca ordena, e quando ela se vira, dá de cara com Rosalinda - VOLTE! VOLTE! - ela ordenou para sua empregada.

— Aí Que susto gambá emplumado!!! Deu pra assustar as pessoas agora, Dona Inhaca? Veio tomar o goró? - perguntou olhando para a botica mais próxima de onde estavam

— IMORAL! PECADORA-MOR! Como se atreve? Eu sou a defensora da moral desta cidade....

— Não me venha com lorotas, chuvisco de pinga! Acha que não sei do vexame que deu na mansão do Barão Elias.

— Fale baixo! Mulher imoral! Como soube disso?! Aposto que aquele sobrinho do Barão que contou!!

— Foi mesmo, e me disse mais que se dependesse dele, a senhora e essa sua catinga passaria bem longe da mansão do tio dele, já eu florzinha, cheirosa e limpinha, serei sempre bem vinda.

— Claro! São tudo da mesma laia, farinhas do mesmo saco.

— Eu vou me ir, afinal encontrar a senhora não faz bem para o caminho de ninguém, espero lhe demorar a ver, FEDORENTA!!!

— Suma daqui, ROSAMURCHA PAVOA!!

Na mansão, os climas estavam exaltados, Samuel não entendia as palavras de Alonso.

— Ir embora! Como assim ir embora?!! Como pode ser tão covarde?!! Então é isso, prefere fugir e me abandonar?!!

— Mas estando aqui, só lhe faço sofrer!

— É certo que me magoou com sua desconfiança lá fora, mas também mostra que tem ciúmes, e quer cuidar de mim, apenas faz isso da maneira errada. Eu não sou sua propriedade, somos um casal, um tem que ser o apoio do outro, e não aceito sua decisão, não sairá daqui, a menos que eu vá com vosmecê, ouviu bem? - Samuel falou bem autoritário, sem espaços para questionamentos.

— Bom, se assim deseja, vosmecê me perdoa?

— Perdôo se isso não se repetir! - os dois fizeram as pazes e Elias olhava sem entender muito bem, mas depois eles explicaram direito, e tudo voltou ao normal

3 semanas depois...

Durante esse tempo, muita coisa se passou, Alonso mudou bastante, estava dedicado ao trabalho e tinha uma relação muito boa com Elias, com Samuel, Alonso tem sido respeitador, e conquistado ele dia após dia. Samuel encontrou uma nova espécie de planta medicinal, muito eficaz, ajuda em febres altas, uma descoberta que uma junta de médicos resolveu estudar melhor junto a Samuel. Danilo assumiu Heleno, e o tirou da pensão Jardineira, sua mãe não gostou nada, mas não tinha o que fazer, foi obrigada a aceitar. 

A cidade estava bastante empolvorosa, hoje a Viscondessa de Três Rios, chega na cidade. Ela promoveu um baile de máscaras em seu palacete, muitas damas ficaram dias pensando em seus vestidos e máscaras. Na casa do Barão, todos estavam deveras curiosos com a chegada da Viscondessa.

— Como ela será? Será que ela se parece com os retratos que vemos daquelas senhoras européias? - Samuel perguntou sorrindo.

— Não sei amor! Mas temos que mostrar boas-vindas calorosas, ela pode se agradar e quem sabe trazer as modernidades que precisamos para a fábrica.

— Tem razão Alonso! Três Rios é bastante avançada na parte de maquinaria, pode ser uma promissora aliança.

— Bom, o que eu sei é que estou animado para esse baile de máscaras, a minha roupa é linda, tenho certeza que vou me destacar. - Samuel falou bem feliz 

— Tenho certeza meu amor! - eles deram um selinho - e sua mãe? Mandou mais alguma carta?

— Sim! Ela vem, juntamente com Elisa para o Baile, e disse que está doida para me encontrar. - Samuel fala eufórico, durante essas semanas, ele e sua mãe estavam trocando correspondências.

— Fico feliz com isso! Ela disse em que horário virá, para que possamos buscá-las?

— Ela informou que virá no final da tarde, lá pelas quatro. Vosmecês irão comigo?

— Vamos sim meu amor! Acho que está na hora de conhecer minha sogra!

— Verdade! E já contou a ela sobre a farsa? - Elias perguntou

— Na verdade não meu tio! Não tive coragem,e tenho medo do que meu pai pode fazer se descobrir que era tudo mentira.

— Mas meu amor, uma hora eles vão saber, não deve esconder algo assim, e não se preocupe que ninguém vai te separar de mim. - os dois deram mais um beijo.

— Alonso tem razão! Não tem mais motivos para sustentar essa mentira, quero que conte a verdade para sua mãe.

— Falarei sim meu tio, não se preocupe. Mas aqui, aquela Baronesa Fedegosa vai também?

— Samuel!!

— Tio me desculpe! Mas aguentar o odor desagradável daquela senhora num baile tão refinado é demais para minha cabeça.

—  Ela provavelmente irá com Danilo, e achei corajoso da parte desse rapaz, assumir aquele jovem!

— Eu também! Pena que a beleza do Heleno não chega nem perto do meu amor! - Alonso falou todo romântico para Samuel.

— É tio, ganhei um meloso apaixonado,mas eu não troco por nada. - os dois deram um beijo

Na pensão Jardineira, Rosalinda estava enfurecida, justo no dia em que iria reestrear seu famoso número dos leques, seria o baile da Viscondessa.

— Vamos remarcar para amanhã Rosalinda? - sugeriu Violeta, uma das florzinhas.

— De jeito nenhum, quero baderna hoje, furdunço até não poder mais, mas o problema é que senhores e suas senhoras vão ao baile dessa Viscondessa, e os bebum irão vir tudo para cá.

— Mas é de se esperar Rosalinda...

— Não é de se esperar, eu tenho que fazer alguma coisa, já anunciei pela vila sobre meu número. - Nesse momento, adentra em sua pensão a pessoa que ela jamais imaginaria que entraria ali, Urraca.

— ROSAMURCHA PAVOA! Preciso conversar com vosmecê, e se me atrevi a pisar nesse antro de perdição, é porque o assunto é sério!

Na casa de Dona Urraca, Danilo estava tomando seu café, quando Heleno chegou na mesa e pôs um bolo de coco em cima da mesma.

—  Eu aprendi, quer experimentar? - ele se encantou por aquele gesto, e deu um beijo nele.

— Ainda pergunta meu amor, é claro que eu vou ! - Danilo tirou um pedaço, e quando comeu um sabor muito especial lhe invadiu - Heleno, isso tá divino! - Heleno dá um sorriso para Danilo - vosmecê já se aprontou, olhou sua roupa?

— Sim, e ela é tão linda amor!

— Tenho certeza que sim, mas vou querer mais ainda é te ver sem elas. - falou safado e os dois deram um beijo.

— Danilo, sua mãe não ficou chateada de vosmecê me levar no lugar dela?

— Não, meu lindo. Minha mãe entendeu perfeitamente.

— AAAAIIIIIII DE MIM! AI DE MIM! A GENTE CARREGA ESTE ESTAFERMO DURANTE NOVE MESES, PARA QUE DEPOIS CRESÇA, EU LEVAR UMA FACADA NAS COSTAS! - Urraca estava se superando no seu drama.

— Um momento Dona Inhaca! Primeiro pare com este drama aqui na minha pensão, e segundo porque está com essas lamúrias para o meu lado?

— Porque isso é culpa, DAQUELE IMORAL QUE SE INSTALOU NA MINHA CASA. ERA PARA EU ESTAR NAQUELE BAILE, MAS NÃO, A CRIATURA QUE EU PUS NO MUNDO, REJEITOU A COMPANHIA DE SUA PRÓPRIA MÃE! AII DE MIM!! - E voltou ao drama.

— Não posso recriminá-lo, qualquer pessoa em sua presença, perde a reputação no mesmo instante.

— Vosmecê não me provoque, Rosamurcha!!

— Enfim, está assim porque Heleno vai em seu lugar para o tal baile da Viscondessa, pois bem tive uma ideia, que vai ajudar nós duas.

— Rosalinda Pavão e Dona Urraca de Almeida aliadas!?!? Tá aí uma coisa que eu jamais pensei em ver na minha vida.

FREGUESIA BRASILIENSE

As coisas na cidade estavam iguais, sem nada muito novo, com o tempo as pessoas esqueceram o fato com o Samuel, Suzana se casou com Bernardo, e sua criança crescia saudável. No armazém, seu Sérgio continuava na peleja, para manter as mercadorias, Samuel tem mandado dinheiro, mas ele se recusa a aceitar. Dona Madalena estava muito feliz que vai rever seu filho, Elisa e Gabriel seu marido, haviam conseguido uma pequena folga da padaria e iram com ela.

— Está levando sua roupa, minha filha?

— Estou mamãe, calma, logo logo estaremos em Virtuosa e poderei encontrar meu irmão! - ela falava muito feliz.

— Ele vai ficar muito alegre de te ver lá, e ainda mais quando souber de sua gravidez!! - Sua mãe fala com alegria também, afinal seria mais um neto.

— Tenho certeza que ele vai ficar! Mãe o trem parte daqui a pouco, o papai não vai mesmo?! - Madalena entristeceu.

— Ele disse que não! - Falou querendo chorar e Elisa lhe abraçou

— Calma mãe! Sei que o papai vai refletir melhor e em algum momento ele vai ver que só estará se isolando com esse comportamento. Vem, vamos despedir dele, Gabriel já está nos esperando.

Seu Sérgio em seu armazém, olhava o local vazio e lembrava que seu filho sempre alegrava o ambiente mesmo ele vazio.

" Olha meu filho, essa balançava é onde pesa as carnes para não passarmos do que o cliente pediu"

" A dona maritaca falou que sua balança é velha pai" - Samuel com seus 12 anos falou com seu pai, mais jovem.

" Não liga não filho, aquela lá, quando morrer é um caixão pro corpo e outro para língua" - os dois riram

Sérgio foi tirado de suas lembranças, enxugou seus olhos, e viu quando Elisa e Madalena entraram no armazém.

— Já estamos indo! Ainda dá tempo de vosmecê ir!

— Se quer apoiar a pouca vergonha que seu filho teve,fique à vontade, eu não!

— Pai, pensa melhor!

— Elisa não tem o que pensar! Podem ir, eu tenho trabalho pra fazer. 

— Vosmecê não tem tanto trabalho como diz,e nem ouse botar a culpa no NOSSO filho, porque é isso que ele é, e continua sendo, NOSSO filho. Sérgio eu realmente oro todos os dias, para que não se arrependa, porque a dor que irá sentir pelo desprezo do seu próprio será grande. Até a volta!! - Madalena falou emocionada, deu um beijo nele, que ficou mexido  com suas palavras. Elisa deu um beijo e benção a seu pai, elas foram até Gabriel que pegou um carro de aluguel para eles irem à ferroviária, Seu Sérgio ficou de longe olhando eles irem, e sentiu seu peito se encher, ele se encolheu num canto e chora silenciosamente.


Continua….

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Mais um postado com sucesso!

Votem compartilhem, me incentiva muito 💚💚💚💚

Espera que tem outro

Ps: Se a história aparecer domínio público é bug do wattpad. Todos os direitos autorais da história são meus!!

Ps²: Grupo do zap, link no meu perfil

Espero vosmecês no próximo capítulo

Bjs na bunda💋💋💋💋💋

# Deve ser horrível dormir sem mim

[••]

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