Ensina-me A Viver Novamente [...

By NerwenHydrefShadow

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[EM PAUSA TEMPORARIA] Estelwen é uma meia-elfa que já viveu longos anos na Terra-Média. Devido sua origem com... More

Prólogo
Capítulo I - Retome Seu Reino
Capítulo II - O Condado
Capítulo IV - O Início da Jornada
Capítulo V - Uma Noite Conturbada
Capítulo VI - Correnteza Perigosa
Capítulo VII - Florescer De Uma Nova Amizade?
Capítulo VIII - Perigo Ao Nosso Encalço
Capítulo IX - A Última Casa Amiga
Capítulo X - A Revelação
Capítulo XI - Cirth Ithil
Capítulo XII - Última Noite Em Valfenda
Capítulo XIII - Sombras do Passado
Capítulo XIV - Da Frigideira Para O Fogo
Capítulo XV - Depois da Tempestade Vem a Calmaria
Capítulo XVI - Irmão Urso
Capítulo XVII - Uma Dança Inusitada
Capítulo XVIII - Melancolia
Capítulo XIX - Uma Surpresa Inesperada
Capítulo XX - Até Logo Irmão Urso
Capítulo XXI - Sombras na Floresta
Capítulo XXII - O Reino da Floresta
Capítulo XXIII - Poeira Estelar
Capítulo XXIV - A Fuga
Capítulo XXV - Bard o Arqueiro
Capítulo XXVI - Esgaroth, A Cidade do Lago
Capítulo XXVII - Lealdade, Honra e um Coração Disposto
Capítulo XXVIII - Tudo de Acordo com o Plano
Capítulo XXIX - Onde quer que você vá...
Capítulo XXX- Inevitável Amargura
Capítulo XXXI - Para um Bem Maior
Capítulo XXXII - Na Soleira da Porta
Capítulo XXXIII - O Início de sua Queda
Nota de Esclarecimento

Capítulo III - Uma Festa Inesperada

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By NerwenHydrefShadow

Como eu disse anteriormente, vou publicar o Capítulo III também. Espero que se divirtam.

Nota especial: Quero agradecer imensamente a Yvyliteraria21, que amou minha Fanfic e me deu total apoio para continuar escrevendo. Também amei a sua continue assim ^^

Nota do autor: Pela primeira vez, tomei a coragem de escrever e publicar uma fanfic minha e devo isso ao meu maravilhoso marido Phillipe e a minha querida amiga iAltoSax, que me incentivaram e me convenceram a escrever novamente depois de longos anos. Muito obrigado, meu amor e minha amiga, depois que comecei a escrever de novo minha vida ficou mais leve e me ajudou muito a enfrentar essa pandemia em que vivemos. Quero agradecer também a minha amiga Laurinha que amou minha história até então e também está me incentivando muito a continuar. Ela me ajudou a revisar os capítulos a procura de erros horográficos e gramaticais. Muito obrigada migs >< mais uma vez te devo uma. ><

Novamente, esta é minha primeira fanfic, então vão com calma, haha, e se vocês se sentirem confortável e quiserem fazer críticas construtivas eu ​​ficaria muito grata. Aproveitem. ^^

Isenção de Responsabilidade: Eu não sou a autora de O Hobbit. Todos os direitos pertencem a J.R.R. Tolkien (referências dos livros) e Peter Jackson (referências dos filmes). Eu apenas possuo minha OC Estelwen.

Qualquer coisa que você reconhecer do filme / livro pertence completamente a eles. O mesmo vale para possíveis referências de outros livros de Tolkien e outras referências aleatórias que vocês podem vir a reconhecer.

Eu também não possuo nem reivindico a foto da capa. A atriz é Gemma Arterton de Hansel and Gretel: Witch Hunter. Um amigo meu (iAltoSax) encontrou fotos online que ficariam bem juntas e as combinou para corresponder à minha história.+

Capítulo III - Uma Festa Inesperada

P.O.V de Bilbo

 "Estes anões vão me enlouquecer. Nunca vi tamanha falta de educação e de decoro em apenas um dia. Eles vão destruir a minha casa, e ainda não acabou. Mais um está batendo à minha porta, e minha vontade é de nem atender. Ahhh, às vezes eu queria ser sem educação igual a eles, eu teria coragem de pôr todos para fora na mesma hora..."

Quando finalmente olhei para a pessoa à minha porta, fiquei surpreso ao ver que não era um anão, mas a garota que conheci mais cedo, quando Gandalf veio me importunar. Seus olhos eram de um azul claro, como a cor de um rio límpido congelado quando o vento do inverno sopra sobre as colinas do Condado, o que combinava perfeitamente com sua pele branca como o mármore. Pelo que pude ver, havia uma pequena cicatriz em seu lábio inferior, mas isso só acrescentou um certo charme a seu semblante. Eu podia ver fios de cabelo castanho claro que brilhavam à luz das velas em minha humilde toca saindo de dentro de seu capuz.

Ela usava uma camisa cinza de mangas compridas com alças de couro em volta dos braços para evitar que o tecido de sua túnica atrapalhasse. Sua capa era verde musgo acompanhada por leggings marrons e botas pretas que iam até os joelhos. Havia uma couraça de couro em seu peito e uma aljava de prata presa a um lado de seu cinto de couro. Em suas costas estava um par de espadas cruzadas na forma de um 'x'. Uma figura bastante intimidante e imponente com roupas simples e leves, mas combinavam perfeitamente com seu corpo alto e esguio.

Eu estava tão distraído com a conversa com Gandalf naquela manhã que não consegui olhar para ela adequadamente e, o mais importante, tive vergonha de admitir que nem mesmo a cumprimentei naquela hora.

Eu estava perdido em pensamentos, foi então que percebido que estava olhando para ela estupefato por algum tempo. Eu balancei minha cabeça, repreendendo-me com o quão rude eu estava sendo, e me curvei mil vezes me desculpando. Ela não pareceu se importar porque sorriu para mim, e então seu sorriso se transformou em uma rizadinha tímida quando viu minha reação, fazendo meu rosto ficar vermelho de vergonha.

"Boa noite, senhor Bilbo. Está tudo bem. Na verdade, gostaria de me desculpar em nome daquelas crianças." Ela disse enquanto ria.

Não consegui segurar um sorriso e acabei relaxando um pouco. Foi a primeira vez que ouvi a voz da moça. É tão suave e gentil, fiquei encantado. Será que todos os elfos são assim ou só ela? Foi então que lembrei de meus modos e disse: "Por favor, entre, entre. Parece que vai chover logo. Seja bem-vinda." Eu olhei para ela sem graça por não saber seu nome e ela saber o meu.

"Ah, desculpe-me. Meu nome é Estelwen, ao seu dispor. " Ela diz enquanto faz uma pequena reverência graciosa, diferente dos trogloditas que estavam neste momento destruindo minha casa. É então que percebi que por um momento eu havia me esquecido completamente deles.

"Ah, sim. Muito prazer, Estelwen Não quer que eu pendure sua capa?", perguntei. A moça agradeceu, mas negou o pedido. Eu fiquei confuso por um momento, e ela apenas riu nervosamente e disse: "Você verá em breve o porquê".

P.O.V de Estelwen

Pobre Bilbo. Ele parecia realmente irritado com tudo o que estava acontecendo com sua casa. Não é para menos, os Hobbits valorizavam muito seus pertences e principalmente os que herdavam de seus familiares. Ver sua casa sendo virada de cabeça para baixo devia estar sendo o pior pesadelo de sua vida, do qual ele não poderia acordar. Mas parece que, ao me ver, ele relaxou um pouco, acho que ele nunca ouvira ou tinha visto um elfo antes, pois ele pareceu encantado quando falei com ele. Me perguntou se eu queria que ele pendurasse minha capa. Agradeci e disse que não. Ele pareceu confuso, e eu disse apenas para ele esperar, pois já veria o motivo. O pobre Bilbo pareceu não saber da atual relação entre elfos e anões.

Quando me virei, encontrei os anões andando de um lado para o outro, da dispensa até a sala, preparando a mesa para um banquete, aparentemente esvaziando a dispensa do pobre Bilbo. Eu suspirei e balancei a cabeça sorrindo. Fazia tanto tempo que eu não via uma cena como esta, meu coração se encheu de saudades. Um dos mais jovens, com cabelos negros e uma barba rala, foi o primeiro a perceber minha presença.

"Oh, olá. Você deve ser a garota que Gandalf disse que estava vindo. Meu nome é Kili, a seu dispor. " Kili falou enquanto fazia uma reverência.

Eu sorri e respondi: "Muito prazer, Kili. Meu nome é Estelwen, ao seu dispor".

Kili, então, puxou um anão loiro pelo casaco. "Este é Fili, meu irmão e sucessor do trono de Erebor. " Fili fez uma reverência mais cordial que seu irmão, e eu resolvi me reverenciar à altura, o que o deixou com um sorriso enorme estampado no rosto. Os outros anões se juntaram e começaram a se apresentar também, em grupos. Bofur me apresentou seu irmão Bombur e seu primo Bifur. Logo depois, Gloin e Oin, este pediu para que repetisse meu nome umas três vezes. Logo em seguida, Dori se aproximou com seus irmãos Nori e Ori. Ori era um dos mais jovens da companhia, não tanto quanto os príncipes e aparentava ser muito gentil e tímido. Por fim, Balin se aproximou e fez uma reverência junto com seu irmão Dwalin. Meu coração apertou ao ver que Balin, meu antigo amigo e aluno infelizmente não se lembrava mais de mim, mas também pudera, ele era muito novo quando parti, não iria se lembrar mesmo.

"É um prazer conhecer todos vocês, rapazes. Meu nome é Estelwen e farei tudo o que estiver ao meu alcance para ajudá-los. " Eles continuaram sorrindo, pareceram não ter notado que meu nome é élfico, o que me deixou aliviada, mas meu alívio durou pouco.

Oin se dirigiu a mim um pouco envergonhado. "Por que a senhorita não tira o capuz? " Todos na sala concordaram e pediram para que eu me mostrasse para eles.

Eu hesitei um pouco, eu sabia que este momento chegaria e não tinha mais como fugir dele. Suspirei e tirei o capuz. Um silêncio mortal invadiu a casa. Bilbo percebeu os olhares dos anões para mim e ficou sem entender qual era o problema - até então, ele não sabia das desavenças entre elfos e anões. Foi então que uma comoção se iniciou e todos começaram a gritar todo o tipo de xingamentos em Khuzdul que, infelizmente, eu entendia todos eles.

Eu suspirei e gritei: "Silêncio!" Todos pararam incrédulos com a minha ousadia. Eu suspirei novamente e continuei: " Entendo perfeitamente a frustração de vocês, mas não fui eu que trai vocês, em primeiro lugar, e estou aqui apenas para garantir que vocês tenham sua casa de volta. "

Balin deu um passo à frente. Vê-lo agora mais velho e mais experiente me enchia de orgulho. "Está bem, moça, vamos lhe dar uma chance, já que você começou sendo respeitosa conosco. Mas você não receberá nada do nosso ouro e terá de conversar com Thorin primeiro". Ele continua sendo o mais razoável e mais sábio anão que já conheci.

Eu acenei com a cabeça assertivamente. " Não se preocupem, meu objetivo é apenas garantir que vocês recuperem seu lar e que a família Durin volte a sentar no trono. Além do mais, Thorin já está ciente da minha presença, não se preocupem. "

Balin e os outros se entreolham e pareceram me aceitar por enquanto. Todos se sentaram à mesa e começaram a comer. A casa de Bilbo virou uma bagunça novamente, com comida sendo jogada para todos os lados. Eu sorri para mim mesma. Fazia tanto tempo que não via uma cena dessas. Mesmo não sendo bem-vinda, eu sentia falta de estar em meio aos anões novamente.

Gandalf se dirigiu a mim e me abraçou me dando boas vindas, eu sorri e retribui o abraço do mago que me dirigiu para ficar próximo ao local em que ele estava sentado. Me apoiei contra a pilastra atrás dele e fiquei observando a comoção à minha frente.

Depois de algumas bebidas, Fili decidiu oferecer uma cerveja para mim também, e eu aceitei de bom grado. Vi Bofur jogar um ovo para Bombur, que conseguiu pegar com a boca com maestria. Eu ri e entornei a cerveja com facilidade, o que fez todos os anões olharem para mim incrédulos. Quando eu terminei, afastei a caneca da minha boca e sorri satisfeita, mas, sem querer, acabei soltando um arroto e depois uma risada sem graça. Os anões riram e me aplaudiram. Foi então que acabei entrando em um concurso de bebidas e arrotos. Gandalf parecia feliz, apesar de eu estar fazendo o que uma dama não faria. Mas faz tantos anos que eu não me divertia assim...Deve ser por isso.

Enquanto comíamos, Bilbo parou em frente a sua dispensa inconsolável, a tristeza e fúria se misturavam dentro dele, eu temi que ele fosse explodir. Gandalf se levantou para levar sua caneca para a cozinha e começou a conversar com Bilbo.

"Meu querido Bilbo, qual diabos é o problema? " Eu ouvi ele dizer ao pobre Hobbit. Balancei a cabeça e pensei: "Pronto, é agora que ele mata a todos nós"

"Qual o problema? QUAL O PROBLEMA? Tem um bando de anões em minha casa fazendo o que bem entendem e minha casa está em uma completa desordem."

"Mas está sendo uma reunião tão alegre. Logo, logo você se acostuma com eles". Ao ouvir isso, eu me direcionei aos dois. Quanto mais meu pai falava mais Bilbo se enfurecia.

"Eu não quero me acostumar com eles, eles comeram toda a minha comida, sujaram minha casa toda de lama, meu banheiro..." Eu cheguei em Bilbo e depositei minha mão em seu ombro e sorri para ele.

Ele se virou para mim ainda irritado, mas, ao me ver, sua expressão anuviou um pouco em um leve sorriso. Eu já ia abrir minha boca para tentar acalmá-lo quando Ori chegou inocentemente e perguntou a Bilbo:

" Com licença, mas o que eu faço com meu prato?" Não me contentei e sorri. 'Ele é fofo demais para esse mundo' pensei.

Mas meu sorriso foi quebrado quase imediatamente quando, de repente, Fili agarrou o prato da mão de Ori e jogou para Kili, que o jogou na cozinha como se fosse um frisbee. Eu assisti à cena incrédula e sem reação. Agora eles foram um pouco longe demais e, enquanto isso, meu pai ria se desvencilhando dos pratos que eram arremessados de um lado ao outro.

Eu achei que Bilbo ia surtar naquele instante, mas ele era mais paciente do que eu imaginava, ou educado demais, o que era mais provável.

"Ei! Você não pode fazer isso, vai deixar as facas cegas." Bilbo citou enquanto tentava impedir que quebrassem a louça que herdou de seu avô materno, enquanto tentava permanecer relativamente calmo.

"Ooh, vocês ouviram isso, rapazes. Ele disse que vamos cegar as facas." Bofur falou sarcasticamente. Kili transformou o comentário em uma canção. Quase que de imediato, Fili e o resto se juntaram na cantoria. Bofur começou a tocar flauta, e Oin usou um bule como instrumento, enquanto Dori era a precursão, e assim seguiram com a canção. Fili e Kili resolveram me puxar para dançar, o que me deixou realmente surpresa. Por mais que eu não quisesse participar dessa comoção, não resisti e dancei com eles rindo e cantando junto.

Facas cegas, colheres dobradas!

Garrafas em cacos e rolhas queimadas!

Copos trincados e pratos partidos!

É isso que em Bilbo causa gemidos

Pise em gordura, corte a toalha!

O leite entornado no chão se coalha!

Sobre o tapete jogue os ossinhos!

Em cada porta há manchas de vinho!

Jogue esta louça em água fervente

Soque bastante com este bastão

Se nada quebrar, por mais que se tente

Faça rolar, rolar pelo chão!

Isso é o que Bilbo Bolseiro detesta!

Quando a música acabou, Bilbo olhou incrédulo para a mesa, onde todas as louças estavam empilhadas e devidamente lavadas. Todos nós rimos com sua reação, mas a comoção foi interrompida de imediato quando três batidas fortes foram ouvidas na porta de entrada da toca. O silêncio reinou na casa. Gandalf sussurrou: "Ele está aqui..." e se levantou para atender a porta pessoalmente.

Todos os anões se encaminharam para perto da porta, eu fiquei mais para dentro da sala de jantar, não estava inclinada a ficar no caminho de nenhum deles, em especial de Thorin, quando eles voltassem para dentro, mas agradeci pela minha altura, pois conseguia ver o que acontecia por cima das cabeças dos anões.

"Gandalf, achei que tivesse dito que seria fácil chegar aqui. Eu não teria encontrado de jeito nenhum se não fosse por aquela marca na porta." Thorin afirmou enquanto entrava na casa como se fosse dele. 'Ele viveu na maior fortaleza que já existiu em toda Terra-média, como diabos ele poderia se perder no condado?!?' eu pensei.

"Marca!? Não há nenhuma marca nesta porta, ela foi pintada há uma semana." Bilbo afirmou não entender do que se tratava, e Gandalf decidiu esclarecer.

"Há uma marca, eu mesmo coloquei lá. Bilbo Baggins, deixe-me apresentá-lo ao líder de nossa companhia: Thorin, Escudo de Carvalho."

"Então...este é o hobbit. Diga-me, Sr. Baggins, tem lutado bastante?" Thorin perguntou enquanto o rodeava, analisando-o como se ele fosse uma mercadoria. Minha repulsa por esse príncipe crescia cada vez mais.

"Como é?" Bilbo perguntou desconfortável.

"Machado ou espada. Qual é a sua arma de preferência?"

"Bem, eu sou muito bom em um jogo de rebater castanhas, já que perguntou. Mas eu não entendi por que isso é relevante." Bilbo sussurrou.

"Foi o que pensei. Ele se parece mais com um dono de armazém do que um ladrão." Thorin disse zombando do pobre Bilbo, o que arrancou risos de seus homens. Minha irritação começou a ficar ainda maior com sua arrogância.

Ele se dirigiu à sala de jantar como se fosse a dele, sem pedir ao menos licença. Sinceramente, não me lembro de seu avô ser assim. Nossos olhos se encontraram e seu sorriso no rosto mudou para um olhar de desprezo e irritação quando viu meu desapontamento em relação a ele.. Ficamos nos olhando por um tempo até que ele bufou e desviou o olhar e, então, se sentou na cabeceira da mesa. Eu saí da sala para me juntar ao ada e a Bilbo, que estava completamente sem reação na entrada de sua própria casa.

Todos se sentaram à mesa, e eu me posicionei atrás de Gandalf e me apoiei contra a parede e, assim, a reunião começou.

Balin e Dwalin perguntaram se os sete reinos se juntarão a nós. O olhar de Thorin desviou para a mesa, convertendo-se em tristeza.

"Eles não virão." Thorin respondeu, ganhando gemidos desanimados da empresa. "Disseram que esta missão é nossa e apenas nossa." Thorin tomou um gole de sua cerveja e Bilbo, que estava de pé ao meu lado, resolveu se pronunciar.

"Vocês ... vão sair em uma missão?" Bilbo perguntou hesitante, e Gandalf pediu-lhe um favor.

"Bilbo, meu querido amigo, que tal um pouco mais de luz?" Bilbo acenou concordando em pegar mais uma vela. Enquanto isso, papai tirou um mapa de suas vestes e continuou falando: "Bem ao leste, ao longo de cordilheiras e rios, além de florestas e desertos, existe um único e solitário pico." Bilbo retornara com uma vela e olhou para o mapa que estava sobre a mesa. Ele leu o nome da montanha, que era o nosso destino "A montanha solitária..." disse ele. Comecei a me lembrar de Erebor e principalmente do dia em que o dragão atacou nossa montanha. Comecei a suar frio, mas quando vi que Thorin estava me encarando, desviei o olhar e fui mais para dentro das sombras tentar me recompor.

Oin e Gloin relembraram sobre a profecia e disseram que está na hora de retomar a montanha.

"Já seria difícil com um exército, mas somos apenas 13, não 13 dos melhores nem mais brilhantes." Balin declarou iniciando uma pequena comoção de descontentamento dos outros anões. Fili rapidamente falou em meio à turba para defender sua honra.

"Podemos ser poucos, mas somos todos lutadores, até o último anão." Fili disse apaixonadamente, o que irritou Kili.

"E você se esqueceu que temos um mago em nossa companhia. Gandalf deve ter matado centenas de dragões na época dele." Disse Kili. Eu dei graças a Mahal por não saberem que eu também usava magia e dei um suspiro de alívio. Mas não pude segurar um sorriso quando meu pai começou a tossir com a fumaça de seu cachimbo sem saber o que dizer

"Bem, não, eu não diria isso." Gandalf gaguejou e então olhou para mim como se estivesse pedindo ajuda. Eu olhei para ele dando de ombros, sem saber o que dizer nessa situação.

"Quantos estão? Bem, quantos dragões você matou?" Dori perguntou enquanto Gandalf ficava ainda mais vermelho. Gandalf não sabia o que fazer e apenas continuou fumando seu cachimbo compulsivamente. Devido ao silêncio do mago, os anões ficaram agitados e começaram a discutir. Thorin resolveu dar um fim na discussão. "Shazara!!" Eles imediatamente se sentaram e olharam para seu líder.

"Se nós lemos esses sinais, vocês acham que outros não os leram também? Os rumores começaram a se espalhar. O dragão Smaug não foi visto por 60 anos. Olhos se voltam para o leste, para a montanha avaliando, imaginando, pesando o risco. Talvez a vasta riqueza de nosso povo esteja desprotegida. Ficaremos sentados enquanto outros proclamam o que é nosso por direito? Ou aproveitamos esta chance para tomar de volta Erebor? " Thorin gritou com confiança enquanto inspirava seus homens. Todos gritaram concordando, mas Balin ficou em silêncio. Foi então que Balin decidiu falar.

"Você se esquece de que o portão da frente está selado. Não há como entrar na montanha." Balin afirmou fazendo com que todos se sentassem frustrados.

"Isso, meu caro Balin, não é verdade." Gandalf afirmou enquanto sumona uma chave em sua mão do nada. Eu e Thorin ficamos surpresos com a repentina aparição do objeto.

"Como conseguiu isso?" Thorin perguntou espantado enquanto contemplava a chave.

"Foi dado a mim por seu pai, Thrain, para que eu guardasse. E agora é sua." Gandalf disse entregando a chave a Thorin. O resto dos anões assistiu em silêncio. Fili decidiu romper o silêncio.

"Se existe uma chave, existe uma porta." Fili afirmou. Gandalf respondeu assertivamente.

"Sim, essas runas falam de uma passagem oculta para os corredores inferiores." Gandalf afirmou enquanto inspecionava o mapa. "Mas isso se pudermos encontrá-la. As portas dos anões são invisíveis quando fechadas. Ugh, a resposta está escondida em algum lugar neste mapa. Eu não tenho a habilidade de encontrá-la, mas existem outros na Terra média que podem." Gandalf afirmou. "Estelwen, talvez você consiga ler, afinal, você foi ..." Eu dei uma bordoada no ombro de meu pai antes que ele terminasse a frase, e ele me olhou se desculpando. Thorin olhou fixo para mim, e eu revirei os olhos bufando. Papai continuou tentando distrair todos da situação que ele me meteu.

"Agora a tarefa que tenho em mente exigirá sigilo e uma boa parcela de coragem ..." Gandalf disse enquanto olhava para um Bilbo que parecia confuso "mas se formos cuidadosos e espertos, acredito que pode ser feito."

"É por isso que precisamos de um ladrão." Ori disse antes que a sala voltasse à sua misteriosa quietude.

"Hmm, um bom também. Um especialista, eu imagino." Bilbo afirmou enquanto brincava com seus suspensórios. Um sorriso malicioso se formou em meus lábios quando eu soube que Bilbo, sem saber, se jogou na cova dos leões.

"E você é um especialista?" Oin perguntou sem sua trombeta. Bilbo pareceu confuso com a pergunta e murmurou coisas sem sentido, o que Oin interpretou como um sim. Todos estavam prestes a aplaudir de felicidade, mas Bilbo os deteve rapidamente.

"Não, eu não sou um ladrão. Eu nunca roubei nada na minha vida." Bilbo afirmou com firmeza, desapontando a todos.

"Temo que terei de concordar com o Sr. Baggins. Ele não tem nada de ladrão." Balin afirmou

"Na selva, não há lugar para os nobres que não podem lutar nem se defender por si mesmos." Dwalin afirmou, o que obteve a concordância unânime de todos. Eles começaram a brigar. Quando olhei para meu pai, percebi que ele começou a ficar enfurecido e uma nuvem negra começou a se formar nos pés dele. Eu me afastei rapidamente temendo que ele se irritasse ainda mais.

"Chega! Se eu disser que Bilbo Baggins é um ladrão, então um ladrão ele é." Ele afirmou furioso. Então achei melhor pôr minha mão em seu ombro para que ele relaxasse antes de explodir a casa. Sua sombra diminuiu rapidamente, e a sala ficou clara novamente. Mais calmo, ele continuou. "Hobbits são notavelmente leves em seus pés. Na verdade, eles podem passar despercebidos se quiserem, e enquanto o dragão está acostumado ao cheiro de anão e de elfos, o cheiro de um hobbit é quase desconhecido para ele, o que nos dá uma boa vantagem. " Gandalf voltou seu olhar para um Thorin não convencido, enquanto ignorava um Bilbo desafiador e zangado ao lado dele.

"Você me pediu para encontrar o 15º membro desta companhia, e eu escolhi o Sr. Baggins. Há muito mais nele do que as aparências sugerem e ele tem muito mais a oferecer do que vocês podem imaginar, incluindo ele mesmo." Gandalf afirmou direcionando a última linha em Bilbo, mas Thorin ainda não estava muito convencido.

"Precisa confiar em mim." Gandalf implorou a Thorin, que deu um suspiro e então consentiu.

"Está bem, faremos do seu jeito." Thorin concordou relutantemente antes de falar com Bofur. "Dê a ele um contrato." Foi então que Balin retirou dois contratos de seu casaco. Balin deu uma visão geral do que o contrato continha antes de Thorin enfiá-lo no peito de Bilbo. O outro, Thorin entregou para mim com calma, mas sem olhar nos meus olhos. Bilbo começou a desdobrar o contrato e se dirigir a sala que estava um pouco mais iluminada, enquanto eu abri o contrato e o assinei e entreguei a Balin imediatamente. Thorin se inclinou para sussurrar no ouvido de Gandalf. Pelo que entendi, ele disse que não poderia garantir a segurança do Hobbit e que a morte de Bilbo, se caso acontecesse, seria responsabilidade nossa. Pude ouvir Gandalf concordando com os termos. Bilbo começou a ler em voz alta, até que deu destaque às palavras laceração, evisceração e incineração.

"Oh, sim. Ele pode derreter a carne de seus ossos." Bofur informou Bilbo calmamente. Eu olhei para ele incrédula do outro lado da mesa e comecei a mandar sinais para ele parar, mas Bofur aparentemente não entendeu os sinais ou simplesmente os ignorou. Bilbo parecia estar prestes a desmaiar, mas Bofur pareceu não notar.

"Você está bem, rapaz?" Balin perguntou quando Bilbo começou a respirar fundo. Ele disse de forma pouco convincente que estava. Eu tentei ao máximo fazer Bofur parar, fiz gestos e acenei, mas, ou ele era muito lerdo ou estava fazendo por diversão.

"Pense em uma fornalha com asas." Bofur disse enquanto se aproximava de Bilbo. Eu bati com minha mão na cabeça já derrotada e pude ouvir uma leve risada de Thorin com minhas tentativas.

"Eu preciso de ar." Bilbo afirmou enquanto sua respiração ficava irregular.

"Flash de luz, dor lancinante, então - puf! - , você não é nada mais do que um monte de cinzas." Bofur continuou. Bilbo começou a cambalear. Percebi que ele queria soltar um grito de dentro de sua alma, mas tudo o que se pôde ouvir foi um apito, como o de um cervo que acabara de ser abatido. Todos se levantam incrédulos com a reação, foi então que Bilbo caiu direto no chão feito uma tora. Eu corri para Bilbo.

Enquanto isso, Gandalf dizia a Bofur sarcasticamente "Você foi de grande ajuda, Bofur" e se levantou para se juntar a mim. Fui sentir seu pulso para ter certeza de que ele não tinha tido um ataque do coração. Respirei aliviada e, ainda agachada, me virei para encarar Bofur com os olhos fumegando de raiva.

"Meus parabéns, homem, olha só o que você fez. Podia ter matado ele do coração. Não percebeu todas as vezes que mandei você ficar quieto?!?" A mesma sombra de Gandalf começou a se formar por detrás de mim enquanto eu falava. Ao ver a expressão de espanto em Thorin, eu me forcei a acalmar, e ela se retrai novamente. Os anões assistiram tudo incrédulos com seus olhos arregalados, mas quando comecei a levantar Bilbo, Fili e Kili se levantaram para me ajudar, o que fez Thorin ficar um pouco irritado com os dois ajudando uma elfa.

Colocamos Bilbo sentado na poltrona da sala e sorri agradecendo aos dois. Pedi a Dori que fizesse um chá de camomila para Bilbo, que sorriu e se dirigiu para a cozinha.

Bofur vem em minha direção com cautela, aparentemente querendo pedir desculpas. "De...desculpe, eu... eu achei que ele devia saber.. para não se arrepender caso resolvesse vir conosco e descobrisse no meio do caminho." Eu suspirei com um sorriso e olhei para Bofur. "Está tudo bem, Bofur, e suas intenções foram boas, mas Bilbo só está acostumado a ver isso em livros e não na vida real. É só tentar conversar com ele com mais calma na próxima vez que quiser ajudá-lo, está bem? " Bofur sorriu e acenou com a cabeça concordando.

Foi então que Bilbo recobrou os sentidos, e Dori apareceu com a xícara de chá e a entregou para o Hobbit, que sorriu e me agradeceu. Eu fui à sala de jantar para deixar Gandalf e Bilbo a sós. Gandalf acenou com a cabeça para que eu me retirasse, aparentemente ele queria resolver as coisas com Bilbo sozinho. Eu disse que tudo bem e me dirigi para a outra sala onde estavam os outros.

Posicionei-me no canto da sala e me apoiei na parede próxima a Bifur, um silêncio mórbido preenchia a sala, todos sem saber qual seria a decisão do Halfling. O tempo passou e enquanto Gandalf e Bilbo conversavam, meus ouvidos conseguiam captar tudo. Foi então que eu ouvi Bilbo negando. Eu suspirei, abaixei minha cabeça balançando negativamente. Balin também suspirou com tristeza ao ver minha reação. Então começou a conversar com Thorin a sua frente.

"É... parece que perdemos nosso ladrão. Provavelmente é melhor assim, afinal, o que somos? Mercadores, mineiros, funileiros... fazemos brinquedos, haha, não somos do tipo que vira lenda. "

Thorin olhou para Balin e sorriu: "Tem alguns guerreiros entre nós". Balin olhou para o amigo com um meio sorriso no rosto

"Guerreiros velhos, você quer dizer. "

"Eu preferiria cada um desses anões a qualquer exército das Colinas de Ferro. Quando eu chamei, eles responderam. Lealdade, honra, é um coração disposto. Eu não preciso de mais nada. "

"Você não precisa fazer isso. Tem uma escolha, já agiu honrosamente por nosso povo. Construiu uma vida para nós nas montanhas azuis, uma vida de paz e abundância. Uma vida que vale mais do que todo ouro em Erebor."

Thorin pegou a chave em sua mão e a elevou para que Balin a visse. "Está chave passou do meu avô para meu pai e agora para mim. Eles sonharam com o dia em que os anões voltariam para suas terras. Não existe escolha, Balin, não para mim. " Ao ouvir a conversa dos dois, algo mudou dentro de mim. Thorin podia ser arrogante às vezes, mas ele tinha o coração nobre e a coragem de seu pai e seu irmão. Ele já era o rei do clã Durin, ele já tinha conquistado o respeito e a honra para seu povo. Ali eu decidi que faria de tudo para que Thorin sentasse no trono de Erebor. "Papai Durin II deve estar orgulhoso de seu descendente", pensei sorrindo.

Balin acenou com a cabeça e disse que eles estarão com ele e que a missão será cumprida.

Thorin se deslocou para a lareira e acendeu seu cachimbo. Todos pareceram desanimados e o silêncio reinava na toca do hobbit, com apenas a luz da lareira iluminando.

Thorin começou a murmurar a música da Montanha Misteriosa, a música que eu aprendi vagando pelas estradas. A voz de Thorin era grave e potente, como o rugido de um urso. Eu senti meu corpo todo arrepiar. Ao ouvir a letra da música, senti meu coração pulsar. Podia sentir uma emoção no meu peito de todas as lembranças de minha vida em Erebor. Comecei a cantar a canção em minha mente com meus olhos fechados.

Para além das montanhas nebulosas, frias

Adentrando cavernas, calabouços perdidos

Devemos partir antes de o sol surgir

Buscando tesouros há muito esquecidos

Zumbiram pinheiros sobre a montanha

Uivaram os ventos em noites azuis

O fogo vermelho, queimava parelho

As árvores tochas em fachos de luz

Assim que a música terminou, todos se acomodaram para dormir. Partiríamos na manhã seguinte bem cedo, então tínhamos que descansar para a longa jornada que iríamos enfrentar. 

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Com ela eu caso, construo família, dispenso todas e morro casadão.
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Você e sua mãe tinham acabado de se mudar para a casa do seu padrasto e foi então que você descobriu que teria um meio-irmão, você só não esperava sa...
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𝑹𝒐𝒄𝒊𝒏𝒉𝒂 - 𝑹𝒊𝒐 𝒅𝒆 𝑱𝒂𝒏𝒆𝒊𝒓𝒐 📍 Leticia, 21 anos, vulgo Sirius, é uma criminosa em ascensão no mundo do crime no Rio de Janeiro. Não s...