DRACO
- Draco, você jura que não está se fazendo de desentendido? Realmente não sabia do que estávamos falando?
- Eu juro que não Luna, mas confesso que fiquei intrigado com a imaginação do Potter, porque ele ia gostar de me ver assistindo alguém pagando um babão para ele?
- Não se faça de burro, você sabe que ele quer, e eu sei que você quer.
- Sonhou.
- Eu que sonhei né.
- Tem razão, é o Potter que sonha.
- Por favor Draco, não fala nada para ele.
- Não vou falar.
- Então jura.
- Eu juro.
- Ótimo.
- Solenemente não fazer nada de bom.
Encarar Harry após o que Luna havia dito era algo realmente difícil, sempre que o encarava minha mente relembrava o que tinha sido confidenciado. Estava deitado em minha cama enquanto ele lia mais um de seus livros, já era sexta-feira à tarde e o calor agora se tornava cada vez mais presente.
- O quê está lendo agora? - pergunto curioso.
- Um livro de poemas de autores desconhecidos.
- Recita um.
- Não - ele ri - Eu tenho vergonha.
- Qual é Potter, sou eu.
- E?
- E, que eu já vi você fazer muita coisa - digo sorrindo.
Harry me encara um pouco surpreso e posso vê-lo engolir seco. Bingo.
- Vou ficar devendo.
- Não precisa ter vergonha de mim - digo.
- Você sempre para de tocar seu violão quando eu chego, elas por elas - ele responde.
- Está certo - digo sentando na cama - Não vou insistir.
Harry da de ombros e volta a se concentrar em sua leitura. Passo o olhar pela escrivaninha e avisto o pirulito que tinha ganho de Cedrico mais cedo. Por que não chupa-lo?
Abro o papel do doce e coloco em minha boca, o gosto artificial de morango logo se torna presente, começo a saborear o pirulito e acabo fazendo mais barulho do que desejava.
- Você não consegue comer sem fazer barulho? - ele me encara com uma feição levemente irritada.
- Isso aqui se chupa - digo olhando para ele e tirando o doce da minha boca.
- Que seja.
- Quer um pouco?
Potter agora me encara surpreso e um tanto curioso eu diria.
- Como é?
- Quer chupar um pouco? - digo lhe oferecendo o pirulito.
- Você supõe que eu vá colocar isso na boca? Não obrigado.
- Não seja tímido - sorrio divertido.
Harry tenta de todas as maneiras parecer calmo, mas era possível ver seus dedos pressionando o livro com força, arrisco dizer que era possível de ouvir seus batimentos cardíacos frenéticos de onde estou.
- Qual é o seu joguinho?
- Que joguinho? - me faço de desentendido.
Potter fecha seu livro e se senta em sua cama.
- Frases de duplo sentido, provocações de diversos tipos - ele me encara - Onde quer chegar com isso?
- Você está vendo coisas.
Ele se levanta e caminha até mim, Potter para em minha frente e tira o pirulito da minha boca colocando na sua, ele saboreia o doce sem desviar seu olhar do meu. Por Deus.
- Você quer brincar, Malfoy? - ele se abaixa e sussurra perto do meu rosto - Vamos ver quem cede primeiro - ele pisca e sai em direção ao banheiro.
Que comecem os jogos, Harry Potter.