~ Amber ~
(Um ano e alguns meses depois)
Olhei de forma admirada para o espelho em minha frente. Meus cachos de cor escura estão vividos, volumosos e completamente encantadores. Estou tão nervosa e eufórica que não consigo assimilar direito todas as pessoas aqui comigo na pequena cabine, que mal tem espaço para todos os nossos apetrechos e ansiedade.
As mulheres estão dando os toques finais na maquiagem e no cabelo, algumas se ajudando e outras em ligação com familiares ou amigos, assim como alguns homens. Porém, a maioria deles está mexendo no celular, tirando fotos e pedindo ajuda feminina para darem nó nas gravatas. Ver todos unidos - apesar de não conhecer a maioria - enche o meu coração de gratidão por tudo que aconteceu nesse tempo, e como finalmente trilhamos o nosso caminho. Não conheço a dor de quase ninguém aqui ou o que passaram para chegar até aqui, porém, passamos e chegamos.
Realmente chegamos.
Meu vestido prata foi a melhor opção no meu guarda-roupa. Decidimos fazer uma formatura final digna de roupas sociais e firmes, ao invés de usar beca e capelo. Saímos do ensino médio faz muitos anos, então os formandos optaram por uma mudança meio brutal, comparada aos outros anos e a todo o resto. De qualquer forma, nada poderia estar mais arrumado e incrível como está agora.
Me aproximei da minha bolsa, retirando o celular de lá e desbloqueando o mesmo. Sorri de forma boba e ergui uma sobrancelha.
"Já estamos aqui há quase uma hora e nada de você. Está ensaiando esse atraso para quando for o nosso casamento? Se for, então vou pegar o anel de voltar porque não to aguentando mais, e meu braço está doendo"
Dei uma risada baixa, e antes que pudesse mandar ele ir se foder como faço em quase todos os dias, meu olhar recaiu sobre o anel com uma pedra solitária em meu dedo. Ficamos noivos desde que o bebê nasceu, o que faz uns nove meses. Sei que precisamos antecipar logo, porém, preferimos esperar eu me formar primeiro e assumir definitivamente o cargo administrativo na empresa. Meu peito se enche só de lembrar.
- Ei, Amber
Ergui o olhar, observando Pietro se aproximar com um sorriso e ambas as mãos no bolso da calça social. Antes que eu pudesse dizer algo, o garoto me abraçou.
- Desculpa a demora - Murmurou.
Nos soltamos logo em seguida.
- Acho bom pedir desculpas mesmo, está totalmente atrasado! - Revirei os olhos, pondo o celular na bolsa. - Vamos entrar a qualquer momento.
Mal terminei de falar e o reitor anunciou que vai começar exatamente agora. Lancei um olhar de desaprovação para Pietro antes de pegarmos as nossas coisas e irmos até a arquibancada, com os nossos nomes nas cadeiras. Por sorte, avistei Dener na terceira fileira, o que me fez suspirar de alívio por saber que não ficamos muito lá trás. Fui andando calmamente e pude ver meus pais com a minha avó Helena. Como eu só podia trazer quatro pessoas, fiz questão de convidar apenas eles. Dei um sorriso tranquilo ao ver o motivo do braço do meu noivo estar cansado.
Ele me deu um beijo na testa.
- Sei que sempre digo que está linda, mas dessa vez é completamente verdade
Ergui uma sobrancelha e coloquei a mão na cintura.
- E das outras vezes não eram? - Ele riu.
Peguei o buquê de flores vermelhas e brancas do mesmo com o meu peito transbordando de alegria. Fechei os olhos ao sentir o perfume vindo das belas rosas.
Abracei primeiro James e em seguida Diana. Ao me virar para Helena, a mesma está com um expressão orgulhosa no rosto. Lhe apertei forte, sabendo que sempre temos poucos momentos como esse, mesmo que agora ela esteja morando com os meus pais na minha antiga casa.
- Seu avô ficaria tão feliz, Amber. Ele deve estar sorrindo pra você agora - Disse, segurando minha mão esquerda ao me soltar.
Jeffrey, meu avô, faleceu há cinco meses depois de três semanas de internação. Foi um período difícil demais, e a dor ainda está presente em todos nós. Lúcia chorou como nunca no meu ombro assim que soube, o que partiu o meu coração, ainda mais pelo quase divórcio que ia acontecer entre ela e Max na época. Felizmente não foi o caso, porém, ficou por um fio. Foi um ano complicado para todos nós, e eu não podia estar mais aliviada por estar acabando. Obviamente poderia ser pior, mas as belas porradas que recebemos foi o suficiente.
Minha prima teve dois meninos, um que está com quase um ano, e o outro ainda no forninho. Max nunca ficou tão presente quanto em ambas as gravidez. Apesar de tudo, eles dois continuam fortes como um casal, mesmo com as pequenas desavenças.
Olhei para Helena com um semblante triste.
- Eu sei que está, vó... - Apertei seu toque, e a mulher retribuiu antes de soltarmos.
Me virei para Dener.
- Foi um sacrifício convence-la de dormir - Ele disse com a voz cansada.
Olhei para a pequena menininha em seu colo, com as costas na minha direção e o bracinho em volta do pescoço do pai.
- Tem a quem puxar, não é? - Falei, recebendo um olhar feio.
Peguei calmamente Ayla em meus braços, vendo a garota abrir e mostrar os seus olhos azuis, perfeitamente iguais aos de Dener. Seu cabelo escuro com pequenas ondulações nas pontas está ficando cada vez maior e mais parecido com o meu. Ela sorriu de forma sonolenta com a chupeta amarela, da mesma cor que o vestido, em sua boca. Minha filha cresce cada dia cada vez mais arteira, como Hannah e Harry em um só.
Antes que nos descemos conta, a formatura começou.
(....)
- Se cuidem, vocês três - Diana disse, me abraçando devagar.
Concordei com a cabeça ao solta-la. Deixamos meus pais e minha avó na porta da minha antiga casa.
- Pode deixar, mãe. Espero que nos visitem em breve
- Isso se a Ayla deixar, não é, sapeca do vovô? - Meu pai balançou a mesma em seu colo.
A garota franziu as finas sobrancelhas para o homem que respirou fundo, se dando por vencido de novo.
- Ta, eu vou te dar um ursinho. - Revirou os olhos.
Ayla sorriu de satisfação, batendo as mãos e o abraçando pelo pescoço como se o seu instinto natural soubesse que ela acabou de ganhar esse jogo.
- Estou ficando velho demais para uma segunda Amber na minha vida - Suspirou de forma cansada antes de beijar sua neta na testa.
- Manda beijo para o vovô - Dener pega ela de volta em seus braços, observando a mesma tirar a chupeta da boca e acenar com a mãozinha.
- Bobô. - Ela acena com a mãozinha.
Abracei meu pai e em seguida Helena.
- Se der algum problema na empresa sabe que pode ligar - Diana atraiu a minha atenção.
Os três vão viajar para Páris e vou ser uma das responsáveis a cuidar da empresa do meu pai, enquanto Dener - já em cargo alto - cuida da de minha mãe. Confesso que ainda estou meio encucada com a ideia deles viajarem sozinhos, porém, dei todo meu apoio. Todos eles precisam mesmo sair de casa e descansar um pouco, curtir a vida depois das coisas que aconteceram. Precisamos nos cuidar e seguir em frente, eles mais ainda.
- Não precisam se preocupar, estamos cuidando de tudo - Olhei para o homem ao meu lado, que deu aquele sorriso de canto de boca que me derrete em dois tempos.
- Pucca! - Ayla se balançou nos braços do pai.
Claro que coloquei desenhos antigos para a minha filha ao invés desses atuais que são um porre, para que eu possa assistir juntinho com ela. O problema é quando a garota cisma de pedir os brinquedos dos desenhos, o que é um sacrifício para achar, mas por alguma obra dos destino, meus pais sempre conseguem e dão para ela em aniversário, natal ou quando estão com vontade. Minha casa não consegue ficar dois dias arrumada por causa disso.
Nos despedimos com calma até eu, Dener e Ayla voltarmos para o carro. Meu noivo colocou nossa filha na cadeirinha e fomos percorrer o caminho meio longo para a nossa casa, onde fizemos questão de nos mudar assim que Ayla nasceu. Agora moramos na antiga casa de Nathalina, onde a obra já foi finalizada há muito tempo. Só nos resta viver assim até sei lá quando, já que estamos prestes a nos casar. Sei que o principal já fizemos que é dividir uma casa, porém, o casamento é algo mais simbólico.
Jéssica fez questão de nos ajudar com a sua nova namorada e começar a organizar tudo, assim como Julie. Ambas ainda estão sem filhos, porém, sei que ainda vai vir a tona. Ambos são ótimos padrinhos para a nova e temporariamente caçula da família.
Olhei para a janela enquanto as ruas foram passando rapidamente. É difícil de acreditar que Ayla já está perto de fazer um ano, Lúcia está indo para o segundo bebê com Max e Jéssica está terminando a faculdade de psicologia por ter feito um pouco mais tarde. Minha prima não se graduou, mas está trabalhando em um hotel perto de casa como secretária, enquanto Max engrenou como militar e Andy está ajudando seu pai na mecânica. Acabou que todos nós estamos bem de todas as formas.
Eu não poderia estar mais feliz.
Não demorou muito para Dener estacionar o carro, me fazendo abrir a porta do mesmo e pegar a garota já dormindo em meu colo. Entramos devagar, e quando meu noivo foi acender a luz da sala, um grito de "surpresa" ecoou por ela toda, me fazendo quase cair de susto. Ayla, tadinha, berrou na mesma hora.
Uma grande faixa está pendurada escrito "parabéns, administradora", e absolutamente todos os meus amigos estão aqui, inclusive Pietro, meu novo e grande amigo que se formou juntinho comigo hoje. A primeira a me abraçar foi Julie, e notando o desespero e o choro incontrolável de sua afilhada, pegou a mesma e riu, lhe dando beijos pelo rosto.
- Vem com a dinda, pirralha. Está na fase do choro, é? - Minha melhor amiga ergueu uma sobrancelha pra mim ao observar a garota berrando, com a chupeta na boca.
- Espera só chegar a da raiva - Lúcia se aproximou, com sua enorme barriga e com Appolo nos braços de Max.
O garoto tem olhos castanhos, pequenas sardas no rosto e o cabelo em uma tonalidade de castanho claro. Suas bochechas são uma graça.
Abracei os dois enquanto Dener os cumprimentou também.
- Não esperava que fizessem isso - Falei, rindo pelo nervosismo.
- Foi ideia do gostosão ai. - Benjamin passou o braço pela cintura de Julie, inclinando o rosto na direção do meu noivo.
Neguei com a cabeça, antes dele me puxar para seus braços e depositar um selinho demorado em meus lábios. Entreabri os mesmos, rendida. Eu nunca consigo me acostumar com nada disso.
- Você merece, princesa - Disse, com sua boca quase encostando na minha.
Sorri em resposta.
- Que grude do caralho, meu Deus. Nem depois de uns cinco anos juntos vocês mudam, que porre - Andy se aproximou, revirando os olhos.
- Liga não, gente. Ele está com ciúmes por ser o único solteiro do grupo - Max falou, nos fazendo rir.
- Não se preocupe, Andy, você vai passar por isso em breve - Lúcia passou a mão por cima da própria barriga.
Dei uma risada quando ele fez uma careta.
Nos aproximamos do meio da sala e deixamos Ayla com Appolo no tapete, ambos brincando um com o outro. Me sentei no braço do sofá, com o braço do Dener em volta da minha cintura, sentado ao meu lado. Julie está sentada com Lúcia e Jéssica no tapete com as crianças, enquanto os rapazes estão no sofá também. Apresentei Pietro, que como um ótimo extrovertido, foi logo criando amizade e tirando risada de todo mundo. Depois de uns quinze minutos, bateram na porta, e quando Jéssica foi abrir, Hannah e Harry entraram.
- Desculpem a demora - Meu cunhado suspirou, se aproximando e sentando no tapete. - Hannah como sempre atrasou tudo
- Eu tive que fazer um vídeo de emergência, nada demais, ele que é dramático. - Revirou os olhos na defensiva e em seguida ajoelhou perto de sua sobrinha, mexendo no cabelo da mesma. - Perdemos alguma coisa?
- Só todo mundo gritando "surpresa" e zoando o Andy pela solteirice dele - Jéssica deu de ombros e virou bebida na taça.
- Isso é preconceito porque também estamos solteiros. - Harry disse, mas só parece ter se dado conta das palavras depois, já que suas bochechas ficaram levemente coradas.
Hannah e Harry estão com quase vinte e dois anos. O garoto está realmente alto, e sua irmã está com um corpo totalmente esbelto. Enquanto ele está fazendo a sua faculdade de ciência da computação, Hannah decidiu esperar e está investindo bastante na sua vida como influencer. Ela está bem famosa e já até recebeu uma proposta para ser modelo, o que talvez não demore para acontecer.
- Está vendo só? Você não tem nada para se envergonhar, Andy - Benjamin coloca a mão sobre o ombro do mesmo.
- Eu ia dizer isso, mas lembrei que te conheço o suficiente pra falar que sim, meu amigo, você tem muita coisa para se envergonhar - Dener acrescenta.
- Vai se foder
- Olha a boca na frente das crianças! - Lúcia o repreende.
- Vai catar coquinho então, Dener
- Fofo saber que esse amor de vocês ainda é insuperável. - Julie sorri dando um gole na bebida de Jéssica.
Coloquei o braço sobre os ombros do meu noivo, dando um beijo no cabelo do mesmo.
- Quem é ele? - Hannah atrai nossa atenção, sinalizando para o meu amigo da faculdade enquanto brinca com Ayla.
- Hannah, esse é Pietro, nos formamos hoje em administração. Pietro, essa é Hannah, minha cunhada. - Estendi a mão na direção de ambos.
Eles se cumprimentaram devagar.
- Você faz alguma coisa importante na internet, não é? Tenho certeza que já te vi em alguns vídeos
- Ah, eu sou influencer de maquiagem, roupa, alimentação e essas coisas - Sorri.
- Hm, faz sentido. Não precisei ver duas vezes para ter certeza
- Obrigada. - Sorriu. - Tem planos agora que acabou a faculdade?
Olhei para Dener com um sorriso malicioso, que o mesmo fez questão de retribuir.
- Mas e ai, Jess - Julie atrai a atenção, enquanto Pietro e Hannah permanecem em uma conversa entre si. - Por que a sua namorada não veio com você?
- Ah, Elle teve que ficar ajudando a mãe, que quebrou a perna e agora tem que ficar quase totalmente de repouso por um tempo
- Espera, até você está namorando? - Harry pergunta, com surpresa evidente na voz.
- Por isso falamos que Andy é o único solteiro daqui - Max da de ombros, recebendo um olhar mortal do homem ao seu lado.
Meu cunhado vira na direção de Andy como se dissesse: eu entendo a sua dor.
- Adoram me zoar, mas sei que todo mundo aqui me ama!
- E quem foi que te enganou, benzinho? - Perguntei, com um sorriso irônico.
- Acha mesmo que vou acreditar que o nome dos filhos de vocês começam com a letra A atoa? Nananinanão. Me amam muito, só não admitem - Coloca ambas as mãos atrás da cabeça e ergue o queixo com superioridade.
Tadinho, é retardado.
- Com certeza, Andy. Te louvamos como o maior otário do grupo. - Jéssica disse, fazendo uma reverência. - Por favor, vossa majestade, aceite o título
- Ninguém me respeita nesse cara... - Lúcia lança um olhar penetrante para Andy, o desafiando a terminar o palavrão. -...ca.
Caímos na gargalhada.
(....)
Mais tarde Lúcia, Max, Appolo e Pietro foram embora. Andy está dormindo no sofá grande, Benjamin no quarto de hóspedes, Hannah e Harry também, mas no colchão no chão, cada um com a cabeça para um lado da cama. Dener está possivelmente apagado e assim que coloquei Ayla no berço, fui para a cozinha, e aqui estou eu com Jéssica e Julie, como vivíamos fazendo em nosso último ano da escola; sentadas batendo papo e comendo brigadeiro de panela.
- As vezes eu fico pensando... - Falei, depois de raspar o fundo do prato com a colher. - Será que vale a pena me casar? Quer dizer, morar junto a gente já mora, e ainda temos uma filha. Por que o casamento então? Acho que só vamos gastar dinheiro atoa. - Suspirei. - Ou é só medo meu mesmo...
- Eu também fiquei com esse medo de começo, Amber. Pensei até em largar de mão mesmo depois de ter alugado o salão da festa e tudo o mais - Julie diz. A observo com a colher na boca. - Só que, quando nos perguntaram se éramos marido e mulher, o Ben disse "ainda não", e então eu percebi. Ele não queria casar pra mostrar para o mundo que tinha apenas se casado. Ele queria casar para mostrar para o mundo que eu era totalmente dele em todos os sentidos, e ele totalmente meu. Uma forma de aceitação, de orgulho e de sensações que vem depois que você finalmente percebe que está mesmo se casando. Quando me vi pela primeira vez no meu vestido de noiva, decidi que aquilo era pra mim, e que era o nosso momento. Vocês também merecem isso
Encostei na cadeira, soltando um suspiro baixo e digerindo todas as palavras.
- O Dener foi quem te pediu em casamento, não devia estar nessa insegurança, mas já que está, por que não conversa com ele? - Jéssica pergunta.
- Se tem uma pessoa no mundo que vai te entender completamente, essa pessoa é aquele homem - A mulher de olhos azuis ergueu uma sobrancelha.
- Não me entendam mal, eu quero mesmo poder firmar essa relação com o Den de todas as formas possíveis, mas, não sei...
- Amiga, o passo mais importante vocês já deram. O casamento de vocês está servindo mais como demonstração de amor, e não como união, porque isso vocês já tem. Inclusive, a Ayla está aí justamente por causa dessa união de vocês. - Jéssica colocou a mão sobre a minha.
Julie levou a colher cheia de brigadeiro para a boca, me observando com cautela, como se quisesse entender de onde vem essa minha insegurança. O pior de tudo é que nem eu sei de onde está vindo.
- Vou tentar falar com ele sobre isso... - Mordisquei o lábio de forma pensativa.
As mulheres em minha frente, assentiram.
(....)
Depois de mais bate papo na cozinha, Julie foi deitar na cama com Benjamin, enquanto Jéssica dormiu na sala com Andy, no outro sofá. Subi calmamente as escadas na intenção de não fazer barulho, e fui mais cuidadosa ainda para abrir a porta e me aproximar da cama, onde Dener está deitado de frente para o meu lado de dormir. Puxei a coberta e deitei, olhando para o teto do quarto, enquanto a conversa delas ficou repassando na minha cabeça como uma trilha sonora. Sei que ambas estão certas, porém, estou morrendo de medo de enfrentar isso. Quando virei noiva e ganhei o anel, tudo parecia um mar de rosas, até Lúcia quase se divorciar de Max, Andy ter se envolvido com duas pessoas mas não ter dado certo e meu avô falecer.
Agora só me resta apreensão.
A mão de Dener entrou por baixo da coberta, e seu toque quente foi para a minha cintura. Quando menos esperei, o homem me puxou pra si, virei em sua direção, com nossos rostos bem próximos um do outro. Levei minha mão para a sua bochecha, acariciando devagar e observando conforme seus olhos azuis se abriram e me atingiram com tudo.
- Achei que estivesse dormindo - Murmurei.
- E por que você não consegue?
Inclinei um pouco o rosto.
- Não me olha assim. Eu sei quando algo te deixa pensativa, Amber. Você fica no mundo da lua e parece que nunca sai de lá
- Hm...
- Me diz, o que foi?
- Acha mesmo que se casar é uma boa ideia? - Minha voz saiu fraca e ressentida.
O olhar de Dener se mostrou confuso, mas impassível.
- Como assim?
- Você, sei lá, não tem medo de divórcio? Sei que estou sendo paranóica e meio maluca, mas não sei, eu estou com medo de alguma coisa mudar por causa desse casamento... Ainda quero me casar, óbvio, mas estou tão insegura, Den. O mundo parece que vai cair em cima da minha cabeça a qualquer momento e eu não quero que seja sobre nós dois - Meus olhos se encheram d'água.
Dener se ergueu e ficou sobre mim, com ambos os braços, cada um de um lado da minha cabeça, apoiados no travesseiro. Seu corpo pesou sobre o meu, porém, ele não desviou o olhar. Minha respiração quase parou.
- Amor, você não está maluca e nem paranóica, só está preocupada. Nada vai mudar entre nós três. Não quero que se force a isso, então se quiser desistir, eu prometo que vou entender, mas se quer saber, mesmo que haja um divórcio, vai rolar outro casamento, e outro, outro e mais um monte de casamentos, só para que em todos eles, eu tenha a mesma sensação do que é ter você do meu lado. É difícil? Sempre é difícil, mas o que foi fácil pra nós dois desde o começo de tudo? - Ele sorriu com tranquilidade e compreensão. - Eu amo você, e não vou te amar menos se não quiser se casar. Ainda e sempre vou ser seu, então não tenha dúvidas. - Dener deixou seu corpo pesar sobre o meu, alcançando a minha boca com a sua, e depois disse: - O mundo não vai cair sobre nós dois, porque o meu mundo é você, e se você cair, eu te levanto como você já me levantou, okay?
Coloquei ambas as mãos em cada lado de seu rosto, o puxando mais pra perto e o beijando com toda a minha força, ferocidade e com todo o meu coração. A forma que ele me entende e fica do meu lado é inexplicável, e eu, nunca mais vou ser burra o suficiente para perder isso. Perder ele.
Paramos o beijo e Dener me encarou nos olhos.
- Sabe qual a parte boa se nos casarmos várias vezes?
Sua boca desceu para o meu pescoço, deixando mordidas, beijos lentos e calmos no lugar. Enfiei a unha em seu ombro, fechando os olhos para saborear cada momento.
- Diz - Minha voz saiu rouca.
- Várias luas de mel também...
Sorri, e senti o sorriso dele contra a minha pele.
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Olha quem voltou kk
Gente, fiz o capítulo enorme justamente pra me redimir KKKKK sério, me perdoem essa demora horrível
Eu tava perdidinha, e ainda estou, mas me esforcei para trazer algo bom
E VAMOS DE RETA FINAL PARA O FIM DESSA HISTÓRIA MARAVILHOSA QUE É NO PRÓXIMO CAPÍTULO (ainda tem um extra do Den reagindo a gravidez)
Segue os novos personagens:
Pietro Spilman
Elle Stone
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Amo vocês 💜
Miin.