ET - jjk + kth

By ajxlia

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Quando falamos dos termos de beleza serem relativos lembramos dos traços físicos ou interiores que nos atraem... More

Prólogo.
Canela e mel.
Pequenas partituras.
Condições antiquadas.
Personificação.
Azul cobalto.

Matéria bruta.

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By ajxlia

quem é vivo sempre aparece, ?

perdoem toda demora, estive em fase de bloqueio. no entanto, vocês me motivam a continuar essa aventura misteriosa.

não esqueçam de votar e comentar bastante! agradeço de coração. boa leitura.

E T

- matéria bruta.

Jungkook não conseguia ver, mas sentia, a sensação de euforia bagunçar o peito, sem perceber agarrou o estofado macio do divã e deixou o suor escorrer pela testa. Sentia o cheiro ignóbil da carne queimando subir pelas narinas avermelhadas, o calor sucumbir ao ardor e a sensação de dor contorcer os sentidos. Embora não conseguisse ver, sentia suas mãos presas para trás em algo duro, e machucava através da força usada para atá-las.

O corpo adormecido mexia-se freneticamente tentando escapar das atas doloridas ao redor dos pulsos marcados, estava agitado, gritando como se sua vida dependesse daquilo - que de fato dependia. Foi até que uma luz azul brilhou no seu olhar, e uma sensação de acolhimento o abraçou com calmaria, não havia dor, nem ardor, nem luta por sobrevivência, havia apenas aconchego. E como se o cenário tivesse mudado da noite pro dia - ou do dia pra noite - Jeon não encontrava-se mais amarrado ou dolorido, estava livre, como alguém singelo que não merecia nenhum tipo de castigo severo e ignóbil. Aos poucos a luz foi afastando possibilitando Jungkook de ver com lentidão uma estrela enorme e brilhante iluminar aquele céu desconhecido, o jovem não conseguia ver onde estava, e o que acontecia, apenas encarou aquela estrela brilhar forte. Era o sinal de que algo estava por vir.

O jovem despertou assustado, sentando-se sem ao menos encarar o rotineiro teto branco, desejando nunca mais se encontrar naquela situação, seu coração estava acelerado de forma tão intensa que suas batidas eram auditivas o suficiente para que o psicólogo ouvisse. Aquele de branco nunca havia visto o paciente daquela forma, estava realmente assustado, o que transpareceu na sua expressão boquiaberta.

- Você está bem? - Jeon foi questionado.

Foi incapaz de responder, estava em transe e suava. A sensação de impotência enquanto sentia dor era horrivel, jamais quisera senti-lá novamente, e questionava-se em qual momento de sua vida passada sofrerá tanto.

- Vamos encerrar por hoje. Acho melhor descartamos as regressões. - Falou o maior, apertando o ombro de Jeon de forma confortante. Os olhos chorosos encararam Kwan e o silêncio pairou.

Finalmente estava em casa, queria correr para seu travesseiro e dormir o restante do dia, no entanto foi surpreendido com uma risada satisfatória e braços longos engolindo seu corpo em um abraço traseiro. Taehyung estava atrás de si, agindo de forma íntima enquanto cheirava à molho de tomate.

- O que você pensa que está fazendo?! - Jungkook disparou saindo do abraço invasivo.

- Pensei que precisasse de um abraço para desmanchar essa carranca. - Sorriu como se fosse inocente.

Jungkook realmente precisava ser abraçado, no entanto, e achara o comportamento do alienígena invasivo demais para não ser repreendido:

- Deveria avisar na próxima vez que quiser me abraçar. - Disse ele. - É o que pessoas normais fazem...

Aquilo não era verdade. Pessoas com sentimentos semelhante se abraçavam toda hora, sem consentimento, por livre árbitro, como se seus corpos fossem imas magnéticos destinados um ao outro. Mas Jeon queria fugir daquela situação, não queria dar brecha para Taehyung pensar que eram íntimos à tal ato.

O extraterrestre o encarou silêncioso para então perceber que o outro não havia tido uma boa consulta, contrário do humor motivacional em que havia acordado de manhã cedo, Jeon estava com o olhar cabisbaixo. O humor do humano era contraditório e áspero, Taehyung o conhecia tão bem.

- Está com fome? Fiz macarrão com molho de tomate.

- A forma que você se preocupa com a minha alimentação me comove, parece até que é meu pai. - Jeon fez uma piada sem graça que apenas ele mesmo riu. - Obrigado...

Taehyung jamais imaginara palavras de agradecimento saindo da boca do humano teimoso, aquilo fez seu coração aquecer.

A brisa de outono estava fresca, no entanto, não soava tão fria quando a do outono passado, ou do outono severo do qual pairava na lembrança de infância do jovem humano. Talvez aquele extraterrestre estivesse vertendo razão, e o aquecimento estivesse se ponderando do Planeta Terra mais e mais com o passar dos anos, afinal, o óbvio sempre é invisível aos olhos.

- Não consigo acreditar que tem esse lugar enorme no quintal e nunca explorou. - Taehyung se referiu à floresta que surgia quando adentravam os gigantes pinheiros. - É um desperdício.

- Eu não costumo sair de casa. - Respondeu o menor. - Mas eu realmente espero que tenha um GPS dentro desse seu crânio inteligente, porque eu não faço ideia do que tem nessa floresta.

- Relaxa, docinho. - Taehyung o lançou uma piscadela traiçoeira, parecendo extremamente bonito. O tecido jeans estava presente tanto na sua jaqueta clara, quanto nas calças justas.

Um ser perfeitamente imperfeito, por assim dizer.

- Fala sério Jungkook, eu sei que os meios tecnológicos são uma perdição, mas olha para isso? - Abriu os braços enquanto olhava pro belo cenário da mãe natureza. - É tão bom se desligar, sem wi-fi, sem aquelas camadas de poeira que tem por toda sua casa...

- Qual é o seu problema? - Jungkook exclamou. - Minha casa é limpa!

- Não disse que era suja, só que você mofa dentro daquele lugar.

- Lá eu tenho tudo o que eu preciso, wi-fi, a geladeira por perto e a minha cama quentinha, ok? - O humano cruzou os braços como uma criança mimada, e mesmo discordando, Taehyung decidiu não discutir.

- Só vamos aproveitar isso, eu tenho que te mostrar um lugar que conheci na última vez que vim pra esse planeta.

- É por aqui? - Jungkook se fez curioso sobre o lugar. - Parece que você gosta de ciscar no meu quintal, Taehyung.

Sem querer, aquela piada havia soado em um tom malicioso, da qual Taehyung recebeu um um sorriso provocativamente gostoso.

- Bobinho. - Ele disse.

O caminho percorrido teria sido menor se Jungkook não estivesse resmungando do quanto sentia falta da sua cama, dos seus livros e celular. Francamente, a vontade que Taehyung tinha era de calá-lo com um beijo gostoso, daqueles que te deixam sem fôlego, mas ao chegar em seu destino a opinião sobre seus desejos mudaram arduamente.

Pois ao chegar no local, o coração de Jungkook quis - por algum motivo - sair por sua boca e despedaçar-se no chão úmido. Estava diante de uma imagem que sequer podia descrever com palavras, mas sentia apertar no fundo de seu peito.

Ao seu lado, Taehyung parecia tão chocado quanto. Esperava que estivesse nas condições em que estava, mas jamais pudera imaginar que sensação sentiria quando o estivesse novamente. As emoções mesmo bagunçadas, estavam nítidas, Jeon só não sabia distinguir da onde vinha.

Diante de ambos havia um jardim enorme, com rochas preenchendo o chão e ervas daninhas montando-se em pilares também rochosos, no centro havia uma fonte abandonada onde a água parada tornava-se verde e cheia de musgos nojentos, e o chão cinza estava cheio de folhas secas como se não estivesse sido varrido por diversas décadas. Haviam alguns degraus de pedra que davam acesso à uma enorme construção de madeira cara, onde uma enorme mansão encontrava-se caindo aos - poucos em - pedaços. O impacto da visão ampla daquela casa imensa fez Jungkook dar passos para trás sentindo as pernas tremerem por tamanho receio.

O et entrou em transe ao perceber que mesmo depois de tantos anos, o lugar estava aparentemente intacto. Era como se estive esperando por eles.

- Incrível. - Kim pensou em voz alta.

- Taehyung, que lugar é esse?

O cinzento viu o pavor no rosto do outro, e não resistiu em segurá-lo com as mãos, fazendo com que o humano sentisse o estranho calor que aquelas mãos alienígenas ferviam, queimando-o como o mais doce inferno. E se aquele fosse o diabo, Jungkook gostaria que ele se apoderace de seu pobre corpo.

- Eu não quero que sinta medo, eu jamais o machucaria. - Kim disse sincero, enquanto encarava aqueles grandes olhos jabuticabas inocentemente ferozes. - Eu preciso que você veja esse lugar, mas não irei impedir que quiser voltar pra casa...

O coração de Taehyng batia forte, estava esperançoso que Jungkook quisesse explorar aquele lugar significativo com ele, caso contrário, o deixaria ir como prometido, no entanto não estava pronto para ouvir tais palavras de rejeição.

Os olhos de Jungkook miraram-no com fervor, deixando o alienígena com um frio terrível na boca do estômago, mas sabia que aquilo não passava da maldita adrenalina estourando suas veias. Se a literatura romântica fosse paramédica o diagnosticaria com 'borboletas no estômago.

Os olhares permaneceram fixos, as respirações inquietas, e nada se ouvia, era como se os planetas estivessem se alinhado em sentido contrário para aquele momento arrebatador. Pele com pele, calor com calor, átomos com átomos, matéria bruta. Não havia palavras para descrever a sensação que Jungkook carregava no seu coração lúbrico.

Centímetros estavam sendo cortados na medida em que o et aproximava seu rosto ao do jovem de olhos negros tão luxuosos quanto a heresia mais impura. Os pequenos lábios formando um beicinho manhoso estavam ressecados, com pequenos courinhos levantando-se da pele rósea, pareciam tão saborosos - quanto um dia já foram - aos olhos de Taehyung. E Jungkook por um lado, não lembrava que um dia fora viciado ao gosto de Taehyung, no entanto, estava na expectação do inevitável.

A atmosfera afável fez as pálpebras do humano pesarem, enquanto sentia as pontas dos dedos de Taehyung afagar suas bochechas descendo para o queixo e segurando com rigor, com dominância. E quando o caminho os conduzia ao mais belo precipício de ternura, um toque inesperado fez Jeon despertar de seu transe gostoso, o fazendo cair na realidade de onde estava e do que estava fazendo.

O toque de seu celular despertou o som da mata, do Planeta em pleno funcionamento, avisando tempo não havia parado como haviam pensado, quando Jungkook tomou distância das mãos quantas do extraterrestre. Os planetas viraram-se de costas para o sol e as estrelas choraram.

O clima sumira, e tudo que Taehyung conseguia ver era um Jungkook corado e desengonçado procurando por seus celular tocando no bolso da sua calça de moletom. O humano estava sem jeito.

- Alô? - Gaguejou ao atender o celular, estava evitando contato visual com Taehyung.

- Jungkook, liguei em um momento ruim? - A voz animada do psicólogo disse ao outro lado da linha.

- Não... definitivamente não. - Forçou um sorriso.

- Eu queria lembra-lo de que o nosso encontro está marcado para amanhã. - Kwan foi direto.

- Eu ainda lembro, mas obrigada.

- De qualquer forma, espero que esteja bem após aquela consulta...

- Eu estou! - Jungkook disparou. Apenas queria fugir daquela situação.

- Tudo bem, iria parar de incomoda-lo com minhas ligações...

O psicólogo estava se martirizando?

- Você não incomoda! - Jungkook fixou o olhar no chão. - Mas, eu não posso falar agora. Me desculpe.

- Tudo bem, se cuida. Até mais.

- Até.

A ligação foi encerrada e Taehyung permaneceu parado assistindo Jungkook.

- Você trouxe seu celular? - Perguntou o de olhos azuis.

- Me desculpe, acho que nosso passeio vai ter que ser adiado. - Jungkook deu de ombros, ignorando a pergunta óbvia de Taehyung. Sabia que aquilo resultaria em mais e mais perguntas, que não estava afim de responder.

Jungkook estava terrivelmente constrangido por ambas situações. No fundo sentia-se culpado por flertar com alguém enquanto estava prestes a beijar outro, e odiava ter que encarar esse 'outro. Ainda sim, não precisaria se culpar, não tinha comprometimento com nenhum daqueles. Era um homem livre.

Apenas abaixou a cabeça e seguiu para dentro dos pinheiros acreditando naquele ser o caminho de volta para casa.

- Por aqui! - Taehyung gritou ao ver o humano ir para o lado errado.

Mas sua vontade era de deixar aquele rabugento se perder, quem sabe assim aprenderia a lição.

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