Um Amor Em Meio Ao Caos

By Rebeca_norberto

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É capaz encontrar paz em meio ao caos? Julie encontrou calmaria em John e vice versa e juntos se sentiram mai... More

*Nota da autora*
Epígrafe
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40
Capítulo 41
Capítulo 42
Epilogo

Capítulo 10

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By Rebeca_norberto

Julie

— Você vai assim? — Ana me perguntou assim que apareci na sala.

— Assim como? — Perguntei sem entender.

— Sem graça, nem uma joia?

— Não, eu estou indo por ir. — Revirou os olhos e voltou a atenção para a televisão.

Minha mente passou a noite inteira me culpando e quando avistei o seu carro entrar na rua pela janela do apartamento quase não conseguir sair do lugar.

— Divirta-se! — Sorri fraco e desci as escadas.

Ele estava encostado no carro, foi estranho vê-lo de bermuda e camiseta, normalmente vestia roupas sociais, estava muito bonito.

Quando entrei no carro senti meu corpo estremecer, era meu primeiro encontro.

Sim, o primeiro!

Paul nunca havia me convidado para um encontro de forma oficial, na maioria das vezes saiamos com amigos e quando passei a morar com ele, comíamos em casa mesmo.

Prometi a Vivian que me esforçaria para viver o momento, sem pensar em mais nada, mas não era tão simples.

Tudo na teoria é mais fácil, a minha cabeça me fez acreditar que eu conseguiria me prender aos encantos de John Salt durante a tarde, mas eu nem o achava encantador.

Ele falava e falava, mas eu nem se quer sabia o que ele estava falando.

Não tinha fome, queria que aquele encontro acabasse, mas sabia que estava apenas no início.

— Poderia ao menos se esforçar? — Me assustei ao ouvir sua voz alterada.

— Que? — Perguntei me esforçando para saber do que falava.

— Concordou em sair comigo, mas nem aqui você está. — Estava chateado, mas quem não ficaria.

— Não estou no meu melhor dia. — Foi a única coisa que conseguir dizer.

— Pode mudar isso. — Por um momento me vi sentada com Vivian, ela falaria exatamente a mesma coisa e eu tentaria mudar por confiar nela.

— É, posso. — Ele se animou.

Passei a me esforçar para fazer o momento valer, mesmo que tivesse que aturar as suas piadas sem graça ou seu jeito nada galanteador ou sexy, até porque ele era mais sensual quando não tentava ser.

Depois de um tempo de conversa percebi o quanto que eu precisava daquele momento, me distrair, rir e sair um pouco da minha realidade.

— Deveria sorrir mais, seu sorriso é lindo! — Abri a boca na intenção de falar algo, mas na verdade não tinha o que falar.

Me salvei pelo toque do celular dele, a ligação o deixou tenso, a suavidade do seu rosto sumiu, o seguir até o carro.

O que poderia transformar alguém tão bem-humorado como ele, com uma ligação? Pensei!

Enquanto dirigia seus dedos perdiam a cor ao entrar em contato com o volante, desviou o olhar umas duas vezes para mim.

Pareceu ler os meus pensamentos e então os respondeu.

— É a minha irmã, ela está passando por um momento muito difícil. — Apenas assenti.

A entrada da casa era bem bonita, tinha um jardim bem cuidado e quando entramos na sala me lembrei da minha antiga, a decoração era um tom de rose.

Quando havia ido morar com Paul, ele deixou que eu decorasse do jeito que eu quisesse e assim eu fiz, eu acabei enjoando do rose, mas não cheguei a mudar.

Uma mulher que aparentava ter a mesma idade que eu, estava com um olhar assustado no meio da sala e no sofá uma garotinha, de cabelos castanhos, John correu até ela.

Ela se afastou do toque dele e aquilo pareceu abalar um pouco sua estrutura, mas ainda sim insistiu em falar com a garota.

Seu olhar era triste, como se pedisse socorro e ninguém a escutasse, mas mesmo assim ainda parecia ser uma criança adorável, mesmo não simpatizando comigo.

— Ela não é de tratar ninguém assim. — Ele me explicou quando entramos no carro.

— Tudo bem, ela é só uma criança passando por uma fase. — Ele ligou o carro e suspirou de maneira profunda.

— Não merecia passar pelo que está passando. — Sussurrou.

— É tão ruim assim? — Perguntei, ele me encarou e assentiu.

— A minha mãe, ela... — Limpou a garganta. — Ela está morrendo. — Involuntariamente levei as minhas mãos até a minha boca.

— Sinto muito, John. — Ele sorriu fraco e assentiu.

Enfim ele deu partida.

— Melanie sempre foi extrovertida, engraçada, sorridente, ela mudou tanto, jamais imaginei vê-la dessa forma.  — Comentou. — Esse almoço foi um fracasso, me desculpe. — Havia sinceridade em sua voz e sua expressão estava séria, o que era estranho.

— Não foi um fracasso. — Rebati, recebendo um olhar desconfiado dele.

— É claro que foi.

— Não foi, eu gostei. — Fui sincera e ele sorriu.

— Quem não iria gostar de sair comigo? — Seu humor voltou com tudo.

Revirei os olhos.

— Está bem, já chega. — Ele gargalhou.

— Você é menos chata quando quer.

— Você nem me conhece. — Rebati.

— Então deixa eu conhecer. — Tirou os olhos da estrada e me encarou com um sorriso torto.

— Não sei não.

— Poderia pensar um pouco antes de responder. — Sugeriu.

— Está bem. — Falei sem pensar.

Durante o resto do caminho ele me contou que levou a irmã na psicóloga por conta das crises de pânico que estava tendo constantemente, depois passamos a conversar assuntos aleatórios e claro que ele me irritou com sua provocação.

— Até mais, Julie. — Estávamos em frente ao prédio.

— Até mais, John. — Ele soltou uma piscadela e abriu um sorriso.

O ignorei e saí do carro, que assim que eu cheguei na entrada deu partida.

— Me conta tudo. — Ana praticamente saltou do sofá quando me viu na porta.

— Foi normal. — Dei de ombros.

— Só normal. — Perguntou desapontada.

— O que queria que tivesse acontecido?

— Não sei, um beijo? — Gargalhei.

— Para, porque eu ia beijar ele?

— É só um beijo, sem compromisso. — Deu de ombros e voltou a se jogar no sofá.

Ignorei ela e fui para o quarto, havia deixado meu celular em casa, desligado, pensei em liga-lo quando cheguei no quarto, mas eu resolvi ignora-lo um pouco e permanecer com aquela sensação gostosa que estava sentindo por mais algum tempo.

***

— Realmente me fez bem.

— Viu, eu falei.

— Você não falou nada com Henry, certo? — Perguntei preocupada.

— Não, Ju, não se preocupa com isso.

— Está bem. Como ele está?

— Henry me disse que ele não sai do bar e quando saí é carregado. — Meu coração apertou.

— Estou sendo tão egoísta.

— Claro que não.

— Sim estou, eu só pensei em mim, nem se quer me importei com os sentimentos dele.

— Quando foi que ele parou para se importar com os seus?

Fiquei em silêncio.

— Para de dar poder a ele, Julie.

— Não estou dando nada a ele, foram seis anos, Vivian, não seis dias, antes eu tinha os meus pais, depois ele e agora eu me vejo sozinha, porque eles três eram tudo para mim. — Me alterei.

Segurei as lágrimas que, ameaçavam cair, estava cansada de chorar, cansada de me sentir triste.

— Eu sei, Ju, só estou cansada de ver uma mulher incrível chorar por alguém que não a merece. — Ficamos em silêncio. — Eu preciso ir, Henry chegou, beijo. — Desligou.

Tudo voltou para onde havia parado, me arrumei para o trabalho, Ana pareceu perceber que eu não estava para conversar, pois ficou calada a todo momento, algo que não acontecia muito.

A noite pareceu eterna e para piorar a situação, Paul deixou várias mensagens de voz e mensagens.

— Não faça isso com você. — Ana apareceu atrás de mim.

— Não sei se consigo mais, isso está me matando. — Fui sincera.

— Você é forte.

— Não, eu não sou. — Minha voz saiu como um sussurro.

— Você viajou por três horas, para uma cidade que nem se quer conhecia, morar com uma louca. — Eu ri. — Recomeçar do zero, só alguém forte para tomar uma atitude dessa.

Nos abraçamos e logo depois, apaguei as mensagens de voz do celular, para evitar que eu ouvisse mais tarde.

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