One More Night

By PizzaDuarda

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Na frente das câmeras, uma amizade. Por trás delas, um amor interrompido por um contrato profissional. Caitr... More

Capítulo 1: Fúria encoberta
Capítulo 2: Eu pensei que você voltaria
Capítulo 3: Uma noite
Capítulo 4: Retorno a realidade
Capítulo 5: Prova real
Capítulo 6: Inconformado
Capítulo 7: Encarando as consequências
Capítulo 8: Escolhas
Capítulo 9: Revelações
Capítulo 10: Depois de tudo
Capítulo 11: Não faça mais isso!
Capítulo 12: Limites
Capítulo 13: Uma noite - parte II
Capítulo 14: Dia da mudança
Capítulo 15: 1° semana
Capítulo 16: Baby bump
Capítulo 17: IFH
Capítulo 18: Happy birthday Sammy!
Capítulo 19: Momentos
Capítulo 20: Loving and fighting
Capítulo 21: Pesadelos
Capítulo 22: Provocações
Capítulo 23: Efeito colateral
Capítulo 24: Cinema, jantar e...
Capítulo 25: Edimburgo - Parte I
Capítulo 26: Edimburgo - Parte II
Capítulo 27: Edimburgo - Parte III
Capítulo 28: Edimburgo - Parte IV
Capítulo 29: Reconciliação
Capítulo 30: Conexão
Capítulo 31: You broke me first
Capítulo 32: Irlanda - Parte I
Capítulo 33: Irlanda - Parte II
Capítulo 34: Irlanda - Parte III
Capítulo 35: Irlanda - Parte IV
Capítulo 37: It's a...
Capítulo 38: It's a... - Parte II
Capítulo 39: To build a home
Capítulo 40: inseguranças e hormônios
Capítulo 41: Tour de divulgação
Capítulo 42: Tour de divulgação - Parte II
Capítulo 43: volta pra casa
Capítulo 44: Papai tem conversa séria com bebê
Capítulo 45: That's a wrap
Capítulo 46: odeio mudanças
Capítulo 47: a volta dos que não foram
Capítulo 48: concessões
Capítulo 49: tudo desmorona
Capítulo 50: 30 semanas
Capítulo 51: Curso de pais
Capítulo 52: O outro
Capítulo 53: welcome, baby girl!
Capítulo 54: o que a madrugada guarda...
Capítulo 55: Happy Birthday, Cait
Capítulo 56: desentendimento
Capítulo 57: jogo de sedução
Capítulo 58: Surpresa
Capítulo 59: Surpresa - Parte II
Capítulo 60: Hormônios
Capítulo 61: O começo
Capítulo 62: O parto
Capítulo 63: Depois do parto
Capítulo 64: pequenos momentos
Capítulo 65: Natal
Capítulo 66: Pai e filha
Capítulo 67: Primeiro encontro
Capítulo 68: afogar o bico do ganso
Capítulo 69: os finalmentes
Capítulo final: Happy Ending - Parte I
Capítulo final: Happy Ending - Parte II
Capítulo final: Happy Ending - Parte III

Capítulo 36: E a verdade é contada...

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By PizzaDuarda

Dedico esse capítulo ao elenco maravilhoso de Outlander que sempre nos mostrou o que dedicação e amor podem iluminar até os lugares mais escuros.

Espero que eles sejam unidos como nos mostram e que se divirtam MUITO nessas saídas de cachaceiros.

Aproveitem o capítulo!

xoxo, Duda 🌹

××××××××××××××

Glasgow, Escócia.

Quando você guarda um segredo por tempo demais, alguém acaba descobrindo. Não importa quão cuidadoso e disposto você está a escondê-lo, uma hora a verdade vem a tona se você prologar o segredo por muito tempo. Por isso, Sam e eu decidimos que teríamos que contar agora. Não tínhamos muito tempo até que minha barriga crescesse o suficiente para que qualquer um pudesse notá-la e ai perderíamos a nossa vantagem: o elemento surpresa.

Como será que os nossos amigos reagiriam por serem deixados de fora? Como os nossos chefes reagiriam a uma noticia que impactaria não só no agora da série mas também em todo o futuro? A starz já havia interferido demais na nossa relação, roubado demais de nós dois e não deixaríamos que ela fizesse isso com a coisa mais pura que já havíamos feito.

Sam tinha me mantido muito distraída desde que retornamos para casa. Ainda tínhamos dois dias de folga e o aproveitamos ficando nus e deitados na maior parte do tempo, compensando pelo tempo perdido e redescobrindo um ao outro como um casal. É verdade que já éramos um – mesmo não querendo admitir – antes de viajar para a Irlanda, mas dessa vez, não tínhamos nada entre nós. Nada além do imenso segredo que crescia mais e mais a cada dia dentro de mim...

— Sam... — ele parou os seus beijos na minha coxa na mesma hora e me encarou. Naquela posição, seus cabelos pareciam ainda mais bagunçados, o que eu admitia ser culpa minha, e seu olhar, selvagem. Talvez eu devesse deixá-lo continuar o ótimo trabalho que estava fazendo...

— Você vai ficar babando ou vai dizer algo? — chutei seu peito nu com o meu pé e ele o agarrou quase imediatamente, começando beijos lentos, suaves e desconcertantes.

— Se você parasse de fazer isso, talvez eu conseguisse focar para formar palavras de forma coerente.

Isso o que? — Suas mãos chegaram em minha panturrilha e eu senti todo meu corpo corresponder ao toque. — Isso pareceu bem coerente para mim, amor. — murmurou em retorno ao meu gemido involuntário, o chutei de novo.

— Sam! — Repreendi.

Vendo que não conseguiria nada daquela forma, ele se ergueu – totalmente nu para o desprazer do meu autocontrole – e se sentou ao meu lado, encostando sua cabeça na cabeceira da cama.

— Eu sou todo ouvidos! — beijou minha bochecha suavemente, contrastando com os seus beijos anteriores...

Foco, Caitríona.

Balancei a cabeça, como se assim pudesse dispersar os pensamentos anteriores e o encarei. Sam sorriu para me transmitir confiança e tomou a minha mão na sua, fazendo carícias suaves em meu antebraço que fazia minha pulsação acelerar. Como ele conseguia reações do meu corpo com gestos tão calmos e controlados? Eu estava totalmente a sua mercê...

Foco, Caitríona.

Clareei minha garganta e olhei para ele de novo.

— Eu tenho um plano.

Oh não. — murmurou, soltando meu pulso quase imediatamente e me olhando com os olhos arregalados. Revirei os olhos, incapaz de me conter depois de sua reação. — Sem planos, por favor.

— Eu faço planos excelentes, Heughan.

— Excelentes para o desastre. — revirei os olhos de novo. — Nas duas vezes que você planejou como contar da gravidez e quando, você simplesmente jogou a bomba!

Abri a boca para revidar repetidas vezes, mas ele tinha razão. Eu tinha feito isso na casa da mãe dele, mas em minha defesa, eu estava tentando ajudar a pobre da minha sogra do interrogatório dele e do irmão. E fiz de novo quando contei para a minha família, mas de novo em minha defesa, minha família era insana – para dizer o mínimo – e a melhor forma de contar era apenas arrancar o band-aid de uma vez. E nas duas vezes tudo ocorreu bem, mais do que bem, maravilhosamente bem, então era na verdade uma amostra do meu sucesso e não o contrário.

— E deu tudo certo nas duas vezes. — me gabei. Sam riu, o rendendo uma bela cotovelada no abdômen. — O que você sugere então, idiota? — ele riu de novo porque eu provavelmente estava parecendo uma criança emburrada com um bico enorme e os braços cruzados. Ele desfez meu bico com um beijo macio e casto, que dissipou rapidamente a minha "raiva".

— Minha sugestão é levarmos todos para beber em um pub e contar.

— Isso soa como um plano, Heughan.

— Nada muito elaborado ou laminado como suas regrinhas estúpidas Cait.

— As regras que você me disse para criar.

— Para você me deixar morar com você. Mas nós dois sabíamos que nunca iriamos cumpri-las. Ficar sem flertar um com o outro? — ele riu de novo. — Nós dois? É mais provável que ocorra uma segunda extinção com meteoros ou que não haja vida em outro planeta.

— Essa conversa de repente se torno muito sci-fi para mim, Sammy.

— Você que quis se envolver comigo sabendo que eu era um nerd por dentro. — ele beliscou meu nariz de forma carinhosa. — Você pode até não gostar muito de sci-fi, mas também é uma nerd.

Enruguei o nariz para ele, fazendo seu sorriso provocativo ampliar.

— Você está tentando mudar o foco da conversa. — Ele beijou meu nariz.

— E está funcionando?

— Não muito...

Ele me encarou por um tempo em silêncio, olhando meu rosto com tanto amor que senti meu coração acelerar. Sua voz saiu carinhosa e suave quando finalmente voltou a falar:

— Sabia que eu fiquei totalmente encantado quando te vi pela primeira vez?

Pisquei surpresa pela mudança tão repentina, mas entrei no assunto.

— Tinha como ter escondido? Você estava suando como um porco. — ele riu, me puxando para si. Meu corpo agora estava parcialmente sobre o seu, nossos olhos no mesmo nível e presos um no outro.

— Era tão óbvio assim? — ri, incapaz de não lembrar da cena de quando nos conhecemos.

— Bom, não na hora que aconteceu. Eu estava nervosa demais para sequer perceber o seu nervosismo, mas quando você me acalmou... tudo além de nós dois pareceu ser reduzir a nada. Bom, há alguma coisa porque nada não existe, mas... — quando vi que ele estava prestes a rir de mim, me interrompi. — Você me entendeu. — ele assentiu. — Mas depois que cheguei em casa e minha agente ligou, foi quando eu notei que você já estava escalado, não havia motivos para tanto nervosismo da sua parte.

— É claro que havia! — retorquiu indignado. — Eu estava sob muita pressão para ter química com alguém. — estreitei os olhos — Você já imaginou o quão decepcionante seria para aquelas fãs que esperaram tanto tempo por uma adaptação receberem um Jamie e uma Claire que não emitissem amor? Eu estava confiante de que você seria a Claire certa.

— E como você poderia possivelmente saber disso? — estreitei os olhos de novo.

— Pelo mesmo motivo que parecia que eu tinha duas pizzas embaixo da minha blusa. — me deu um olhar cético. — Assim que eu vi você, eu soube.

— Fofo, mas muito cafona. — ele bufou.

— Você acaba com todas as minhas tentativas de romantismo, Balfe.

— Tenho minha cota com Jamie Fraser. — ele riu.

— O cara é realmente um romântico incurável, não?

— O rei dos homens! — exclamei me erguendo em seu colo. — E você é o rei no meu reino. — aproximei nossos lábios. — Eu não soube assim que o vi, nem mesmo alguns meses depois... mas eu vejo agora, Sammy. Eu vejo você por completo... tudo o que você é, tudo o que você sente e também sinto a verdade em tudo o que você me mostra seja com palavras ou gestos e, amo tudo. — rocei nossas bocas. — Cada pedacinho de você.

— Até as partes cafonas de um romântico incurável?

— Até elas. — ele encostou nossos narizes e com um sorriso que poderia ofuscar o sol, inverteu nossas posições e me mostrou o quão romântico ele podia ser com palavras e gestos.

[...]

Depois da distração muito bem-vinda, Sam me fez prometer que eu não sairia contando as pessoas que eu estava grávida, dizendo "você é um chamariz para problemas, Balfe! Me prometa que vai controlar sua impulsividade de sair chocando as pessoas com a ervilhinha e esperar para contarmos no momento planejado", o que foi um discurso muito injusto, na minha opinião. Eu não planejei chocar ninguém, apenas aconteceu.

Já no set, eu continuaria a fazer o que vinha fazendo nos últimos dois meses, agindo naturalmente: repetindo o almoço e escapando discretamente para o trailer de Sam para me distrair entre os intervalos da gravação, com exceção de que hoje os meus amigos estariam desconfiados depois de Sam os convidar para ir a um pub depois do trabalho e pagar a primeira rodada de shots. Enquanto Sam ficou encarregado pelos amigos que estavam aqui, eu fiquei encarregada de convidar o elenco antigo de Outlander para se juntar a nós no pub. De alguma forma, todos eles estavam disponíveis e não acharam que era uma longa viagem – de seja lá onde estivesse – para Glasgow em plena quinta-feira. Os nossos amigos individuais receberam a notícia no dia anterior através de ligações.

Depois de terminar de persuadir Lottie de tentar me persuadir a contar porque era tãoooo importante que ela viesse para Glasgow se não era nenhuma ocasião comemorativa, senti o que não sentia há dias: enjoo. Não fui muito discreta conforme corria para o meu trailer e me debruçava para despejar o meu almoço.

Sam chegou exatamente neste momento e correu para me acudir, segurando os meus cabelos e acariciando minhas costas até que eu terminasse. Depois ele limpou minha boca e me pegou no colo, me levando até o pequeno sofá, me colocando sentada em seu colo, me deixando descansar a cabeça em sue peito conforme os espasmos se dissipavam.

— Melhor? — Questionou enquanto continuava suas carícias circulares em minha coluna sobre o tecido rústico que compunha o meu figurino de Claire Fraser.

— Um pouquinho. — murmurei me recostando mais nele.

— Você não enjoava há um tempo... quer ir ao médico?

— Não acho que seja necessário, amor. — Garanti. — Acho que o peixe do almoço não caiu bem e ervilhinha agora está me punindo.

— Eu também puniria a minha mãe se comesse aquela coisa medonha quando estava grávida de mim. — Dei um soco em seu peito e ele riu. — Tem certeza que está bem, Cait?

— Vou ficar em um instante, Sammy. Apenas me segure...

Ele me envolveu em seus braços e me segurou ali até que eu me sentisse melhor, depois me ajudou a fazer minha higiene e me forçou a beber e comer algo antes de voltar a gravar. Não tive mais nenhum incidente.

[...]

Eu estava extremamente puta! Como era possível que nenhuma das minhas calças coubessem em mim de uma semana para a outra? Eu não tinha engordado tanto assim! Eu me olhava no espelho quase todos os dias – não por ser narcisista, mas porque gostava de observar minha barriga – e em nenhuma das vezes eu tinha reparado tantos quilos a mais. E Sam teria me dito algo, não? Ele com certeza perceberia as mudanças em meu corpo melhor do que eu e me diria. Ou não?

— Arrrrrrrgh! — Grunhi irritada, jogando mais uma das minhas calças no chão do closet. Era um dos meus jeans favoritos!

— Está tudo bem? — Sam murmurou do lado de fora do closet, provavelmente já totalmente vestido.

Defina bem! — Retruquei, pegando outro jeans dentro do closet.

Sam sabiamente decidiu mudar a linha do nosso diálogo para assuntos menos propensos a me causar mau-humor como o fato que eu estava me tornando um pato com duas pernas esquerdas.

— Como você acha que eles vão reagir quando contarmos?

— Provavelmente vão ficar muito felizes por nós. — Respondi enquanto me jogava no puff do closet tentando passar a calça pelas minhas coxas. Será que elas estavam maiores também? — Os produtores, superiores e sócios da starz... não.

— É, eles não vão ficar felizes. — ouvi o sorriso na voz de Sam, o que era estranho dado a situação. — Ao menos temos Maril.

— Ao menos. — confirmei.

Desisti da calça, jogando-a no chão ao lado das outras cinco que havia tentado e peguei a maior do guarda-roupa. Era a minha última opção. E eu estava começando a ficar realmente puta com a nova largura dos meus quadris.

— Acho que Sophie, Laurel, César, Rik vão ficar bem felizes por nós. — continuou — E apesar do resto não ficar muito contente pelos recentes acontecimentos...

— Você quer dizer a gravidez e a nossa reconciliação?

— Não há nada que possam fazer agora... — continuou, me ignorando.

— Certamente podem nos dar dor de cabeça. — Ele riu.

— Não seria a primeira vez. — ri.

— Nossos pais foram uma surpresa agradável.

— Especialmente o seu pai. — bufei, tentando enfiar a calça.

— Ele vai ser o primeiro a chegar para o parto. — resmunguei enquanto tentava subir a calça. — Duvida?

— Sargento Balfe vai estar aqui um mês antes para ter certeza que nós temos tudo preparado para o netinho.

— Que Deus nos ajude, Sam. — Ele riu.

Será que ele teria realmente me contado se eu estivesse mais cheia? Ele certamente deveria! Refleti enquanto tentava subir a calça pelos meus quadris. Nem mesmo ela, que estava sempre larga, entrava!

— Sammmmmmmm! — Gritei irritada.

— O que? O que foi? — ele apareceu segundos depois dentro do closet com os olhos arregalados em preocupação. Bufei irritada e joguei a calça jeans nele. — Cait?

— Nada cabe! — ele olhou ao redor e viu todas as calças jeans jogadas no chão como se um furacão tivesse passado pelo quarto e então para mim, sentada no puff com uma cara emburra e riu. Caiu na gargalhada, me fazendo ficar muito irritada.

— Do que você está rindo? — rosnei me levantando e andando até ele.

Todas as roupas dele ainda cabiam! A porra da sua camisa social que marcava perfeitamente o seu corpo, deixando seus músculos e abdômen em evidência ainda cabia nele, assim como os seus jeans favorito. Eu o odiava!

— Há algumas semanas estávamos neste mesmo cômodo com você reclamando justamente que todas as suas roupas ainda cabiam.

— Bom, não estamos mais há semanas atrás, Heughan! — Ele riu de novo, se divertindo com a minha miséria. — Você por acaso esqueceu de me dizer alguma coisa? — Ele me olhou intrigado e eu revirei os olhos. — Você acha que eu engordei?!

Ele quase engasgou com a própria saliva, o que teria sido divertido de se assistir se eu mesma não estivesse com minha calça presa nas coxas e muito irritada.

— Eu devo sequer cogitar responder isso? — Questionou ainda de olhos esbugalhados.

— Bom... — refleti. — Provavelmente não seria nada bom para você... O que eu supostamente devo usar para ir ao pub? — continuei.

— Calça cargo? — bufei mais alto e ele se aproximou ainda rindo. — Me deixe ajudar com isso.

— A vestir a calça?

— Duas pessoas podem conseguir melhor do que uma. — me deu um olhar sugestivo.

— Tudo bem, não custa tentar. — me levantei para que Sam pudesse me ajudar a passa-la pelos quadris.

— Pronta?

— Isso não vai ser bonito... — murmurei e ele riu mais uma vez. Sam encaixou seus dedos no passador da calça e puxou para cima enquanto eu pulava.

De alguma forma isso funcionou, mas ainda tínhamos mais um desafio: fechá-la.

— Isso não pode fazer bem para o bebê... — murmurei tentando prender a respiração e Sam desistiu de tentar abotoar minha calça.

— Vestido? — sugeriu.

— Vestido! — concordei.

Sam me ajudou a me livrar da calça e eu removi a blusa conforme buscava algum vestido confortável e apresentável e cabível. Peguei um vestido verde musgo que costumava ser largo, mas quando o enfiei pela minha cabeça, vi que agora ele marcava a minha pequena e redonda barriga de quase quatro meses de gestação.

— Você está linda. — virei na direção de Sam que agora estava sentado no meu antigo lugar no puff, me observando com o seu olhar predador e sorriso de lado.

Esse sorriso fazia coisas com a minha intimidade... aproximei minhas coxas uma das outras, tentando conter – em vão – o desejo. Mas Sam me conhecia melhor do que eu conhecia a mim mesma e seu sorriso se alargou, tornando-se mais felino. Eu estava perdida!

— Eu estou inchada.

— Inchada e linda. — bufei.

— Não posso usar isso para ir ao pub... preciso de roupas novas e mais largas. — murmurei olhando para ele. Sam não estava mais ouvido, ele estava me olhando de cima a baixo com aquele olhar que me deixava quente. Incandescente.

— Podemos providenciar isso. — Sam se levantou, mas não disse mais nada conforme diminuía o espaço entre nós dois, me prendendo contra uma das prateleiras do closet e ele. — Eu já disse o quão linda você está hoje? — murmurou com seus lábios a centímetros de distância dos meus. Inspirei pesadamente. E suas mãos foram parar em meus quadris, percorrendo a extensão do meu corpo e fazendo minha pele se arrepiar quase que instantaneamente.

— Algumas vezes... — sussurrei, incapaz de manter meu tom de voz inabalável.

Sam sorriu e se aproximou mais, colando nossos corpos. Sua barba rala roçou minha bochecha, fazendo minha pele se arrepiar. Dos pés a cabeça.

— Você fica muito gostosa com esse vestido. — murmurou em meu ouvido.

Sam beijou desde o lóbulo da minha orelha até o ponto ultra-sensível do meu pescoço e soltei um gemido alto, incapaz de me controlar. Sam sabia como ativar cada uma das minhas terminações nervosas, então eu estava perdida. Totalmente a sua mercê. O senti sorrir contra o meu pescoço de novo antes que eu puxasse seu rosto para o meu e nossos lábios se encontraram em uma explosão de desejo infreavel, ameaçando nos consumir completamente. As mãos de Sam se posicionaram na parte baixa da minha bunda e ele me ergueu, enlacei minhas pernas em seus quadris e nossas intimidas se encontraram separados apenas pelas camadas de tecido. Seus lábios se desviaram da minha boca e retornaram para o meu pescoço e eu gemi alto quando suas mãos começaram a tomar um caminho quente em minha coxa desnuda. A essa altura, o vestido estava enrolado em meus quadris e tudo que mantinha Sam longe da minha intimidade era uma fina calcinha de renda.

— O quão gostosa? — murmurei. Não sei como mantive consciência o suficiente para sequer manter a coerência.

— Muito.

— O suficiente para você me ter aqui? — afastei seu rosto do meu pescoço apenas o suficiente para ver seus olhos escurecerem com o desejo.

— Nós vamos nos atrasar.

— Você está sempre atrasado mesmo... — Sam sorriu novamente e dessa vez toda a coerência foi arrancada de mim conforme seus dedos se movimentavam e em seguida os seus quadris.

Por fim, optei por um vestido mais larguinho que me deixava até mesmo aparentar nem estar grávida enquanto Sam trocava sua camisa amassada – por minhas mãos – por uma mais apresentável. Em poucos minutos já saímos de casa em direção ao pub com Sam no volante, já que meu pé estava tão inchado que dirigir havia se tornado um perigo.

Sophie foi a primeira a nos avistar e segurou o sorriso que eu saiba que ela queria abrir de "eu sabia", conforme se levantava e vinha nos cumprimentar. Os abraços com os nossos amigos que moravam mais longe foram os mais prolongados, mas nada se compara ao abraço de Steve e Sam. Eu fiquei legitimamente preocupada que o pai do meu bebê não saísse vivo, mas deu tudo certo. Logo depois do abraço "monstro", Sam pediu as doses prometidas e se sentou ao meu lado passando seu braço ao redor da minha cadeira, como sempre fazia antes. Ninguém comentou nada, mas notei o sorrisinho de Sophie se estender ao de Tobias, Graham, Steve e Lottie. Rik – por alguma interferência divina – ainda permanecia alheio.

Todos se envolveram em uma conversa sobre os novos trabalhos de Tobias em The Crown, que era uma das minhas séries favoritas dos últimos tempos e me deixava ainda mais orgulhosa do meu amigo. Sam me deu um leve aperto na coxa, sua forma de se comunicar ou, nesse caso, tentar se acalmar.

— Sammy. — chamei e ele se virou de imediato para mim, como se nem ao menos estivesse ouvindo a conversa ao redor da mesa. — Não há o que temer. — sussurrei e segurei sua mão que estava em minha coxa. Estou aqui. O gesto dizia. Ele apertou minha mão e com um olhar mais calmo, voltou a se entrosar.

Depois do segundo round – pago por mim –, nós dois concordamos que estava na hora. Sam se levantou com seu copo de água – ele cumpria fielmente a palavra de sem álcool e sem cafeína até que eu pudesse tomar – em mão e todos interromperam sua conversa para prestar atenção nele.

— É muito bom ter todos nós aqui de novo. — Sam me olhou buscando ajuda em meus olhos, ele não gostava muito de discursar.

Me levantei e ele soltou um suspiro aliviado, colocando a mão na minha lombar.

— Temos um anúncio a fazer...

— ATÉ QUE ENFIM! — Steve murmurou. Todos na mesa assentiram e eu revirei os olhos.

— Estávamos esperando os dois cabeças dura finalmente se acertarem há anos! — completou Duncan.

— Para dizer o mínimo. — Falou Lottie.

— O que eu disse para você da última vez, C? — Questionou Tobias com o seu olhar de "eu sei de tudo".

Eles nem esperavam a notícia de verdade... me deleitei com o prazer que seria ver os olhares de "sabíamos de tudo" se transformar em um olhar perdido, surpreso e até mesmo chocado. Olhei para Sam e ele assentiu com um sorrisinho debochado no rosto. Céus, nós éramos um casal vingativo...

— Não é isso. — A cara de todos murcharam mais rápido que uma flor em um vaso. — Quer dizer... nós estamos juntos, mas não é esse o anúncio.

Foi tão bom finalmente contar que estávamos juntos! Sam apertou minha mão e me deu um sorriso cumplice.

— Oh! Vocês vão casar? — perguntou Rik, levando um tapa de Sophie.

— Cala a boca, Richard.

— Por que? Os dois são solteiros agora, não é? Ai! — Gritou se virando para o outro lado, onde Lauren estava com um sorriso cruel. — O que há com vocês duas?!

— Cala a boca, Richard! — Todos da mesa disseram juntos e ele resignado, se calou. E nós voltamos a ser o centro das atenções.

— Estou grávida!

Silêncio. Um, dois... dez, vinte... parecia ter se passado bem mais do que a contagem de cinquenta segundos que eu tinha atingido quando o primeiro de nossos amigos abriu a boca, mas ainda estava chocado demais para falar e a fechou de novo.

— Que bom que todos adivinharam isso. — Debochou Sam, puxando a cadeira para que eu voltasse a me sentar. Em seguida, como se em confirmação do que contamos, o garçom chegou com a minha porção de frango frito que eu estava morrendo para comer! — Obrigado. — Sam agradeceu por mim e me ofereceu um guardanapo.

Sam tentou pegar uma das minhas asinhas, mas eu dei um tapa em sua mão, não estava me sentindo muito generosa para dividir meu frango. Quando eu estava indo para a minha quarta... ok, quinta asinha, Laura disse algo.

— Eu... — larguei o frango, olhando para ela. — Estou um pouco chocada com a notícia, mas muito feliz por vocês! — Sorriu se levantando para vir até nós. Sam e eu nos levantamos e nos deixamos ser puxadas para o seu abraço. Laura podia ser mais baixa que nós dois por vários centímetros, mas o seu abraço era indescritível...

— Obrigada, Laura. Você não sabe o quanto estávamos ansiosos para contar para vocês...

Ela se afastou do abraço e fez um gesto indicando minha barriga.

— Nem dá para ver nada...

— Nós tivemos muito trabalho para encontrar uma roupa que escondesse, acredite. — Disse Sam, passando o braço ao redor da minha cintura como se acostumou e nós dois trocamos um olhar cumplice.

— Vocês não vão parabenizar os dois? — Ela questionou se virando para a mesa e como se acordados de um sonho, nossos amigos começaram a se levantar, murmurando parabéns animados e nos sufocando em abraços carinhosos.

— Eu nem posso acreditar! — murmurou Sophie ao me abraçar. — Mama, isso é incrível!

— É mesmo, não é? — sorri, secando as lágrimas que estavam ameaçando descer.

— Vocês dois merecem toda a felicidade do mundo! Quer dizer... três!

— Meu Deus! — Lauren exclamou — Essa criança vai ser a criança mais linda do mundo! — César assentiu em concordância.

— Com esses dois como pais? Os olhos azuis mais lindos! — completou César.

— E certamente vai ser alto... — Murmurou Graham.

— Com quantos meses você está? — questionou Laura.

— Prestes a completar 4.

— O bebê vai nascer em 5 meses? — Indagou Sophie como se houvesse muita coisa a ser feita até lá. O que de fato havia...

— E vocês já sabem o sexo?

— EU SABIA! — Disse Lottie, finalmente se levantando. — Você não bebeu naquele dia do aniversário do Sam!

— Não... E muito obrigada por isso.

— Então Steve não ganhou de verdade! — completou César.

— O que? É claro que ganhei!

— Não ganhou não! A sua principal concorrente estava impedida de beber, mas podemos repetir isso daqui há... — ele olhou para mim e de novo para Steve — Nove meses?

— Só quando parar de amamentar, querido.

César murmurou desapontado e Steve riu da cara dele, como se aquele tempo todo comprovasse sua vitória.

— Isso não é o que importa agora! — interrompeu Lauren. — Nós vamos ter outro bebê Outlander!

E com isso todos olhamos em direção a Maril, produtora de Outlander e que tinha dado a luz há alguns meses atrás a duas meninas gêmeas que tinha tido junto com Matthew.

— Maril? — chamei. Ela era a única que ainda estava sentada na mesa. Ela por fim se levantou e se aproximou de nós e abriu um sorriso imenso, nos abraçando.

— Eu sempre soube que aquela entrevista tinha sido um erro. — sussurro ao nosso ouvido e então se afastou. — Vocês dois merecem ser felizes e tenho certeza que vão ser pais excelentes!

— Obrigada, Maril.

— Você é uma excelente amiga. — ela sorriu.

— E meu presente para vocês três vai ser ter a conversa com a produção.

— Você faria isso? — ela assentiu.

— Vocês já se sacrificaram demais pelo show. Está na hora de alguém interceder por vocês e dizer o óbvio para aqueles produtores... vocês são a alma da série e merecem ter a vida de vocês de volta!

Sam e eu nos entreolhamos, emocionados e entrelaçamos nossas mãos.

— PRÓXIMA RODADA É POR MINHA CONTA! — Anuncia Graham. — Eu vou providenciar meu presente de padrinho!

— Eu vou ser o padrinho! — interviu Tobias e Steve juntos.

— Não vejo nenhum de vocês pagando uma rodada ou pensando nos presentes...

Sam e eu rimos, tomados pela felicidade que era finalmente contar sobre tudo e ter risadas e parabéns em retorno. Sam beijou minha testa com ternura e eu sussurrei "eu te amo" sem emitir nenhum som.

— Grávida do tipo vai ter um bebê? — Rik murmurou quando todos já estavam sentados de novo na mesa. Revirei os olhos e Sam riu.

— Existe outro tipo de gravidez, Richard? — murmurou Lauren com uma careta.

— Eu... — ele se calou e tomou o copo d'água em sua frente, como se pudesse pensar melhor depois de se hidratar. — Isso é uma notícia chocante. Eu nem sabia que estavam juntos! — todos reviram as mesas e decidimos ignorar Rik coletivamente enquanto ele processava a informação.

— A família de vocês já sabe? — Questionou Lottie.

— Sim e reagiram supreendentemente bem. — Sam assentiu.

— Até mesmo o meu sogro! — sorriu espontaneamente e aposto que ele lembrava do aperto de mão e do abraço que ganhou do meu pai na despedida.

— Ele finalmente aceitou você, Samzinho? — provocou Steve. Ele assentiu, orgulhoso. — Muito bem!

A rodada paga por Graham chegou e ele se levantou com seu próprio copo em mão: — Um brinde ao nosso casal favorito de Outlander e ao futuro deles!

— Um brinde a Sam e Cait! — nossos amigos ecoaram juntos, erguendo seus próprios copos em brinde.

Sam e eu nos entreolhamos e ele me deu um beijo "de cinema" rendendo gritinhos e aplausos da nossa plateia de amigos. Sorri contra os lábios de Sam e acariciei sua barba com meus dedos.

Sam se afastou apenas o suficiente para os nossos olhos se encontrarem. — Está feliz?

— Estou mais do que feliz!

[...]

No momento eu estava mais do que puta! A starz tinha que encontrar um jeito de tirar toda a felicidade que eu estava acumulando dentro de mim nos últimos dias, é claro que eles não deixariam eu e Sam apenas sermos felizes em paz.

— Eu não vou.

— Você não tem escolha.

—Eu não vou. — repetiu Sam.

— No contrato de vocês está escrito que... — Sam o interrompeu.

— Eu sei o que está escrito na porra do contrato e eu estou dizendo que não vou sair de Glasgow por quase um mês, deixando minha mulher e bebê sozinhos perto do período do parto. — o acionista de calou, chocado demais por Sam o ter enfrentado. — Estamos entendidos? Eu não vou perder o parto do meu filho.

— Algum dos dois precisam ir. E já que ela não vai estar disponível, você precisa ir. — Insistiu o acionista.

— Eu já disse...

— Sam. — chamei. Sam se calou na hora, virando-se em minha direção. O acionista sorriu como se pudesse prever o que eu estava pensando. — Não adianta discutir. — o sorriso do acionista ampliou. — Você pode alegar problemas de saúde quando chegar a hora. — o sorriso do acionista desapareceu de seus lábios imediatamente e Sam se sentou ao meu lado, satisfeito. — É uma pena, não é? — murmurei.

— O que vocês querem?

— Você não pode nos comprar. — retorquiu Sam, ficando irritado pela sugestão. Segurei sua mão e ele se acalmou instantaneamente.

— Queremos a quebra do contato de não confraternização entre nós dois.

— Vocês já quebraram esse contrato muitas vezes, não acha? — revirei os olhos. — Feito.

— Queremos poder anunciar o nosso bebê como nosso bebê quando ele nascer. — o homem emitiu alguns palavrões baixinho. — E eu posso oferecer uma sugestão para nós dois irmos divulgar a série.

O homem assentiu em concordância e eu ofereci minha ideia. Em um mês, iríamos começar a divulgação, enquanto a minha barriga ainda não estivesse aparente em todas as roupas; eu ficaria com apenas cinco lugares e o resto do elenco continuaria sem mim – incluindo Sam – e nós encerraríamos em uma comic con. Ajustes resolvidos, contratos quebrados e nós dois tínhamos conseguido desatar o nó que a starz tinha criado há anos atrás. Estávamos livres!

××××××××××××××××

Nota 1: O que acharam sobre a reação dos amigos?

Nota 2: Parece que Caitríona tomou as rédeas do controle que a starz tinha sobre os dois, mas será que é definitivo?

Nota 3: A reação dos amigos é como vocês esperavam? Ou vocês já imaginaram alguma coisa diferente?

Esse capítulo foi repleto de momentos comuns sendo usados para descrever um pouco como vai ser a relação deles agora. Entramos em uma nova fase da fic, pessoal! Agora os dois vão encarar como é ter um filho como enquanto lidam com o início de uma relação (de novo), espero que vocês apreeciem essa nova construção que levará ao futuro dos dois como um casal e como pais.


Espero que tenham gostado, não esqueçam da 🌟 e de comentar (amo muito os comentários, inclusive obrigada Kare  por encher minhas notificações a cada capítulo novo 😍❤️).

Até a próxima, pessoal!!!! 🌹👻

xoxo, Duda.

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