Huang Soldier 🐺 Taoris

By SraMorgenstern_

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Quando uma lei antiga o impede de defender quem ama, Zitao se ver obrigado a fazer o que nunca ao menos penso... More

[Músicas]
Prólogo.
Parte 1
Thunder [1]
Some Night [2]
Beggar [3]
Waiting For Tomorrow [4]
Way Back Home [5]
Drag Me Down [6]
In My Blood [7]
Sweet Lies [8]
Pompeii [9]
Damage [10]
Here With Me [11]
Nights With You [12]
1 Billion Views [13]
AI [14]
PARTE 2
The Middle [15]
Complicated [16]
Oh NaNa [17]
Waves [18]
Secret Story Of The Swan [19]
Comeback Home [20]
Gluttony [21]
THE BADDEST [22]
LIT [23]
Parte 3
Just Hold On [24]
Nothing On Me [26]
Dinner [27]
Me Like Yuh [28]
Don't Fight The Feeling [29]
Oh Love [30]
Ensénãme [31]
Leave Before You Love Me [32]
Parte 4
Love words [33]
Antares [34]
Out of My Mind [35]
Jet Lag [36]
positions [37]
不劳不获 (N.P.N.G) [38]
Bad Intentions [39]
November Rain [40]
Anaconda [41]
愿 Wish [42]
Moon [43]
Bad Love [44]
Eighteen [45]
Starry Night [46]
Baila Conmigo [47]
Parte 5
Fall [48]
Let's Love [49]
VEIL [50]
Helium [51]
No Lie [52]
Going Crazy [53]
RED MOON - Parte 1 [54]
Dumb Litty [55]
RED MOON - Parte 2 [56]
Villain [57]
Don't Blame Me [58]
Monsters [59]
New Divide [60]
Moment [61]
Going Under [62]
Supermassive Black Hole [63]
Alibi [64]
BLACK CARD [65]
LIGHTSABER [66]

Ride Or Die [25]

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By SraMorgenstern_

◼️◼️

Dois dias haviam se passado desde a coroação dos príncipes herdeiros do trono dos Lobos Celesrios.

Todo reino foi pego surpresa com a notícia da existência não apenas de um filho do falecido príncipe ômega, mas sim, dois, sendo um deles, um militar de carreira e brilhante na função que exercia no exército de sua majestade, o agora, general das tropas do rei alfa Seo Seunhoo, Wu Yifan.

O grande sonho da vida de Yifan sempre foi ser um general, como seu pai e seu tio alfa foi um dia enquanto príncipe, mas não apenas pelo sangue real em suas veias, mas por mérito, igual seu pai.

Todo príncipe alfa tinha como uma de suas obrigações o treinamento militar após as uniões das casas e reinos que deram origem ao reino dos Lobos Celesrios, foi criado pelo primeiro rei alfa, o ancestral dos Seo, a regra – uma das poucas regras de fato criadas para a monarquia e que era seguida –, que, todo príncipe alfa, sendo ele primogênito ou não, deveria ter o treinamento militar, árduo, rigoroso, como qualquer alfa do reino, para saber lutar e agir igual aos seus, sem distinção, sem privilégios, honrando cada gota se seu suor e sangue, para quando terminasse tivesse êxito por mérito próprio, e igual aos seus ancestrais e tio alfa, o príncipe Wu teve o seu treinamento, e por escolha e paixão, seguiu a carreira na frente do fronte de guerra, como todos os alfas da casa Wu.

Por conta da lei que não permite ômegas na frente de batalha, os príncipes e princesas nascidos ômegas não tinham permissão para seguirem por essa ala, contudo, não era vetado suas partições ativa – com o a do falecido príncipe Junhoo – junto ao exército recebendo treinamento em outras áreas.

A regra criada não dizia que o príncipe alfa, deveria seguir carreira militar, apenas que deveria ter conhecimento para quando chegasse a hora de formar a sua legião saber como as coisas funcionam no âmbito militar, entretanto, até aonde a história do reino alcançava, não existiu um único príncipe alfa dos Seo que não seguiu a carreira militar e ficou junto aos seus generais, até o momento da coroação como o rei, no reino.

Yifan ouvia o falatório ao redor da enorme mesa na sala de reuniões do palácio real cheia de alfas e ômegas, sendo os alfas, falando um por cima dos outros, em seu ver, querendo mostrar serviço para seu rei alfa e para seu herdeiro.

O príncipe alfa olhou para o lado, e o olhar de seu tio e rei para todo esse falatório era quase o mesmo que o seu.

Tédio e vontade de ir embora.

Então o príncipe alfa virou a cabeça e focou o olhar novamente no ministro que discursava agora por cima de outros dois.

O alfa discutia com o tom de propriedade de como o exército deveria dedicar seus esforços, não o surpreendendo, deixando nas entrelinhas que, a prioridade seria sempre manter a família real em segurança, o que era a coisa mais óbvia a se dizer.

Ao contrário do xadrez, se o rei cair, é fim de jogo, e se o rei cair junto com seus herdeiros, é a perdição do reino, e se um dos seus herdeiros – as peças principais do jogo – fossem capturadas, sendo essa Junmyeon e si, deixariam o rei enfraquecido, o que até então era a coisa mais óbvia, todavia, além dessas palavras – repetidas tantas vezes que o alfa já perdeu as contas – também insinuava que as famílias, lobos de confiança e de relevância do reino, também deveriam ser protegidos.

Medida que ia contra a todos os princípios do reino.

Antes a vida de um príncipe, do que a vida de um inocente.

— Vossa majestade, és de estrema importância mantermos todos que podem ser usados contra o reino em segurança, e para isso, devemos fazer uso das forças do exército. Ainda mais agora, com tantos novos recrutas e as novas legiões.

O ministro Baen Goen completou por fim, concluindo seu discurso, focando novamente no rei alfa ao topo da mesa com uma postura impecável no assento.

Que, por sua vez, se desencostou um tanto do encosto da cadeira e também focou no ministro com seus olhos negros como a noite e olhar de gelo, não que fosse intenção do soberano olhar o ministro Baen desta forma, apenas era a sua forma natural e até normal de olhar quem não era de seu a grado.

Uma das poucas coisas que Seunhoo abomina é nobre ou ministro que se acham importantes ao ponto de suas vidas valerem mais que a vida do resto do povo do reino.

— Ministro Baen, se eu manter todos os que podem ser usados contra a mim e o reino, todos que tem importância suficiente para isso, teria que deixar trancafiados meus herdeiros, meus generais e o ministro da lei do reino, e isso, como sabes, és inviável, da mesma forma que não vou mobilizar as legiões que estão em formação para servirem de guarda costas, não foi para isso que convoquei alfa mais novos que meu ômega.

Em tom brando, calmo e voz rouca, mais sem deixar a forma séria e olhar gélido de se impor.

O que realmente assustava por sua voz mostrar uma coisa o e seus olhos mostrarem outra, o rei pronunciou, deixando claro que ninguém nesta sala, com exceção de seu sobrinho e herdeiro e o ministro da lei Choi Minho, lhe requereria tamanho cuidado ou atenção.

E este recado foi compreendido pelos demais ministros.

— Usar os recrutas e novos soldados para isso, seria uma perda de tempo e de investimentos, eles não foram treinados para ser escolta.

Atenção de todos foi para príncipe alfa, que pela primeira vez desde que chegou acompanhando, assim como fazia em todos os compromissos do rei alfa, por nas palavras do alfa: estar um pouco atrasado nessa parte de suas funções de príncipe, se pronunciou afirmando as palavras de seu rei alfa e tio.

Seus recrutas não foram treinados para serem usados como guardas particulares de ministros, ainda mais, sabendo de como seria o tratamento para alguns sendo esses filhos e parentes de vários dos ministros presentes, assim como iriam tratar os que muitos julgam ter preferencia e tratamento diferenciado por serem de famílias militar, e isso, não iria permitir.

Foi testemunha do quanto cada alfa que treinou se esforçou para conseguir sua primeira patente, e ainda mais como era exigente e o quanto Jongin era perfeccionista, e não deixaria seus soldados nas mãos de nenhum ministro com síndrome do centro do mundo.

— Vossa alteza, perdoe-me, mas o senhor tem pouca experiência... – o alfa esboçou um sorriso de canto, fazendo o rei estreitar os olhos — no que diz a respeito assuntos políticos.

O ministro completou com um olhar de superioridade destinado a Yifan, assim como os de alguns lobos pela mesa.

No entender de muitos ao ressinto, Yifan não tinha conhecimento nos assuntos políticos, era um oficial, um alfa que no ver de muitos, tinha em sua importância apenas o fato de ser de uma família militar e por um capricho do destino e de um príncipe ômega que desde sempre cismou em se casar com um soldado, havia se tornado o herdeiro da coroa.

A grande parte dos lobos nos ministérios viam com olhos estreitos os que ocupam cargos de confiança ou pertencia o exército, em outras palavras, se julgavam mais inteligentes dos que realmente colocavam as suas vidas em perigo pelo bem do reino e da casa real.

Todavia, essa visão desacertada do príncipe alfa era completamente deturpada.

— Nesse ponto, senhor ministro, estais até que certo, nunca fui atuante na frente política do reino, como és de vasto conhecimento. Por outro lado, não ser atuante e ser ignorante com os assuntos que se passam em meu reino és dois opostos muito longínquos. Desta forma, posso dizer que apesar de inexperiente, usando as vossas palavras, tenho ciência de tudo que se passa e já se passou no reino, assim como sei que és contra as leis criadas pelos antepassados de minha família, e como o ministro da lei aqui presente pode lhe mostrar, caso desconheça, usar recursos do exército para defesa pessoal, salvos os que se referem a coroa ou autoridades claramente ameaçadas, com pena de destituição do cargo.

Yifan esboçou um sorriso de lado similar a do ministro que em outras palavras, havia julgado que era ingênuo e ignorante sobre seus deveres como príncipe.

Pobre ministro, se ao menos soubesse que desde que soube quem era perante o reino, e talvez antes disso, o jovem alfa dos Wu era ensinado a como agir e pensar como um príncipe e futuro rei.

— A maior parte de minha vida passei no exército, mas isso não muda que mesmo lá ou aqui, sempre fui o príncipe, sendo ou não da ciência dos presentes, ou do reino, e como tal, assim como meu tio e omma, sei bem os deveres de um.

O príncipe finalizou, e sem dizer nada, o ministro, um tanto mais pálido, sentou-se novamente em seu assento sobre agora sobre os olhares mistos dos presentes entre: surpresa, afronta e por ter gostado das palavras do príncipe, especialmente o rei alfa, que tinha o olhar de canto em seu herdeiro.

Herdeiro esse que lembrou bastante o seu saudoso irmão toda vez que alguém o subestimava por ser ômega e menosprezava a sua inteligência no que se dizia a respeitos de seus deveres como príncipe ômega.

— Já que não temos mais nenhum assunto pendente para ser discutido, declaro está reunião encerra.

O rei Seunhoo pronunciou e se levantou, e seguindo o movimento do rei, todos no recinto também se levantaram e fizeram uma reverência, enquanto calmamente, o príncipe alfa se levantava.

— Senhores.

O rei pronunciou agradecendo a reverência, e com seu herdeiro logo atrás de si, seguiu em direção a saída da sala, a qual, tinha suas portas abertas pelos guardas do palácio.

Lado a lado, os dois preeminentes seguiram pelo corredor, em silêncio, e entre olhares orgulhosos, esses voltados a Yifan partidos de Seunhoo, provando que estava certo desde o começo, e contrariando o sobrinho, Yifan nasceu para ser um príncipe e futuro rei alfa.

— Tu fostes muito bem hoje.

O rei pronunciou, atraindo a atenção do príncipe.

— Sinceramente, não sei como o senhor tem paciência com certos ministros.

O príncipe respondeu, apesar da sua aparência calma e dicção impecável, a vontade de Yifan foi de falar certas verdades para o tal ministro Baen Goen.

E isso não passou despercebido pelo rei alfa que riu anasalado.

— Não se estresse com Baen, ele sempre teve a certeza que é importante demais, mas é útil...

O príncipe fez menção de abrir a boca, porém o rei alfa prosseguiu.

— Às vezes, é preciso manter pessoas deste tipo por perto, elas são mais maleáveis e fáceis de saber o que fazem, com o tempo, compreenderas melhor isso, e também, ele és um dos inconformados pelo príncipe Junhoo ter se casado com um soldado e não um aspirante a ministro.

Por mais que quisesse dizer que isso era surpresa, uma novidade até, seria mentira da parte de Yifan, às vezes, algum ex pretendente do seu pai ômega aparecia, e também, de sua mamãe Subin.

— Aquilo...

— Sim, foi o modo dele descontar o fato de um militar ter casado com seu omma e ter dito filhos com ele.

O rei cortou a fala do príncipe, que se limitou a negar coma cabeça.

Para quem pensa que a sua família é mais uma família normal, está aqui mais uma das milhares prova que não.

— Às vezes, eu desejava que seu omma fosse mais feio, me pouparia tempo de afastar alfas dele e notaria que ele vivia atrás de meu amigo.

O rei pronunciou pensativo, e o príncipe começou a rir.

E assim, os dois preeminentes seguiram o caminho pelos corredores, até chegarem na enorme escadaria, ponto que o rei avisou seu herdeiro que iria descansar um pouco em seus aposentos e que por hoje, graças aos seus lobos ancestrais – não que Yifan fosse crente nessas coisas, já que acreditavam em seres capazes de tirar um omma de seus filhotes pequenos –, não teriam mais nenhum compromisso após às quatro horas de reunião.

Dito isso, o rei alfa começou a subir os degraus da escada se alongando, e vendo o tio seguir para o lado da escada que ficava seus aposentos, Yifan abaixou o olhar e seguiu para o lado outro do corredor, no qual, dava na cozinha.

Então o príncipe seguiu para o mesmo, passando por alguns quadros pelos corredores e portas de salas, entre a porta da sala intima da família onde os convidados da família real eram recebido, ou como chamava sala onde Junmyeon e Minseok se escondiam para colocar o assunto em dia (fofocar), isso quando não iam para o quarto do príncipe ômega.

E sem que o príncipe esperasse, uma dessas portas delas se abriram e uma pequena mão saiu e o puxou pelo braço.

Com o susto, e por ter uma reação rápida para essas coisas, sem ao menos olhar quem era, o alfa puxou o braço para fora da sala e por tabela seu dono, e o encostou na parede.

— Calma Fanfan, sou eu!

Com os olhos arregalados e com as mãos para cima em sinal de rendimento, e repensando se foi mesmo uma boa ideia ficar na moita esperando Yifan aparecer, já que conhecia bem o lobo esfomeado que chamava de irmão, ainda mais, que o mesmo não tinha almoçado, assim que sentiu o odor dele no corredor, Junmyeon resolveu o puxar para que pudessem conversar.

— Ficou maluco, Junmyeon? Eu poderia ter te machucado!

Em tom de bronca, Yifan disse soltando o irmão mais novo.

— Desculpa, não queria te assustar...

Yifan olhou de canto para o irmão, pois, se não queria o assustar, não deveria sair do nada e o puxar, mas enfim.

— Eu fiquei esperando a reunião acabar porque preciso de ajuda.

O príncipe alfa olhou o príncipe ômega de cima abaixo, aparentemente não estava faltando nenhum pedaço do mesmo, assim como a expressão do ômega não era de quem estava aflito com algo realmente grave, o que significava que era mais um dos pedidos de ajuda envolvendo coisas que certamente não é de seu interesse, e que sempre é envolvido por não saber dizer não para seu ômega bochechudo de meio metro.

E o pior, Junmyeon sabe disso.

— O que tu aprontaste?

O alfa cruzou os braços e fazendo a sua melhor cara de quem estava ofendido, colocando a mãozinha no peito e tudo, Junmyeon negou com a cabeça.

— Junmyeon...

Yifan pronunciou abaixando um pouco a cabeça, arqueando as sobrancelhas e encarando o ômega, que, já sabendo que sua cena dramática não funcionava sempre com seu irmão de dez metros de altura, desfez a pose e foi direto ao assunto.

— Preciso sair do palácio.

Yifan levantou o queixo.

Não existia nenhuma proibição referente a Junmyeon sair do palácio a hora que bem entender – avisando é claro aonde vai e com quem vai, caso for sair com alguém –, contudo, o mesmo deveria sair com guardas da coroa, uma precaução de segurança levando em conta tudo que estava acontecendo e que ainda era muito recente as coisas a respeito de sua coroação, a qual, destruiu os sonhos e cobiça de muitos pela coroa.

Resumindo, se Junmyeon quiser sair, basta sair.

Mas, julgando o modo de olhar do príncipe ômega, havia mais coisas.

E notando esse olhar e sabendo que sem Yifan teria que sair com um monte de guarda atrás de si, e por tabela atraindo demasiada atenção, o ômega suspirou.

— Eu marquei de encontrar o Yixing hoje atarde, mas não quero aparecer com um monte de guardas, chama muita atenção sabe, e eu não quero isso, mas não posso sair de casa sem guardas. — O ômega fez um biquinho, e negando com a cabeça por mais uma vez estar certo sobre suas desconfianças da cabecinha brilhante de seu irmãozinho, Yifan afirmou com a cabeça.

Uma, por saber bem que em qualquer lugar que Junmyeon pisasse com a guarda real, seria o centro das atenções, e outra, que se fosse junto, poderia vigiar de perto seu irmãozinho e possivelmente, conhecendo o gênio que é Junmyeon, teria a companhia de Huang Zitao para passar o tempo enquanto seu irmão e Zhang tem um encontro mais normal possível.

— Esta bem, eu lhe ajudo...

Um enorme sorriso formou-se na face do ômega.

— Contudo...

O sorriso se desfez.

— Tu vais esquecer a nossa aposta, e eu não vou ter que lhe levar nas costas para cima e para baixo por dois meses.

O ômega cruzou os braços. — Tu sabes que eu pedir, tu tens que me levar nas costas para o encontro, não sabes!

O alfa negou com a cabeça. — Na verdade não, os termos do nosso acordo foi para onde quisesses, mas não limitou esse espaço, logo, ele pode ser resumido no palácio ou caso não, for mais plano, eu posso andar bem devagar e fazer tu se atrasares.

O alfa abriu um largo sorriso vitorioso, e o ômega ficou sério.

Sempre que ganha, o trapaceiro de Yifan acha um jeito de trapacear.

— Tu és um trapaceiro, Wu Yifan!

Com um sorriso vitorioso, o alfa afirmou com a cabeça.

— Eu sei disso, vamos então?  — Questionou.

— O encontro é só mais tarde. — O ômega respondeu.

— Então vossa alteza real aceita almoçar comigo no nosso restaurante favorito?

O príncipe alfa colocou uma das mãos para atrás, fez uma reverência estendendo a mão livre para o príncipe ômega em um pedido formal, e da mesma forma, segurando a mão do príncipe alfa, o príncipe ômega agradeceu o convite.

— Seria uma enorme honra, vossa alteza real.

O ômega respondeu.

O príncipe alfa beijou as costas da mão do irmão mais novo, e logo depois a soltou, e virou-se um pouco se abaixando, e entendendo o que o irmão mais velho estava fazendo, sem precisar de mais nada, Junmyeon pulou nas costas de Yifan envolvendo seus braços em torno de seu pescoço, ao mesmo tempo que o alfa segurava a suas pernas em torno de sua cintura e seguiu o caminho de volta no corretor, e posteriormente, para a saída do palácio.


Já era a quarta ou quinta fez que o jovem dos Zhang abria a porta de seus aposentos, e olhava pelo corredor, e era a quarta ou quinta vez que ao ouvir as vozes de sua mãe e tio ômega, fez o movimento para voltar para atrás, mas dessa vez, o conteve.

Não poderia ficar nesse jogo de sai e não sai por mais tempo, se não, iria acabar se atrasando para seu primeiro encontro de verdade com Junmyeon.

Tecnicamente, terceiro, se levar em conta o passeio que deram pela cidade de Groove e o baile de máscara que na verdade era de coração do ômega. No entanto, esse de fato era oficialmente o primeiro encontro dos dois, o primeiro encontro de verdade, ao qual, por ainda estar de castigo por ajudar Zitao com seu plano brilhante – para não dizer outra coisa dessa loucura que quase o fez o conhecer seus lobos ancestrais pessoalmente por pouco, não ter um ataque cardíaco –, tinha que conseguir passar por Zhang Joohyn sem que a ômega se desse conta, e torce para ela não ir atrás de si até voltar.

Devagar para não fazer nenhum ruído, o alfa dos Zhang fechou a porta de seus aposentos, e o mais silencioso possível, como havia sido ensinado pelo seu tio alfa e treinado pelos seus superiores no exército, seguiu de mansinho pelo corredor até chegar em sua ponta que dava para vão da escadaria da casa.

Como uma cobra prestes para dar o bote, o alfa se aproximou da ponta do mesmo, e esticou a cabeça olhando para além dos degraus abaixo do nível aonde estava, e de aonde, além deles, as vozes de sua mãe e tio ômega eram ouvidas.

Não que os dois ômegas estivessem falando alto, ambos, eram exemplares senhor e senhora que jamais – fora quando querem dar aquela bronca nos filhos, ou no alfa da casa, que no fim das contas só segue ordens dos dois – elevavam as vozes, contudo, para alguém com o nível de treino que Yixing possuía, eram perfeitamente auditivos, como se estivessem falando próximos a si.

— O que tu estais fazendo ai?

Ao ouvir a voz de quem se quer havia notado a aproximação, por estar concentrado em como descer as escadas sem ser visto, já que era o único meio acessar o andar de baixo, e sair por uma das saídas da casa, e não saber bem como andar nas passagens secretas da construção por ter passado pouco tempo na mesma, Yixing deu um pulinho e olhou para atrás.

Ao sair de seus aposentos, Zitao, que iria encher um pouco da paciência de Yixing por estar entediado de tanto ficar dentro de casa sem poder sair ao menos para passear na praça próxima a residência, ao vê-lo, todo a espreita, parecendo um lobo prestes a atacar, estreitou os olhos, fechou a porta dos seus aposentos devagar, e na pontinha dos pés usando parte do treinamento que teve durante esses meses no exército de como se mover para não ser notado, seguiu até aonde o alfa estava, na ponta do corredor, parou, colocou as mãos na cintura por ter a certeza que o alfa estava aprontando, e se pronunciou.

— Fala baixo.

Yixing levou o indicador até os lábios do primo, que, se antes estava desconfiado, agora tinha certeza que algo o primo aprontava.

— O que ti estas fazendo? — O ômega questionou, e olhou o alfa de cima abaixo, somente então dando-se conta que, o mesmo estava todo arruma, e pelo o odor, havia passado perfume. — Aonde tu vais?

Ao contrário do primo ômega que se arrumava até para ir para sala principal da casa, Yixing quando estava em casa, passava a maior parte do tempo com vestimentas de treino ou com vestimentas de panos finos, completamente ao contrário do que estava agora.

As vestimentas que ele estava agora, era algumas das que Joohyn e Wonjoon compravam para ele, assim como o cordão que, olhando de perto, Zitao tinha certeza que era de ouro branco, o mesmo que o primo ganhou no solstício de inverno quando ganhou sua pulseira de brilhantes.

— Eu preciso sair, mas omma não pode me ver saindo.

O alfa respondeu sem maiores explicações, afinal, assim como si, Zitao também estava ciente que estavam de castigo.

No entanto, por omitir o motivo porque queria sair escondido do ômega, Zitao estreitou os olhos, fez um bico estampado a sua melhor face de irmão traído pelo irmão mais velho que iria sair escondido e não lhe levar, e deu um tapa no braço do alfa.

— Tu vais sair e me deixar para atrás?!

Os olhos do ômegas de estreitaram mais, assim como sua feição ficou mais brava, e como resposta Yixing negou com a cabeça e o afastou ambos da beira do corredor.

— Não Zitao... eu só... — o alfa suspirou.

Não queria falar desse encontro para Zitao por enquanto, queria só contar se tudo desse certo, queria fazer as coisas diferentes do que fez antes, queria, quer, de verdade que as coisas com Junmyeon dêem certo, porquê, simplesmente, esta gostando do seu príncipe ômega de verdade.

Para ser verdadeiro consigo mesmo, desde do acidente do ômega, descobriu que não o via como apenas mais um ômega, um colega, chegou a achar que era preocupação de amigos, mas, ao ouvir certas coisas de alguns companheiros seus de alojamento sobre como o irmão do então oficial Wu era bonito, e que como alguns iriam tentar a sorte de se aproximar dele no baile, dentre outras coisas, mesmo com o medo de uma morte certa pelas mãos do oficial e general Wu, Yixing ficou incomodado de uma forma que não soubesse explicar. Era algo forte, igual da vez que partiu para cima do infeliz que ousou tocar no nome de Zitao sugerindo certas coisas que só de se lembrar lhe deixa com raiva, mas ao mesmo tempo, era algo diferente. No primeiro momento, não soube explicar, então se afastou para que a cena de si indo para cima do desapegado a vida que falou do seu não tão pequeno ômega, não acontecesse de novo.

Contudo, só foi ter a resposta do era aquilo que não sabia descrever, ao saber que um dos superiores, um dos cabos, iria pedir para o general Wu que deixasse o seu filho ômega o acompanhar no baile, ali, apesar de saber que certamente a resposta seria não, uma por Junmyeon já ter perguntar se poderia ficar consigo e com Zitao –  em seu entender, para o distrair para que Zitao pudesse ter o encontro com Wu Yifan, caso ao contrário, mesmo o alfa sendo seu superior, ficaria por perto –, por outra, ser do conhecimento, que nenhum alfa do mundo era digno do filhote mais novo e único filhote ômega do general Wu Minfan. Ali, ao ouvir aquela conversa, descobriu o que era aquele sentimento, e nada mais era ciúmes, ciúmes de pensar em alguém que não fosse si, perto de Wu Junmyeon, e junto com essa descoberta veio a resposta que estava sim interessado em Junmyeon, tanto que, mesmo correndo o risco de ambos serem pegos, o beijou dentro daquela sala da enfermaria.

E foi como se ali, desse seu primeiro beijo de verdade.

— Eu marquei de encontrar Junmyeon.

O alfa completou.

De todas as respostas esperadas por Zitao, nenhuma se aproximou dessa, tanto que, se quer soube qual expressão fez, e isso não vinha ao caso agora, o que vinha, era fazer Yixing sair de casa.

— Eu vou te ajudar!

O ômega exclamou, levantou o dedinho indicador pedindo um minuto e saiu correndo em direção ao seus aposentos, deixando para atrás o primo alfa com a cabeça deitada para o lado, confuso sem entender o que agora, se passava na cabeça peculiar de seu não tão pequeno ômega, e sorrindo pela cena um tanto engraçada dele levantando o dedinho antes de correr.

Curiosamente, apesar de seu tamanho um pouco grande para um ômega, as mãos e dedos de Zitao eram bem pequenas e delicadas, ao ponto de, às vezes, para provoca-lo, Yixing falava que as mãos e dedos do ômega esqueceram de crescer junto com todo o resto, e que eram mãos de criança, e como resposta a provação, o ômega lhe chamava de cabeçudo, por na infância ter a cabeça um pouco desproporcional ao seu corpo, mas agora estava tudo proporcional.

Quando o alfa se deu por si, avistou o primo ômega fazendo o caminho de volta, e ao vê-lo, olha-lo de cima abaixo, negou com a cabeça.

Zitao estava com vestimentas diferentes do que no momento que voltou para o quarto, ou seja, foi trocar elas, o que queria dizer, que seja lá o que estiver pensando em fazer para que saísse de casa, ele iria junto.

O que não lhe deixava surpreso, não seria seu Zitao se agisse diferente.

Somente Huang Zitao seria capaz de se arrumar me meninos de dois minutos para poder ter a sonhada chance de escapulir um pouco de casa para passear, nem que fosse na pracinha perto da propriedade.

— O que tem em mente?

Resolvendo deixar de lado que o ômega foi realmente trocar de vestimenta, sem delongas, Yixing questionou.

— Simples, a gente vai descer e eu digo para omma que o lobinho dela marcou encontro com príncipe Wu. O que tecnicamente não é mentira, já que não disse qual lobinho dela é, e nem qual dos príncipes é.

Desacreditado, e desta vez surpreso, Yixing cruzou os braços e encarou Zitao, que prosseguiu.

— Que foi? Omma ficou animada por ver que meu "encontro"... –  Zitao fez aspas com a mão — durou, e não vai desconfiar, e a titia não vai poder falar nada sobre, porque não posso ir sozinho em outro encontro, pois podem falar.

Pasmo, mas agora não surpreso com inteligência de Zitao para pensar tudo isso, diga-se até, fazendo jus ao sobrenome que carrega, e que em outro momento deixaria um certo general alfa todo orgulhoso por pensar em um plano deste em poucos minutos, Yixing olhou para o primo com a face que lembra a de seu tio alfa quando explica alguma estratégia, mas ao contrário do alfa, a de Zitao tinha uma falha, e essa falha respondia por Huang Leehyun.

— Bom plano, mas, esqueceu-se de uma coisa, ou melhor alguém, tu achas mesmo que omma e o titio irã  acreditar que tu marcaste um encontro com o príncipe Wu sem o consentimento ou conhecimento do tio?

Zitao fez um biquinho e olhou para cima pensando, de fato, tinha esse pequeno probleminha, seu appa não deixaria ao menos sair no portão com o alfa sem o consentimento dele, e era capaz de mandar os lobos de sua legião atrás de si, só como aviso para o alfa desprovido de sorte, mesmo este alfa sendo o príncipe Wu.

— Então é melhor falar que tu tens um encontro com o príncipe Junmyeon e pronto. Acho que a titia não vai impedir de tu ir, no mínimo, ela já deve saber que tu ficas com cara de lobo morto quando vê o príncipe ômega.

— Eu não fico com cara de lobo... tanto faz, eu tenho que ir se não vou me atrasar.

O alfa disse, virou-se para atrás, e seguiu para começo da escada, e atrás dele, foi Zitao.

Não que quisesse ir junto a esse encontro, mas, se Yixing fosse sair, poderia tentar a sorte de pegar um carona e passear um pouco.

O alfa dos Zhang desceu as escadas, e seguiu direto para a sala íntima da família onde pelas vozes, e odores, sua mãe e tio ômega estavam, e abriu a porta encostada.

Os dois ômegas estavam emersos em uma conversa divertida sobre a nova decoração que queriam fazer na sala íntima desta propriedade, e com mudança, colocar mais fotos de seus filhos, pois, as que tinham, Yixing ainda era maior que Zitao, contudo, ao ouvirem o barulho da porta se abrindo um pouco mais, ainda entre risos olharam para direção dela vendo duas figuras bastantes conhecidas uma atrás da outra, sendo a da frente, segurando a maçaneta da porta.

— Olá omma e titio, eu... bom, queria avisar que vou dar uma saída, mas não demoro...

Zitao cutucou o primo na altura das costelas, como seu jeito de dizer para que falasse que iria junto também.

— E Tao vai comigo.

Até ouvir que seu filhote iria junto, estando ele de castigo por mais algumas semanas, a expressão de Wonjoon era de concordar, contudo, a mesma mudou e o ômega ficou mais sério, da mesma forma que a cunhada, que ao contrário do conhecimento do cunhado e irmão, tinha deixado seu menino alfa e seu menino ômega de castigo até quando achar que devem sair.

Isso por volta dos trinta anos, só para ter certeza que não vão mais aprontar a obra que aprontaram.

— Querido, Zitao esta de castigo e não pode sair.

Wonjoon respondeu olhando para além do sobrinho, para seu filhote ômega que, ao notar esse olhar sério que queria dizer que não colocaria seus pezinhos para fora de casa, fez um biquinho.

— Nenhum dos dois irão sair.

Sem brechas para retroco, Joohyn pronunciou logo após ao cunhado, que por achar que a proibição para Yixing sair também era apenas por ele ter tentado levar o primo junto – como sempre fazia –, sem ao menos desconfiar do motivo real que sem dubiedade lhe faria ter um colapso, apenas afirmou com a cabeça apoiando as palavras da cunhada.

Como sempre, nunca discutiam sobre a educação de seus filhos, o que um dizia valia para o outro, como agora.

Mesmo de costa para si, ao ver Yixing abaixar a cabeça desanimado, sim, ele estava desanimado, conhecia cada movimento e expressão do alfa ao ponto de saber mesmo sem olha-lo face a face que estava triste por não poder sair e ver o príncipe ômega, e isso era sua culpa.

— Titia, deixa o Yixing sair, é importante.

Atrás do primo, Zitao disse, e como resposta recebeu um engar de sua tia e um olhar sério, cujo, sabia melhor do que ninguém o queria dizer, entretanto não ria desistir.

— Mas ele deu a palavra que iria, e se ele não for, o príncipe Wu vai ficar esperando.

Tanto Joohyn quanto Wonjoon e Yixing que até ficou mais pálido, olharam para Zitao.

— Príncipe Wu? – Wonjoon questionou, e seu filhote concordou com a cabeça, então o ômega olhou para cunhada que, ao sentir o olhar do mesmo sobre o si, desviou o olhar do filho e do sobrinho e o olhou também.

Mesmo os primos estando de castigo, e não dever marcar nenhum compromisso durante esse período, era quase falta de educação fazer um desfeita para o príncipe Wu, no entender dos dois ômegas, ser o príncipe alfa, Wu Yifan, pelo tom usado pelo ômega de ambos, e por verem discretamente o mesmo cutucando o primo alfa para que falasse que iria junto – no achar dos dois, por ser um possível resultado do encontro de Zitao com o Yifan na noite do baile – seria algo muito grave, por além de se tratar da família real, podia significar alguma coisa referente ao exército, já que agora Yixing era um cabo e poderia ter sido convocado pelo seu príncipe para transmitir alguma mensagem para o quartel, tornando-se mais um membro das famílias Zhang/Huang a serviço da coroa.

— Tudo bem, podem ir... desta vez, e não voltem tarde.

Após uma troca de olhares que nada mais era a forma habilidosa de Joohyn e Wonjoon conversarem, o segundo disse dando a tão desejada permissão para que tanto seu ômega quanto seu alfa saíssem.

E rápido antes que ambos mudassem de ideia e os agradecendo um aceno, o casal de primos se afastaram da porta e seguiram pela caminho da casa que dava saída lateral e na garagem.

Pois, mesmo sendo maior de idade, e sabendo que muitos alfas em seu lugar apenas sairiam sem dar satisfação ou avisar, Yixing não foi sido criado assim, e não via problema em seguir as regras de sua mãe e tios, sempre teve muita liberdade, bom, dentro do possível, e sabia melhor do que ninguém que tudo que os três fazem e sempre fizeram foi, e é, para seu bem e de seu não tão pequeno, e mesmo estando ansioso em para finalmente ver Junmyeon, se fosse um não a sua resposta, não iria insistir, talvez pulasse e tentasse escapar pela janela, mas depois contaria para sua mãe já havia sido ela – com toda razão – que lhe deixou de castigo.

Assim que entraram na garagem, Yixing seguiu até aonde as chaves do carro eram guardas, e pegou a que pertencia ao carro que ficava na casa para uso do caseiro caso ele precisasse, e seguiu até ele, onde todo animado por finalmente poder sair um pouco, mesmo sem saber para aonde, Zitao esperava.

O alfa destravou as portas e assim como o primo, entrou no carro, colocou o cinto de segurança, e o manobrou pela garagem enquanto o portão abria após apertar o botão do controle.

Assim que o carro saiu da garagem e acessou a rua, o portão da propriedade se fechou selando a mesma, e Yixing seguiu pela rua sendo mirado pelos olhos curiosos de Zitao e sorriso traquina, os quais, nada mais eram de um ômega tento a perguntar sobre para aonde iam, e que por estar dentro desse carro por ver nessa a chance de sair um pouco de casa, se contentaria em apenas nesse olhar e sorriso, mas não perguntaria nada, afinal, veria pessoalmente, bom, não que fosse ficar junto do primo e do namorado dele, mas olhar de vez enquanto de longe, não mata.

E mesmo sabendo que seu pequeno estava doido para lhe encher de perguntas e só estar esperando a oportunidade – em seu achismo – Yixing apenas focou na estrada e não disse nada.

Se Zitao não ia falar, não era si que daria a chance que ele possivelmente espera para ser bisbilhoteiro.

E assim seguiram viagem, com um Zitao todo curioso e um Yixing se fingindo de desentendido até que alcançaram o centro da cidade de Lit, onde se localizava o parlamento, a sede do ministério e do exército, bom a parte burocrática que os generais não queriam em seus quarteis, escolas, teatros, centros comerciais etc.

Assim como Haven, Lit tinha algumas construções mais antiga preservadas e construções mais modernas.

Enquanto o carro seguia pela cidade, Zitao olhava a beleza da mesma sobre o por do sol que se aproximava sobre as cores alaranjadas do céu e as pequenas luzes que se acendiam pelas construções e uma sensação de paz atingiu seu coração assim como odor familiar que há anos não sentia.

Quando seu pai alfa ainda era um general da linha de frente e seu tio alfa vivo, costumava vir muito a Lit, costumava sair para passear com seu titio e titia, brincar com Yixing por algumas das praças da cidade.

O ômega sorriu junto com as boas e doces lembranças.

Assim que viu um estacionamento, Yixing manobrou o carro, parou apenas para pegar o papelzinho da vaga na guarita e seguiu para vaga indicada, e quando chegou nela, parou o carro, e tirou o cinto.

— Chegamos.

Yixing pronunciou virando para Zitao que, terminava de abrir cinto.

Os dois primos saíram do carro e de mãos dadas como normalmente andam – por Zitao ter essa mania de andar de braços ou mãos dadas com seu papai e primo –, os dois seguiram para fora do estacionamento, e todo empolgado por finalmente ver pessoas além de sua família, o não tão pequeno ômega olhava tudo em volta, enquanto controlando o nervosismo e ansiedade, Yixing seguia em direção do bistrô onde havia marcado com Junmyeon.

Se algum dia em sua vida ficou tão nervoso como estava agora, desconhecia ou esqueceu, mesmo já tendo tecnicamente saído duas vezes com o ômega que estava prestes a encontrar, mas agora era diferente, tinha sentimentos diferentes, dos quais, só teve mesmo ciência no baile.

Yixing passou pela porta do local, que tinha em seu interior diversas mesinhas, sendo algumas individuais, um espaço aberto mais ao fundo cheio de flores e um andar superior.

— Eu vou encontrar o Junmyeon, e tu pode passear, mas não vai muito longe, e me encontre aqui em duas horas.

Zitao afirmou com a cabeça concordando e soltou a mão de Yixing, que antes de se afastar, lhe deu mais uma olhada, e somente então seguiu para a parte aberta do estabelecimento.

O pequeno ômega olhou em volta, sentindo um cheirinho bom, cheirinho bom de bolo, e como já estava aqui, e já havia visto para onde o primo foi, não tinha problema aproveitar a saída e comer uma coisinha também.

O ômega olhou para os lados agora ficando em achar se onde vinha o cheirinho bom que sentia, e ao ver o balcão, que na verdade estava bem na sua frente, mas por ser um tanto distraído não viu, seguiu até ele, passando por algumas mesinhas, e antes mesmo de chegar ao seu destino, o grande amor de sua vida foi visto, e como quem há anos não ver o seu amado, o ômega apressou o passo e assim que chegou no balcão, abaixou-se e focou no lindo bolo de chocolate e cereja.

— Boa tarde, senhor.

Uma menina, pelo tom de voz, uma ômega, disse atraindo a atenção de Zitao, que levantou a cabeça e recuperou a postura.

— Boa tarde. Eu queria uma fatia desse bolo... – o ômega apontou com o dedinho sem encostar no vidro – e uma xícara de café.

A menina anotou o pedido em bloquinho, e voltou a atenção para Zitao.

— O senhor vai comer aqui no balcão, lá fora ou no andar de cima?

Zitao fez uma expressão pensativa, por mais que quisesse comer lá fora, iria atrapalhar Yixing, então olhou para cima.

— Vou comer lá em cima.

Respondeu, e a ômega concordou. — Eu já levo o pedido para o senhor.

Completou e deu um papelzinho com a conta para Zitao, que seguiu até o caixa, pagou, e foi em direção a escada com arranjos de floresta artificiais em seu corrimão.

Devagar, o não tão pequeno mega subiu a escada, e ao chega no andar de cima, que também tinha algumas flores de verdade, sorriu em vê-las.

A decoração do local é tão linda que agora entendia porque foi o lugar escolhido para o encontro.

Então, o ômega seguiu para uma mesinha perto da varanda de fora, que tinha sua porta fechada, e se sentou, esperando a menina trazer seu pedaço de bolo, que sendo sincero, seria o primeiro de muito, por simplesmente ser seu bolo favorito.

Alguns minuto depois que se sentou-se, a menina que havia lhe atendido, apareceu com uma bandeja com um generoso pedaço de bolo e uma xícara e café, e o serviu.

— Se o senhor quiser mais alguma coisa, só chamar.

A menina pronunciou e esboçou um sorriso cordial, ao qual, foi retribuído por Zitao, que só o lhe foi dado por ela, pela ômega ter a certeza que, igual a si, Zitao era um ômega, e se afastou.

Com a saída do ômega, Zitao voltou toda a sua atenção para o seu maravilhoso bolo, com a massa marrom cheio de pontinhos avermelhados e uma cervejinha do lado, com a aparência e odor delicioso.

De forma saudosa, o ômega dos Huang sorriu olhando para o pedaço de bolo, sentido como se fosse um amor do passo que retornou depois de muitos anos.

Desde que voltou do exército e sua titia e omma fizeram o bolo que tinha a certeza que era para si, o qual, o esfomeado do Yixing comeu quase todo sozinho, não degustava tamanho iguaria, e por isso, sem perder tempo, com o olhar todo bobo e, diga-se até, apaixonado, o pequeno ômega do general Huang, pegou o garfinho, espetou no bolo e tirou um generoso pedacinho, e o levou até a boca.

Zitao fechou os olhos sentindo a mistura do sabor do chocolate e cereja em sua boca, e pelos seus lobos ancestrais, essa deveria ser a sensação de beija alguém.

Bom, não sabia  dizer ao certo, pois nunca beijou ninguém dessa forma, mas, imagina que seja essa a sensação.

De olhos fechados e quase choramingando sentindo o gostinho único de seu bolo favorito no mundo todo, feito com a fruta que mais gostava desde que estava na barriga de seu omma, Zitao mastigou devagarinho para fazer a sensação durar o máximo possível.

Segundo o general Huang, quando seu amado marido Wonjoon esperava seu precioso ômega, o mesmo tinha o desejo fixo em cerejas, simplesmente, a frutinha não podia faltar na casa, pois, o Wonjoon chegava ao ponto de chorar querendo-a e falanfo que se o seu bebê nascesse com a face de cereja a culpa seria do general Huang. O alfa perdeu as contas de quantas vezes teve que sair literalmente correndo atrás da frutinha, quase sempre, de madrugada. Quanto mais arrumava cerejas, mas seu marido queria comer cereja, e aí de si se o deixasse sem, como certa vez quando Wonjoon estava por volta dos sete meses de gestação e acabou comendo todas as cerejas, e aos prantos pediu para um dos soldados de seu marido, na época, ficava de guarda na casa capital onde por motivos de segurança o alfa resolveu deixar o marido por conta dos acontecimentos do reino depois da morte do príncipe ômega, e pelo general Wu ainda está em uma situação delicada com dois filhos pequenos sendo um deles praticamente recém-nascido e não ter com quem deixar, fora o rei alfa que era igualmente ocupado, seus filhos, e por isso, todos os generais do rei foram com suas famílias, bom, os que tinham uma família na época, para ajudar o general Wu com a sua legião e de certa forma, a cuidar de seus filhos.

Todos ali passaram por muitas coisas juntos, e tanto Minfan quando Junhoo eram muito queridos, e no que o general alfa precisasse seus amigos e colegas iriam o ajudar, e o mesmo para seus filhos.

Naquela ocasião em especial, o soldado não conseguiu achar as cerejas, e ao ver o ômega de seu general chorando, entrou em desespero e foi atrás do general, que, teve que parar o que estava fazendo para ir atrás das cerejas de Wonjoon.

Mas tão breve que ela se iniciou, a sensação de comer seu bolo favorito no mundo todo, acabou, e novamente, o ômega pegou mais um pedacinho do mesmo e levou até a boca.

Observando a cena, como fazia desde que viu o ômega aparecer pela escada, Yifan, ao fundo do local e com capuz para não ser reconhecido, já que agora, em praticamente cada canto do reino tinha uma foto sua ou de Junmyeon, ria contido da cena, enquanto terminava de comer um pedaço do mesmo bolo que o ômega a sua frente.

Na mente de Yifan veio a lembrança de Junmyeon dizendo que seu bolo favorito também era o bolo favorito de Huang Zitao. Na ocasião, não deu muita importância, pois não era a coisa mais incomuns pessoas ter o mesmo bolo favorito, como dito, eram mais um entre milhares, e também, seu ômega estava decidido em trazer informações para lhe despertar interesse pelo ômega dos Huang, mas o vendo comer agora quase maneira cômica, confirmava as palavras de Junmyeon.

E como agora havia acabado de comer o seu pedaço de bolo, o príncipe alfa resolveu passar o tempo observando o ômega dos Huang, já que não poderia ir para muito longe, e pelo jeito, o encontro de Junmyeon iria durar.

Yixing poderia ser um ótimo soldado, contudo, tinha o dever de ficar por perto, Junmyeon era valioso demais, e além de si, e o próprio cabo, não havia – até onde sabia, por jamais passar em sua mente que o ômega que observava agora era na verdade o soldado que treinou durante quatro meses e fez voar no primeiro treino de artes marciais –, mas ninguém para caso algo acontecesse.

Era um pouco super protetor de sua parte pensar isso, contudo, não era alheio as coisas como muitos pensavam, e também, como um bom irmão mais velho, queria ficar de olho em seu irmãozinho mais novo.

Enquanto comia devagarinho seu bolo, Zitao sentiu a sensação que era observado, como se tivesse alguém o olhando, então discretamente, com o garfinho na boca de ponta cabeça, olhou para os lados.

O andar tinha além de si, um casal, bom julgou ser casal pela forma que um dos rapazes olhava para o outro, uma senhora comendo um bolinho enquanto lia um livro, e uma pessoa, um rapaz, com capuz, e esse último, ao ter sua atenção mexeu um pouco a cabeça, fazendo o não tão pequeno ômega olhar para frente.

Zitao tirou o garfinho da boca, o deixou sobre o pratinho, e olhou para o lado de novo, na direção onde a pessoa estava, e novamente, a mesma mexeu a cabeça, e novamente, um pouco acanhado, o ômega olhou para frente e bebeu um gole generoso de seu café.

O ômega dos Huang estava acostumado, por assim dizer, como olhares para si, ser filho de quem era, atraia esse tipo de olhar, não que esse tipo de olhar que possivelmente estava recebendo, fosse exatamente por isso.

Huang Zitao era um dos ômegas mais lindos do reino dos Lobos Celesrios, e essa sua beleza, mesmo para aqueles não ligavam sua pessoa a sua família, chamava deveras atenção, como poderia estar ocorrendo agora.

Deixando-o, com as bochechas vermelhas, por não fazer ideia de como reagir direito a esse tipo de coisa.

O ômega abaixou a xícara e olhou para o lado, na direção aonde a pessoa estava, e o mesmo estava vazio, apenas com os utensílios que a pessoa, que tinha quase certeza que era um rapaz e alfa, usou, e bom, já que a mesmo tinha ido embora, voltou a atenção para frente e quase, por muito pouco, não caiu da cadeira com o susto.

Ninguém mais e ninguém menos que o alfa, pelo odor agora por estar perto pode sentir melhor, estava em sua frente, mas não era isso que causou essa reação do ômega, e sim, quem de fato era o alfa, que por agir rápido, para que não caísse, o segurou pelo braço.

— Desculpe, não quis te assustar.

Yifan disse soltando o braço de Zitao, que, com seus olhos de gatos arregalados lhe olhava, mal sabendo que, não era o real motivo da reação do ômega.

Quando notou que o ômega tinha lhe visto, o príncipe alfa resolveu dizer um oi, ser como Jongin vive falando: sociável sem sua face carrancuda.

Então, terminou seu café, se levantou, e seguiu até a mesa de Huang Zitao, porém, por ser algo natural para si não fez nenhum barulho, acabou assustando o ômega do general Huang.

Todavia, não houve resposta pela parte de Zitao, que apenas ficou parado com os olhos arregalados por ver Wu Yifan, tão perto de si, e pelos seus lobos ancestrais, se soubesse que veria ele, teria ser arrumado melhor.

— Zitao?

Yifan chamou mais uma vez, e Zitao balançou a cabeça saindo de seu devaneio.

— Tudo bem... Olá.

Confuso, como sempre fica por não saber reagir a presença do príncipe alfa, que por tudo que mais sagrado, estava lindo nessas vestimentas normais, embora conseguisse ver o brasão da família Wu bordado com uma linha quase no mesmo do tecido do casaco, e para completar, com a mechinha de seu cabelo fora do lugar.

O ômega fez um biquinho inconsciente, porque poxa, desde que viu essa mechinha pela primeira vez, era tentado a arrumar ela.

Como resposta ao "olá "do ômega, Yifan sorriu, de forma descontraída, e ao ver esse lindo sorriso mesmo que por fora aparentava estar calmo, pode dento, por dentro o pobre ômega estava quase se juntando aos seus lobos ancestrais.

Tentando ignorar isso e controlar seu sorriso que aumentou bastante, assim como o ritmo de seus batimentos cardíacos, Zitao pegou a xícara e deu mais um gole em seu café.

Na mente do ômega se passava se sempre terá essa reação um tanto quando exagera ao ver o príncipe ômega, e a reposta veio ao ver o jovem alfa sua frente ajeitando a mechinha.

Um sim bem grande, maior que o próprio príncipe alfa.

Afinal, quando se tratava de Wu Yifan, Huang Zitao era um ômega emocionado.

— Não esperava lhe ver por aqui.

Mentindo, porquê sim, esperava sim a presença do primo ômega de Zhang Yixing aqui por saber que esse tipo de encontro dele e de Junmyeon,  abaixo de ambos, para disfarçar o interesse de terceiros, e pelo que investigou – não era apenas Junmyeon que tinha um gosto único de ser enxerido da vida do irmão – ninguém sabia se existia algo quase oficial entre Junmyeon e Yixing, logo, Huang Zitao estaria por perto para encobrir, e sabendo disso, veio junto ao irmão, embora tenha outros motivos também.

Contudo, Yifan não iria falar isso para ômega segurando a xícara com o que pelo cheiro, era café extra forte a sua frente.

— Nem eu esperava estar aqui, mas vi Yixing saindo, então vim junto.

Ao contrário do alfa a sua frente, falado exatamente o que aconteceu, Zitao respondeu.

O ômega, em uma das tentativas de escapulir, tentou até sair junto com a esposa do caseiro da casa, mas foi pego pelo seu appa que o mandou para dentro de casa tirando risos da senhora pela a cena tanto cômica do general apontando para dentro da casa em silêncio, deixando a xícara em cima da mesa novamente, e ao contrário da última vez, ao contrário do baile, não tentou despistar o príncipe alfa.

Se o príncipe Wu Yifan estava aqui vestido quase como espião, deveria saber do que se passava em baixo de onde estavam, ainda mais, por falar que não esperava vê-lo aqui.

— Então não veio proteger seu pelotão?

Naquele mesmo tom usado ao questionar se Zitao não tinha quinze anos na noite do baile, o príncipe Yifan questionou para o ômega dos Huang, relembrando as palavras do próprio ômega quando questionado sobre Yixing e Junmyeon.

E como mesmo olhar, talvez um pouco menos afiado, daquela noite passada o ômega respondeu:

— Dessa vez não.

— Que bom, pois, apesar de não ser vosso superior, como vosso príncipe, tendes que me contar tudo.

Yifan pronunciou, cruzando os braços e se encostando mais no encosto da cadeira, e levantando uma sobrancelha.

O não tão pequeno ômega começou a rir da forma que o príncipe alfa pronunciou as palavras e negou com a cabeça. — Desculpe vossa alteza, mas este tipo de informação somente relato para meu rei alfa, então, sugiro que retornemos a está conversa em alguns anos.

— Então terei que ser coroado rei para obter esse tipo de informação?

Rindo contido por fora, e somente seus lobos ancestrais sabendo dizer como estava por dentro pelo tamanho da confusão em seus sentimentos e seu coração batendo mais forte, por jamais em sua curta vida pensar, se quer, ter uma imaginação fértil ou suficiente para criar um cenário destes, tendo uma conversa divertida com o príncipe alfa Wu Yifan, Zitao afirmou com a cabeça. — Creio que sim, vossa alteza.

O príncipe alfa negou com a cabeça, olhou para baixo, e ao ver o bolo ainda pela metade do ômega dos Huang, teve uma ideia.

Se movendo da forma que foi treinado para se mover quase sem ser notado, e nem mesmo o jovem ômega apesar do treinado que recebeu de seu pai alfa e do exército conseguiu ver, pegou pratinho com o pedaço de bolo e colocou do seu lado da mesa.

Quando notou o que havia acontecido, o queixo de Zitao caiu e voltou para aquela manhã que foi derrubado por um simples golpe pelo alfa a sua frente, que novamente, havia feito a mesma coisa, feito um movimento simples ao qual não notou e que agora, doía em seu ego.

Yifan começou a rir da expressão de desacreditado do ômega com a boca meio aberta, e por mais errado que fosse, era deverás engraçada, ainda mais, por ele a fechar, e agora o encarrar sério.

Inconscientemente, passou-se uma das inúmeras cenas de Kyungsoo quase matando Jongin com olhar depois de uma gracinha de seu amigo.

Era esse mesmo olhar que via em Huang Zitao agora.

— Só devolvo se falar.

O príncipe alfa disse.

Desacreditado, e deixando seu colapso interno de lado agora, pois ninguém, nem mesmo Yixing, pode mexer em seu bolo favorito, Zitao olhou para o príncipe, olhou para o exato local que seu pratinho com o bolo estava, na ordem clara que era melhor devolver seu bolo.

Uma coisa era estar quase em surto por dentro, e outra era mexerem com seu bolo.

Ninguém mexe com seu bolo!

E mesmo entendendo esse olhar, e como entendia, por realmente achar engraçado a face emburrada de Huang Zitao que possivelmente de planeja seu assassinato por pegar o bolo dele, sem medo das consequências desse ato, por talvez, não se der conta, pudesse estar começando a ver Zitao como um amigo, já como tudo indica, terão que conviver um pouco a partir de agora, o príncipe alfa os Lobos Celesrios pegou o garfinho e deu uma garfada generosa no pedaço de bolo pegando quase a metade dele, e o levou até a boca.

Mais desacreditado ainda com a ousadia, e deixando até de lado que estava diante do príncipe herdeiro do reino, o alfa abaixo somente do rei alfa, a quem deveria respeito, quando deu-se por si, a pequena mão do ômega dos Huang já estava entrando em contato com o braço do alfa, que como única resposta riu mais.

— Devolve meu bolo!

Zitao exclamou, e desafiando os olhos de gato perfeitamente delineados e ferozes do ômega, Yifan deu mais uma garfada no bolo, terminado assim de come-lo.

Como alguém via o grande amor de sua vida partir, Zitao olhou para o pratinho vazio, tudo bem, poderia pegar outro pedaço, mas aquele era especial, estava comendo ele com toda paz e tranquilidade, bom, estava até esse príncipe alfa folgado aparecer.

— Tu tendes bom gosto.

Olhando a face de filhotinho perdido do ômega dos Huang, Yifan pronunciou contendo o riso.

— Tu és muito chato, príncipe Yifan!

O ômega apenas disse, da forma que qualquer um pensaria no mínimo duas vezes antes de falar com o príncipe alfa, mas, no momento, não pensou muito nisso e sim que seu bolinho, seu amado bolinho tinha acabado.

Yifan olhou para os lados pelo tom usado pelo ômega ter sido um tanto alto, e por motivos óbvios, era melhor ninguém saber quem era, e notando isso, a expressão de Zitao se suavizou um pouco, pois, se príncipe alfa fosse descoberto, não tardariam a acharem o príncipe ômega e por tabela, seu primo.

Todavia, pelo andar estar quase  vazio e o casal mais próximo parecer alheio ao mundo, assim como a senhora compenetrada na leitura de seu livro, ninguém havia escutado ou prestado atenção.

— Desculpe.

Em um tom mais baixo, o ômega falou e pegou novamente a xícara de seu café sendo observado agora pelo príncipe alfa, que notou uma coisa.

Para um ômega tão alto, as mãos de Zitao eram pequenas, e pelo que se recordava de quando dançavam no baile, delicadas e macias, mas guardou essa observação aleatória somente para si e olhou para os lados atrás de algum funcionário do local, e ao achar um, fez um sinal com a cabeça e o mesmo se aproximou.

— Por favor, traga mais dois pedaços de bolo de chocolate e cereja, e dois cafés.

O rapaz afirmou com a cabeça, terminou de anotar os pedidos e se afastou.

Com o pedido feito, o alfa voltou a atenção para o ômega o encarando mortalmente, e apreciando o quanto Zitao ficava bonito encarando as pessoas.

Huang Zitao é um ômega dos olhos felinos, lábios avermelhados e olhar cativante.

Mesmo quando aparentemente está bem irritado e planejando um assassinato.

Seu assassinato.

Yifan sorriu de lado e se endireitou na cadeira encarando Zitao também, não da mesma forma que o ômega lhe encarava, mas, ficou o olhando.

Zitao focou na fase do príncipe alfa, focou em cada detalhe, e de repente, toda sua expressão seria e irritada desapareceu, dando espaço para um quentinho em seu peito, algo até então inédito.

Cada traço da face do alfa, parecia ter sido escupido pelo seus lobos ancestrais, de seu nariz pequeno, lábios finos e olhos expressivos, mesmo quando simplesmente olham, e tudo isso ficava mais belo quando o alfa sorrir.

Um lampejo forte se abateu sobre o não tão pequeno ômega, e uma expressão quase triste tomou a sua face.

Talvez, não tivesse mais para onde fugir dos seus sentimentos, infelizmente, não tinha como negar para si mesmo que estava se apaixonando pelo príncipe alfa.

Ou já estaria apaixonado?

Da mesma forma que, sabia o mesmo era contrário a qualquer envolvimento desse quisto.

Um questionamento surgiu na mente do ômega: seria melhor se afastar?

—... alguma coisa?

Zitao balançou a cabeça e focou no alfa.

— Como?

— Hae Iseul tentou mais alguma coisa contigo?

Yifan repetiu a pergunta.

Depois do baile, em uma das inspeções feitas pela força do habito, soube de um dos seus soldados, ou melhor, deixou-se ser sondado – da forma que o alfa julgou ser discreta – sobre o baile e o filho do general Huang. Não era segredo sua aversão a encontros, da dia que só perdia para sua fuga do trono para esse assunto, tão pouco, foram os olhares para Huang Zitao durante todo o baile, muitos alfas e ômegas ali presentes, não faziam ideia da real aparência do ômega, a qual, encantou a muitos, incluso Hae Iseul – dentre outros motivos –, que por acaso era amigo do soldado que tocou no assunto e nas entrelinhas, se tinha alguma relação agora com o filho do general Huang, o que não respondido, por ser claro que a interrogação era algo feito para saberem se podiam, ou não, se aproximar do filho de seu general sem causar um atrito direto com o príncipe alfa da coroa.

Contudo, Zitao negou com a cabeça.

Depois de ser interrompido pelo príncipe alfa, pedir licença e ir embora, não teve mais qualquer contato com Hae.

— Com licença.

O príncipe alfa e o ômega dos Huang olharam para o lado, onde o rapaz ao qual Yifan havia feito o pedido estava com uma bandeja com dois pedaços de bolo e duas xícaras.

O rapaz serviu ambos e pegou os utensílios que Zitao havia usado anteriormente, e se retirou.

E ao ver o pedaço de bolo do príncipe alfa com uma linda e vermelha cereja por cima, o ômega dos Huang sorriu de forma traquina.

Cuidadosamente para não chamar atenção, Zitao pegou o garfinho, e sorrateiramente, esticou o braço por cima da mesa e atacou o indefeso pedaço de bolo e a cereja.

Quando Yifan deu-se conta da pequena mão do ômega, já era tarde, e a mesa já estava indo em direção à boca do mesmo, restando apenas, estampar uma falsa carranca, igual que faz quando Junmyeon pega um pouquinho de comida de seu prato, uma mania que tem desde de criança.

— Tu comes o meu bolo, e eu como o vosso bolo.

Após engolir o bolo, Zitao disse levantando um tanto o queixo e mexendo as sobrancelhas.

— Tu és muito vingativo.

Yifan se limitou a dizer, achando é claro, interessante isso.

Huang Zitao é um ômega bastante interessante, e isso até para si, é algo gritante.

— Como um bom Huang que sou.

O ômega retrucou, e a sua frente, o alfa que levava a xícara até a boca, conteve o movimento e direcionou o olhar para o ômega, um olhou de uma forma diferente, uma forma que nunca tinha olhado, e ao qual, como sempre, o ômega não soube o que queria dizer, mas ao contrário do medo latente que sentia no exército cada vez que o então oficial Wu dispensava olhares dessa natureza, não sentiu medo, e sim, sentiu as suas bochechas, por algum motivo, esquentarem.

Tendo nada menos que a reação natural para um ômega ao ser olhado por alfa, olhado de verdade, como ômega.

Talvez só talvez, por não ser apto por não ter o costume de olhar assim para tantos ômegas, o alfa em questão, não tenha se dado conta disso.

Huang Zitao não o tratava como os outros com quem foi forçado a ir em encontros, se quer, o olhava da mesma forma, mesmo não sabendo bem o que era essa forma de olhar – não entendia bem os ômegas –, mas entendia que gostava desse modo de olhar, lhe parecia tão verdadeiro e sincero e não desesperado por atenção e aprovação para um bom casamento, além de ser provocativo, desafiador, podendo dizer que até gosta desse tratamento, e o conjunto de tudo isso, deixava esse ômega mais interessante.

Talvez, só talvez, o príncipe do coração de gelo, pode ter encontrado alguém para quebrar este gelo.

E se quer, estava se dando conta disso.

Ao contrário da causa desses pensamentos.

A cada olhar trocado, Zitao sentia o seu coraçãozinho bater mais forte.

— Não esperava menos de um Huang.

O príncipe alfa disse por fim, e esticou o braço, ou melhor, apenas levou o garfinho até o pratinho do bolo do ômega, e pegou um pedacinho – não grande como os últimos que pegou para irritar –, tomando o cuidado de não pegar a cereja, e levou até a boca.

E bom, já que estavam comendo um o bolo um do outro, Zitao estocou-se novamente um pouco por cima da mesa, e pegou um pedacinho de bolo do príncipe alfa, e um tanto nervoso por estra comendo o bolinho do príncipe Wu, o não tão pequeno ômega tratou de arrumar algum assunto.

Ficava mais fácil se concentrar assim e não ficar olhando a beleza do alfa, e a sua linda mechinha grandinha.

Zitao podia jurar que toda vez que havia, ela estava maior.

— Então, vossa alteza, sempre acompanha vosso irmão em encontros?

Yifan que tinha o garfinho no pratinho a frente do ômega, negou com a cabeça de forma pondera e pensativa.

Sendo sincero, só não acompanhou derradeiros encontros de seu ômega porque Junmyeon tem o que lhe falta em tamanho tem inteligência, e das duas primeiras vezes, os encontros que não eram encontros dele foram feitos, sem que desconfiasse, e bom, não se importava muito, seu ômega sempre lhe o contava tudo depois, com as bochechas vermelhas e todo risonho.

— Não.... Mas, agora Junmyeon não pode mais sair sozinho... — o alfa subiu o olhar, e o ômega concordou.

Sabia bem que apesar da calmaria, as fontes de informações do reino estavam em alertas.

— Então fui convocado.

Sem maiores explicações o alfa finalizou.

— Desculpe se for intrometido, mas vossa alteza parece se preocupar muito com vosso irmão.

O ômega dos Huang pronunciou de forma carinhosa, isso era uma das coisas que mais lhe chamava atenção da relação do príncipe alfa com o príncipe ômega, e isso desde que os conheceram no exército, um sempre estava perto do outro, cuidando do outro.

Assim como era com Yixing, um sempre cuidava do outro.

Seu pai alfa sempre falava que, no dia quando não estiver mais aqui, assim como seu omma e dia titia, somente terá Yixing, e Yixing somente terá a si.

E isso era algo que sempre quis dizer, mas como soldado Taozin não poderia, e também, tinha que ter algum assunto para não ficar em silêncio e olhando feito bobo para o ex oficial.

— Quando eram mais novos, perdemos nosso omma, e por um tempo, só fomos eu, ele e nosso pai, então, tudo que ele precisava, eu dava um jeito de conseguir... — o alfa sorriu de canto e sua mente foi longe, envolvida por várias lembranças. — Eu sempre cuidei dele, às vezes, segundo ele, sendo exagerado, mas, para mim, ele sempre vai ser meu filhote bochechudo.

Zitao sorriu também, sabia bem como era ser cuidado do por irmão mais velho um tanto exagerado, mas que tinha a certeza que o amava mais que tudo, assim como o amava.

— Quantos anos....

— Eu tinha três, quase quatro anos, e Junmyeon havia acabado de nascer.

A imagem do seu tio alfa lhe pegando no colo com os olhos cheios de lágrimas lhe falando que ia lhe levar para sua casa onde seu irmãozinho estava, seu pequeno irmãozinho ômega, voltou na mente de Yifan, e seu olhar ficou distante.

— Eu sinto muito.

Arrependido de fazer tal pergunta ao notar a expressão distante e um pouco triste do príncipe alfa, Zitao disse, e tão rápida que ela surgiu na face do alfa, a mesma sumiu, dando lugar a mesma expressão séria, porém, descontraída do mesmo.

— Se ficar com essa face de lobo perdido, vou comer seu bolo de novo.

O príncipe alfa disse mudando de assunto, não gostava de tocar nesse assunto e jamais o mencionava com quem não era de seu conviveu, envolvia um lado seu que escondia a todo custo, um lado seu que depois que perdeu o seu omma enterrou dentro de si.

Ao ouvir as palavras do príncipe, Zitao, e discretamente puxou o pratinho com o bolo com garfinho espetado para mais perto de si.

A conversa dos dois se prolongou depois disso, agora, sendo focada em histórias de seus irmãos, e uma vez ou outra, coisas sobre ambos.

Como em qualquer oportunidade que tinha para ficar perto do alfa, Zitao ficou ouvindo o príncipe alfa falar, encantado, como se estivesse ouvindo a coisas mais interessantes do mundo, o que eram para si. Sabia quase nada de Wu Yifan, e  poder saber mais, pelo próprio alfa era quase um sonho, tanto que se questionava se não estava sonhando, mas não, era tudo real, bem real, estava frente a frente a Wu Yifan, comendo um bolinho e podendo olha-lo sem ter que se preocupar com postura, e o melhor de tudo, da mesma forma que ele falava, si também falava, coisas normais, nada de vanglorias para o impressionar ou para que fosse impressionado, apenas uma conversa normal, na qual, também fez questão de deixar a melhor impressão possível de seu irmão mais velho.

E assim, as horas foram passando, e quando se deu conta, ao lado de fora do bistrô, o céu já estava escuro e as luzes refletindo na janela.

Por estar entretido, o pequeno ômega dos Huang, esqueceu-se do mundo lá fora, e duas horas e meia depois de ter marcado com o primo ômega, Yixing, que o esperou abraçado a Junmyeon alguns minutos muitos a mais por saber que as vezes Zitao atrasava, de mãos dadas com Junmyeon, seguiu para dentro do estabelecimento já pronto para ir atrás de seu ômega, isso é claro, depois de deixar Junmyeon com o irmão mais velho em segurança e passar a ainda mais a imagem de alfa sério e com as melhores intenções com o lindo ômega ao seu lado, contudo, ao sentir o odor bastante familiar para si, cujo reconheceria em qualquer lugar, o jovem alfa dos Zhang o seguiu junto ao príncipe ômega, para o andar de cima do estabelecimento, onde, assim que terminou de subir os degraus da escada, deparou-se com a cena de Zitao conversando entre risos como alguém de costas para si e com capuz, e estreitou os olhos.

Todavia, ao contrário do alfa, ao ver tal cena, Junmyeon abriu um pouquinho a boca e depois mordeu o lábio inferior.

Reconheceria Yifan em qualquer lugar, ainda mais, por se lembrar perfeitamente do casaco que o alfa pegou no banco de trás do carro para que ninguém o reconhecesse também.

— Acho que encontramos Yifan e Zitao.

Yixing desviou o olhar do primo, e focou no ômega ao seu lado, que olhou para cima e lhe deu uma piscadela, e o puxou pela mão de volta para escada.

Algumas pessoas poderiam dizer que Wu Junmyeon se metia muito na vida de seu irmão mais velho, e isso não era mentira, cuidar da vida de Yifan era a prioridade número um na vida de Junmyeon, todavia, além de pentelhar o irmão ao estremo dele ameaçar lhe devolver para o hospital igual fazia na infância nas poucas vezes que o deixava de fato irritado lhe fazendo chorar por não querer ir embora e não ter mais um irmão, um papai, um omma estrelinha, sua mamãe Subin e titio Nhonho – como chamava o rei Seunhoo por não conseguir falar o nome dele corretamente –, Junmyeon conhecia Yifan melhor do que ninguém, tão bem que sabia que era melhor deixa-lo conversando com Huang Zitao, pois, mesmo de costas para si, a muito tempo não o ouvia rir como estava agora enquanto esticava a mão por cima da mesa para pegar mais um pedacinho de bolo de Zitao.

E isso era bom, isso era algo que sempre quis ver.

Sem entender bem o que estava acontecendo, mas sendo incapaz de negar qualquer pedido de Junmyeon, e vendo que de certa forma o primo estava em, Yixing seguiu o ômega degraus a baixou.

◼️◼️

Queria esperar para semana que vem, mas, não aguentei 😁

O que foi esse encontro que não foi encontro do Yifan e Zitao? Parece que alguém está se encantando com um certo ômega de olhos felinos e roubando bolinhos dele para obter informações e achando graça em quase apanhar do mesmo.

Tinha que ser amigo do Jongin 🤭

E nosso o casalzinho marcando encontro e andando de mãos dadas, não importa o lugar, Yixing sempre terá as atenções para seu príncipe dos lábios doces (que realmente agora é um príncipe).

Galera, vou tentar postar capítulos a cada duas semanas ok?

Ia esquecendo, vou começar a dedicar capítulos para vocês, então, a qualquer atualização seu user pode estar marcado ☺️

Até o próximo capítulo e prepare-sem.

Música de hoje: Ride Or Die - KAI

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