Ainda Um Príncipe Inábil II
"Por que você deixou o ducado? Por que você me deixou naquela época?"
Ramuja estremeceu e abaixou a cabeça. Seu pomo de Adão balançou indefinidamente, mas nenhum som jamais saiu de sua boca. Aster esperou pacientemente, seus olhos eram afiados e penetrantes, e o círculo dourado em seus olhos diminuía lentamente.
O silêncio engolfou o ar. Aster bateu no chão com as botas lentamente, "Você não vai responder?" ele perguntou friamente.
Ramuja ficou em silêncio. Ele abriu a boca, mas decidiu fechá-lo novamente.
"Se você não vai responder, assumirei que você vai embora porque está decepcionado comigo", disse Aster. Seu círculo dourado desapareceu e suas pupilas ficaram totalmente pretas.
Ramuja levantou a cabeça imediatamente, ele olhou nos olhos de Aster, mas percebeu que algo estava errado com os olhos de seu Jovem Mestre.
'É semelhante aos olhos da Grã-Duquesa quando me vê.' Aqueles olhos pareciam lindos, mas suas pupilas puramente escuras podiam fazer o homem mais forte tremer de medo.
Ramuja reuniu coragem e interrompeu.
“J - jovem mestre, este servo nunca se decepcionou com o jovem mestre, este servo não se atreveu a..."
"Então me dê uma razão por que você me deixou naquela época."
"Porque..." Ramuja tremeu, "Porque este servo não teve escolha, Jovem Mestre."
"O que você quer dizer?"
"Este servo era..." Ramuja mordeu o lábio inferior enquanto abaixava o rosto, para que Aster não pudesse ver sua expressão, "Este servo recebeu duas escolhas da Grã-Duquesa, se seguir você ou ficar estacionado longe."
Aster teve a premonição de que, o que sua mãe disse naquela época era verdade, seu ombro caiu, "Por que você escolheu ficar longe? Você poderia... viver confortavelmente comigo no Golden Palace." Aster perguntou fracamente.
Sim, ele mentiu. Não havia como Ramuja viver em paz no palácio de ouro com ele. Mas seu servo não deveria saber disso, de fato, ninguém sabia sobre sua humilhação, exceto sua família, família de ouro e poucos servos e guardas. Ele deve ter a imagem do alto e poderoso Jovem Mestre na frente de Ramuja.
A não ser que...
"Minha mãe ameaçou você?!" Aster levantou a voz de repente, o que fez Ramuja tremer.
"N - Não! Grã-duquesa fora - ofereceu uma generosa compensação por este servo, Jovem Mestre!" Ramuja gaguejou. Ele se prostrou na frente de Aster com o rosto profundamente plantado no chão.
"Por quê? Nós estamos separados por tanto tempo." A voz de Aster soou rouca, enquanto ele estava prestes a chorar, "Eu sou tão inseguro? Você está desapontado comigo quando eu permiti que minha mãe te punisse gravemente? Esse é o motivo?"
O corpo de Ramuja estremeceu, "Jovem Mestre, este servo não mente. Nunca estou desapontado por ser o servo do Jovem Mestre."
"Então me responda claramente!" Aster rugiu.
"Este servo... este servo estava realmente assustado, Jovem Mestre." Ramuja respondeu: "Este servo não queria sobrecarregá-lo em seu estudo lá, este servo também é um covarde, este servo não queria se machucar lá, pois o jovem mestre... jovem mestre é..." Ramuja sufocou as últimas palavras, "... nada... comparado ao Príncipe Herdeiro e à Família Dourada."
O coração de Aster se despedaçou quando Ramuja disse isso. Seu orgulho, que ele tentou manter logo depois de se conhecerem, desmoronou de repente.
'Então, até ele já sabia da minha inutilidade.'
Aster fechou os olhos e inalou o máximo de ar que pôde, "Pelo menos, você é honesto."
"J - Jovem mestre, por favor, castigue este servo! Este servo merece a morte por abandonar o Jovem mestre! Este - escravo é ingrato!"
"Eu não vou punir você," Aster respondeu sem rodeios.
'Não importa o que aconteça, eu nunca vou punir você.'
Aster se levantou de seu assento e voltou para sua torre. Ramuja o seguiu e o silêncio sombrio envolveu o ar. Ramuja seguiu Aster até que eles estivessem na frente do quarto de Aster. A porta estava desprotegida, porque Aster instruiu os guardas habituais para descansar após uma longa festa na noite passada.
Aster parou na frente de sua porta e disse: "Seu dever de hoje termina aqui."
"O Jovem Mestre precisa de mim para ajudá-lo -"
"Eu ordeno que você saia."
"E - então, para a caminhada da manhã seguinte, o Jovem Mestre precisa que este escravo compareça?"
"Seu dever continua o mesmo. Eu tenho algo para fazer, saia agora." Aster abriu a porta e fechou-a lentamente.
Aster trancou a porta. Ele correu para o banheiro e lavou os olhos vermelhos. Ele estava prestes a chorar quando ouviu Ramuja chamá-lo de 'nada'. Mas derramar lágrimas na frente de seu servo só pioraria a situação. Ele não queria parecer mais fraco do que já era, na frente de seu servo.
Quando Aster saiu do banheiro, Jain já estava de pé perto da varanda. Ele abaixou a cabeça, "Bom dia, jovem mestre."
Aster sorriu para ele, "Claro, você tem nos seguido desde o início."
Jain acenou com a cabeça.
"É constrangedor, certo, ter um mestre que não conseguiu se proteger?" Aster zombou desesperadamente.
"Eu e Irion nunca pensamos assim sobre o Jovem Mestre. O Jovem Mestre poderia sobreviver no Golden Palace, mesmo tramando. Isso já prova que o Jovem Mestre é capaz", Jain se aproximou e se ajoelhou, "Além disso, se o Jovem Mestre não pudesse fazer nada , este servo, Jain Tellah, irá protegê-lo com devoção. "
O humor de Aster melhorou. Ele afagou suavemente a cabeça de Jain, "Você realmente sabe elogiar. Bem, já que agora você é meu mordomo oficial, traga-me meu papel e caneta de pena. Tenho poucas cartas para escrever."
'Já que você pensa que sou fraco, vou provar que mereço. E você nunca deve sentir medo sob meu governo.'
***
A grã-duquesa acordou cedo. Ela bebeu seu chá matinal enquanto esperava o relatório chegar. Quando ela bateu no chão duas vezes, um guarda de sombra apareceu na frente dela.
"Qual é o seu relatório?" Grã-duquesa perguntou calmamente.
"Reportando-se a Sua Majestade, o Jovem Mestre e aquele escravo estavam caminhando pelo jardim até que parecia que eles tinham uma briga. O Jovem Mestre parecia agitado e terminou a caminhada matinal mais cedo."
Os lábios da grã-duquesa se curvaram. Estava de acordo com a expectativa dela, o impacto deveria ser suficiente para estimular o filho.
"Você pode sair agora."
O guarda-sombra pediu licença e desapareceu. O sorriso da Grã-Duquesa se transformou em um sorriso malicioso, ela poderia precisar de mais estímulo mais tarde se Aster começasse a se entregar a suas travessuras desesperadas.
'Parece que o escravo realmente tem um impacto significativo para o meu filho, usá-lo como um estímulo é benéfico.'
'Bem, pelo menos o que eu fiz ontem foi a coisa certa antes que aquele escravo envenenasse a mente do meu querido filho.'
O sorriso da Grã-Duquesa se dissipou, ela olhou para a borda de sua xícara, "Me desculpe por ter que fazer você chorar, meu querido filho. Mas eu não vou deixar aquele escravo arruinar você. Eu irei protegê-lo."
'E nessa atmosfera política, meu filho, você precisa agir antes que alguém o suprima.'