Só Fingindo

By paradisexcityy

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(História postada apenas aqui) Lydia Carpenter ama clichês: assistes filmes românticos clichês, lê clichês, m... More

notas iniciais
personagens
dedicatória
epígrafe
zero
um
dois
três
quatro
cinco
seis
sete
oito
nove
dez
onze
doze
treze
quatorze
+ extra
quinze
dezesseis
dezessete
dezoito
dezenove
vinte
vinte e um
vinte e dois - parte 1
vinte e dois - parte 2
vinte e três
vinte e quatro
vinte e cinco
vinte e seis
vinte e sete
vinte e oito
vinte e nove
trinta
trinta e um
trinta e dois
trinta e três
trinta e quatro
trinta e cinco
trinta e seis
trinta e sete
trinta e oito
trinta e nove
quarenta
quarenta e um
quarenta e dois
quarenta e três
quarenta e quatro
quarenta e cinco
quarenta e seis
quarenta e sete
quarenta e oito
cinquenta (fim)
agradecimentos
bônus especial

quarenta e nove

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By paradisexcityy

CAPÍTULO 49 (último)

Formatura.

Parecia completamente surreal estar me formando. Não porque eu achava que iria repetir ou continuar no colégio, mas porque parecia surreal ter vivido tudo aquilo na escola e ainda poder colocar um ponto final pessoalmente. Tudo estava terminando.

Um capítulo da minha vida estava terminando.

O mais estranho, contudo, foi ir de carro com a minha mãe até a formatura e o clima não ficar pesado nem uma vez. Ela nem reclamou da minha maquiagem ou do meu vestido, por mais incrível que pareça

- Vou ligar o rádio - afirmou, enquanto dirigia.

Assenti com a cabeça, voltando a encarar a janela.

Parecia mentira, mas naquele momento começou a tocar uma música que eu jurava que conhecia de algum lugar. Subitamente reconheci de onde vinha. Era Fallin' In Love do Hamilton, Joe Frank & Reynolds, o nome mais enorme do mundo que Cole só tocou para ganhar. Que dançamos ao som dessa música num bar cheio de motoqueiros e pessoas perigosas.

Comecei a rir sozinha, lembrando de toda aquela situação e sentindo meu coração se aquecer ao me lembrar de Cole. De tudo sobre ele. Daquele momento e de tantos outros que passei ao seu lado.

Eu sentia muito a falta dele. Se fosse antes, eu provavelmente começaria a chorar igual um bebê e desligar o rádio, pensando que essa música nunca faria sentido sem ele. E era verdade, a música não fazia sentido sem ele; mas eu não estava chorando, estava sorrindo. Eu não me sentia triste ao lembrar daquele momento. Me sentia feliz por saber que vivi coisas incríveis ao seu lado.

Talvez aquele fosse um dos estágios do término. Quem poderia dizer?

- Do que você está rindo? - perguntou a minha mãe, me olhando sem entender e como se eu fosse louca.

Mordi o lábio num sorriso e voltei a encarar a janela.

- Nada, só lembrei de algo - afirmei.

Ela assentiu, mas continuou me olhando meio esquisita. Eu só continuei sorrindo.

Quando chegamos na graduação, fiquei espantada com a produção. Todas as cadeiras na frente do palco e os enfeites bonitos azuis e brancos. Várias pessoas já estavam lá.

Mas acabei encontrando Stacey e Brooke primeiro.

- Ai meu Deus, estamos nos formando - gritou Brooke no meu ouvido ao me abraçar. - Você consegue acreditar?

Comecei a rir, a abraçando de volta.

- De você eu não acredito mesmo - respondeu Stacey ao seu lado e eu gargalhei mais ainda, vendo Brooke bater no braço dela.

Abracei ela logo depois. Estávamos tão bem que nem parecia que havíamos brigado na areia há umas semanas atrás.

- Eu também não consigo acreditar, Brooke - esclareci para a minha amiga, porque era verdade.

Tudo estava acabando. Tão estranho.

- Bom, uma nova fase vai começar - disse Stacey. - E vai ser muito legal.

- Para vocês que vão fazer faculdade - comentou Brooke. - As festas das fraternidades são animais.

- Óbvio que você só pensa no lado das festas - falei, rindo.

Brooke deu de ombros e eu percebi que Jason estava vindo na nossa direção.

- Stacey, você ainda tá com ele? - perguntei, tentando ser discreta.

Ela olhou rapidamente e depois arregalou os olhos.

- Não, na verdade - admitiu. - Terminei tudo depois que voltamos da praia. Eu percebi que não era isso que eu queria.

Assenti com a cabeça, mas nem tive tempo de falar mais nada porque ele apareceu perto de nós. Brooke forçou um sorriso mas nem isso eu fiz, apenas o cumprimentei com um aceno na cabeça.

- Então, estamos nos formando - Jason abriu um sorriso nervoso. - Legal, huh?

Tadinho. Ele estava tentando.

- Sim, excitante! - exclamou falsamente Stacey. - Uhu!

Eu quis rir daquilo mas me parecia inapropriado.

- Lydia, posso falar com você? - perguntou, se virando completamente para mim. Arregalei os olhos. - Acho que precisamos resolver as coisas antes de cada um ir para um lugar diferente.

Olhei para as minhas amigas rapidamente e depois assenti, percebendo que elas já estavam me deixando sozinha com ele.

- Não temos mais nada para resolver, Jason - falei, já sabendo que caminho aquela conversa iria tomar. - Estamos bem, ok?

- Sim, você diz isso, mas eu sei que no fundo eu fui um babaca total com você - disse, me surpreendendo muito com as suas palavras. Nem consegui disfarçar meu choque, arregalando completamente os olhos. - Me desculpe por tudo que te fiz passar. Você merecia mais do um namorado babaca como eu.

E eu tive mais.

- Obrigada, Jason - falei, sendo sincera. - Significa muito saber que você se arrependeu das suas atitudes.

- Eu me arrependo mesmo - continuou. - E eu espero que possamos acabar isso sem ressentimentos.

- Claro que podemos - dei um pequeno sorriso. - Mas, Jason, eu só te peço uma coisa. Só uma.

Ele me olhou profundamente, parecendo querer escutar o que eu tinha para dizer.

- Óbvio, pode falar.

- Não faça a mesma coisa com a próxima garota que você namorar, ok? - pedi. - Eu e Stacey? Nós vamos superar. Mas não seja mais o mesmo babaca de sempre. Mude para o melhor.

Ele pareceu meio chocado com as minhas palavras e, honestamente, eu também estava. Mas assentiu, dando um pequeno sorriso.

- Eu não vou fazer - disse. - Eu prometo.

Assenti com a cabeça. Não sabia se ele iria cumprir, mas me fazia bem saber que ele pelo menos havia me escutado e se desculpou.

Jason continuou falando mais alguma coisa, mas não consegui ouvir mais nada, porque naquele momento vi uma pessoa atrás dele tentando achar o seu lado que fez o meu coração parar. Todos os sentimentos voltaram a aparecer com a mesma intensidade no segundo em que os meus olhos fitaram Cole Sawyer andando de beca até a fila da frente.

Ele havia se formado. Tudo sozinho. E estava tão, mas tão lindo.

Não sabia se ele tinha me visto e nem ia falar com ele, mas meu coração só conseguia sentir orgulho dele. E, ao mesmo tempo, tanta saudade que nem conseguia colocar em palavras.

Foi muito difícil desviar o olhar dele para não começar a chorar, mas fiz isso pelo bem da minha formatura e de todos. Acabei vendo Maisie perto do palco para o seu discurso e avisei para Jason que iria falar com ela.

- Ei, como você tá se sentindo? - perguntei ao chegar perto dela.

- Nervosa, muito nervosa - ela se virou para mim, mexendo a mão com os papéis rápida e freneticamente. - Puta merda, acho que vou desmaiar de nervosismo.

Dei uma risada, a abraçando. Eu iria sentir muito a falta de Maisie Smith na faculdade. Queria poder levá-la numa malinha comigo.

Será que eu podia?

- Você vai se sair bem, Maisie - afirmei, porque eu já sabia daquilo. - Só não me faça chorar com o seu discurso, ok? Minha maquiagem está linda demais hoje para isso.

Maisie assentiu, abrindo uma sorriso enorme de entusiasmo. Eu também abri um só de ver o quanto ela estava empolgada e ansiosa ao mesmo tempo.

Um professor finalmente anunciou para ficarmos em nossos lugares e para Maisie subir ao palco para falar. Eu a abracei uma última vez e fui para o meu lugar.

Porra. Estava tudo acabando mesmo.

Maisie era uma vagabunda, porque em sua primeira frase já consegui sentir meu rímel borrando.

- O que dizer sobre essa escola? - começou, olhando para todos e suspirando. - Se me perguntassem o que eu achava daqui há alguns meses atrás, eu provavelmente diria que odiava esse lugar.

Algumas pessoas - como eu - riram, por entender o que ela dizia com isso.

- Mas, nesses últimos meses, eu percebi o quanto as pessoas daqui são incríveis e com um potencial imenso - continuou. - Eu fiz amigos que nunca pensei que faria, conheci pessoas tão diferentes de mim que parece ser brincadeira. E eu amei fazer parte de algo, pelo menos por uma vez na vida.

Maisie estava olhando para mim. E eu já estava quase chorando. Desgraçada.

- Só tenho a agradecer a esse colégio por ter me proporcionado momentos incríveis e ótimas portas para a faculdade - falou. - Mas também preciso agradecer a todos que fizeram do meu ano o melhor possível. Eu vejo tanto potencial nessa turma. Vejo pessoas de corações imensos e que podem realizar coisas inimagináveis. Além de tudo, eu vejo amigos. Amigos de verdade. Pessoas que eu posso contar.

Eu já estava chorando. Tarde demais.

Maisie abriu um sorriso e eu sabia que ela estava olhando para mim.

- Eu vejo uma família.

Aquilo parecia besteira de colegial, mas para mim não era. Não só Maisie, como todos eles viraram minha família quando a minha própria parecia mais um Inferno. Eu sabia que podia contar com várias pessoas daquele colégio e só descobri aquilo nesse ano. Tendo momento incríveis e vivenciando coisas ótimas.

Eles eram sim a minha família.

E, mesmo eu me separando deles, sabia que continuariam sendo apesar da distância.

Olhei para Stacey, que estava do meu lado, e abri um sorriso. Ela sorriu de volta e, subitamente, meu coração estava aquecido. Não curado. Ele não estava curado, porque a pessoa que mais foi da minha família estava há algumas fileiras de distância e eu não podia sorrir para ele; mas estava aquecendo lentamente.

Quem sabe um dia. Um dia ele iria se curar ao completo.

Quando todos já haviam pegado seus diplomas e as pessoas já estavam indo embora, decidi que iria tomar coragem e falar com ele.

Eu não sabia quando o veria da próxima vez e precisava disso. Eu precisava dar um ponto final digno da nossa história. Éramos muito melhores do que o nosso término foi.

Eu já estava indo até a sua cadeira quando vi que ele também estava indo na minha direção. Meu coração nunca pareceu disparar tanto. Era uma bomba prestes a explodir a qualquer instante.

Eu ficaria supresa se conseguisse falar diante do meu nervosismo.

- Oi, Lydia - ele foi o primeiro a falar.

Ouvir sua voz era doloroso, mas muito bom. Às vezes eu tentava me lembrar exatamente da sua voz, mas sempre errava em algum aspecto. Era incrível ouvi-la novamente perto de mim.

- Oi, Cole - falei. - Parabéns pela formatura.

Percebi que ele abriu um pequeno sorriso e eu sorri com isso também.

- Para você também - respondeu. - Apesar de que eu sempre fui o único quase repente da relação.

O meu sorriso começou a aumentar aos poucos.

- Mas agora você é oficialmente um cara formado - afirmei. - Vai para Michigan já nas férias?

Ele assentiu com a cabeça, colocando as mãos no bolso. Depois, me encarou direito nos olhos. Seu olhar parecia perfurar minha alma, igual antigamente.

- Eu ia, mas algo muito estranho aconteceu nesses últimos dias - disse. - Me ligar do departamento de artes de NYU e me ofereceram uma bolsa para estudar lá. Disseram que viram meus desenhos com o professor de artes da escola e amaram.

Eu não consegui disfarçar o sorriso no meu rosto por muito tempo.

- Ah, sério? Que loucura - falei, sem conseguir para de sorrir. - Quem te recomendou deve saber muito bem do seu talento.

Cole começou a rir e pendeu um pouco a cabeça para o lado, ainda me encarando. Aquela era a melhor visão do mundo.

Meu peito agora estava doendo de tanta saudade.

- É, eu fiquei me perguntando quem seria doido o suficiente para fazer isso - continuou. - Mas lembrei que alguns desenhos meus ficaram com você.

Tentei fazer uma expressão de surpresa, mas não conseguia mentir tão bem assim. Eu estava muito feliz que eles viram a minha recomendação e decidiram o aceitar no programa de bolsistas.

- Ok, eu sou culpada - mordi um sorriso.

- Eu sempre soube das suas capacidades de bajulação - afirmou e eu tive que rir. - Mas, sério, obrigada, Lydia. De verdade.

Eu apenas assenti, porque subitamente ficou difícil demais ouvi-lo falando meu nome e o espaço entre nós ser tão grande assim.

- Eu faria tudo de novo por você.

Cole não respondeu, apenas continuou me encarando. Milhares de palavras não ditas nos rodeavam por tempo o suficiente para criar um abismo e eu senti falta daquela antiga sensação de poder ficar ao lado dele em silêncio e não estar desconfortável.

Fiquei me perguntando se não deveria ter dito isso. Se fiz algo errado.

- E eu suponho que você vá para Geórgia - mudou de assunto.

- Vou - engoli seco. Aquilo era estranho.

- Também gostaria de saber quem te recomendou para a sua professora de química... - comentou, desviando o olhar como o verdadeiro culpado.

- Espera, o quê?! - indaguei, sem entender. - Você disse que não sabia...

- E eu não sabia - afirmou. - Que tinha dado certo. Mas eu falei com ela.

Abri a boca, sem ter palavras para expressar o quanto aquilo mexeu comigo. Sawyer sabia exatamente o que eu queria e me ajudou o conquistar tudo. Ele esteve do meu lado sempre.

Mesmo quando eu não contei nada para ele, Cole foi o motivo de eu ter conseguido ir para faculdade.

- Obrigada, Sawyer - falei, ainda meio incrédula. - Merda, obrigada mesmo.

Ele assentiu e eu percebi que um pequeno sorriso surgiu em seus lábios.

- Eu também faria tudo de novo por você.

O meu fôlego simplesmente foi embora. Seu olhar parecia me fisgar como um imã e eu só queria poder estar em seus braços de novo. Era tudo que eu queria.

Mas sabia que não era o nosso momento. Eu só sabia que não era.

- E a sua família? - perguntei, porque estava curiosa para saber como Caroline estava. - Eles vão com você?

- Só Carol e a minha mãe - afirmou. - Na verdade, nem te contei, mas... minha mãe finalmente denunciou o meu pai.

Eu até suspirei de alívio ao escutar aquelas palavras. Aquilo era surreal de tão bom. Era provavelmente a melhor coisa que havia acontecido com eles.

- Ah, Deus, eu estou tão feliz de saber isso - falei.

- É, eu também - ele sorriu. - Meu pai foi preso final de semana passado.

Aí, meu Deus. Aquilo era definitivamente a melhor notícia do mundo.

Toda a tristeza que eu poderia sentir havia passado ao descobrir que ele e o meu pai estavam nos devidos lugares onde mereciam estar.

Na cadeia.

- Isso é tão bom - afirmei, querendo abraçá-lo de tão feliz que eu estava. - O meu também foi. Você sabe, por tudo que fez com... você.

Eu ia fazer uma piada sobre os avôs presidiários dos nossos filhos falsos, mas sabia que não tínhamos mais essa liberdade. Era engraçado pensar, contudo.

- Também fico muito feliz de ouvir isso - admitiu, ainda sorrindo.

Eu assenti, sorrindo também. Tudo parecia finalmente entrando nos eixos, menos nós dois. Não tinha como ficarmos totalmente bem separados, isso era claro. Apenas a distância entre nós parecia insuportável de conviver.

Mas, olhando em seus olhos naquele momento, eu sabia. Eu sabia que éramos feitos um para o outro. Eu sabia que, um dia, iríamos voltar a sermos Cole e Lydia de antes. Ou talvez até melhores.

Mas precisávamos do amor próprio antes. Eu precisava.

- Bom, eu preciso ir - avisou, soltando um enorme suspiro.

- Certo... tchau, Cole - falei, não querendo me despedir tão cedo.

Não tinha que ser uma despedida, afinal. Não tinha que ser um ponto final.

- Nos vemos por aí, Carpenter.

E ele sabia disso também.

- Nos vemos por aí, Sawyer - eu sorri como não havia sorriso naqueles últimos dias.

Eu sorri porque nós dois sabíamos: a nossa história era linda demais para acabar desse jeito.

E ela não havia terminado. Muito pelo contrário. A nossa história mal tinha começado. Um dia ela iria continuar com a mesma intensidade de antes e eu estaria pronta para amá-lo mais uma vez.

Um dia voltaríamos a ser Cole e Lydia. E, talvez daquela vez, para sempre.

Mas, por enquanto, eu era apenas a Lydia. E eu só conseguia agradecer por tê-lo tanto quanto durou. Ele me ensinou coisas muito importantes e agora era a hora de reproduzi-las.

Era a hora de começar a minha jornada sozinha. E amando a mim mesma antes de tudo.

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